AgroBrasil - @gricultura Brasileira Online

+ LIDAS NA SEMANA

quinta-feira, agosto 12, 2021

CNC: Balanço Semanal - Agosto 2021 - Há 40 anos trabalhando por um café de qualidade, competitivo, sustentável e integrado.


EMBRAPA - Vacina sim: na medicina veterinária também



*Lenita Ramires dos Santos 
**Emanuelle Baldo Gaspar 

No século XVIII a Europa foi devastada pela varíola. Naquela ocasião Edward Jenner, um médico inglês do interior do país, observou que mulheres que ordenhavam vacas costumavam ter uma forma branda da doença (a varíola bovina) e não adoeciam nem morriam de varíola humana. Jenner então decidiu testar na prática sua teoria, a de que o contato prévio com a varíola bovina pudesse proteger as pessoas contra a varíola humana. Assim, ele inoculou material de pústulas de varíola bovina em um menino de oito anos.

Posteriormente, Jenner inoculou pústula de varíola humana no menino e este não adoeceu (sim, naquele tempo não havia qualquer regulamentação ética para uso de seres humanos como “cobaias”). Assim surgiu a vacinação (do latim vaccinus ou “a partir de vacas”).  Desde a publicação do tratado de Jenner sobre a vacinação, em 1798, até a erradicação da varíola no Brasil em 1971 e no mundo em 1980, houve um longo percurso, no qual foram desenvolvidos os mais diversos tipos de vacinas, tanto para humanos quanto para os animais.

Essa disponibilidade de vacinação seguida de imunização (ou seguida de proteção) levou também ao registro da erradicação mundial da peste bovina, considerada a segunda doença erradicada no mundo e a primeira em animais, graças aos programas massivos de vacinação empregados. Hoje a comunidade científica concorda com a importância da vacinação tanto para assegurar o direito à saúde humana quanto para resguardar a segurança alimentar, por evitar grandes perdas de animais de produção e transmissão de doenças zoonóticas.

Brucelose, raiva, rinotraqueíte infecciosa bovina, diarreia viral bovina, doenças respiratórias, mastite e muitas outras, a lista de doenças de bovinos que podem ser prevenidas com vacinas é longa. Algumas têm eficácia maior, outras nem tanto. Mas, com tantas opções, como saber quais aplicar e montar um calendário de vacinação?
Em primeiro lugar, as vacinas obrigatórias, como o próprio nome sugere, devem ser aplicadas impreterivelmente e com regularidade. A vacina de brucelose em todas as fêmeas bovinas e bubalinas entre três e oito meses de idade, sob os cuidados de um médico veterinário cadastrado no serviço veterinário oficial de seu estado de atuação e a vacina de febre aftosa, a depender do calendário oficial, amplamente divulgado anualmente. No caso da raiva, a vacina é obrigatória em todos os animais de propriedades com foco e perifoco da doença (propriedades vizinhas). Neste caso vale lembrar que a raiva é uma zoonose (pode ser transmitida aos humanos) com praticamente 100% de mortalidade em humanos.

Já com relação às demais vacinas, é importante que as doenças de ocorrência na propriedade sejam identificadas pelo médico veterinário, para se introduzir a devida vacina e evitar perdas de animais ou quedas nos índices produtivos e reprodutivos. A opção pelo uso de um produto polivalente (protege contra várias doenças) ou monovalente (protege contra uma doença) também vai depender do custo-benefício baseado na ocorrência da doença na propriedade. O esquema de vacinação pode variar um pouco dependendo da vacina e da marca, mas é comum que haja a necessidade de duas doses com intervalo de três a cinco semanas na primeira vacinação e depois, reforços anuais. Desta forma, a definição de estação de monta e concentração dos nascimentos é muito importante, para sincronizar os manejos de vacinação. Outras vacinas são aplicadas no final da gestação e a estação de monta também facilita estes manejos de vacinação de fêmeas prenhes, por permitir uma certa sincronização nos partos.

Identificadas as doenças de ocorrência, deve-se montar um calendário de vacinação https://cloud.cnpgc.embrapa.br/calendario-manejo/files/2020/01/Calendario-de-Manejos-2020_atualizado.pdf , e, importantíssimo, manter-se o registro dos manejos, inclusive anotando nome e marca da vacina, para posterior conferência. Este calendário de vacinação deve fazer parte do calendário sanitário, que, deve conter também esquemas de vermifugação, tratamento de ectoparasitas, cura do umbigo, e qualquer procedimento que vise a melhoria do status sanitário do rebanho.
 
Algumas doenças evitáveis por vacina, dentre elas as clostridioses (doenças causadas por bactérias do gênero Clostridium) são muito graves e não têm tratamento. Embora outras medidas de controle, tais como o descarte de carcaças de forma correta (por exemplo, enterrando em covas profundas e longe de cursos d'água) e o uso de bebedouros (evitando-se açudes) possam minimizar a ocorrência de certas doenças e devam ser adotadas, a vacinação é extremamente importante para evitar perdas de animais. Apenas para se ter uma ideia de quão grande é o prejuízo, estima-se que cerca de 20% da produção animal é perdida devido aos impactos negativos das doenças, segundo dados da Organização Mundial de Saúde Animal (OIE).

Vale mencionar ainda que o uso regular e racional de vacinas têm o impacto de reduzir o uso de antibióticos, tornando a produção animal mais sustentável. Então, é imprescindível aderir aos programas existentes. Quer seja para a prevenção de doenças humanas ou de animais de produção, vamos dizer sim às vacinas.
 
* Pesquisadora da Embrapa Gado de Corte 
** Pesquisadora da Embrapa Pecuária Sul

terça-feira, agosto 03, 2021

BSCA: Café especial: Cup of Excellence traz novidades na edição 2021; inscrições estão abertas


Café especial: Cup of Excellence traz novidades na edição 2021; inscrições estão abertas
 
Principal concurso de qualidade para cafés especiais do mundo amplia possibilidade de comercialização de lotes; produtores podem enviar suas amostras até 8 de setembro

 
Estão abertas as inscrições para o Cup of Excellence 2021, principal concurso de qualidade do mundo para cafés que é realizado pela Associação Brasileira de Cafés Especiais (BSCA) em parceria com a Alliance for Coffee Excellence (ACE) e a Agência Brasileira de Promoção de Exportações e Investimentos (Apex-Brasil). Os produtores nacionais de café arábica podem se inscrever no site da entidade e enviar suas amostras, produzidas na safra atual, até 8 de setembro, para "Cup of Excellence 2021", Rua Gaspar Batista Paiva, 416, bairro Santa Luiza, Varginha (MG) – CEP: 37026-680.
 
Os lotes inscritos serão avaliados quanto a tipo, cor, aspecto, umidade, atividade de água, defeitos e qualidade de bebida na pré-seleção. Os que obtiverem nota média igual ou superior a 86 pontos, respeitado o limite dos 100 primeiros colocados, serão encaminhados para a comissão julgadora nacional, que reavaliará esses cafés. As amostras que voltarem a obter 86 pontos ou mais, observando o limite das 40 melhores selecionadas, serão classificadas para a fase internacional da competição, quando juízes do exterior definirão os 30 campeões do Cup of Excellence 2021, que serão aquelas que alcançarem nota igual ou superior a 87 pontos e ganharão o direito de serem comercializados em disputado leilão internacional, via internet.
 
Para esta edição, a organização traz novidades ao ampliar as possibilidades de comercialização dos lotes de cafés que se classificarem para a fase nacional da competição. "Além dos melhores cafés que passarem para a fase internacional, as 40 amostras seguintes na classificação, desde que tenham obtido nota também superior a 86 pontos, serão denominadas semifinalistas da fase nacional e irão para venda em um marketplace desenvolvido pela empresa MCultivo, durante 45 dias, pelo valor máximo de US$ 4,20 por libra-peso. Assim, o concurso deste ano abre a oportunidade para a comercialização de 80 cafés: 30 campeões, 10 National Winners, que são os lotes que não forem vencedores na fase internacional, e esses 40 semifinalistas", explica Vanusia Nogueira, diretora da BSCA.
 
Essa nova possibilidade de comercialização é um projeto piloto da organização desenvolvido em parceria com o Brasil, que poderá ser implantada nas competições futuras dos demais países que também realizam o Cup of Excellence. "Sempre somos referência para a implantação de novidades em café. Para viabilizar essa iniciativa, amostras desses cafés semifinalistas da fase nacional serão enviadas aos Estados Unidos, para a MCultivo, que, junto com a ACE, fará approach com uma série de importadores. Ampliar a possibilidade de comercialização desses excepcionais cafés brasileiros também foi uma forma que encontramos para contribuir com os produtores, que passaram por severas adversidades climáticas, como a estiagem no fim do ano passado e começo de 2021 e, agora, as geadas", revela Vanusia.
 
Para os cafés campeões do Cup of Excellence 2021, o preço de abertura no leilão internacional será de US$ 5,50 por lb-peso, o que equivale a *R$ 3.757,74 por saca de 60 kg. Os National Winners serão comercializados a partir de US$ 4,50 por lb-peso, ou *R$ 3.074,52 por saca, e os semifinalistas da fase nacional ficarão disponíveis no marketplace pelo valor teto inicial de *R$ 2.869,55.
 
COMISSÕES JULGADORAS
Como o processo convencional de seleção, através de uma prova presencial, não pôde ser realizado devido à pandemia, a BSCA consultou todos os juízes brasileiros que fizeram parte da fase internacional do Cup of Excellence, desde 2005, além daqueles que participaram como julgadores nacionais em 2020. Alguns dos profissionais consultados não tiveram agenda disponível para integrar o corpo de jurados. Aos que possuíam disponibilidade, a entidade realizou um sorteio virtual, com a presença de todos e que buscou abranger ao máximo a representatividade das origens produtoras, definindo o grupo que será responsável pela seleção dos melhores cafés da safra 2021 do Brasil.
 
"A seleção dos juízes para o Cup of Excellence é uma tarefa de grande responsabilidade para a BSCA, uma vez que precisamos formar um grupo muito experiente e capaz de avaliar os mais diversos cafés, das várias origens produtoras do Brasil. Nas mãos deste grupo, estarão os maiores esforços realizados por nossos produtores, durante uma safra com tantos imprevistos e incertezas, mas, certamente, serão cafés com grande qualidade. Para os trabalhos de avaliação, seguiremos rígido protocolo de prevenção à Covid-19, com todos se higienizando e mantendo o distanciamento recomendado pelas organizações de saúde", explica Vanusia.
 
A fase internacional da competição também ocorrerá de maneira diferente, repetindo a bem-sucedida experiência de 2020. "Não teremos deslocamento dos juízes do exterior para o Brasil. Os lotes que se classificarem para essa etapa serão enviados pela BSCA a grupos de especialistas em diversos países, que foram selecionados previamente para fazerem a análise final, definindo nossos campeões", completa a diretora.
 
CUP OF EXCELLENCE
Criado no Brasil, em 1999, o Cup of Excellence é o principal concurso de qualidade para cafés especiais do mundo e integra as ações do projeto setorial "Brazil. The Coffee Nation", desenvolvido em parceria por BSCA e Apex-Brasil. Atualmente, por meio de cooperação entre a Associação e a ACE, a competição é realizada em diversos países, ampliando a procura pelos melhores grãos colhidos em cada safra para que sejam comercializados através de leilão internacional. Os preços alcançados nesses pregões vão muito além do mercado convencional. Em 2017, por exemplo, o campeão da competição brasileira alcançou o maior valor pago por uma saca de café no país: R$ 55,5 mil.
 
ETAPAS DA COMPETIÇÃO
Até 08/09/2021 - Entrega de amostras
13 a 22/09/2021 - Pré-seleção
23/09/2021 - Resultado da pré-seleção
16 a 19/10/2021 - Fase Nacional
20/10/2021 - Resultado da Fase Nacional
21/10 a 05/12/2021 - Oferta dos semifinalistas da Fase Nacional
21/10 a 14/11/2021 - Fase Internacional
18/11/2021 - Resultado da Fase Internacional e premiação aos vencedores
10 a 21/12/2021 - Venda dos National Winners
20/12/2021 - Leilão dos campeões do Cup of Excellence
20/02/2022 - Pagamento aos campeões do Cup of Excellence
21/02/2022 - Pagamento aos produtores National Winners
 
BRAZIL. THE COFFEE NATION
O "Cup of Excellence 2021" integra as ações do projeto setorial "Brazil. The Coffee Nation", desenvolvido pela BSCA e pela Apex-Brasil com foco na promoção comercial do produto brasileiro no mercado externo. O objetivo é reforçar a imagem dos grãos nacionais em todo o mundo e posicionar o país como fornecedor de alta qualidade, com utilização de tecnologia de ponta decorrente de pesquisas realizadas.
 
A vigência do atual projeto se dá até março de 2023 e tem como mercados-alvo: i) Canadá, Estados Unidos, China, Coréia do Sul, Japão, Alemanha, Espanha, Polônia, Reino Unido, Turquia, Emirados Árabes Unidos e Arábia Saudita para os cafés crus especiais; e ii) Canadá, China, Emirados Árabes Unidos, Chile, Portugal e Estados Unidos para os produtos da indústria de torrefação e moagem.
 
O projeto visa, ainda, expor os processos exclusivos de certificação e rastreabilidade adotados na produção nacional de cafés especiais, evidenciando sua responsabilidade socioambiental e incorporando vantagem competitiva aos produtos brasileiros. As empresas que ainda não fazem parte podem obter mais informações diretamente com a BSCA, através dos telefones (35) 3212-4705 / 99824-9845 / 99879-8943 ou do e-mail info@bsca.com.br.
 
* Dólar comercial a R$ 5,165, conforme fechamento de 2 de agosto.
 
Mais informações para a imprensa
BSCA – Assessoria de Imprensa
Paulo André C. Kawasaki
(61) 98114-6632 / ascom@bsca.com.br
Twitter
Facebook
Instagram
LinkedIn
Website
BSCA - Brazil Specialty Coffee Association
Telefones: (35) 3212-4705 / 3212-6302
E-mail: ascom@bsca.com.br
Facebook
Twitter
Link
Website

UNESP: Projeto da Unesp oferece consultoria e soluções em proteção vegetal

Um novo projeto realizado por meio da colaboração entre a Fundação de Estudos e Pesquisas Agrícolas e Florestais (FEPAF) e a Faculdade de Ciências Agronômicas (FCA) da Unesp, câmpus de Botucatu, vai auxiliar pesquisadores, empresas, cooperativas e produtores rurais no desenvolvimento de produtos e processos na área de proteção vegetal, privilegiando a busca de inovação e a construção de parcerias estratégicas.

Intitulado Innova Defesa Vegetal, o projeto busca aplicar pesquisas desenvolvidas no âmbito da FCA/Unesp para diagnosticar doenças e não conformidades em produções agrícolas, oferecendo consultoria e soluções aos seus participantes.

O objetivo principal é gerar aumento no rendimento de culturas agrícolas, com redução das perdas causadas por problemas fitossanitários e a prevenção de eventuais impactos ambientais.

Além da diagnose de doenças de plantas, o Innova Defesa Vegetal vai atuar em áreas como a bioprospecção de agentes e desenvolvimento de produtos de controle biológico, testes de eficácia de defensivos agrícolas, testes de sanidade de sementes e seleção de fontes de resistência de plantas a patógenos.

Para mais informações sobre o Innova Defesa Vegetal entre em contato:

E-mail:  innova.defesavegetal@gmail.com

Telefone/ WhatsApp: (14) 99828-6789

LinkedIn: www.linkedin.com/in/innova-defesa-vegetal

Instagram: @innova_agro

 

 

 

 

 

UNESP: Estudo da FCA/Unesp sobre cana-de-açúcar é destaque em revista internacional da área de energias renováveis e sustentabilidade

A cana-de-açúcar é uma cultura com grande potencial para produção de bioenergia devido ao seu alto potencial de conversão de energia solar em biomassa.  Entretanto, a interação entre o ambiente de produção e a cultivar escolhida é um dado fundamental para a eficiência produtiva do cultivo. Um estudo desenvolvido por pesquisadores da Faculdade de Ciências Agronômicas (FCA) da Unesp, câmpus de Botucatu, respondeu a duas questões que permaneciam pouco estudadas sobre esse tema: qual a eficiência da cana-de-açúcar em converter a energia solar interceptada pelas folhas em biomassa? Como essa eficiência é influenciada pelo ambiente de produção e pelas cultivares?

Os resultados do trabalho foram publicados em julho pela revista Renewable and Sustainable Energy Reviews, uma das mais bem conceituadas na área de energias renováveis e sustentabilidade (fator de impacto 14,982, segundo o Journal Citation Reports/Web of Science, e classificada com o 3o maior índice H, relativo ao número de trabalhos publicados pela revista e suas citações), com o título de "Energy conversion efficiency in sugarcane cultivars as a function of production environments in Brazil".

O objetivo do trabalho foi avaliar a eficiência da conversão da energia solar em biomassa, bem como a energia disponível por área (hectare) e a produtividade dos colmos, em função do ambiente de produção em diferentes cultivares. Os experimentos foram realizados em dois ambientes de produção no Brasil, nos municípios de Prado Ferreira, Estado do Paraná (Ambiente Produtivo A) e Presidente Bernardes, Estado de São Paulo (Ambiente Produtivo C), utilizando três cultivares de cana-de-açúcar (SP80-3280, RB855156 e RB867515), em dois ciclos de cultivo.

"De maneira geral, observamos que a eficiência da conversão pode aumentar em 51,3% em função do ambiente de produção e da cultivar utilizada. A eficiência em converter energia solar em biomassa foi em média de 3,8% na cana planta (primeiro corte) e 3,3% na cana soca (segundo corte) em Ambiente de Produção A, e de 2,9% e 2,2%, respectivamente, em Ambiente de Produção C", explica o professor Marcelo de Almeida Silva, coordenador estudo e do grupo de pesquisa do Laboratório de Ecofisiologia Aplicada à Agricultura da FCA/UNESP. "Além disso, também registramos que a interação entre o ambiente de produção e a cultivar escolhida causa variação de 75,80% na produtividade do colmo, e a produtividade da biomassa é menos afetada pelo déficit hídrico do que a produtividade do colmo".

Em termos de aplicabilidade, os resultados demonstram quantitativamente a importância da correta alocação de cultivares nos ambientes de produção. "É fundamental ter atenção ao manejo varietal, aquele que contempla a interação com o solo, épocas de plantio e de colheita, entre outras condições, para se obter a melhor eficiência na conversão da energia solar em biomassa e explorar ao máximo o potencial produtivo de cada cultivar de cana-de-açúcar", salienta o docente.

A pesquisa foi tema da tese de Alexandrius de Moraes Barbosa, que realizou seu doutorado no Programa de Pós-Graduação em Agronomia: Agricultura, na FCA/Unesp, com bolsa Fapesp, sob orientação do professor Marcelo Silva. Atualmente, Barbosa é docente da Unoeste Também são autores do artigo Rafael Rebes Zilliani, Carlos Sérgio Tiritan (ambos da Unoeste) e Gustavo Maia Souza (Universidade Federal de Pelotas).

Para o professor Marcelo Silva, a avaliação positiva do trabalho e sua publicação pela Renewable and Sustainable Energy Reviews se deve ao seu caráter inovador e a sua metodologia, com a realização dos estudos em campo, envolvendo duas localidades (ambientes diferentes), três cultivares e dois ciclos de cultivo. "Nossa contribuição científica é no sentido da aplicação do conhecimento. Outros trabalhos nessa linha de pesquisa já foram realizados, porém em câmaras de crescimento, em vasos, com um tipo de solo, por exemplo. O produtor de cana-de-açúcar muitas vezes conhece o conceito de manejo de cultivares e ambientes de produção, isto é, qual cultivar é a mais indicada para ser cultivada em determinadas condições de solo e clima. Mas, com esses resultados, explicamos cientificamente as razões, em termos de eficiência de conversão de energia luminosa em biomassa, que levam ao melhor desempenho de determinada cultivar em determinado ambiente".

O link para o artigo na Renewable and Sustainable Energy Reviews é:

https://www.sciencedirect.com/science/article/pii/S1364032121007796

 

terça-feira, julho 20, 2021

ABICS: A escalada qualitativa dos cafés solúveis


A escalada qualitativa dos cafés solúveis
 
Indústrias investem em novas plantas fabris e em produtos cada vez mais voltados à qualidade, otimizando características sensoriais ao consumidor; consumo interno cresce

 
O segmento de cafés solúveis vem intensificando trabalhos para elevar a qualidade do produto, visando à ampliação de mercados com a conquista de novos consumidores. No exterior, empresas que surfam a crista da onda em popularidade anunciam novos produtos com o solúvel, como a illycaffè, a Blue Bottle e a Intelligentsia.
 
No Brasil, as fábricas do setor, concentradas na Associação Brasileira da Indústria de Café Solúvel (Abics), realizam investimento em novas plantas fabris e em produtos cada vez mais voltados à qualidade, otimizando as características sensoriais para o consumidor final.
 
Em processo de conclusão, uma metodologia global para avaliação sensorial do café solúvel vem sendo estruturada pela Abics, com o objetivo de apresentar a diversidade do produto, para evidenciar suas diferenças e permitir que o consumidor encontre o que mais se adeque a seu gosto.
 
Os estudos realizados até agora permitiram um maior conhecimento dos vários atributos dos diversos tipos de solúvel existentes, o que possibilitará a disponibilidade de uma categorização de qualidade, métodos de preparo e nuances. A intenção final é, assim como ocorre com os cafés in natura e torrados e moídos, gerar classificações para o café instantâneo.
 
A cafeóloga, especialista em avaliação sensorial e consultora da Abics, Eliana Relvas, aponta que o segmento de solúvel vem passando por uma revolução no mundo e também no mercado interno. Hoje, muitas empresas voltam suas aquisições para os cafés canéforas especiais e ao arábica, otimizando o processo qualitativo desde os primeiros passos do processo fabril.
 
"Há sinalização positiva de investimentos em qualidade das indústrias associadas à Abics e isso é excelente, pois, com a implantação da nova metodologia de classificação que desenvolvemos, poderemos romper a 'barreira invisível' de que o solúvel é um produto de qualidade inferior e o colocar em um patamar sensorial semelhante ao dos cafés torrados e moídos", destaca Eliana.
 
Aliado a esse fato, ela informa que várias empresas ampliam seus portfólios, inserindo o produto industrial de alta qualidade como uma opção a mais para a degustação da bebida, o que aumenta a sua aplicabilidade e momentos de consumo, uma vez que o café solúvel é base para muitos outros produtos, portanto a sua amplitude sensorial é um fator determinante.
 
"Muitas cafeterias consideradas de 'terceira onda' têm inserido sua marca no solúvel, investindo em embalagens modernas, de alto padrão e que permitem que o produto seja levado para viagem e lazer e também para o consumo em casa, através de take out ou delivery, otimizando o tempo da agitada vida, em tempos de pandemia, de quem precisa adequar seu trabalho à rotina diária do lar", revela.
 
CONSUMO INTERNO EM ASCENÇÃO
Como resultado desses esforços, o consumo de café solúvel no Brasil vem em constante crescimento nos últimos anos e o desempenho se repetiu no primeiro semestre de 2021. Segundo dados da Abics, no acumulado de janeiro ao fim de junho, os brasileiros consumiram o equivalente a 478.182 sacas de 60 kg, apresentando alta de 2,2% na comparação com as 468.083 sacas em idêntico intervalo de 2020.
 

 
"Destaca-se, nesse cenário, uma redução de aproximadamente 45% no consumo de café instantâneo importado, o que implica que o avanço no mercado interno se deu, principalmente, com o consumo do produto brasileiro, à medida que otimizamos as ações para a escalada qualitativa dos nossos solúveis", analisa Aguinaldo Lima, diretor de Relações Institucionais da Abics.
 
 
É com base nesse novo perfil de venda e consumo que a Abics intensifica os trabalhos para a conclusão da metodologia de avaliação sensorial, que elevará o padrão de qualidade do café solúvel, com o produto mergulhando em um mar de descobertas, de aromas e sabores, tão complexo quanto ao dos vinhos, caminho já percorrido pelos torrados e moídos de origens e com incríveis descrições sensoriais.
 
"Essa é a certeza que surge com a degustação nas sessões de cupping que realizamos, quando provadores das indústrias cafeeiras, da academia e de entidades do setor se surpreendem com a qualidade apresentada pelos cafés instantâneos, que apresentam notas mais delicadas, pouco amargor, boa acidez, caramelização agradável, bom equilíbrio e after taste agradável, elegante e saboroso", conclui Eliana.
 
Com esse trabalho de otimização da qualidade, as indústrias brasileiras de café solúvel esperam gerar o mesmo efeito positivo e surpreendente nos consumidores finais, trazendo-os para o versátil mundo do produto, que já oferece ampla gama de possibilidades de preparo e, agora, traz a diversidade diretamente em sua forma de consumo mais tradicional, a bebida preparada apenas com água.

Mais informações para a imprensa
Agência P1
Paulo André C. Kawasaki



+ LIDAS NOS ÚLTIMOS 30 DIAS

Arquivo do blog