CAFEICULTURA IRRIGADA — Na terça-feira, 13 de março, o presidente do Conselho Nacional do Café, deputado Silas Brasileiro, e o secretário executivo do Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa), Eumar Novacki, deslocaram-se a Araguari, no Triângulo Mineiro, para participarem da cerimônia de abertura da Feira Nacional de Irrigação em Cafeicultura (Fenicafé), realizada pela Associação dos Cafeicultores de Araguari (ACA) e pela Cooperativa Agrícola Mista de Adamantina (Camda), ambas associadas ao CNC.
Entendemos que a água é o assunto mais importante do século e continuará sendo ao longo das próximas décadas, por ser um elemento vital aos seres humanos e à agropecuária mundial. Nesse sentido, é louvável uma iniciativa como a Fenicafé, que apresenta ao público e aos produtores, anualmente, o que há de mais moderno no sentido do uso racional desse recurso, permitindo que a atividade, em especial a cafeeira, evidencie cada vez mais sua sustentabilidade.
Um exemplo nítido dos resultados que a Fenicafé proporcionou foi a racionalização do emprego da água na cafeicultura. Quando a região do Cerrado Mineiro iniciou a atividade irrigada, gastava-se, em média, três mil litros para cada hectare. Atualmente, esse volume foi reduzido para entre 800 e mil litros graças ao emprego de tecnologia. É uma sustentabilidade ambiental impressionante.
Após passar uma atualização generalizada sobre o cenário da cadeia produtiva, o presidente do CNC finalizou destacando a importância de ciência e tecnologia andarem alinhadas com a política, pois o casamento desses itens é fundamental para que haja avanços no setor.
Nesse sentido, recordamos que através da união desses fatores foi possível criar e implantar o programa Certifica Minas enquanto secretário de Agricultura do Estado. Hoje, esse programa está ampliado, virou referência e representa muito, inclusive financeiramente, para o produtor, não custando praticamente nada a ele.
Participando pela primeira vez do evento, o secretário executivo do Mapa foi elogiado por Silas Brasileiro por sua proatividade no Ministério, demonstrando-se sempre solícito aos pleitos da cafeicultura e, em especial, por, junto com o ministro Blairo Maggi, ter possibilitado a reativação do Departamento do Café.
Em seu pronunciamento, Novacki informou que propôs a nós, do CNC, um plano nacional de desenvolvimento da cafeicultura para que o Brasil amplie sua representatividade no mercado internacional. A intenção é nos reunirmos com os demais segmentos da cadeia produtiva para fazermos um diagnóstico, desde as boas práticas do setor, estudos sobre como melhorar a produtividade, passando pelo uso da tecnologia e da promoção para "atacar" os pontos que necessitem de aprimoramento.
CONSELHO DO AGRO — Como instituição membro do Conselho das Entidades do Setor Agropecuário – Conselho do Agro, o CNC participará da construção de um Plano de Estado para o agronegócio brasileiro voltado aos próximos dez anos. Este projeto, elaborado no âmbito da Cátedra "Luiz de Queiroz", da qual o titular é o ex-ministro da Agricultura Roberto Rodrigues, traçará as estratégias para que o País se concretize como o campeão da segurança alimentar mundial e, consequentemente, da paz.
O escopo da proposta é abrangente, compreendendo a relação extremamente íntima entre o urbano e o rural. O documento será distribuído aos candidatos à Presidência da República que concorrerão às eleições em 2018 como uma proposta de governo baseada no conceito de que o êxito da produção agropecuária é o sucesso da sociedade brasileira como um todo. Isso porque, quando o setor rural é forte, os segmentos à montante (indústria de insumos) e à jusante (indústria de embalagens, de processamento etc.), que são urbanos, também se beneficiam e crescem, gerando renda e empregos.
De acordo com as diretrizes traçadas, o Plano abordará diversos temas estratégicos para o agro, entre os quais tecnologia, comércio internacional, infraestrutura e logística, política de renda, gestão do setor, política industrial, sustentabilidade, agroenergia, associativismo e comunicação. Como presidente do CNC, externo os parabéns ao presidente da CNA, João Martins, por essa brilhante iniciativa de reunir as entidades que representam os diferentes setores da agropecuária brasileira para participarem da construção deste projeto estratégico ao desenvolvimento e ao fortalecimento do setor rural brasileiro.
MERCADO — Em mais uma semana sem novidades no lado dos fundamentos, os futuros do café recuaram nos mercados internacionais, sendo pressionados pela força do dólar.
A moeda norte-americana avançou com a informação de que os pedidos de auxílio-desemprego recuaram na última semana nos Estados Unidos, sinalizando força no mercado de trabalho, principalmente do setor industrial na região de Nova York, atividade cujo índice subiu de 13,1 em fevereiro para 22,5 em março, acima da previsão de 15,0 de analistas.
No Brasil, a divisa seguiu o mesmo caminho e encerrou a quinta-feira a R$ 3,2905, 1,2% acima do registrado no fim da semana passada. Assim, o contrato "C" com vencimento em maio, na Bolsa de Nova York, recuou 140 pontos, negociado a US$ 1,1875 por libra-peso. Na ICE Futures Europe, o contrato do café robusta com vencimento em maio fechou a sessão de ontem a US$ 1.728 por tonelada, com perdas de US$ 52 ante a sexta-feira anterior.
Em relação ao clima, as instabilidades deverão permanecer sobre São Paulo, Rio de Janeiro, Espírito Santo e Minas Gerais no fim de semana, conforme aponta a Somar Meteorologia. No sábado, a previsão é de chuva forte e vento com trovoadas no Sul e na Zona da Mata mineiros e na divisa os Estados capixaba e fluminense. Para as demais áreas, a Somar comunica que as precipitações virão de forma mais isolada e com acumulados menores, sinalizando melhorias para os próximos dias.
No mercado interno, as cotações acompanharam a queda internacional, o que retirou os produtores das praças e paralisou os negócios. Os indicadores calculados pelo Centro de Estudos Avançados em Economia Aplicada (Cepea) para as variedades arábica e conilon foram cotados a R$ 426,73/saca e a R$ 301,40/saca, respectivamente com quedas de 0,8% e 1,3% frente à semana anterior.
Atenciosamente,