GESTÃO 2018-2020 — Nesta sexta-feira, 26 de janeiro, o Conselho Nacional do Café (CNC) realiza Assembleia Geral Ordinária (AGO), em Brasília (DF), para prestação de contas do exercício de 2017, análise da proposta de orçamento para este ano e eleição dos membros do Conselho Diretor, do coordenador e do presidente executivo da entidade para o próximo mandato entre fevereiro de 2018 e janeiro de 2020.
Após a AGO, o CNC realizará reunião de seu Conselho Diretor, oportunidade na qual será debatida a proposta de planejamento estratégico para a entidade e apresentada a agenda de trabalho para 2018, assim como informações referentes ao programa PAM-Agro e à Plataforma Global do Café para avaliação dos conselheiros. O resultado dos debates e a nova composição da diretoria do CNC serão comunicados na próxima semana.
OFERTA E DEMANDA
Na quinta-feira, 25 de janeiro, o presidente executivo do CNC, deputado Silas Brasileiro, e os conselheiros diretores José Marcos Magalhães, presidente da Cooperativa dos Cafeicultores da Zona de Varginha (Minasul), e Francisco Sérgio de Assis, presidente da Federação dos Cafeicultores do Cerrado, reuniram-se com o ministro interino da Agricultura, Pecuária e Abastecimento, Eumar Novacki.
Os representantes da produção apresentaram ao governo sua preocupação com relação ao equilíbrio entre oferta e demanda no mercado. A manifestação se deu em função de o CNC ter identificado, recentemente, anseio, por parte de vários agentes públicos dos três níveis da Federação e também de bancos oficiais, em destinar recursos e apoio institucional para estimular o aumento da área plantada com café no Brasil.
Entendemos que essas iniciativas incentivam a introdução de novas variedades, com potencial de alto rendimento em campo, o que é desejável para garantir a competitividade, porém tendem a gerar um excedente produtivo. Esclarecemos que somos favoráveis a uma renovação gradual e planejada do parque cafeeiro nacional, mas apresentamos nosso receio ao ministro porque as iniciativas identificadas não estão integradas a um planejamento de longo prazo e que seja embasado em metas de produção e programas de incentivo ao consumo, tendo como foco o equilíbrio entre oferta e demanda para evitar o aviltamento dos preços aos produtores.
Os representantes do CNC alertaram, ainda, que preços aviltados de café não são bons para a cadeia produtiva, que se desestrutura, e nem para o governo, uma vez que será demandado a alocar os escassos recursos do Tesouro Nacional para a sustentação da renda dos cafeicultores, além de disponibilizar espaços nos armazéns públicos para a estocagem do produto.
Para evitar tal cenário de depreciação dos valores do café, sugerimos planejamento e maior sinergia entre os agentes públicos e a representação da cadeia produtiva antes de se autorizar a liberação de recursos públicos para apoiar a ampliação da área cultivada, haja vista que a representação oficial da classe produtora possui conhecimento e vivência no setor e está capacitada a orientar a respeito de ações necessárias para garantir o delicado equilíbrio entre oferta e demanda no mercado cafeeiro.
O ministro recebeu nosso pleito e informou que adotará medidas a respeito, comunicando o setor em breve. Por fim, também entregamos a Novacki um exemplar do Relatório Anual de Gestão do CNC, que evidencia as principais realizações e conquistas do Conselho ao longo de 2017.
FALECIMENTO ALBERTO FERREIRA — É com extremo pesar que tomamos ciência do falecimento de nosso amigo Alberto Ferreira, presidente do Conselho de Administração da Crediriodoce e da Central Crediminas. Ele sempre será lembrado como um símbolo do sistema cooperativista e uma liderança ímpar, dotado de caráter único, lealdade, transparência e ética.
Não obstante vivenciarmos a perda de um grande líder, temos orgulho e satisfação por termos convivido e compartilhado momentos profissionais com o amigo Alberto, que, indubitável e saudosamente, deixará um exemplo e o legado de competência, respeito e dedicação.
Manifestamos, em nome do Conselho Nacional do Café, nossos mais profundos votos de pesar para toda a família, ao Conselho Administrativo e ao staff da Central Crediminas, às cooperativas que a compõem e a todos nós que ficamos saudosos de um homem e de um profissional exemplar nos trabalhos aos quais se dedicou.
MERCADO — Os preços futuros internacionais do café registraram leve recuperação nesta semana, puxados pela depreciação do dólar frente a outras moedas, ao passo que inexiste novidades no lado dos fundamentos.
A divisa se desvalorizou internacionalmente devido às declarações de Steven Mnuchin, secretário do Tesouro dos Estados Unidos, para quem a fraqueza do dólar é "bem-vinda", uma vez que favorece o comércio para os EUA. Ele também não demonstrou muita preocupação com a decisão de Japão e outros dez países fecharem o Acordo de Parceria Transpacífico, promovendo livre comércio, sem a participação norte-americana.
No Brasil, o dólar encerrou o pregão de quinta-feira a R$ 3,15, com depreciação de 1,6% na comparação com a semana anterior, pressionado pelo ingresso de fluxo financeiro em função da aposta dos investidores na manutenção da condenação do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva.
O vencimento março/18 do contrato futuro do café arábica negociado na Bolsa de Nova York acumulou alta de 240 pontos, encerrando a sessão de ontem a US$ 1,2365 por libra peso. Na ICE Futures Europe, o vencimento março/18 do café robusta subiu US$ 7 ante a semana anterior, negociado a US$ 1.763 por tonelada.
Em relação ao clima, o serviço Climatempo informa que muitas áreas de instabilidade se espalham hoje por São Paulo, Rio de Janeiro e centro-sul de Minas Gerais, havendo risco de temporais. Para o Espírito Santo e o nordeste de Minas Gerais, não há previsão de chuva, ao passo que sol, aumento de nuvens e pancadas de chuva são esperados a partir da tarde nas demais áreas da Região Sudeste.
Já a Somar Meteorologia espera que os próximos cinco dias sejam de pancadas de chuva frequentes entre Paraná, São Paulo e sul de Minas Gerais, com acumulados atingindo de 40 a 70 milímetros em sete dias. Para Rondônia, a previsão é de chuva mais generalizada e, no Espírito Santo, as precipitações só devem atingir o sul do Estado.
No mercado doméstico, os indicadores calculados pelo Centro de Estudos Avançados em Economia Aplicada (Cepea) para as variedades arábica e robusta foram cotados a R$ 441,12/saca e a
R$ 316,48/saca, respectivamente, apresentando leves retrações de 0,6% e 0,7% em relação à semana passada. De acordo com agentes consultados pela instituição, o mercado físico segue com baixa liquidez, em meio à ausência de atores.