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segunda-feira, dezembro 04, 2017
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FMVZ/Unesp sedia a II Feira de touros melhoradores
Iniciativa busca melhorar os rebanhos bovinos da região.
No dia 13 de dezembro, na Fazenda Experimental Lageado, das 8h às 17h, acontece uma feira de touros registrados pelo Programa de Melhoria da Qualidade Genética do Rebanho Bovino Brasileiro (Pró-Genética) da Associação Brasileira dos Criadores de Zebu (ABCZ).
O objetivo é dar continuidade a transferência de genética superior dos planteis de bovinos para os rebanhos dos pecuaristas da região de Botucatu, pela da aquisição de touros melhoradores puros de origem (PO) com Registro Genealógico Definitivo (RGD), o certificado que atesta a condição de PO e o atendimento dos padrões da raça, tanto em características morfológicas, reprodutivas como em ganho de peso.
Durante a feira serão comercializados touros das raças zebuínas, com idade entre 18 e 42 meses, exame andrológico positivo (que atesta que o animal é fértil e está apto a ser bom reprodutor) e exames sanitários em dia. “Os produtores negociarão livremente com os criadores que estarão lá para comercializar seus produtos. Agentes financiadores estarão presentes para facilitar o crédito para aquisição dos touros”, explica Eric Costa, gerente do escritório técnico regional da ABCZ, em Bauru, e supervisor do Programa de Melhoramento Genético de Zebuínos (PMGZ) para São Paulo e sul do Brasil.
Para a professora Cyntia Ludovico Martins, do Departamento de Produção Animal da Faculdade de Medicina Veterinária e Zootecnia (FMVZ) da Unesp, a continuidade da realização do Seminário e da Feira é importante também para a unidade. “O evento abre as portas da nossa Faculdade para a comunidade e o setor produtivo pecuário bovino e permite a troca de informações, experiências e tecnologias entre nossos alunos e os produtores rurais. Trata-se de uma iniciativa de extensão, com reflexos positivos no ensino e na pesquisa”.
Durante a Feira, das 10h às 12h, acontecerá um seminário com palestras sobre o Pró-Genética, manejo de touros e manejo nutricional. A atividade acontecerá no Auditório da Supervisão das Fazendas de Ensino, Pesquisa e Extensão da Faculdade de Ciências Agronômicas (FCA), na Fazenda Lageado.
A iniciativa vem ao encontro de uma demanda da Secretaria do Verde do município e das ações da Cati voltadas para uma pecuária de baixo carbono, ou seja, um sistema produtivo mais eficiente e sustentável.
A realização do evento conta com a parceria de Sindicato Rural de Botucatu, Associação Brasileira dos Criadores de Zebu (ABCZ), FMVZ/Unesp, FCA/Unesp, Coordenadoria de Assistência Técnica Integral (Cati), Agência Paulista de Tecnologia para o Agronegócio (Apta), Fundo de Expansão do Agronegócio Paulista (Feap), Defesa Agropecuária do Estado de São Paulo, Sebrae/SP, Secretaria de Agricultura e Abastecimento do Estado de São Paulo, Secretaria do Verde da Prefeitura Municipal de Botucatu, Serviço Nacional de Aprendizagem Rural (Senar) e Nutrir Empresa Júnior de Nutrição de Ruminantes.
Mais informações: ABCZ/Bauru pelo telefone (14) 3214-4800 e e-mail: tecnico138@abcz.org.br e Departamento de Produção Animal da FMVZ pelo telefone (14) 3880-2944/2961 e e-mail: cludovico@fmvz.unesp.br
FACULDADE DE MEDICINA VETERINÁRIA E ZOOTECNIA - UNESP - CÂMPUS DE BOTUCATU/SP
Assessoria de Imprensa
Fone (14) 3880-2240
É época de definir que estratégia usar para a estação de monta
Alessandra Nicacio: o diagnóstico de gestação pode ser feito a partir de 40 dias após a monta ou inseminação
Estamos no período de acasalamento e a primeira decisão a ser tomada é a de definir que estratégia utilizar; se a monta natural ou a inseminação artificial. O fato é que o produtor que quiser melhorar a eficiência de seu rebanho deve ter especial atenção a este momento.
A escolha de que estratégia utilizar deve ser a melhor para a propriedade. O sistema em que o touro permanece com as vacas o ano todo, mesmo sendo ultrapassado, ainda é o muito utilizado, porém não é o mais indicado pelos especialistas. Uma estação de monta sem definição dificulta os controles sanitários, produtivos e reprodutivos do rebanho e pode comprometer os resultados produtivos e econômicos.
O primeiro passo para quem deseja aumentar os índices zootécnicos da propriedade é, então, definir o período da estação de monta e determinar sua duração. Alguns ajustes devem ser feitos no rebanho para iniciar a estação de monta, como o de preparar os animais, tanto as vacas quanto os touros pra se obter melhores resultados.
É também comum, no Brasil, se definir duas estações de monta durante o ano, mas segundo especialistas esta estratégia não é indicada para todos e um dos motivos é porque os nascimentos ocorrem durante um longo período dificultando o manejo, além de incidências de doenças e parasitos nos bezerros que nascem na época das águas. “Concentrar os acasalamentos em um período do ano permite controlar melhor o rebanho, fazer com que os nascimentos ocorram em épocas mais favoráveis, além de se conseguir gerenciar de forma mais objetiva as atividades da fazenda”, diz a pesquisadora da Embrapa Gado de Corte, Alessandra Nicácio.
Para todo o Brasil a melhor época de iniciar a estação de monta é no início das chuvas, garante a pesquisadora que é médica-veterinária com pós-doutorado em reprodução animal. “Produtor que adota a monta natural durante todo o ano e que resolver definir um período deve fazer a mudança de forma gradual”, recomenda a pesquisadora. Estamos em plena estação de monta e para quem está iniciando a atividade recomenda-se realizar uma estação de seis meses – de outubro a março e nos anos seguintes reduzir em 15 dias no final, até atingir a duração ideal, de três meses entre outubro e janeiro. O motivo em iniciar o período nas chuvas é porque nessa época o pasto é abundante e de melhor qualidade, o que é desejável para as vacas que precisam de boa nutrição no período pós-parto e de estabelecimento de nova gestação. Já com os nascimentos ocorrendo no período seco, a vantagem é a baixa incidência de doenças como a pneumonia e o ataque de carrapatos, bernes, vermes e moscas nesse período.
Monta Natural e inseminação artificial são técnicas eficientes
A escolha da estratégia depende do objetivo do produtor. Seguindo com cuidado as etapas da estratégia escolhida ambas podem dar bons resultados. Se o objetivo do produtor é produzir bezerros e não necessariamente a melhoria genética do rebanho a monta natural é uma boa opção, aliás, é a mais utilizada pelos pecuaristas. Já a inseminação artificial é para o produtor que pretende melhorar o padrão genético dos animais. Segundo Alessandra a técnica é eficiente e de custo acessível. Para a inseminação uma das dificuldades é detectar o cio das vacas, porém, hoje há meios de indução e sincronização do cio, técnicas essas que passaram a ser importantes na pecuária de corte, principalmente na criação extensiva.
Alessandra destaca a inseminação artificial em tempo fixo (IATF) como uma técnica eficiente de tratamento hormonal, com ela, segundo a pesquisadora Alessandra, não há necessidade de observar o cio. “Os métodos que promovem a sincronização são seguros e o produtor pode programar a inseminação de vários animais em um único dia”. A pesquisadora diz que esta metodologia é mais onerosa que a monta natural, porém apresenta várias vantagens, como o melhor aproveitamento de mão de obra, concentração de nascimentos em um mesmo período, lotes mais homogêneos, facilidade no diagnóstico de gestação, controle e descarte de vacas, bezerros de melhor potencial, além de indicar que na IATF, esses animais podem ser mais pesados na desmama.
Para Alessandra vale a pena investir na IATF em função dos benefícios que a tecnologia oferece ao rebanho. Além desta outras tecnologias com a finalidade de melhorar a genética do rebanho estão disponíveis como a Transferência de embriões (TE) e a Produção in vitro de embriões (PIV). Hoje o Brasil é o maior produtor mundial de embriões in vitro. Existe a opção de congelar embriões para usar na estação de monta, mas vai depender do objetivo da propriedade sua utilização. “Para a fazenda que trabalha com gado comercial pode não valer a pena investir na PIV, mas para quem produz animais melhoradores, esta é uma boa opção. Com a PIV o produtor pode produzir embriões toda semana chegando a 260 embriões por ano”.
Cuidados com touros e vacas na estação de monta
Primeiro é bom saber que quando se determina a duração de monta, o rebanho fica mais homogêneo por conta da idade semelhante facilitando a engorda e venda dos animais.
A estação de monta deve iniciar no período das chuvas, como já dissemos, porque é quando as vacas estão bem nutridas e o touro tem que ser de boa qualidade, principalmente na monta natural. É bom lembrar que é importante submeter os touros ao exame andrológico. “Touro subférteis comprometem a fertilidade do rebanho ocasionando perdas de produção”, salienta Alessandra, lembrando a importância da realização de um exame completo nos machos visando manter o potencial reprodutivo da categoria. Aliás, a vida reprodutiva de um touro é de dez a doze anos.
Quanto à vaca no período da monta ela deve estar bem nutrida o que pode garantir sua fertilidade. É aconselhável realizar um exame ginecológico antes da estação de monta nesses animais. Uma boa vaca deve produzir um bezerro por ano, o que significa dizer que é necessário que ela esteja prenhe até o 3° mês após o parto. O descarte, segundo a pesquisadora Alessandra, deve ser feito se ela falhar uma ou duas vezes, ou a critério do médico-veterinário que assiste a fazenda. E as vacas de baixa habilidade materna que abandonam o bezerro e as vacas velhas também devem ser descartadas.
Outras informações relacionadas ao tema podem ser conhecidas no site da Embrapa gado de corte www.cnpgc.embrapa.br
Eliana Cezar, jornalista (DRT/15410/SP)
Núcleo de Comunicação Organizacional (NCO)
Embrapa Gado de Corte
Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa)
Campo Grande/MS
Telefone: +55 67 3368-2142 / + 55 67 3368-2150
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