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segunda-feira, outubro 23, 2017

Produtores de Patrocínio (MG) e Domingos Martins (ES) vencem o Cup of Excellence - Brazil 2017


Produtores de Patrocínio (MG) e Domingos Martins (ES) vencem o Cup of Excellence - Brazil 2017

O café produzido por Henrique Leivas Sloper de Araújo, nas Montanhas do Espírito Santo, foi o melhor da categoria "Naturals". Já o café de Gabriel Alves Nunes, cultivado no Cerrado Mineiro, sagrou-se campeão da categoria "Pulped Naturals"


Em cerimônia de anúncio e premiação dos vencedores do Cup of Excellence – Brazil 2017, realizada na noite de domingo, 22 de outubro, no Instituto Federal do Espírito Santo (Ifes), no Campus de Venda Nova do Imigrante (ES), o produtor Henrique Leivas Sloper de Araújo, com o café produzido na Fazenda Camocim, em Domingos Martins, nas Montanhas do Espírito Santo, foi o campeão da categoria "Naturals", com a nota 93,60 pontos. Já o café cultivado por Gabriel Alves Nunes, no Sítio Bom Jardim, em Patrocínio (MG), na Denominação de Origem do Cerrado Mineiro, sagrou-se campeão da categoria "Pulped Naturals" com a pontuação de 92,33 pontos.

O Cup of Excellence – Brazil 2017, realizado pela Associação Brasileira de Cafés Especiais (BSCA) em parceria com a Agência Brasileira de Promoção de Exportações e Investimentos (Apex-Brasil) e a Alliance for Coffee Excellence (ACE), é o principal concurso para cafés especiais do mundo e teve 57 vencedores no total, que obtiveram nota igual ou superior a 86 pontos (escala de zero a 100 pontos) do júri internacional, sendo 32 na categoria "Naturals" e 25 na "Pulped Naturals".

NATURALS
Dos 32 vencedores na categoria dedicada aos cafés colhidos e secos com casca, cinco obtiveram o título de café presidencial, com nota superior a 90 pontos. Além do campeão Henrique Sloper de Araújo, os lotes produzidos por Paulo Henrique Miranda, Fazendas Klem e José Bernardes Santana Junior, na região das Matas de Minas, e por Ismael José de Andrade, na Denominação de Origem do Cerrado Mineiro, completam o seleto grupo. A categoria também teve cinco cafés considerados "National Winners", que foram classificados com notas entre 84,00 e 85,99 pontos.

A região com o maior número de vencedores na categoria "Naturals" foi a Indicação de Procedência da Mantiqueira de Minas, com 13 amostras (35,1% do total). Na sequência, vieram a Denominação de Origem do Cerrado Mineiro, com oito amostras (21,6%); Matas de Minas e a Indicação de Procedência do Sul de Minas, com cinco lotes cada (13,5%); Indicação de Procedência da Alta Mogiana de São Paulo, com três amostras (8,1%); e Chapada de Minas, Média Mogiana de São Paulo e Montanhas do Espírito Santo, com uma amostra cada (2,7%). O resultado completo está disponível no site da BSCA: http://bsca.com.br/assets/CoE-Brazil-2017-ResFinal-NAT.pdf.

PULPED NATURALS
Já na categoria voltada aos cafés cerejas descascados e/ou despolpados, quatro amostras receberam o título de café presidencial, também obtendo nota superior a 90 pontos do júri internacional. Duas são originárias das Matas de Minas, dos produtores Luiz Henrique Macedo Teixeira e Luís Mauro Araújo Miranda, uma da Indicação de Procedência da Mantiqueira de Minas, do cafeicultor Paulo Sergio Noronha Barleta, além do campeão Gabriel Alves Nunes, da Denominação de Origem do Cerrado Mineiro. Houve, ainda, oito "National Winners", com notas entre 84,00 e 85,99 pontos.

No total, a região das Matas de Minas se destacou com 13 amostras (39,4% do total) vencedoras na categoria. Os demais ganhadores são oriundos da Chapada Diamantina, com cinco lotes (15,2%); Indicação de Procedência da Mantiqueira de Minas e Montanhas do Espírito Santo, com três amostras cada (9,1%); Denominação de Origem do Cerrado Mineiro, Média Mogiana de São Paulo, Indicação de Procedência do Norte Pioneiro do Paraná e Sul de Minas, com dois lotes (6,1%); e Chapada de Minas, com uma amostra (3,0%). O resultado completo está disponível no site da BSCA: http://bsca.com.br/assets/CoE-Brazil-2017-ResFinal-PN.pdf.

LEILÃO DOS VENCEDORES
O próximo passo do Cup of Excellence – Brazil 2017 é o disputado leilão, via internet, dos vencedores de cada categoria, que já pagou mais de *R$ 18 mil por saca ao campeão do principal concurso de qualidade para cafés especiais em 2016. Para os vitoriosos na "Pulped Naturals", o leilão dos vencedores ocorrerá no dia 28 de novembro, enquanto para os vencedores da "Naturals" será realizado em 7 de dezembro. Já os "National Winners" de ambas as categorias serão ofertados em leilão entre 26 de novembro e 9 de dezembro.

BRAZIL. THE COFFEE NATION
O Cup of Excellence – Brazil 2017 é ação integrante do projeto setorial "Brazil. The Coffee Nation", que é desenvolvido em parceria por BSCA e Apex-Brasil, e tem como foco a promoção comercial dos cafés especiais brasileiros no mercado externo. O objetivo é reforçar a imagem dos produtos nacionais em todo o mundo e posicionar o Brasil como fornecedor de alta qualidade, com utilização de tecnologia de ponta decorrente de pesquisas realizadas no País. O projeto visa, ainda, a expor os processos exclusivos de certificação e rastreabilidade adotados na produção nacional de cafés especiais, evidenciando sua responsabilidade socioambiental e incorporando vantagem competitiva aos produtos brasileiros.

Iniciado em 2008, a vigência do atual projeto se dá entre maio de 2016 ao mesmo mês de 2018 e os mercados-alvo são: (i) EUA, Canadá, Japão, Coreia do Sul, China/Taiwan, Reino Unido, Alemanha e Austrália para os cafés crus especiais; e (ii) EUA, China, Alemanha e Emirados Árabes Unidos para os produtos da indústria de torrefação e moagem. As empresas que ainda não fazem parte do projeto podem obter mais informações diretamente com a BSCA, através dos telefones (35) 3212-4705 / (35) 3212-6302 ou do e-mail exec@bsca.com.br.

* No leilão dos vencedores da categoria "Pulped Naturals" do Cup of Excellence – Brazil 2016, cada saca do lote campeão, do produtor José Joaquim Oliveira, da Fazenda Santa Bárbara, localizada em Piatã (BA), foi vendido por R$ R$ 18.921,67.

Mais informações para a imprensa
BSCA – Assessoria de Comunicação
Paulo André Colucci Kawasaki
(61) 98114-6632 / ascom@bsca.com.br


EMBRAPA: Calendário de Manejos, uma ferramenta para aumentar a produtividade


Solução tecnológica chega após três anos de pesquisa a campo

Permitir melhor planejamento e acompanhamento das atividades relacionadas a bovinos de corte em uma propriedade rural, esse é o principal objetivo do Calendário de Manejos Reprodutivo, Sanitário e Zootécnico, apresentado pela Embrapa Gado de Corte (Campo Grande-MS) em parceria com a Universidade Brasil (SP). A ferramenta, disponível em planilha editável, é gratuita e chega após três anos de investigação a campo pela equipe formada por Danila Rodrigues Frias, Vanessa Felipe, João Batista Catto, Pedro Paulo Pires, Paula Barbosa Miranda, Luiz Otávio Campos da Silva e Cleber Soares. 

A estação de monta é a referência do planejamento, em um calendário organizado em manejos reprodutivo, sanitário e zootécnico e por categorias animais - maternal, desmama, pós-desmama e sobreano - além de touros e matrizes. A ferramenta também é diferenciada por cores e lotes para facilitar o entendimento e a identificação das atividades para cada categoria dentro de determinado mês. Outro destaque ainda é uma versão feita para impressão.

“O material foi idealizado a partir de um diagnóstico de situação em propriedades rurais produtoras de gado de corte, e adaptado aos manejos usuais das mesmas, de forma a interferir o mínimo possível na rotina e viabilizar a adoção das recomendações técnicas”, explica a médica-veterinária e professora Danila Frias, da Universidade Brasil. “O processo de diagnóstico, desde a história clínica dos animais a interpretação dos resultados dos exames, balizou toda a construção do modelo de calendário apresentado. Foi um instrumento clínico e epidemiológico. Saímos do campo das suposições e dados pulverizados e tivemos como comparar o antes e o depois em diferentes condições de criação”, acrescenta a virologista da Embrapa, Vanessa Felipe. 

Dentro da programação reprodutiva há recomendações para realização de exame andrológico, diagnóstico de gestação, descarte de matrizes, transferência para piquete maternidade, ingestão de colostro, tratamento de umbigo, identificação e pesagem. Na agenda sanitária, Felipe e Frias comentam que há observações sobre os manejos de controle de endo e ectoparasitas, como mosca-dos-chifres e carrapatos; e utilização de vacinas obrigatórias contra brucelose, febre aftosa e raiva, que devem ser realizadas conforme as exigências e as orientações do Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa) para cada Estado ou Região. 

Coleta de dados – O diferencial do trabalho foi mesmo o diagnóstico de situação feito nos rebanhos comerciais e de elite de dez fazendas de pecuária de corte de Mato Grosso do Sul. Entre matrizes, touros e bezerros, contabilizaram-se ao redor de 5.100 mil animais. Após a análise dos dados preliminares montou-se a primeira versão do calendário, que foi aplicado a campo e ajustado, inclusive, com sugestões dos técnicos das propriedades. 

O resultado final veio após um ano de aplicação da ferramenta. Para isso, Frias aplicou questionários junto aos responsáveis e proprietários dos estabelecimentos rurais participantes do projeto e levantou dados como índice de prenhez, taxa de abortos, fundo de maternidade e doenças recorrentes; seguido pela coleta  de amostras de sangue, fezes e esmegma. A equipe focou nas principais causas que impactam negativamente em todo processo produtivo da cadeia, não somente em doenças reprodutivas. Além disso, a saúde pública, a qualidade do produto final e o impacto ao meio ambiente também estavam no contexto. 

Antes da aplicação do Calendário de Manejos, as taxas médias nas fazendas eram de 70% de prenhez, 15% de fundo de maternidade e 10% de abortos. “Com um ano de adoção, detectamos que houve um aumento, em média, de 5% na taxa de prenhez e uma redução em 50% de fundo de maternidade e taxa de abortos”, afirma Frias. As suspeitas clínicas confirmaram-se nos resultados dos exames laboratoriais. 

Entre os achados, as veterinárias puderam romper com a falsa impressão daqueles que acreditam que rebanhos de seleção não têm problemas sanitários relevantes por seu valor genético e tratamento diferenciado. Entretanto, “as doenças infecciosas não fazem distinção entre animal comercial e de elite. É uma quebra de paradigmas”. Elas enfatizam que “com o devido acompanhamento técnico é mais econômico adotar práticas preventivas como as recomendadas no Calendário de Manejos, do que custear tratamentos curativos”. 

A pesquisa ainda é parte da formação em pós-doutorado de Frias, concluído em 2016, à época bolsista do Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq) na Embrapa Gado de Corte e da Fundação de Apoio ao Desenvolvimento do Ensino, Ciência e Tecnologia do Estado de Mato Grosso do Sul (Fundect), sob orientação do melhorista Luiz Otávio Campos da Silva. Hoje, ela é professora na Universidade Brasil, no Campus de Fernandópolis (SP). 

Redação e foto: Dalízia Aguiar (MTb 28/03/14/MS), jornalista Embrapa

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