Embrapa discute características e tratamento para algumas das principais enfermidades
No Pantanal do Brasil, a equideocultura é tão importante quanto a criação de bovinos – nas grandes propriedades pecuárias do bioma, muitas vezes só é possível transitar e fazer o manejo do gado com o apoio das tropas de cavalos. Por isso, a pesquisadora Márcia Furlan, da Embrapa Pantanal, conversou com produtores, estudantes, técnicos e representantes do setor produtivo de MT sobre as principais doenças que podem prejudicar os animais e as formas de combater essas enfermidades.
As palestras foram realizadas durante uma visita da chefia e da equipe da unidade de pesquisa ao estado organizada com o apoio da Federação da Agricultura e Pecuária do Estado de Mato Grosso (Famato) e Serviço Nacional de Aprendizagem Rural do Estado de Mato Grosso (SENAR/MT). “Buscamos levar informações importantes e práticas ao produtor, abordando tratamentos e possíveis soluções que podem ser usadas no dia a dia da fazenda”, afirma Furlan.
Conheça algumas das doenças abordadas pela equipe da Embrapa Pantanal:
Cara inchada
De acordo com a pesquisadora, a osteodistrofia fibrosa – mais conhecida como cara inchada – é causada por uma deficiência de cálcio ou consumo excessivo de fósforo. “Ela pode ocorrer pela não ingestão da substância, pelo desequilíbrio da proporção cálcio-fósforo no organismo do animal ou, ainda, pela ingestão de quelantes (substâncias que se ligam a outras e ajudam a eliminá-las do organismo) ”. Os animais enfermos têm sua densidade óssea diminuída, o que pode levar a distúrbios locomotores, perda dos dentes, dificuldade de alimentação e debilidade.
Para Furlan, o principal fator que influencia o surgimento da doença é a alimentação inadequada dos equídeos e o tipo de pasto disponibilizado a eles. Ela recomenda evitar que os animais se alimentem exclusivamente de pastagens como a Brachiaria ou espécies como Kazungula, Colonião e Transvala, ricas em oxalato (uma substância que se liga ao cálcio e impede sua absorção). “Algumas gramíneas têm fósforo. Para manter o equilíbrio entre essa substância e o cálcio, o organismo tira cálcio dos ossos e o libera na corrente sanguínea, causando a doença”.
Trabalhar com suplementação mineral e não fornecer alimentos ricos em fósforo – como milho e farelo de trigo – podem ajudar no combate da osteodistrofia fibrosa. Saiba mais na publicação da Embrapa “Cara inchada" em cavalos no Pantanal - como resolver o problema?”:
Pitiose equina
A pitiose, conhecida também como “ferida da moda”, é causada por um fungo que se desenvolve em plantas aquáticas de regiões com clima tropical, subtropical ou temperado. Animais que pastejam em áreas alagadas, como beira de lagoas e baías, podem desenvolver feridas expostas na pele e tecidos subcutâneos. Ambientes quentes e úmidos como o Pantanal favorecem o desenvolvimento do fungo. “A pitiose é crônica, um problema de endemia baixa, mas que está sempre ocorrendo e gerando dúvidas”, diz a pesquisadora.
Como alternativa para o tratamento, a Embrapa Pantanal desenvolveu, em parceria com a Universidade Federal de Santa Maria, o imunoterápico Pitium-Vac. Ele diminui e cicatriza as feridas provocadas pelo fungo em 85% dos animais com pitiose clínica, segundo levantamentos das instituições. Em um estudo realizado pela Embrapa na sub-região da Nhecolândia (MS), 19 animais infectados receberam aplicações do imunoterápico. 63% daqueles que tinham lesões recentes foram curados; dos que tinham lesões antigas, esse valor chegou a 83%.
O Pitium-Vac pode ser adquirido no endereço http://pitiose.com. br/loja-virtual/pitium-vac/ .
Outras informações sobre a pitiose equina podem ser lidas através do link http://www.infoteca. cnptia.embrapa.br/handle/doc/ 325279 .
Anemia infecciosa equina – AIE
Causada por um vírus semelhante ao da AIDS, a anemia infecciosa equina é transmitida pelo contato com o sangue infectado e não tem cura. “Sua solução é, na verdade, uma prevenção. Não há como ´resolver´ a AIE. Só podemos impedir que o animal seja contaminado”, diz Furlan. A doença prejudica fortemente o desempenho físico dos equídeos, fazendo com que eles suportem menos trabalho no campo e fiquem suscetíveis a ataques cardíacos ou outras falhas que possam levar à morte prematura.
A pesquisadora ressalta que a mutuca, uma mosca que se alimenta do sangue dos animais, tem um papel muito pequeno na transmissão da enfermidade. O maior fator que contribui para disseminar a doença é o manejo inadequado feito pelo ser humano. “Por isso, é muito importante impedir que os equídeos entrem em contato com o sangue uns dos outros. Enfatizamos o uso da agulha e seringa descartáveis, assim como o descarte correto desse material. Também recomendamos o uso de esporas grossas e rombas (que não ferem e acumulam sangue como as finas ou pontudas) e evitar o compartilhamento de tralhas. Se isso for necessário, é preciso lavá-las com água, sabão e secá-las no sol quente após o uso”, diz.
Saiba mais sobre a AIE no link abaixo:
Nicoli Dichoff (Mtb 3252/SC)
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Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa)
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