PROGRAMA ACESSO A MERCADOS — O ministro da Agricultura, Pecuária e Abastecimento, Blairo Maggi, vem debatendo com o setor agropecuário um projeto piloto de promoção do agronegócio brasileiro no exterior para atrair investidores. Denominado Programa Acesso a Mercados (PAM-AGRO), a iniciativa nasceu da parceria entre a Apex-Brasil e o Mapa e conta com a participação do Ministério das Relações Exteriores e da Câmara de Comércio Exterior (Camex). O objetivo é finalizar o debate junto ao setor privado e fazer o anúncio em outubro de 2016.
Visando à captação de novos negócios para o País e à promoção comercial dos produtos do agronegócio nacional, o Programa visa a unir o Governo e as entidades agrícolas brasileiras com foco em: (i) adentrar a novos mercados, (ii) melhorar a imagem do agronegócio nacional no exterior e (iii) promoção comercial. Atualmente, o Brasil participa com 7% do mercado mundial de grãos, fibras e commodities e a proposta do projeto é ampliar essa fatia para 10% nos próximos cinco anos.
O CNC enaltece a ação empreendedora do Governo junto ao setor privado e entende que ambos necessitam caminhar lado a lado na conquista de novos mercados a na consolidação dos atuais parceiros internacionais. Assim, colocamo-nos à disposição para contribuir no sentido de evidenciar ao mundo que o agronegócio brasileiro é extremamente sustentável, sendo conduzido sob as mais rígidas leis ambiental e trabalhista. Ao unirmos esforços, certamente conseguiremos transmitir essa realidade aos atuais e futuros parceiros internacionais, possibilitando que seja alcançado o objetivo de o País responder por 10% do mercado global de grãos, fibras e commodities até 2021.
RENOVAÇÃO DO PARQUE CAFEEIRO — Na terça-feira, 26, o CNC manifestou apoio à elaboração de proposta, por parte da Embrapa Café, para a criação de uma linha de financiamento voltada à renovação gradativa do cinturão cafeeiro nacional, com recursos do Fundo de Defesa da Economia Cafeeira (Funcafé), conforme matéria discutida na 25ª reunião do Comitê Diretor de Pesquisa e Desenvolvimento do Café (CDPD/Café).
Ao tempo em que o Conselho Nacional do Café recorda que essa é uma antiga reivindicação do setor produtivo, solicitada pelo próprio CNC junto ao Conselho Deliberativo da Política do Café (CDPC) em ocasiões anteriores, também defende que a medida seja adotada de maneira paulatina, em pequenas escalas a cada ano, para que não haja impacto no mercado de preços e fornecimento, bem como se evite uma virtual descapitalização do Funcafé, a qual possa comprometer as demais linhas de financiamento. Agora a matéria será debatida na próxima reunião do Comitê Diretor de Planejamento Estratégico do Agronegócio Café (CDPE/Café) para ter suas definições e seu encaminhamento para aprovação no CDPC.
GEORREFERENCIAMENTO — Há anos, o Brasil e o mundo cafeeiro se veem reféns das especulações mercadológicas, as quais emergem conforme o interesse de grandes players, normalmente com o intuito de pressionar as cotações para que adquiram o produto a preços aquém do que os fatores fundamentais sinalizam. Um dos motivos para isso, em solo brasileiro, é o descrédito que agentes internacionais possuem frente a nossos dados oficiais, por mais que a Conab seja o órgão com melhores condições para acompanhar,
in loco, o desenvolvimento das safras brasileiras de café.
O CNC, ciente desse cenário e com o intuito de mitigar os impactos dessa especulação, ainda na década de 90, quando Alberto Duque Portugal presidia a Embrapa (1995 a 2002), solicitou a implantação do georreferenciamento no parque cafeeiro nacional, de maneira que tivéssemos ciência sobre quantos somos, onde estamos e o quanto produzimos de fato. Entretanto, deparamo-nos com muita divergência sobre como realizar esse mapeamento da cafeicultura nacional e os projetos não saíram do papel.
Diante da paralisia relacionada à matéria, o Conselho Nacional do Café iniciou negociações junto ao Governo Federal e aos demais elos da cadeia produtiva e os trabalhos vêm percorrendo um caminho promissor no sentido de que possamos, enfim, chegar ao processamento dos dados georreferenciados da cafeicultura brasileira.
O passo mais recente foi dado em São Paulo, ontem, em reunião para a definição de conteúdo para um termo de referência para a licitação de um projeto de mapeamento do parque cafeeiro nacional, a ser custeado com recursos do Funcafé. O encontro contou com especialistas da área de geoprocessamento e com representantes da cadeia produtiva do café, que possuem assento no Comitê Diretor de Pesquisa e Desenvolvimento do CDPC.
Como representantes da produção, entendemos que essa é uma atitude necessária e que trará vantagens ao agronegócio café do País como um todo, haja vista que as especulações a respeito dos números relacionados às safras brasileiras tendem a desaparecer ou a enfraquecer muito. Dessa forma, o CNC crê que, após vários anos de trabalho, conseguiremos trazer mais transparência ao mercado, aproximando os agentes à realidade da nossa cafeicultura, realidade a qual sempre foi um fator adotado pelo Conselho em nossa conduta institucional.
MERCADO — O mercado internacional do café andou de lado esta semana, respeitando os níveis de resistência nas bolsas. Na ICE Futures US, o vencimento setembro do Contrato C foi cotado, na quinta-feira, a US$ 1,4215 por libra-peso, com leve alta de 25 pontos em relação ao fechamento da semana passada. O vencimento setembro do contrato futuro do robusta, negociado na ICE Futures Europe, encerrou o pregão de ontem a US$ 1.813 por tonelada, US$ 25 acima da cotação da última sexta-feira.
Em Nova York, as cotações tiveram pouca volatilidade devido ao pouco interesse de venda de origens e à pouca força técnica do mercado para trabalhar abaixo de US$ 1,40 ou acima de US$ 1,50. Segundo analistas, com a aproximação do verão no Hemisfério Norte, os compradores devem se retirar do mercado em agosto, assim, os desempenhos do dólar e do real passam a ser vistos como decisivos para dar uma sinalização a respeito do próximo movimento nas bolsas. Na semana, a divisa norte-americana registrou alta 1,18%, encerrando a quinta-feira a R$ 3,2965.
Outro ponto que vem sendo observado como provável orientador dos preços é o clima no Brasil. De acordo com a Somar Meteorologia, o tempo permanecerá seco no País, favorecendo o andamento da colheita. Uma frente fria avança pelo oceano, afastado da costa de São Paulo, mas não chega a mudar o tempo de forma significativa em áreas cafeeiras.
Por outro lado, a Somar informa que essa frente fria ocasionará ventos que trarão ar mais frio para a Região Sudeste, fato que volta a provocar noites mais frias. Na zona da Mata e no leste de Minas Gerais, na Zona da Mata do Espírito Santo e na Bahia há possibilidade de chuviscos em função de ventos mais úmidos vindos do mar. Mas, nos primeiros cinco dias de agosto, a tendência é que o tempo permaneça seco, com temperaturas baixas ao amanhecer, porém sem risco de geadas.
No mercado físico, os preços do café arábica subiram na semana, acompanhando a valorização externa e em função da oferta reduzida. Segundo o Centro de Estudos Avançados em Economia Aplicada (Cepea), os cafeicultores seguem focados na entrega de lotes contratados anteriormente, aguardando maiores aumentos para negociar no spot. O indicador calculado pelo Cepea para a variedade foi cotado, ontem, a R$ 489,49/saca, com alta de 0,83% em relação ao fechamento da semana anterior.
Para o robusta, as negociações também seguiram limitadas e o cenário manteve-se positivo em função da restrição de oferta, que reflete o cenário de estiagem vivido pelos cafezais no Espírito Santo. O indicador do Cepea para a variedade conilon registrou avanço de 1,33% na comparação com a semana antecedente, cotado a R$ 420,46/saca, novo patamar recorde da série histórica.
Atenciosamente,
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