Por Rodrigo Constantino
O Brasil acorda nesta quinta praticamente livre de Dilma e do PT. Restam, agora, processos burocráticos, mas mesmo com todas as artimanhas do partido, dificilmente seu destino será alterado. Após longos e infindáveis treze anos, a era lulopetista chegará ao fim, para alívio de milhões de brasileiros. O que isso significa?
Em uma resposta sintética: que não seremos a próxima Venezuela. Não é pouca coisa. Flertamos com tal modelo socialista. Mas nossas instituições resistiram. Nossa democracia sai fortalecida. Nossa imprensa permaneceu livre. A despeito de todo o aparelhamento da máquina estatal pelo PT, o fato é que nossa República se mostrou maior.
Essa conquista já é motivo de sobra para celebrar. Representa um grande alívio imediato. O projeto golpista de poder do Partido dos Trabalhadores fracassou. Alguns falavam do processo traumático que é um impeachment, ignorando que bem mais traumático era continuar naquela trajetória, que vinha dilapidando nossas instituições, além de nossa economia.
O que nos remete ao segundo ponto importante: com a saída do PT, o Brasil volta a ter uma chance de pensar no futuro. Éramos um trem descarrilhado, e temos a oportunidade de regressar aos trilhos agora. Não será fácil. O legado deixado pelo governo petista é terrível, uma verdadeira herança maldita. As contas públicas em frangalhos, o desemprego acima de 11 milhões, inflação elevada: um país falido.
Mas temos potenciais, e é possível reverter o quadro assustador. Levará tempo, não será sem sofrimento, mas é viável. Michel Temer precisa ter a exata consciência de seu papel histórico, deixar vaidades de lado, não se importar muito com sua popularidade, para assim fazer aquilo que precisa ser feito: reformas “impopulares” que reduzam o escopo do estado. Tem que cortar na carne.
Ninguém espera um governo maravilhoso, mas só de estancar a sangria já poderá ser uma fase de transição importante, que resgate a fé no amanhã e a credibilidade dos investidores. Para tanto, Temer terá de desafiar o modelo fisiológico puro e simples, que o PT não inventou, mas escancarou de vez. É hora de todos pensarem no Brasil, pois se a galinha dos ovos de ouro morrer, ninguém se beneficia.
Um dos maiores obstáculos, porém, será o próprio PT na oposição. Não satisfeitos de terem destruído o país, os petistas fazem de tudo para atrapalhar a recuperação. Incendiaram a casa e tentam, agora, obstruir o acesso dos bombeiros aos cômodos em chamas. É atitude de mau perdedor, deselegante, antirrepublicana, de quem tem espírito de porco. Mas já vimos que o PT é capaz de fazer o “diabo” para permanecer no poder.
O desrespeito às instituições tem sido total, os milicianos do partido tem “tocado o terror” por aí, queimando pneus, fechando ruas, invadindo propriedades, intimidando e cuspindo. Mas não vão levar no grito, e podem espernear à vontade: o avanço institucional de nossa Grande Sociedade Aberta continuará. O Brasil tem pressa.
Ficamos reféns das chantagens petistas por tempo demais. Temos muito trabalho pela frente. O povo sofre com a violência, o desemprego, a inflação, a péssima qualidade do ensino público, o sistema de saúde precário, o transporte caótico etc. Essa é a real pauta da população, não aquelas inventadas pelos oportunistas, que tentam jogar uns contra os outros, dividir para conquistar.
Queremos um Brasil unido em torno desses objetivos. Chega da “marcha dos oprimidos”. Chega de populismo. É hora de arregaçar as mangas e iniciar os trabalhos por um país melhor – para todos.
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