O golpe do PT contra as investigações do petrolão fica claro nas palavras de Julio Marcelo de Oliveira, procurador do Ministério Público junto ao Tribunal de Contas da União:
“Não é que os acordos de leniência possam atrapalhar a Operação Lava Jato. Eles já atrapalharam, porque a sua simples perspectiva fez com que empreiteiros deixassem de fazer acordos de delação premiada.”
O motivo é óbvio: quem vai entregar todos os comparsas se pode se beneficiar por muito menos? A Controladoria-Geral da União (CGU), entidade que formaliza os acordos em nome do governo federal e à margem da Justiça, está empenhada em acobertar os crimes do PT.
O pretexto é o de sempre: evitar a quebra das empresas em nome do combate ao desemprego.
“Já existem mais de 30 mil pessoas demitidas dentro dessa realidade”, alegou o advogado-geral da União e comparsa do PT, Luis Inácio Adams, na audiência pública desta quarta-feira na Comissão de Fiscalização Financeira e Controle da Câmara.
Oliveira rebateu:
“Temos que comparar o custo de punir com o custo de não punir. Quanto custa ao país manter um mercado de obras públicas contaminado por corrupção? O custo de não punir é mais alto do que o custo de punir as empresas contaminadas.”
Não para o PT, claro, que quer permanece impune.
“Leniência ampla e geral não existe em lugar nenhum do mundo. O que se faz é um acordo limitado com a primeira empresa disposta a entregar as outras”, completou o procurador.
Oliveira disse ainda que a CGU não tem como saber se as informações prestadas pela empresa beneficiada são novas ou não, já que a maior parte das investigações feitas pela Polícia Federal e pelo Ministério Público é sigilosa.
Em outras palavras: a CGU é hoje um órgão intrometido que, graças aos esforços de Adams, chegou para atrapalhar a Lava Jato.
Sim: o PT mandou o Brasil tomar na CGU.
Felipe Moura Brasil