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sexta-feira, abril 10, 2015

Petrolão: prisão do ex-petista André Vargas recoloca Gleisi Hoffmann no cerne da Lava-Jato




Fazendo figa – Para a senadora Gleisi Hoffmann(PT), esta sexta-feira (10) está com sabor de “13”. A senadora paranaense voltou ao centro do Petrolão, o maior escândalo de corrupção da história, pois a Polícia Federal prendeu o ex-deputado federal André Vargas (ex-PT), seu ex-coordenador de campanha. A prisão se deu em nova fase da Operação Lava-Jato, batizada de “A Origem”. A associação de André Vargas com o casal Gleisi e Paulo Bernardo (ex-ministro das Comunicações) é antiga e profunda. Vargas e Bernardo já foram processados juntos pela prática de caixa dois na década de 90. A ideia de que o ex-deputado possa decidir fazer uma delação premiada é o pior pesadelo de Gleisi.

André Vargas foi preso junto com o irmão, Leon Vargas, e o componente familiar tende a aumentar a disposição do ex-petista de aderir à delação premiada. Outro elemento que agrava a disposição de Vargas em contar o que sabe é o notório ressentimento e mágoa que sente pela forma como foi tratado por Gleisi e pelo PT quando foi descoberta sua ligação com o doleiro Alberto Youssef. André Vargas foi obrigado a se desfiliar do PT e não teve quem o defendesse quando seu mandato foi cassado. O ex-deputado costuma lembrar, com doses de amargura, que Gleisi, a quem sempre se dedicou na coordenação de campanhas, simulou ter uma relação muito distante com ele quando caiu em desgraça.

Uma situação muito diferente, recorda, daquela vivida pelo pedófilo Eduardo Gaievski, que Gleisi levou a Brasília para comandar as políticas do governo federal voltadas a crianças e adolescentes, quando era ministra-chefe da Casa Civil. Por interferência direta de Gleisi, o pedófilo Gaievski, o “Monstro da Casa Civil”, continua regularmente filiado ao PT, apesar de já ter sido condenado a mais de 60 anos de prisão por estupros de menores e vulneráveis.

O motivo imediato da prisão de André Vargas e de seu irmão se deve a operações ilícitas envolvendo agências de publicidade. De acordo com despacho do juiz federal Sergio Fernando Moro, há indícios de que a agência Borghi/Loewe, “que administra as contas de publicidade de entidades públicas federais, como a Caixa Econômica Federal, solicitava às empresas subcontratadas que realizassem pagamentos vultosos, sem contrapartida de serviços, às contas das empresas LSI e Limiar controladas pelo então deputado federal André Vargas e seus irmãos”.

Uma prévia do que André Vargas pode falar sobre Gleisi e Paulo Bernardo em eventual delação premiada foi dada a revista Veja pelo próprio ex-presidente da Câmara dos Deputados. Ele fala de ligações heterodoxas do casal com agências de publicidade e empresas fornecedoras da Petrobras.

“Vargas insinuou que [Paulo] Bernardo é beneficiário do propinoduto que opera na Petrobras. O ministro, segundo o deputado, seria o intermediário de contratos entre o grupo Schahin, recorrente em escândalos petistas, e a petroleira. Bernardo teria recebido uma corretagem por isso, recolhida e repassada pelo “Beto”. É assim, com intimidade de sócio e amigo, que Vargas trata o doleiro Alberto Youssef, preso pela Polícia Federal sob a acusação de chefiar um esquema de lavagem de dinheiro que teria chegado a 10 bilhões de reais. Parte desse valor, como se revelou nas últimas semanas, são as propinas de negociatas na Petrobras. As insinuações vão além. A senadora Gleisi e seu marido não gostariam ainda de ver expostas as suas relações com a Agência Heads Propaganda do Paraná. Seria, na expressão atribuída a Vargas, um “esquema deles””, diz a Veja.

A prisão do publicitário Ricardo Hoffmann, da Borghi/Loewe na nova leva de prisões da Lava Jato é outro motivo para Gleisi perder o sono. O publicitário, segundo reportagem da revista Exame, de 2009, era ativo participante da lucrativa “República do Paraná”, que incluía André Vargas e Gleisi:

“A diretoria da Caixa Econômica Federal vive dias de tensão. Circula entre diretores do banco um dossiê atribuindo a um grupo conhecido internamente como “República do Paraná” o controle (e o mau uso) das verbas de publicidade da instituição. A tal república seria formada pelos petistas André Vargas, que é deputado federal, e Nedson Micheleti, ex-prefeito de Londrina e funcionário de carreira da Caixa. Ambos são ligados ao ministro Paulo Bernardo, que também é petista e paranaense. Vargas, inclusive, foi coordenador da campanha de Gleisi Hoffmann, mulher de Bernardo, ao governo do Paraná. O documento afirma que o grupo tem uma ligação especial com o publicitário Ricardo Hoffmann, chefe do escritório brasiliense da BorghiErh/Lowe, uma das três agências que ganharam, no ano passado, a conta de publicidade da Caixa, um contrato de 260 milhões de reais. É a BorghiErh/Lowe que faz, por exemplo, as campanhas das loterias, que só neste ano já consumiram 40 milhões de reais. Ricardo Hoffmann é gaúcho, mas atuou por muitos anos no Paraná, onde trabalhou na campanha de Roberto Requião a governador, em 1982”.

Fonte: Ucho.Info

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