Forças Armadas de Brasil, Bolívia, Cuba e Venezuela podem se opor à ação norte-americana contra Nicolás Maduro?
Por Robson A.D.Silva – Revista Sociedade Militar
Mais um estardalhaço e showzinho típico de líderes esquerdistas e populistas. Em sua cabeça oca devem achar que uma empreitada desse tipo fortaleceria uma espécie de sentimento patriótico sul americano.
Morales disse ontem a noite que já pediu a seu chanceler que consulte a UNASUL para declarar estado de emergência frente a agressão de Barack Obama. Veja abaixo a nota de Ministério de Comunicação da Bolívia.
Nesta segunda-feira, o presidente Barack Obama assinou uma ordem executiva declarando a Venezuela uma ameaça à segurança nacional, impondo sanções a cidadãos do país e manifestando preocupação com o tratamento dispensado a opositores. Entre eles, estão figuras-chave das Forças Armadas, a polícia, o serviço central de inteligência e a promotora que incriminou os opositores Maria Corina Machado e Antonio Ledezma.
Em nenhum momento o presidente Obama falou em invadir a Venezuela ou intervir de alguma forma. Mas, a decisão já causou reações nos espalhafatosos líderes sul americanos. Ontem o chanceler equatoriano, Ricardo Patíno, disse, supostamente em nome dos membros da Unasul, que a Venezuela seria defendida a qualquer custo.
“— Não vamos permitir intervenção estrangeira. Não vamos permitir golpes de Estado.”
Ainda no mês passado o governo dos EUA recebeu vários militares venezuelanos, entre eles está o general Rivero e vários ex-seguranças do primeiro escalão do governo. Um deles foi segurança particular de Hugo Chaves. Entre as informações passadas por eles estariam várias provas de que membros do governo de Nicolás Maduro fazem parte de um esquema para contrabando de drogas com o uso da máquina estatal venezuelana (Veja aqui).
O general Rivero disse na ONU que: “Cuba tiene a 20.000 hombres listos para el combate en Venezuela”
Rivero passou a ser perseguido por Maduro depois que apresentou ao Ministério Público , fotos, gravações e vídeos nos quais se vê o General Cubano Leonardo Ramón Andollo Valdés supervisionando operações militares na Venezuela
As declarações dos militares que fugiram para os EUA irritaram bastante Nicolás Maduro e forneceram informações importantes para Washington.
Maduro mais uma vez disse que os EUA, em conluio com políticos na Venezuela e venezuelanos residentes nos Estados Unidos, querem “desestabilizar” seu país e que estes preparam um golpe de estado contra seu governo. Ele pediu a Obama que lhe entregue os “conspiradores”.
“Se o senhor quer realmente fazer um gesto positivo com a América Latina e o Caribe antes da Cúpula (das Américas), no Panamá, me entregue os golpistas que estão nos EUA“, exigiu Maduro ao presidente americano.
Há poucos dias O secretário-geral da Unasul, Ernesto Samper, disse, depois de se encontrar com o presidente Nicolás Maduro, que a entidade não aceitará ações desestabilizadoras da democracia.
Observem que Samper usa o mesmo linguajar de Maduro quando se refere aos EUA. “ações desestabilizadoras da democracia”. Sabemos que a na Venezuela atualmente não existe democracia.
Ainda ontem (09/03), o presidente da Assembléia Nacional Venezuelana, Diosdado Cabello, citado pelos militares asilados nos EUA, como líder de um cartel de tráfico de drogas, afirmou que os Estados Unidos pretendem atacar militarmente a Venezuela.
Cabello também deu sinais de que daqui pra frente a escassez de alimentos e outros itens de necessidade básica, que vem aumentando ao longo dos últimos meses, deverá ser atribuída à interferência norte-americana.
“— Rechaçamos as intenções do imperialismo americano, e o que vem pela frente são ataques militares contra nosso território. Essas resoluções são usadas pelo imperialismo cada vez que um povo está prestes a ser atacado. Que armas temos para ameaçar os Estados Unidos? A dignidade. Esse é o sentimento das cúpulas imperiais que querem colocar suas garras sobre nosso país, e principalmente sobre nisso petróleo — afirmou Cabello, destacando que os Estados Unidos não têm envergadura moral para alegar que na Venezuela os direitos humanos são violados. — A maior potência do planeta afirma que nós, um país pequenino, somos uma ameaça a eles.”
Na verdade em nenhum momento os EUA falaram em invadir a Venezuela.
“Autoridades venezuelanas do passado e do presente que violam os direitos humanos de cidadãos venezuelanos e se envolvem em atos de corrupção não são bem-vindos aqui, e agora nós temos as ferramentas para bloquear seus bens e seu uso dos sistemas financeiros dos EUA“. Foi o que disse o porta-voz da Casa Branca.
O governo chinês, que mantém um amplo comércio com a Venezuela, também se manifestou ontem. A mensagem veiculada foi que tem o desejo que:
“Venezuela e Washington alcancem um entendimento amistoso. Isso é algo que interessa a todos os países e povos e seria benéfico para a paz e estabilidade da América Latina.”
Não somos conspiracionistas e nem alarmistas. Aqui não inventamos nada. Contudo, sabe-se que está em estagio avançado de planejamento a criação da Escola Sul-Americana de Defesa. O que, para alguns, seria um dos primeiros passos para a criação de uma força armada comum aos países membros da UNASUL. O estabelecimento da “cidadania sul-americana” também fortaleceria esse plano. Contudo, essa ideia comunista de aos poucos destruir o sentimento de patriotismo, de vínculo com o Brasil, tornando-nos cidadãos da América do Sul, é rejeitada por grande parte dos brasileiros, e entre estes destacamos os membros das forças armadas.
Os militares brasileiros, oficiais e praças, ao contrário de seus congêneres venezuelanos, bolivianos etc. Ainda que se mantenham disciplinados e já coexistam com governos de esquerda a pelo menos doze anos, não se curvaram à doutrinação esquerdista. E isso, e quase só isso, tem sido sim o grande obstáculo a implementação de ações que já estão em curso em vários países ao nosso redor.
Aos ouvidos de muitos brasileiros, a UNASUL e seus planos de acabar com fronteiras e vínculos nacionais soa como iminente criação de uma espécie de nova URSS. Sigla que, aliás, lhe serviria muito bem, já que abrevia perfeitamente União das Repúblicas Socialistas do Sul.
Ainda que frequentemente nossas escolas e centros de instrução recebam militares estrangeiros, incluindo aí os venezuelanos, não há, pelo menos por enquanto, nenhuma possibilidade concreta de que as forças armadas brasileiras possam combater ao lado de venezuelanos para reprimir a “invasão” norte-americana, que só existe na confusa mente de Nicolás Maduro e outros líderes dessa grande quadrilha populista.
Robson A.D.Silva – Cientista Social. Em Revista Sociedade Militar.
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