A presidente Dilma Rousseff convidou nesta sexta-feira (27) o ex-tesoureiro de sua campanha à reeleição, o petista Edinho Silva, para ser o ministro-chefe da Secretaria de Comunicação Social da Presidência da República. Edinho se reuniu com Dilma na manhã desta sexta no Palácio do Planalto, onde aceitou o convite. A posse está marcada para a terça (31), às 11h. Ele substitui o jornalista Thomas Traumann, que pediu demissão na última quarta (25) após a repercussão do vazamento de texto interno da secretaria com críticas à comunicação do governo e ao PT.
Ex-deputado estadual pelo PT em São Paulo, Edinho atualmente estava dando aulas em uma faculdade particular. No início do ano, chegou a ser cotado para presidir a Autoridade Pública Olímpica (APO), estatal responsável pela organização da Olimpíada no Rio em 2016. Segundo interlocutores, Edinho recusou o cargo por receio de que, com a crise entre o governo e o Legislativo, seu nome não fosse aprovado.
Durante a reforma ministerial, a presidente também chegou a cotá-lo para o Ministério do Esporte, mas precisou da vaga para acomodar o PRB. Nesta semana, emissários do governo ofereceram ao petista o controle de órgão responsável por fiscalizar a efetivação da MP do Futebol, mas Edinho recusou novamente, argumentando que preferia se dedicar a dar aulas. Como o comando da Secom é um cargo mais político, ele enfim aceitou o convite de Dilma para compor o governo.
VERBA PUBLICITÁRIA
Edinho será responsável por controlar diretamente uma verba publicitária próxima a R$ 200 milhões ao ano. Como a Folhamostrou na quinta (26), Dilma pretende manter os gastos com órgãos de mídia sob a guarda da secretaria, que tem status de ministério e também cuida da relação do governo com a imprensa e de sua comunicação interna e externa.
Com a saída de Traumann, o PT se mobilizou pela indicação de um nome mais próximo ao partido porque defende que os veículos ideologicamente identificados com a legenda recebam mais recursos da publicidade federal, em detrimento dos órgãos tradicionais de imprensa. A indicação de um político para a Secom tinha o aval do ministro Aloizio Mercadante (Casa Civil).
Em 11 de março, Edinho publicou uma carta aberta ao PT em que admite erros do partido e afirma que nunca os petistas estiveram "tão paralisados" diante de um cenário adverso. Ele disse no texto que "não há novidades" na insatisfação e nas manifestações contra a presidente e o governo.
"Achávamos que a elite brasileira, insuflada por uma retomada das mobilizações da direita no continente, iria ficar assistindo nós nos sucedermos na presidência da República, consolidando o nosso projeto? (...) Achávamos que aqueles que hoje nos acusam, que também são os mesmos que armam trincheiras contra as reformas estruturais, seriam benevolentes conosco? Repito, qual a novidade?"
Fonte: Blog do Coronel
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