A presidente da Petrobras, Graça Foster, e cinco diretores da companhia renunciaram ao cargo e novos executivos serão eleitos em reunião do Conselho de Administração que será realizada na sexta-feira. As renúncias foram comunicadas pela própria estatal nesta quarta em um ofício ao mercado.
A saída da diretoria acontece em meio às investigações de um escândalo bilionário de corrupção e a dificuldade da atual gestão da companhia para quantificar os prejuízos com fraudes em contratos de obras durante anos.
Ações – As ações da Petrobras voltavam a disparar nesta quarta-feira reagindo à renúncia de Graça. Na terça, rumores sobre a saída da agora ex-presidente da estatal levaram os papéis da Petrobras à maior alta em 16 anos.
Às 11h desta quarta, os papéis preferenciais da companhia subiam 6%, enquanto as ações ordinárias avançavam 6,33%. No mesmo instante, o Ibovespa tinha valorização de 0,51%.
“Qualquer mudança na companhia tem viés benéfico, pois mostra que o governo está empenhado em fazer de tudo para que ela não perca o grau de investimento”, disse o gerente de renda variável da Fator Corretora, Frederico Ferreira Lukaisus, logo após a notícia.
Em relatório a clientes, antes do anúncio, comentando os rumores sobre a iminente saída de Graça Foster, o analista Frank McGann, do Bank of America Merrill Lynch, ponderou que encontrar substitutos não será fácil. Para McGann, será fundamental a nova diretoria combinar força técnica e um maior nível de independência do que o visto nos últimos anos.
Substituto – O governo busca um executivo para comandar a estatal que preferencialmente seja ligado ao setor de petróleo, afirmou à Reuters na terça-feira uma fonte do governo. O objetivo é ter uma nova diretoria composta por nomes do mercado e também da empresa, disse a fonte.
A presidente Dilma Rousseff procura definir ainda em fevereiro o nome para comandar a estatal, após ter aceito a demissão de Graça Foster em uma reunião em Brasília na terça-feira, afirmou a fonte.
A próxima diretoria terá a missão de apresentar o balanço do quarto trimestre auditado até o fim de abril, já com baixas contábeis necessárias devido ao escândalo de corrupção. Caso não cumpra o prazo, a diretoria terá que conversar com credores para a postergação dos resultados.
No entanto, há credores que acreditam que a empresa já pode ser declarada inadimplente em bilhões de dólares em dívida, mesmo tendo divulgado os resultados atrasados do terceiro trimestre dentro de um prazo autoimposto.
Fonte: VEJA.com
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