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segunda-feira, janeiro 26, 2015

Alberto Goldman: Impeachment é golpe?







A possibilidade que levantei do impeachment da presidente Dilma como uma transição democrática diante do descalabro da administração federal, que vem se desdobrando de forma dramática nas ações de governo e nas apurações da operação Lava Jato, tem indignado parte do eleitorado petista como sendo uma tentativa de golpe.

Muitos desses indignados, mais jovens, não viveram o processo de impeachment do ex presidente Collor de Mello, que se deu em 1992. Mas muitos deles, menos jovens, não só viveram o episódio como participaram das manifestações que deram suporte popular à decisão do Congresso Nacional que votou pelo impedimento do presidente.

Não se perpetrou, então, nenhum golpe. Usou-se do texto constitucional e da legislação em vigor para, democraticamente, retirar do poder um presidente que não correspondia às necessidades da Nação. Com o apoio da maioria dos partidos, à frente o PMDB, o PT e o PSDB.

Se houver motivos para denunciá-la – a presidente – como tendo cometido crime de responsabilidade e se o quadro político e econômico continuar a se deteriorar, pode ser a saída democrática necessária. Talvez a única.

Não é o nosso desejo. O nosso desejo é continuar a luta pela mudança da direção do País, na forma dos pleitos eleitorais que a lei determina. Melhor seria esse governo mostrar a sua capacidade e a possibilidade de gerenciar a administração pública e superar as acusações de corrupção que se espraiam por ela, para que o País retome o desenvolvimento da economia e avance na construção de uma sociedade mais justa.

Mas não vejo em Dilma e nos seus compromissos partidários a possibilidade de isso acontecer.

O que importa não é a figura da presidente, nem do seu partido e de suas alianças. Nem os interesses da oposição. O que importa é o País, o Brasil, os 200 milhões de brasileiros que devem ser sempre o objetivo de nossa ação política.

Se para o País o impeachment é a saída para abrir perspectivas melhores para todos temos a obrigação de usá-lo como o instrumento legal apropriado.

Um comentário:

Unknown disse...

Vivemos em uma conspiração política, não existe eleição, mas sim seleção, eles mesmos (os corruptos) selecionam os candidatos que eles mesmos querem que o povo vote! A eleição é uma farça! Vivemos em uma conspiração política! ISSO ESTÁ NA CARA! SÓ NÃO ENXERGA QUEM NÃO QUER!

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