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quarta-feira, agosto 06, 2014

A FARSA DA CPI PETROBRAS: UMA FACETA PERVERSA DO BOLIVARIANISMO BOTOCUDO



Quando as instituições falham, a democracia não funciona. Simples assim. Quando homens, eleitos pelo povo, que deveriam proteger as instituições se voltam contra elas, é prova de que alguma coisa vai muito mal no sistema político de determinado Estado. Quando a principal mandatária da Nação chega ao cargo pela vontade da maioria dos eleitores e - no decorrer do seu exercício - dá de ombros sobre a gravidade de uma farsa cometida por senadores da República, seus correligionários, no encaminhamento de uma CPI, criada para apurar desvios de conduta de servidores, é prova de que se está perto de uma ruptura institucional.

O Brasil caminha para um desfecho que, se consumado, o déficit democrático será de difícil recuperação a curto e médio prazos. Quando dois senadores da República, os petistas José Pimentel e Delcídio do Amaral, se comprometem ética e moralmente como cúmplices de uma fraude contra as instituições – vazando propositalmente quesitos para que os depoentes da CPI da Petrobras se saíssem bem - é inconteste que o governo brasileiro e seu principal partido de sustentação política chegaram ao nível do esgoto.

Nada mais normal do que, dentro de um processo político com viés democrático, partidos em luta política se utilizem de meios legais e legítimos na defesa de seus objetivos, mesmo que essa luta se trave no interior de uma comissão parlamentar de inquérito. Afinal, a CPI é um espaço também de luta política onde, quase sempre, prevalece a vontade dos agentes com maior poder para o enfrentamento entre os diversos grupos que trafegam no seu interior. Mas que tudo isso se concretize e se direcione com a maior transparência possível e que se fortaleça os seus resultados com a utilização dos meios disponíveis do campo democrático.

Lamentavelmente, os senadores Delcídio do Amaral e José Pimentel, com propósitos à margem de qualquer componente de decoro parlamentar, conseguiram macular uma instituição e desonrar o voto que seus eleitores depositaram nas urnas para fazer deles dignos representantes dos seus Estados. Até mesmo quando se busca o poder pelo poder existe na sua prática um mínimo de compostura dos seus agentes e um limite aceitável no intervencionismo daqueles que desejam levar vantagem em tudo, para enfim tomar de assalto o poder temporal.

As denúncias que chegam as redações da chamada grande imprensa sobre a farsa encomendada pelos partidários do governo para melar a CPI da Petrobras leva-nos a concluir que se está bem próximo de um bolivarianismo botocudo. A fraude cometida nos depoimentos desqualificados de autoridades públicas, que lá deveriam estar para prestar esclarecimentos sobre o mal uso do dinheiro do contribuinte, permite que se especule que tudo que até aqui se tem dito sobre as bandalheiras na Petrobras é a mais pura verdade.

E não dá mais para esconder: o Estado de Direito no Brasil está por um fio. O PT e seus aliados são os maiores responsáveis pelo mal que estão fazendo às gerações futuras. 

(*) Nilson Borges Filho é mestre, doutor e pós-doutor em Direito e articulista colaborador do Blog do Aluízio Amorim

Fraude na CPI da Petrobras foi coordenada por Assessores do Palácio do Planalto

Editoria de Arte/Folhapress

Ação na CPI da Petrobras foi combinada com assessores do Planalto


ANDRÉIA SADI, NATUZA NERY & GABRIELA GUERREIRO na FOLHA


Assessores do Palácio do Planalto coordenaram a atuação da Petrobras e da liderança do PT no Senado durante as investigações da CPI (Comissão Parlamentar de Inquérito) criada para examinar os negócios da estatal.

O encarregado do trabalho foi o número 2 do ministro Ricardo Berzoini, chefe da Secretaria de Relações Institucionais do Planalto, responsável pela articulação política do governo com o Congresso.

Segundo a Folha apurou, o secretário-executivo do ministério, Luiz Azevedo, ajudou a elaborar o plano de trabalho apresentado pela comissão em maio, que incluía um roteiro para a investigação e sugestões de perguntas.

Azevedo foi o estrategista escalado pelo governo para blindar a presidente Dilma Rousseff e evitar que o trabalho da CPI atingisse a atual diretoria da Petrobras. Seu papel era fazer a interlocução com a empresa estatal e afinar a tática governista na CPI.

Além de Azevedo, o Planalto destacou ainda Paulo Argenta, outro assessor de Berzoini, para evitar que a CPI saísse do controle ou causasse sobressaltos ao governo.

Para a oposição, que não participa da CPI, o roteiro de uma investigação parlamentar deveria ser definido por seus próprios integrantes, sem interferência do governo.

Reportagem publicada pela revista "Veja" nesta semana diz que a presidente da Petrobras, Graça Foster, e ex-diretores da estatal receberam antecipadamente as perguntas que responderiam na CPI.

A empresa afirma que só teve acesso antecipadamente às perguntas apresentadas pela comissão com a divulgação de seu plano de trabalho.

A Folha apurou que o governo também discutiu com assessores do PT no Senado e o chefe do escritório da Petrobras em Brasília, José Eduardo Barrocas, a conveniência da aprovação de requerimentos específicos da comissão.

Os assessores do Planalto pediram que a CPI não votasse vários requerimentos que poderiam criar embaraço para a Petrobras e o governo.

Azevedo e Argenta tiveram acesso antecipado às perguntas que o relator da comissão, José Pimentel (PT-CE), faria aos executivos sobre contratos suspeitos aprovados pelo conselho da companhia.

A Folha apurou que mais de cem perguntas preparadas para a CPI foram compartilhados pelo PT com o governo. Os participantes da operação ouvidos pela Folha negam ter repassado as perguntas a dirigentes da Petrobras.

Os lotes com as perguntas foram entregues ao Planalto por Marcos Rogério, assessor da liderança do PT na Casa.

O governo argumenta que qualquer parlamentar tem direito de inquirir depoentes e que a bancada oposicionista boicotou os trabalhos da CPI.

A SRI informou que "faz parte das atribuições da Secretaria de Relações Institucionais, portanto dos servidores mencionados, acompanhar as atividades legislativas, inclusive as Comissões Parlamentares de Inquérito."

NOVA CPI
Numa tentativa de abafar o barulho que a oposição tem feito com suas críticas à CPI da Petrobras, o PT articulou a instalação nesta quarta-feira (6) de uma nova CPI para investigar o cartel de empresas acusado de fraudar licitações do Metrô de São Paulo.

Composta por deputados federais e senadores, a comissão tem potencial para criar desgaste para o PSDB, que governa São Paulo há quase duas décadas e é o partido do principal rival de Dilma Rousseff na corrida presidencial, o senador Aécio Neves (MG).

Fonte: Folha.com

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