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sexta-feira, abril 25, 2014

Café: BSCA apresenta novo mapa das origens produtoras do Brasil na maior feira do mundo

Nova geografia, contendo 20 áreas de produção, será apresentada na 26ª Exposição Anual da SCAA, nos EUA

A Associação Brasileira de Cafés Especiais (BSCA) apresentará aos profissionais da cafeicultura de todo o mundo, nesta sexta-feira, 25 de abril, em Seattle, nos Estados Unidos, o novo mapa das origens produtoras do grão no Brasil. A divulgação será realizada durante a 26ª Exposição Anual da Specialty Coffee Association of America (SCAA), o maior evento mundial do setor, que começou no dia 24 e se estende até o dia 27 deste mês.

O mapa foi elaborado pela BSCA após consulta a órgãos estaduais e federais e possui 20 origens produtoras, com a delimitação por município. "Sempre pensamos em avançar no que diz respeito à promoção internacional dos cafés brasileiros. Como o País não possuía uma atualização da discrição de suas áreas de produção, desenvolvemos essa geografia para que todo o mundo conheça a diversidade do nosso parque cafeeiro", explica Vanusia Nogueira, diretora-executiva da BSCA.

De acordo com ela, a estruturação do mapa será fundamental para que o Brasil apresente ao mundo que tem capacidade para produzir uma grande diversidade de cafés, aliando quantidade à qualidade. "A intenção da BSCA é promover os cafés nacionais e suas origens, destacando que cada uma possui características únicas e é capaz de colher um produto que proporcione excelentes bebidas na xícara", comenta.

Vanusia recorda que o Brasil é um país continental, com ampla diversidade de topografia e clima entre suas regiões produtoras. "Esse ambiente faz com que os cafés de cada uma dessas origens tenham características diferenciadas e únicas, fato que não ocorre em nenhuma outra nação que produz o grão no mundo", finaliza.

O MAPA
Com a denominação "Brazilian Coffee Origins", o mapa apresenta as 20 áreas de produção de café no País, sendo seis em Minas Gerais, quatro em São Paulo, uma entre MG e SP, três na Bahia, duas no Espírito Santo, duas no Paraná, uma em Rondônia e uma no Rio de Janeiro. Entre elas, estão incluídas a Denominação de Origem do Cerrado Mineiro e as Indicações Geográficas da Alta Mogiana e do Norte Pioneiro do Paraná. O mapa e as especificações de cada uma das áreas de produção podem ser conferidos no site da BSCA (www.bsca.com.br).



UCHO.INFO: Conexão Vargas-Padilha-Gleisi-Youssef pode derrubar duas das principais candidaturas do PT

Do Ucho.info

Efeito cascata
Podem ter desmoronado as esperanças do PT de, finalmente, conquistar os governos de São Paulo e do Paraná. Isso porque são consideradas explosivas as mais recentes revelações sobre o escândalo envolvendo o doleiro Alberto Youssef, seu dileto amigo André Vargas, o ex-ministro da Saúde, Alexandre Padilha, e a e ex-ministra da Casa Civil, a senadora petista Gleisi Hoffmann.

Grampos divulgados pela Polícia Federal mostram que Alberto Youssef e André Vargas se comportavam como sócios em um empreendimento – o Labogen – laboratório farmacêutico criado para lesar os cofres públicos com a fabricação de medicamentos superfaturados para o Ministério da Saúde. Alexandre Padilha aparece nos grampos da PF como envolvido, caso não seja um dos chefes do esquema criminoso milionário, que transformaria um laboratório montado com sucatas em cornucópia incansável.

André Vargas ainda permanece como coordenador da campanha de Gleisi Hoffmann ao Palácio Iguaçu, sede do Executivo paranaense, e nessa condição estava encarregado de levantar fundos para a campanha da senadora que desde que deixou a Casa Civil vem atuando no Congresso Nacional como “buldogue” palaciano. Parte desses recursos, de acordo com suspeita da Polícia Federal, poderia vir de uma encomenda de 35 milhões de comprimidos de Citrato de Sildenafila (o princípio ativo do Viagra) que renderia R$ 90 milhões para o esquema do Labogen. Parte desse dinheiro poderia ser destinada a outras campanhas do PT.

As ligações de Gleisi e Padilha são fraternas. Ambos participavam juntos e com frequência de eventos políticos, além de terem se associado, quando estavam ministros, na tentativa de faturar politicamente com o bisonho programa “Mais Médicos”, baseado na “importação” de médicos, principalmente cubanos.

Como ministra, Gleisi participou da recepção de médicos cubanos em Curitiba, enquanto seu então assessor especial, o pedófilo Eduardo Gaievski (preso por estupro de 28 meninas menores de idade em agosto do ano passado), além de comandar as políticas do governo federal para menores, era coordenador do programa “Mais Médicos”.

Enquanto André Vargas resiste à pressão do PT para renunciar ao mandato de deputado federal, como forma de poupar o partido e algumas candidaturas, a Polícia Federal avança nas investigações da Operação Lava-Jato. Mensagens interceptadas pela PF apontam para o envolvimento de Alexandre Padilha com o doleiro Alberto Youssef, preso desde 17 de março em Curitiba, André Vargas e o também deputado federal Cândido Vaccarezza (PT-SP).

Resumindo, o PT continuará sangrando na esteira dos vazamentos da Operação Lava-Jato, que como tem afirmado o ucho.info na série especial de reportagens sobre o tema, está no começo e descobriu apenas a ponta de um iceberg de lama.

EMBRAPA: Imunocastração - mais uma importante ferramenta para o pecuarista


Animais imunocastrados - foto Rodrigo Gomes


Artigo de Rodrigo da Costa Gomes
Zootecnista, pesquisador de Nutrição Animal na Embrapa Gado de Corte

A castração dos machos é uma prática tradicional na pecuária de corte.  O intuito da castração é eliminar os efeitos dos hormônios produzidos nos testículos, deixando o animal mais dócil e facilitando o manejo. Mais um benefício da castração é que o animal castrado possui maior facilidade de depositar o que chamamos de gordura de acabamento de carcaça, que recobre e protege os cortes comerciais de carne como contra-filé, coxão mole e picanha, preservando a sua qualidade. Não fosse isso, se o animal não é castrado ele sofre mais estresse no período que antecede o abate (durante o transporte até o frigorífico, por exemplo), o que muitas vezes resulta em uma carne dura e escura, fato que acontece menos com animais castrados.

Recentemente, uma nova tecnologia revolucionou a prática da castração. Chamada de imunocastração, ela consiste na aplicação de uma vacina, de forma semelhante ao que é feito com a vacina de febre aftosa, por exemplo, substituindo a castração cirúrgica tradicional. Ao eliminar a necessidade de cirurgia, a imunocastração é muito favorável do ponto de vista de bem estar animal, pois evita o sofrimento do animal. Do ponto de vista econômico também pode ser vantajosa, pois no período logo após a castração cirúrgica, o animal perde peso, enquanto que na imunocastração isso não acontece. Além disso, existe o risco de perdas por morte na castração cirúrgica e também gastos com medicamentos, como cicatrizantes e anti-inflamatórios. Já na imunocastração, o único custo é o da própria vacina.

A vacina para imunocastração é facilmente encontrada em casas veterinárias, mas o pecuarista deve estar muito atento ao seu modo de utilização. Existem dois protocolos de uso da vacina, sendo um para animais que serão terminados em confinamento e outro para animais que serão terminados a pasto. Nos dois protocolos existe a necessidade de se aplicar duas doses da vacina, sendo que apenas após a segunda dose (reforço) o animal estará realmente castrado. No protocolo para confinamento, o período entre a primeira e a segunda dose é de 28 dias e após a segunda dose, o animal permanecerá castrado por 90 dias. No protocolo para animais a pasto, o período entre a primeira e a segunda dose é de 90 dias e o animal permanecerá castrado por 150 dias. Caso o animal não seja abatido dentro do período de ação da vacina (90 dias para confinamento e 150 dias para pasto), há necessidade de se aplicar uma nova dose, pois como visto, a ação é temporária, ou seja, não se garante a imunocastração após os períodos indicados.

Importante destacar que os protocolos devem ser seguidos à risca e que, para isso, o produtor deve ter planejamento, prevendo a época de abate do lote de animais e adotando o cronograma correto de aplicação da vacina. Importante também chamar a atenção do produtor de que a vacina “não faz mágica” e por isso ele não pode esperar que ela faça com que o seu boi fique adequadamente “acabado” (com cobertura de gordura de acabamento de carcaça desejado) de um dia para o outro. Neste ponto a imunocastração é semelhante à castração tradicional, havendo a necessidade de o boi ser submetido a uma boa nutrição por um tempo considerável, para que ele então consiga depositar a gordura de acabamento de carcaça desejada. Isto é especialmente importante para animais terminados a pasto e, portanto, recomendamos que junto com a imunocastração, o produtor disponibilize pastagens de ótima qualidade e realize uma suplementação adequada, de acordo com a época do ano.
 
 
Kadijah Suleiman
Jornalista, MTb RJ 22729JP
Núcleo de Comunicação Organizacional (NCO)
Embrapa Gado de Corte
Campo Grande/MS
Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa)

EMBRAPA: Brucelose bovina - desafios e perspectivas


Artigo de Grácia Maria Soares Rosinha, Pesquisadora da Embrapa Gado de Corte



A brucelose é uma zoonose presente no mundo todo, especialmente nas regiões de clima tropical e subtropical, com exceção de alguns poucos países desenvolvidos que conseguiram erradicá-la ou reduzir as taxas de prevalência. Nos países em desenvolvimento ainda trabalha-se para alcançar esta meta. É uma doença infecciosa crônica causada por bactérias do gênero Brucella que infectam várias espécies de animais domésticos e silvestres, além de humanos.

A bactéria Brucella abortus infecta, principalmente, bovinos de corte e leite, determinando elevados prejuízos. As perdas econômicas estão relacionadas a abortos, baixos índices reprodutivos, ao aumento no intervalo entre partos, à diminuição na produção de leite e morte de bezerros, queda da produtividade, além de gerar barreiras internacionais ao comércio de produtos de origem animal e perdas na indústria, com a condenação da carne e do leite e desvalorização desses produtos.

Estudos realizados em 2013 demonstraram que o prejuízo total da brucelose no Brasil foi estimado em U$ 448 milhões que equivale, hoje, a cerca de R$ 1,005 bilhão. A cada 1% de variação na prevalência, estima-se o incremento no prejuízo de U$ 77,85 milhões ou R$ 174,70 milhões no custo da brucelose bovina no Brasil. As perdas por fêmea infectada, com idade superior a 24 meses, foram estimadas em R$ 473,50 e R$ 255,20 em rebanhos de leite e de corte, respectivamente.

A brucelose bovina, por tratar-se de uma zoonose, acomete o homem determinando na maioria dos casos uma enfermidade crônica e de difícil diagnóstico. Mais de 500 mil casos humanos de brucelose são relatados no mundo a cada ano, embora este número possa estar subestimado. Essa situação alarmante pode ser atribuída ao quadro clínico não específico da brucelose humana, poucas informações sobre a doença em países não endêmicos e deficiências em laboratórios de diagnóstico. O número de casos em humanos está diretamente relacionado com o número de animais infectados, principalmente bovinos, dentro de uma definida região. Como exemplo, em um estudo conduzido em humanos de uma comunidade urbana pobre no Nordeste do Brasil, 13% dos indivíduos estavam positivos para Brucella abortus (que infecta preferencialmente bovinos) contra 4,6% positivos para Brucella canis (que infecta preferencialmente cães).

A exposição máxima da doença em humanos é observada entre médicos veterinários, técnicos de inseminação, zootecnistas, produtores rurais e funcionários de empresas de processamento de carne. As vias mais frequentes de infeção são mucosas, vias aéreas, a pele lesionada das mãos durante o contato com placenta infectada, fetos abortados ou líquido amniótico, a execução de procedimentos ginecológicos em bovinos, além do consumo de leite e derivados não pasteurizados contaminados.

A prevalência de focos da brucelose bovina em propriedades pecuárias no Brasil varia de 0,32% a 41,5%. Embora aparentemente pequenos, esses índices por si só são muito expressivos e muito impactam nos diferentes elos e segmentos das cadeias produtivas das pecuárias de corte e de leite, da porteira à mesa. Mesmo porque nossos números nestas cadeias são de grande monta. Com o rebanho bovino de aproximadamente 212 milhões de cabeças, só para a produção de carne foram abatidos 34,4 milhões no ano de 2013.

Reconhecendo a brucelose como um importante problema de saúde animal e saúde pública, em 2001, o Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa) instituiu o Programa Nacional de Controle e Erradicação da Brucelose e Tuberculose Animal (PNCEBT), definindo estratégias para o controle da doença no País. O programa tem o intuito de reduzir a prevalência e a incidência de novos focos dessas doenças e criar um número significativo de propriedades certificadas como livres ou monitoradas para a brucelose e a tuberculose, e desta forma reduzir o impacto destas zoonoses na saúde animal e humana.

Um aspecto importante do PNCEBT é o estímulo às pesquisas para o aprimoramento de técnicas de diagnóstico da brucelose, no estudo epidemiológico de cepas de campo e em pesquisas relacionadas às características de virulência, da patologia do agente, além de estudos que possam desenvolver vacinas de maior eficácia e que não provoquem interferências nos exames sorológicos.

Atualmente, as vacinas utilizadas para prevenção das infecções causadas por Brucella abortus em bovinos no Brasil, são a B19 e a RB51. Ambas podem ser patogênicas aos humanos, se cuidados especiais não forem tomados.

A vacina B19 é a mais utilizada em programas de controle da brucelose bovina, podendo ser utilizada em fêmeas de três a oito meses de idade. Protege cerca de 70% dos animais quando expostos ao tipo virulento da bactéria. É uma cepa lisa que pode causar aborto em animais prenhes e, principalmente, induzir a produção de anticorpos contra um dos seus componentes estruturais, a cadeia O do lipopolissacarídeo (LPS), o que pode interferir em testes sorológicos na diferenciação de animais vacinados daqueles naturalmente infectados.

A vacina RB51, é uma cepa rugosa, utilizada amplamente em países como Estados Unidos, Uruguai e Chile. No Brasil ela pode ser ministrada em fêmeas entre nove e 12 meses de idade que não tenham sido vacinadas com a B19. Esta vacina apesar de não interferir nos testes sorológicos, tem a desvantagem de ser resistente à rifampicina, um dos antibióticos usados no tratamento contra a brucelose humana.

Uma vacina ideal contra a brucelose deve apresentar as seguintes características: i) não provocar a doença em animais vacinados; ii) prevenir a infecção pela bactéria em animais de ambos os sexos; iii) prevenir aborto e esterilidade; iv) promover proteção contra a infecção por longo tempo com uma simples dose; v) não induzir a produção de anticorpos persistentes os quais interferem no diagnóstico de infecções a campo; vi) ser biologicamente estável; vii) não apresentar risco de reversão da virulência in vitro e in vivo; viii) não ser patogênica para humanos; e ix) ser facilmente produzida em grande escala e baixo custo.

Dentre as perspectivas em vacinologia para a brucelose, as pesquisas estão sendo direcionadas para vacinas de DNA, vacinas vivas atenuadas geneticamente e vacinas de subunidades. Esta última composta de proteínas naturais ou recombinantes da bactéria.

Grandes estão sendo os esforços das instituições de ciência e tecnologia do mundo todo na busca de uma nova vacina contra a brucelose em bovinos. O Brasil vem fazendo sua parte nesta corrida.
 Foco de Brucella em bovino abatido em frigorífico sob inspeção federal em Campo Grande - Mato Grosso do Sul, foto Renata Madureira

Lesão de brucelose bovina no ligamento cervical de animal abatido em frigorífico sob inspeção federal em Campo Grande - Mato Grosso do Sul, foto Renata Madureira


Kadijah Suleiman
Jornalista, MTb RJ 22729JP
Núcleo de Comunicação Organizacional (NCO)
Embrapa Gado de Corte
Campo Grande/MS
Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa)

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