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quinta-feira, abril 17, 2014

TUMA JUNIOR: O PT criou um estado paralelo se apropriando dos órgãos públicos


O Blog EXAME Brasil no Mundo conversou com o ex-Delegado de Polícia e ex-Secretário Nacional de Justiça, Romeu Tuma Júnior.

Recentemente Romeu Tuma Júnior escreveu, o que é hoje um dos maiores trabalhos sobre verdades e fatos da história recente da república, com denúncias e fatos que abalam as estruturas do Planalto. Seu livro “Assassinato de Reputações – um crime de Estado”, escrito em conjunto com o jornalista, Claudio Tognolli, apresenta uma série de histórias e verdades sobre como o Estado atual destrói os valores fundamentais da democracia brasileira em favor de um projeto individual de poder, e principalmente para um partido.

Brasil no Mundo: O Brasil, e o mundo, vêem de forma estarrecida os acontecimentos nefastos contra a Petrobras. O que seria o grande “salto estratégico e de riqueza” para o Brasil, hoje está cercada de mistérios e negócios escusos. Como o senhor vê os últimos acontecimentos na Petrobras?

Romeu Tuma Júnior: Estou estupefato, mesmo admitindo não ser muito surpreendente, afinal esse governo tem partidarizado, no pior sentido, tudo o que é possível. E quando digo partidarizar, não é só instrumentalizar as empresas e o aparato estatal, mas efetivamente se apropriar das coisas do Estado como se fossem suas. Eles definitivamente criaram um estado paralelo se apropriando dos órgãos públicos.

Brasil no Mundo: A Polícia Federal cumpriu mandato de busca e apreensão na Petrobras após as diversas denúncias e apurações referentes a corrupção, contratos irregulares, desvios de recursos, decisões equivocadas do conselho e da presidência. Ao mesmo tempo, parece que a ação da PF fica com um ar de “teatro armado” em função da própria presidência da Petrobras agir como grande “policial” de si mesma. Como o senhor analisa a atuação da PF neste caso, e a própria atitude da Presidência da República em neutralizar as operações?

Romeu Tuma Júnior: Na minha modesta opinião, a Polícia Federal descumpriu uma ordem judicial, ou divulgou uma nota a imprensa ratificada pelo Ministro contendo informações inverídicas.
Veja o seguinte. Se ela recebeu uma ordem com um mandado de Busca e Apreensão na Presidência da Petrobras, eles (PF) não podem chegar lá e se contentar em receber alguns documentos “separados” e entregues pelos representantes da Empresa! Se havia essa possibilidade, bastava um ofício solicitando o documento específico que se necessitava.
Está muito claro que alguma coisa ocorreu porquê eles ficaram muitas horas lá dentro, e depois soltaram duas notas combinadas, uma da PF e outra da Petrobras.
O que eu questiono é o seguinte: A PF agiria da mesma forma quando fosse fazer busca na casa, na empresa ou em qualquer outro local de propriedade de algum adversário político ou desafeto do governo? O Ministro da Justiça viria a público declarar que as pessoas estão colaborando? É óbvio que não!
Tem muito a ser esclarecido neste episódio. De cada vergonha é possível conceber outra maior ainda.
Isto prova a instrumentalização da PF e o esforço do governo em neutralizar as ações que são realizadas por ordem judicial.

Brasil no Mundo: É mais do que notório que nos corredores da Petrobras existe um “estado” de espionagem contra funcionários. Um verdadeiro “Estado policialesco” para controlar quem fala com quem, e o que se pensa. Este ambiente não lembra os tempos do SNI instalado em praticamente todas as estatais e também ministérios?

Romeu Tuma Júnior: Lembra sim, mas com uma importante diferença: naquele tempo, a preocupação era com os “estrangeiros” com a espionagem internacional que pudesse “roubar” nossas riquezas, e hoje é com relação aos funcionários, as suas posições político-partidárias, as suas ligações pessoais, enfim, hoje, o governo espiona o próprio funcionário, que para ele é o inimigo.
É a essência do Estado Policial implantando por um governo policialesco.

Brasil no Mundo: Será que Snowden estava certo, os Estados Unidos já sabiam de tudo o que estava acontecendo na Petrobras? Diferente do que os deputados e senadores brasileiros achavam, não é?

Romeu Tuma Júnior: É bem possível que sim. Como eu disse, não é difícil imaginar que isso esteja ocorrendo em outras empresas de grande porte, e em diversas áreas do Estado brasileiro, que por sinal tem sido terceirizada para um grupo político-partidário.

Brasil no Mundo: O seu livro “Assassinato de Reputações – um crime de Estado” há semanas está nas primeiras posições dos mais vendidos do país. Como o senhor vê este sucesso e o impacto junto ao público brasileiro?

Romeu Tuma Júnior: Vejo como um livro documentário que despertou a sociedade brasileira a conhecer os verdadeiros fatos que constroem nossa História.

Brasil no Mundo: Mais uma vez o Brasil conseguiu mais um indicador internacional negativo para sua coleção. De todos os assassinatos no mundo, o Brasil tem 11,4% de participação. Como o senhor vê a escalada da violência no país? E que soluções, se existem, poderiam ser efetivamente aplicadas?

Romeu Tuma Júnior: É uma vergonha! Fruto da falta de uma política nacional de Segurança Pública capaz de envolver a União, os Estados, Municípios e a Sociedade nesse enfrentamento, despolitizando o debate e retirando-o da agenda eleitoral.
O governo federal tem se mostrado incapaz de gerenciar um Sistema integrado que convirja para a diminuição da violência urbana e principalmente para que anule a criminalidade de ocasião, que é a que mais incomoda as pessoas no dia a dia.
Nem o problema do queijo suíço que são nossas fronteiras, o governo federal resolve!

VERGONHA: Jornalista dinamarquês se decepciona com Fortaleza e desiste de cobrir Copa



Tendo a missão de cobrir a Copa do Mundo, o jornalista desistiu e voltou para a Dinamarca ao ter contato com os problemas sociais do Brasil, especialmente de Fortaleza

Até aonde você iria por um sonho? O jornalista dinamarquês Mikkel Jensen desejava cobrir a Copa do Mundo no Brasil, o “país do futebol”. Preparou-se bem: estudou português, pesquisou sobre o país e veio para cá em setembro de 2013.

Em meio a uma onda de críticas e análises de fora sobre os problemas sociais do Brasil, Mikkel quis registrar a realidade daqui e divulgar depois. A missão era, além de mostrar o lado belo, conhecer o ruim do país que sediará a Copa do Mundo. Tendo em vista isso, entrevistou várias crianças que moram em comunidades ou nas ruas.

Em março de 2014, ele veio para Fortaleza, a cidade-sede mais violenta, com base em estatísticas da Organização das Nações Unidas (ONU). Ao conhecer a realidade local, o jornalista se decepcionou. “Eu descobri que todos os projetos e mudanças são por causa de pessoas como eu – um gringo – e também uma parte da imprensa internacional. Eu sou um cara usado para impressionar”.

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Descobriu a corrupção, a remoção de pessoas, o fechamento de projetos sociais nas comunidades. E ainda fez acusações sérias. “Falei com algumas pessoas que me colocaram em contato com crianças da rua e fiquei sabendo que algumas estão desaparecidas. Muitas vezes, são mortas quando estão dormindo à noite em área com muitos turistas”.

Desistiu das belas praias e do sol o ano inteiro. Voltou para a Dinamarca na segunda-feira (14). O medo foi notícia em seu paístendo grande repercussão. Acredita que somente com educação e respeito é que as coisas vão mudar. “Assim, talvez, em 20 anos [os ricos] não precisem colocar vidro à prova de balas nas janelas”. E para Fortaleza, ou para o Brasil, talvez não volte mais. Quem sabe?

Confira na íntegra o depoimento:

A Copa – uma grande ilusão preparada para os gringos
Quase dois anos e meio atrás eu estava sonhando em cobrir a Copa do Mundo no Brasil. O melhor esporte do mundo em um país maravilhoso. Eu fiz um plano e fui estudar no Brasil, aprendi português e estava preparado para voltar.
Voltei em setembro de 2013. O sonho seria cumprido. Mas hoje, dois meses antes da festa da Copa, eu decidi que não vou continuar aqui. O sonho se transformou em um pesadelo.
Durante cinco meses fiquei documentando as consequências da Copa. Existem várias: remoções, forças armadas e PMs nas comunidades, corrupção, projetos sociais fechando. Eu descobri que todos os projetos e mudanças são por causa de pessoas como eu – um gringo  e também uma parte da imprensa internacional. Eu sou um cara usado para impressionar.
Em março, eu estive em Fortaleza para conhecer a cidade mais violenta a receber um jogo de Copa do Mundo até hoje. Falei com algumas pessoas que me colocaram em contato com crianças da rua, e fiquei sabendo que algumas estão desaparecidas. Muitas vezes, são mortas quando estão dormindo à noite em área com muitos turistas. Por quê? Para deixar a cidade limpa para os gringos e a imprensa internacional? Por causa de mim?
Em Fortaleza eu encontrei com Allison, 13 anos, que vive nas ruas da cidade. Um cara com uma vida muito difícil. Ele não tinha nada – só um pacote de amendoins. Quando nos encontramos ele me ofereceu tudo o que tinha, ou seja, os amendoins. Esse cara, que não tem nada, ofereceu a única coisa de valor que tinha para um gringo que carregava equipamentos de filmagem no valor de R$ 10.000 e um Master Card no bolso. Inacreditável.
Mas a vida dele está em perigo por causa de pessoas como eu. Ele corre o risco de se tornar a próxima vítima da limpeza que acontece na cidade de Fortaleza.
Eu não posso cobrir esse evento depois de saber que o preço da Copa não só é o mais alto da história em reais – também é um preço que eu estou convencido incluindo vidas das crianças.
Hoje, vou voltar para Dinamarca e não voltarei para o Brasil. Minha presença só está contribuindo para um desagradável show do Brasil. Um show, que eu dois anos e meio atrás estava sonhando em participar, mas hoje eu vou fazer tudo o que estiver ao meu alcance para criticar e focar no preço real da Copa do Mundo do Brasil.
Alguém quer dois ingressos para França x Equador no dia 25 de junho?

Mikkel Jensen – Jornalista independente da Dinamarca

O Tribuna do Ceará entrou em contato com a Secretaria da Segurança Pública e Defesa Social (SSPDS) para comentar acerca da possível “matança” comentada pelo jornalista dinamarquês, mas até a publicação desta matéria não foi enviada a resposta.

(*) A pedido de Mikkel, este artigo foi publicado com o jornalista já na Dinamarca.


CENSURA: Rachel Sheherazade censurada pode deixar o SBT

 
O SBT não foi oficialmente censurado, mas sua atitude em relação a jornalista Rachel Sheherazade foi bem pior do que se isso tivesse ocorrido, e poderia até pôr fim a relação com a atual âncora. 
 
A mudança na atuação de Sheherazade sob a desculpa de preservá-la certamente não agradou nem a repórter nem seus fãs. O SBT perdeu a oportunidade de se manter no topo da credibilidade em relação ao jornalismo nacional.
 
Rachel Sheherazade há poucos dias, quando recebeu um prêmio, chegou a dar declarações elogiando o SBT por permanecer mantendo o mesmo respeito à liberdade de expressão de seus jornalistas. Quando regressou de suas férias foi informada que as opiniões havam sido vetadas no Jornal do SBT. A apresentadora permanece com o salário de 90 mil reais mensais.
 
Sheherazade acha que a liberdade de opinião foi o grande diferencial do SBT nos últimos tempos, e declarou que sentiu falta do espeço: "Há quatro anos tenho me posicionado no telejornalismo, é claro que senti falta do espaço de opinião".
 
Sheherazade disse que a alegação foi "proteger sua imagem profissional". Mas não aparenta muita preocupação.
 
"Nada é definitivo. Gosto daquela máxima que diz: 'Às vezes, é preciso dar um passo atrás para poder dar um salto à frente'. E eu quero ir muito além de onde estou", afirmou.
 
A jornalista disse que se pudesse emitir opinião teria criticado a presidente Dilma que disse que segue defendendo a petrobrás, que ajudou a falir. Segundo Sheherazade a Petrobrás ja está na lama e Dilma tem mesmo é que tentar salvar a estatal.  
 
A emissora também vinha realizando uma excelente cobertura dos protestos na Venezuela, mas repentinamente e sem dar maiores explicações cessou com a série de reportagens. E agora vem esse outro golpe no jornalismo.

Há muitos boatos em torno da questão Sheherazade, alguns dizem que o SBT pretende criar um programa próprio para a jornalista, omde poderá opinar livremente. Essa semana o SBT subiu bastante em audiência com o retorno da jornalista. 
 
Em São Paulo dizem que a Band está de olho em Rachel como parte da estratégia de recuperação da derrota que sofreu com a saída de Danilo Gentili. No portal R7 de hoje ha comentários sobre Rachel Sherazade. Mais um sinal de que pode ser verdade a possbilidade de futura transferência. Senpre que ha possibilidade de novas aquisções as emissoras tentam "abrir caminho" por meio de elogios e comentários vindos de outros profissionais.
 

RESISTÊNCIA: Funcionários do IBGE protestam contra interferência do PT nas pesquisas. Estão destruindo a instituição — disse a líder sindical


Funcionários do IBGE protestam contra fim de pesquisa na sede do instituto, no Rio

  • Grupo de 200 sindicalizados reivindica, ainda, a revisão de salários e exige novos concursos públicos
  • Mobilizações serão constantes nas próximas semanas, mas sindicato confirma que possibilidade de greve não entrou em pauta

Cerca de 200 técnicos sindicalizados do IBGE se reuniram na porta do prédio da diretoria de pesquisa do instituto, na Avenida Chile, no Centro do Rio, na manhã desta quarta-feira. O movimento foi organizado para protestar contra a decisão de interromper a Pnad Contínua, pesquisa mais abrangente sobre desemprego, até janeiro do ano que vem, anunciada pela presidente do IBGE na última quinta-feira.

Esta é a primeira paralisação de maior porte desde o início da crise no instituto de pesquisa. Apesar de não falarem em greve, os sindicalistas afirmam que, nos próximos dias, devem voltar a organizar protestos. Eles informam ainda que já pediram um encontro com a presidente do IBGE, Wasmália Bivar, e a ministra do Planejamento, Miriam Belchior.

Para Suzana Drummond, uma das diretoras da executiva nacional do sindicato, a gestão atual está “destruindo a instituição”.

— Estamos fazendo uma mobilização diária, indo de sala em sala e falando com os funcionários do IBGE. Queremos uma conscientização de todos. Queremos que eles lutem conosco. Os que decidem pelo IBGE estão destruindo a instituição — disse a líder sindical.

Durante toda a manhã, diversos membros do instituto falaram sobre os problemas envolvendo, principalmente, a administração do atual comitê diretivo do IBGE. Segundo os organizadores do ato, os funcionários de São Paulo, Salvador, Distrito Federal, Belo Horizonte, Porto Alegre e Cuiabá também paralisaram suas atividades nesta segunda-feira.

Os questionamentos dos funcionários são divididos em quatro pontos fundamentais. Eles pedem a autonomia técnica do instituto, protestam contra cortes orçamentários, pedem mais concursos públicos e ainda exigem reajuste salarial, sem citar um percentual específico de reajuste.
 
O IBGE é um instituto que serve ao Estado, não ao governo. Precisamos ter autonomia e o conselho diretor não pode ser indicado por quem governa. O instituto é de suma importância para o desenvolvimento do país e decisões como esta (interromper a Pnad Contínua) só ferem a nossa imagem — completou Suzana.

A decisão da presidência da instituição já foi contestada formalmente em duas ocasiões. A primeira reação foi da diretora de pesquisa do IBGE Marcia Quintslr, que pediu para sair do cargo logo após o anúncio da suspensão da pesquisa. Um dia depois, um grupo de 18 coordenadores e gerentes assinaram uma carta, criticando a interrupção da pesquisa, e ameaçaram que também poderiam deixar o instituto. Nesta segunda, outros 45 pesquisadores também se posicionaram contra a paralisação da pesquisa.

Em entrevista à colunista Flávia Oliveira na semana passada, Wasmália Bivar afirmou que se responsabiliza pessoalmente pela decisão e afirmou que conversaria com a equipa para tentar solucionar a crise.

 
Fonte: O Globo

Brasileiros criam cabra clonada e transgênica


Objetivo é que leite do animal produza proteína usada para tratar doença genética rara

No final de março, nasceu Gluca, a primeira cabra clonada e transgênica da América Latina. Além do feito científico em si, a modificação genética tem como objetivo que Gluca produza em seu leite uma proteína chamada glucocerebrosidase, usada para o tratamento da doença de Gaucher.

Rara e de origem genética, a doença causa deficiência de uma enzima responsável pela digestão da gordura de células e tem grande custo para o governo. O valor de importação dos tratamentos é estimado em até R$ 250 milhões por ano.

"Nossa ideia era usar a glândula mamária da cabra como um biorreator para produzir proteínas", conta Luciana Bertolini, da Unifor (Universidade de Fortaleza) sobre o projeto, iniciado em 2011.

A escolha da equipe recaiu sobre caprinos (em vez de bovinos), explica Bertolini, pela gestação mais curta (cinco meses), a maior disponibilidade desses animais e o manejo fácil.
A lactação de Gluca poderá ser induzida em cerca de quatro meses. Os pesquisadores esperam agora que a glucocerebrosidase venha a ser expressada no leite.

Segundo a pesquisadora, os passos seguintes são o processo de purificação, que isola a proteína, os testes "in vitro", para verificar se a proteína produzida tem a atividade necessária e, por fim, testes clínicos, para verificar a eficácia no tratamento nos pacientes. "Ainda há um longo caminho pela frente", diz.

Uma outra cabra clonada e transgênica está em gestação e deve nascer dentro de três meses.

Se confirmadas as expectativas, a produção do rebanho de caprinos deve ser iniciada a partir do ano que vem.

O projeto foi conduzido em parceria com a empresa Quatro G Pesquisa e Desenvolvimento, de Porto Alegre.
 
PERCALÇOS
Para chegar a Gluca, no entanto, a equipe de pesquisadores teve vários obstáculos. "Trabalhar com clones é muito difícil, não existe um protocolo eficiente de clonagem, por exemplo. Ainda é um processo de tentativa e erro", explica a pesquisadora.

Bertolini conta que a equipe trabalhou com 500 embriões para conseguir o nascimento de Gluca. No processo, foram usadas 45 cabras receptoras como barrigas de aluguel.

Uma "irmã" de Gluca, proveniente da mesma gestação, morreu logo após o parto, devido a malformações congênitas.

Qualidade de publicações científicas volta ser questionada


Tema é discutido em reportagem no boletim da Sociedade Brasileira de Medicina Tropical


Publicações científicas, até mesmo as mais bem conceituadas, não investem em ciência, na avaliação do Nobel Randy Schekman. Segundo ele, as publicações científicas estão ficando medíocres, já que os estudos realizados são apenas aqueles em que os pesquisadores já sabem a resposta e que serão manchete nas revistas, conforme matéria publicada na Forbes.

Para o Dr. Isaac Roitman, doutor em Ciências (Microbiologia), professor emérito da Universidade de Mogi das Cruzes (UMC) e da Universidade de Brasília (UnB), não dá para afirmar que as publicações científicas estão ficando medíocres. "Ocorre é que a grande maioria das publicações científicas não traz uma contribuição significativa ao conhecimento, isto é, não provocam saltos no conhecimento em uma determinada área", explica ao atentar que, como o número de publicações tem aumentado muito, nas últimas décadas, consequentemente, aquelas que causam impacto são raras.

Na opinião do Dr. Roitman, membro titular da Academia Brasileira de Ciências (ABC), a declaração do nobelista para deixar de publicar nas revistas Science, Nature e Cell, é uma provocação para que a comunidade científica possa refletir sobre a métrica e o real valor da atividade científica. "A publicação de um trabalho em uma revista de prestígio como as citadas, não deve ser um indicador único da avaliação de um cientista. Nem todos os trabalhos publicados nessas revistas de grande prestígio são trabalhos que contribuem para a ampliação do saber", assinala ao salientar que é importante reverter a tendência em transformar revistas científicas em empreendimentos comerciais, como aponta Schekman, em detrimento da verdadeira missão de divulgação do desenvolvimento científico.

Publicações alternativas
Como alternativa, Schekman defende a publicação em revistas de livre acesso na internet, sem fins lucrativos. A sugestão para Dr. Roitman é válida. "Creio que estamos em um momento de transição e que no futuro todos os avanços da ciência serão feitos via meios eletrônicos de livre acesso. É importante também destacar que muitos trabalhos que causam grande impacto em uma determinada área, são publicados em revistas que não são glamorosas como Science, Nature ou Cell", lembra.

Estimulo à reflexão
"O impacto das declarações de Schekman certamente fará com que a comunidade científica nacional e internacional reflita melhor sobre a real missão da ciência, que não deve estar voltada para a obtenção de galardões para os cientistas, mas sim contribuir para o saber e melhorar a qualidade de vida de toda espécie humana, ajudando a construir um clima de verdadeira justiça social entre os homens", aponta Dr. Roitman ao realçar que no Brasil esse tipo de reflexão é oportuno. Para ele, é importante a formação de uma nova geração de cientistas que possa colaborar para que a sociedade possa ser beneficiada pelos avanços científicos e tecnológicos.

Na análise do doutor em Ciências, os debates induzidos pela declaração revisitam os critérios de avaliação das agências de fomento e das instituições acadêmicas brasileiras. "É importante considerar que antes das declarações de Schekman a temática da avaliação da produção científica tem sido questionada no Brasil e no exterior. Um exemplo é a manifestação lançada em dezembro de 2012, pela American Society for Cell Biology (ASCB) intitulada The San Franscisco Declaration on Research Assessment (Dora), que sugere a eliminação do fator de impacto nas revistas científicas e a necessidade de avaliar a pesquisa pelo mérito e não pelo veículo onde os resultados foram divulgados" revela Dr. Roitman ao destacar que o documento também sugere o estímulo à divulgação online onde não haveria necessidade de limitação de palavras, figuras e referências bibliográficas.

Métrica compromete resultados
Uma das consequências da métrica instituída para avaliar da produção científica, isto é, a produção quantitativa de publicações, pressiona o pesquisador a obter respostas de curto prazo, conforme assegura Dr. Isaac Roitman. Ele observa que essa cultura induz ao aumento de plágios e consórcios para o aumento de publicações.

O membro titular da ABC não crê que existam perguntas sem respostas. "O que há são perguntas cujas respostas demandam muito esforço e tempo. O pesquisador realmente criativo deve trabalhar sem a pressão do publish or perich", ressalta ao defender que o tempo é uma dimensão que deve ser livre para o verdadeiro pesquisador criativo como ocorre nas artes.

"O verdadeiro cientista é aquele que formula perguntas pertinentes dentro de sua área de conhecimento e persegue as respostas para essas perguntas", conclui Dr. Roitman.

Fonte:  Ascom SBMT

APARELHAMENTO DO ESTADO: PT mistura interesses político-partidários com instituições públicas de pesquisa

Blog do Orlando Tambosi: Gleisi queria um IBGE tipo Cristina K.
 
O Indec argentino, que a arrogante senadora Gleisi Hoffmann, nova pit bul do lulopetismo (e sempre de nariz empinado),  queria imitar, chegou a falsificar dados sobre a inflação. Editorial do jornal O Globo:


A experiência desaconselha misturar interesses político-partidários com instituições públicas de pesquisa, entre outras. Como prova, aí está o problema criado pela senadora petista Gleisi Hoffmann (PR) — aguerrida defensora do governo Dilma, de quem foi ministra-chefe da Casa Civil — com o corpo técnico do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), entidade respeitável do Estado brasileiro. A polêmica trata de parte da nova pesquisa por amostra de domicílios, a “Pnad Contínua", importante aperfeiçoamento na apuração de indicadores sócio-econômicos no Brasil, por ser aplicada num universo bem mais amplo que a conhecida Pnad. Ao abranger 3.500 dos 5.700 municípios, ela garante informações mais precisas.

A questão é que sairão da nova Pnad os dados regionais de renda para efeito de cálculo dos novos parâmetros aos quais se subordinará a distribuição dos recursos do fundo de participação de estados e municípios — um assunto crucial para governadores e prefeitos.

O problema começou quando a senadora colocou sob suspeita a capacidade de o IBGE fornecer informações de qualidade para a recalibragem do fundo de participações, e nos prazos legais. O conselho diretor do IBGE suspendeu a Pnad Contínua, jogando sua retomada para 2015 — depois das eleições. De maneira compreensível, a diretora do IBGE Marcia Quintslr se exonerou, sendo acompanhada por técnicos. Entende-se o gesto como pertinente ação cautelar diante de precedentes de interferência político-partidária. O exemplo mais conhecido é a ingerência de frações petistas no Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea), também estatal, durante um certo período, quando chegou a haver uma caça ideológica às bruxas. Seu presidente à época, o economista Márcio Pochmann, depois candidatou-se pelo partido, sem êxito, à prefeitura de Campinas.

Foi lógico relacionar a ação da senadora ao fato de a Pnad Contínua, por características técnicas, mostrar um índice de desemprego diferente daquele que é divulgado mensalmente. Mesmo que os números não possam ser comparados, os 7% de desemprego da nova pesquisa desagradam os marqueteiros da campanha de Dilma, já certamente com peças de propaganda nas gavetas para exaltar o índice de 5% apurado pelo indicador velho, em apenas seis regiões metropolitanas.

O clima ontem à tarde era de desanuviamento. Os técnicos tratam de reformular o esquema de trabalho, para a Pnad Contínua fornecer os dados de renda regionais nos prazos legais, enquanto a ministra do Planejamento, Míriam Belchior, considera tudo um mal-entendido e reafirma que o instituto tem total autonomia operacional.

Melhor assim. Seria inaceitável o IBGE seguir o destino do congênere argentino Indec, subjugado aos interesses do governo de Cristina K, a ponto de falsificar as taxas oficiais de inflação. Como Casa Rosada e Planalto têm preocupantes afinidades, é preciso manter-se vigilante.

PETROBRAS: Administração PeTista perseguiu gerente que se opôs a fraude

Da Folha.com, por RAQUEL LANDIM 


Estatal puniu gerente que se opôs a fraude, afirma viúva

Engenheiro foi afastado por combater superfaturamento em gasoduto no AM
Gesio Rangel de Andrade era o gerente da obra; estimada em R$ 1,2 bi, obra acabou custando R$ 4,48 bi

O engenheiro Gesio Rangel de Andrade foi "colocado na geladeira" na Petrobras por se opor ao superfaturamento da obra do gasoduto Urucu-Manaus, na Amazônia. A afirmação é de Rosane França, viúva de Gesio, que morreu há dois anos, vítima de ataque cardíaco.

Segundo ela, pessoas da estatal tentaram constranger seu marido a aprovar aditivos para a obra. Ele não concordou e foi exonerado do cargo, permanecendo por dois anos sem qualquer função.

Os gastos com o gasoduto Urucu-Manaus estouraram todas as previsões. A área técnica estimou a obra em R$ 1,2 bilhão, mas o contrato foi fechado por R$ 2,4 bilhão, após pressão das construtoras.

O gasoduto demorou três anos para ficar pronto e o custo chegou a R$ 4,48 bilhões. A estatal aprovou um aditivo de R$ 563 milhões para um dos trechos, praticamente o valor daquele contrato.

Com 663 quilômetros, o gasoduto transporta gás natural produzido pela Petrobras em Urucu até as termelétricas da Amazônia. O gás substitui parte do óleo diesel queimado pelas usinas, reduzindo o custo da energia.

Gesio era o gerente-geral da obra do gasoduto. Segundo Rosane, seu marido alertou Graça Foster, que ocupou o cargo de diretora de gás e energia, dos problemas.

A viúva não cita nomes, mas em e-mails enviados aos seus superiores, aos quais a reportagem teve acesso, Gesio reclama da diretoria de engenharia, comandava por Renato Duque, que negociava com as empreiteiras.

A Petrobras informou em nota que o gasoduto é um "empreendimento lucrativo" e que foi preciso "alterar a metodologia de construção devido às condições adversas na Amazônia". As construtoras não se manifestaram.

O TCU investigou o caso, mas não encontrou indícios de superfaturamento por conta da dificuldade de compará-lo com obras semelhantes. O órgão detectou falhas graves no projeto feito pela engenharia da Petrobras. O caso ainda está em análise.


'Sempre tinha alguém recebendo herança', diz servidora da Petrobras

Rosane França afirma que seu marido foi exonerado quando o diretor Ildo Sauer saiu


Rosane França, 56 anos, diz que não sabe de casos de corrupção na Petrobras, mas que "sempre tinha alguém recebendo alguma herança". A família move uma ação trabalhista contra a estatal.

Leia trechos da entrevista:
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Qual é a relação da sua família com a Petrobras?
Entrei para a companhia em 1980 e o Gesio já trabalha lá desde 1976. Casamos em 1986 e tivemos três filhos. Gesio fez carreira na Petrobras e se tornou referência na área de gás natural. Até que foi convidado para ser o gerente do gasoduto Urucu-Manaus.
 
O que aconteceu?
Foram realizadas três licitações. Duas foram canceladas por preços excessivos cobrados pelas construtoras, e a terceira foi feita à revelia do Gesio. É claro que tinha a pressão das empreiteiras, mas quando profissionais da sua empresa dizem que você tem que aceitar, é pressão interna. Ele recebia recados de que o projeto não andava por causa dele e algumas decisões foram impostas.
 
Por que Gesio era contra aditivos para a obra?
O preço que a Petrobras aceitou já estava superfaturado. Era mais caro do que fazer gasoduto na Europa com alemão trabalhando. Como ele ia assinar algo que seria contestado pelo TCU?
 
Quem estava pressionando o Gesio dentro da Petrobras?
Não vou citar nomes.
 
Ele soube de corrupção?
É claro que eu ouvia desabafos. Nunca soubemos de um caso de corrupção, mas é lógico que você percebe que fulano viaja com os filhos para fora do país três vezes por ano. Sempre tinha alguém recebendo uma herança.
 
Gesio foi exonerado do comando da obra do gasoduto no fim de 2007. Por quê?
Ele foi exonerado no meio da noite, quando o diretor de gás e energia [Ildo Sauer] saiu e antes do sucessor [Graça Foster] entrar. Ele ficou como consultor informal da nova diretoria por alguns meses até que foi afastado de vez.
 
Gesio alertou seus superiores --Ildo Sauer e Graça Foster-- do que estava ocorrendo?
Sim. O primeiro fazia parte da tropa de choque que queria brechar o superfaturamento da obra. Depois, ele informou o que estava ocorrendo para a nova diretoria.
 
O salário dele caiu? O que aconteceu com o padrão de vida da família?
Foi muito duro. No final, ele recebia 50% a menos. Foi nessa época que entramos com um processo na Justiça do Trabalho. Morávamos num apartamento alugado, mas tivemos que voltar para o imóvel que ele vivia quando era solteiro. Não sobrava dinheiro para trocar de carro. Ele chegava no estacionamento da Petrobras e o pessoal ficava sacaneando. "E aí, Gesio? Não vai trocar de carro? Tá na hora."
 
Por que ele não preferiu ignorar os problemas?
Ele era honesto. Era um homem humilde, que foi educado para ser honesto e sofreu muito por isso. Encontrou muitas pessoas que não eram assim. Ele queria fazer as obras pelo menor preço e foi colocado na geladeira.
 
Você pretende mover outro processo contra a Petrobras?
Ele pretendia processar a empresa por danos morais quando se aposentasse. Como o caso começou a vir à tona, estamos estudando essa possibilidade.

DENÚNCIA: Decisões importantes da diplomacia comercial brasileira estão sendo tomadas na Casa Rosada, em Buenos Aires, capital da República Argentina




O Brasil preso à Casa Rosada 

O Brasil é oficialmente governado pela presidente Dilma Rousseff e sua capital é Brasília, mas as decisões mais importantes da diplomacia comercial brasileira vêm sendo tomadas na Casa Rosada, em Buenos Aires, capital da República Argentina. Se o governo argentino se recusa a negociar seriamente e de forma razoável um acordo comercial com a União Europeia, o acordo fica emperrado e as autoridades brasileiras aceitam e se conformam. Pelo menos até agora tem sido esse o procedimento-padrão. É o mesmo seguido, regularmente, quando a presidente argentina decide impor mais uma barreira comercial ao Brasil ou prorrogar o acordo automotivo e reformar suas regras. As autoridades brasileiras ainda se expõem, no mínimo, ao ridículo, com a mesma subserviência, ao apoiar abertamente a Casa Rosada em suas disputas com as vítimas inconformadas do calote declarado em 2001.

No mês passado o novo ministro do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior, Mauro Borges, voltou de Buenos Aires com uma exibição de otimismo quanto à negociação entre Mercosul e União Europeia.

Segundo ele, no começo de abril o governo argentino apresentaria uma lista suficiente de ofertas para permitir o avanço das conversações com os europeus. Brasil, Paraguai e Uruguai já haviam apresentado suas listas e só esperavam a proposta argentina, já muito atrasada, para planejar os próximos passos.

Na semana passada, em Montevidéu, mais uma vez a Casa Rosada prejudicou o jogo, com uma proposta bem inferior às de seus vizinhos e, obviamente, inadequada. Ficaram fora da lista vários produtos classificados como "sensíveis", como autopeças, químicos, eletrônicos e bens de capital. Além disso, o governo argentino defende um prazo de 15 anos para redução das tarifas sobre os produtos europeus e carência de 7 anos. Os outros membros do Mercosul pedem até 12 anos para o ajuste das tarifas e os europeus, 10.

A meta combinada entre as partes é uma redução tarifária para produtos correspondentes a 90% do comércio entre Mercosul e União Europeia. Brasil, Paraguai e Uruguai chegaram perto disso, mas a proposta argentina reduz a média das ofertas para cerca de 80%. O Brasil ainda pode melhorar sua oferta, mas a negociação é conjunta e a disposição argentina é fundamental para o resultado. Além do mais, a troca inicial de ofertas é apenas o começo da discussão mais substancial e mais consequente. Aberta essa fase, as partes ainda terão muitos detalhes para acertar.

Será importante retomar logo as negociações, para haver algum avanço ainda este ano. Se houver nova demora, a troca dos comissários europeus, em setembro, e as eleições no Brasil prejudicarão os trabalhos. Qualquer perda de tempo, nesta altura, pode ser desastrosa, porque várias outras negociações muito importantes estão progredindo, incluída a de um acordo entre União Europeia e Estados Unidos. A cada dia aumenta a desvantagem do Brasil e do Mercosul num mundo onde se multiplicam os acordos comerciais.

O governo brasileiro, afirma-se reservadamente em Brasília, está pronto para pressionar o argentino, se um entendimento entre os parceiros do Mercosul for impossível até a metade de maio. Esse tipo de ameaça, ou de promessa, já circulou em outras ocasiões, mas a Casa Rosada sempre se manteve como o principal centro de decisões da diplomacia do Mercosul.

A desastrosa política da presidente Cristina Kirchner já impôs à Argentina a perda de US$ 6 bilhões em exportações de carne nos últimos quatro anos, segundo a Fundação Mediterrânea, um centro de estudos econômicos. Em 2012 e 2013 o país ficou fora da lista dos 10 maiores exportadores de carne. Isso é só um exemplo - mas muito significativo - do custo da política econômica. Parte da conta dessa política vem sendo paga pelo Brasil, prejudicado pelo protecionismo do segundo maior sócio do Mercosul.

Custos até maiores já resultaram de erros cometidos em Brasília, como a opção terceiro-mundista do governo Lula, até agora preservada, e a insistência em sujeitar os interesses brasileiros a um Mercosul desmoralizado, mas ainda sujeito ao requisito de ação conjunta de uma união aduaneira.

 

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