Alta
voltagem – Depois de melar a CPI da Petrobras, que por causa de manobra
sórdida deve ser ampla, o PT parece disposto a tumultuar o julgamento
do ex-assessor pedófilo de Gleisi Hoffmann na Casa
Civil, Eduardo Gaievski. Um funcionário da prefeitura de Realeza, que
testemunhou o ex-prefeito Gaievski assediando meninas menores e usando
recursos da prefeitura para cometer seus estupros, foi ameaçado e pode
desistir de depor.
Os advogados “padrão FIFA” contratados para defender o monstro da
Casa Civil (acusado de 28 estupros de menores, 17 cometidos contra
vulneráveis) e bancados pelo PT tentam tumultuar o processo alegando
falhas processuais que supostamente poderiam anular o julgamento.
Gleisi, que receia ter de passar boa parte da campanha para o governo do
Paraná explicando as razões que a levaram a eleger um pedófilo
perigosíssimo para cuidar das políticas federais para menores, avalia
que atrapalhar o julgamento de Gaievski é mais importante do que
enterrar a CPI da Petrobras.
Fora isso, a senadora tem outros casos cabeludos para explicar aos
eleitores do Paraná. O coordenador de sua campanha é o deputado federal
André Vargas, atolado em negócios nebulosos com o doleiro Alberto
Youssef, preso pela Polícia Federal no rastro da Operação Lava-Jato.
Para complicar, Gleisi sequer pode alegar que não tinha conhecimento das
ligações criminosas de Vargas com o doleiro.
Em 1999, o marido de Gleisi, Paulo Bernardo da Silva (atual ministro
das Comunicações) era candidato a deputado federal pelo PT em Londrina. O
coordenador de sua campanha era André Vargas, que ao final do trabalho
tornou-se réu em processo por lavagem de dinheiro. Os recursos de caixa
dois haviam sido obtidos junto a um conhecido doleiro de Londrina
chamado Alberto Youssef, o mesmo que agora vem abalando as estruturas do
desgoverno petista.
As relações próximas de Gleisi com André Vargas prosseguiram, sem
interrupção. Na campanha de 2010, em que Vargas se elegeu deputado
federal pelo PT, uma das doadoras de sua campanha foi a própria Gleisi
Hoffmann, que desembolsou R$ 9 mil.
Ao lado de duas amigas
petistas, Rodrigo Grassi perseguiu o presidente do STF, filmou e
publicou nas redes sociais para insuflar militantes
Um vídeo publicado na internet mostra um assessor parlamentar da
deputada Érika Kokay (PT-DF) hostilizando o presidente do Supremo
Tribunal Federal (STF), Joaquim Barbosa, na última sexta-feira, em
Brasília.
Ao lado dele, outras duas militantes petistas ressentidas com
as condenações do mensalão insultam o ministro. "Autoritário", "projeto
de ditador" e "tucano" são alguma das palavras utilizadas pelo pequeno
grupo, em meio a loas ao ex-ministro-presidiário José Dirceu.
As imagens foram feitas pelos próprios petistas quando o ministro
saía de um bar.
O vídeo foi gravado e protagonizado pelo conhecido
baderneiro Rodrigo Grassi Cademartori, autointitulado "Rodrigo Pilha".
Uma espécie de petista-playboy, ele se ocupa principalmente de duas
tarefas: uma é repetir chavões para intimidar, inclusive fisicamente,
qualquer um que avalie ser adversário do PT. A outra é divulgar suas
fotos em momentos de lazer – pilotando uma lancha, por exemplo.
Defensor da ditadura cubana, Grassi comandou a tropa que hostilizou
a blogueira Yoani Sánchez quando ela visitou o Congresso Nacional,
iniciou uma confusão após provocar o ex-deputado Eduardo Azeredo
(PSDB-MG) e ajudou a organizar "protestos" contra o deputado Marco
Feliciano (PSC-SP). Também fez questão de passar o dia na porta da
Superintendência da Polícia Federal quando os mensaleiros se entregaram
no ano passado.
Uma de suas estratégias é insuflar manifestantes em protestos, sem
que fique evidente a ligação dos atos com o PT e o gabinete de Érika
Kokay. As duas mulheres que também hostilizam Barbosa no vídeo são Andreza Xavier e Maria Luiza Rodrigues, amigas do assessor parlamentar.
Na descrição do vídeo que publicou com a perseguição a Barbosa,
Grassi define o presidente do STF como "fascista" e, orgulhosamente,
anuncia que o colocou "para correr". No vídeo, em português sofrível,
ataca: "Ele precisa (sic) de andar com muitos seguranças".
Grassi recebe da Câmara dos Deputados cerca de 4.800 reais por mês.
Porque o militante-profissional continua sendo bancado pelo dinheiro
público é uma pergunta que a deputada Érika Kokay deveria responder.
Fonte: Veja.com
EM OUTRO VÍDEO O PETRALHA Rodrigo Grassi MANDA UM RECADO PARA O MINISTRO JOAQUIM BARBOSA
Na Folha de São Paulo: Joaquim Barbosa é hostilizado por petistas em bar
FERNANDA ODILLA / DE BRASÍLIA /
O presidente do STF e relator do mensalão, Joaquim Barbosa, foi
hostilizado por militantes do PT quando deixava um bar em Brasília na
sexta-feira passada.
Aos gritos de "tucano" e "projeto de ditador", os petistas seguiram o
ministro momento em que ele saía do bar Frederic Chopin, na região
central da capital federal, e era escoltado por seguranças até o carro.
Os manifestantes colocaram na internet pelo menos três vídeos em que
eles aparecem hostilizando Barbosa. Eles também gritam "Dirceu,
guerreiro do povo brasileiro", em referência ao ex-ministro José Dirceu,
condenado pelo STF no processo do mensalão.
A assessoria de Joaquim Barbosa diz que ele se encontrou com amigos no
bar, mas afirmou que ele não iria comentar o episódio. Naquele dia,
Barbosa apenas reagiu quando foi chamado de corrupto pelos
manifestantes. "Corrupto, eu?", limitou-se a dizer aos manifestantes.
A Folha falou com três dos petistas que estavam no bar, que classificaram o ato como "escracho".
Andreza Xavier, 25, e Maria Luiza Rodrigues, 29, se identificam como
militantes da juventude do PT à procura de emprego, e Rodrigo "Pilha"
Grassi, 36, é assessor parlamentar da deputada federal Érica Kokay
(PT-DF).
Os três são filiados ao PT e já participaram de outros atos contra o
próprio ministro. "A gente fez um desagravo contra a postura dele [no
julgamento do mensalão]", disse Maria Luiza. Para Rodrigo, Barbosa é
"grosseiro, autoritário e arrogante".
Eles dizem que o protesto foi improvisado porque encontraram o ministro
por acaso no bar, mas não quiseram deixar a "oportunidade passar".
Andreza conta que quando o ministro chegou, não o reconheceu. Mas depois
ela postou no Facebook um comentário chamando os amigos para o bar:
"Que desprazer! Joaquim Barbosa no mesmo bar que eu agora, na mesa ao
lado. Vou gritar viva a Dirceu, Genoino, Delubio e João Paulo na lata
dele! Quem puder venha para a 406 sul. Ele não passará!", escreveu.
No dia seguinte, ela postou com outro comentário, explicando como o
protesto foi organizado. "Ontem, despretensiosamente, eu, João Marcos
Melo, e Ana Paula fomos ao Chopin na 406 sul. Apenas jogar conversa fora
depois de uma semana corrida. Eis que nos aparece o ministro do STF,
Joaquim Barbosa e, para piorar, ele senta na mesa ao nosso lado. Por
óbvio, não deixamos a oportunidade passar, ligamos para uma galera e
quem pôde ir, de pronto chegou. Estou de alma lavada."
João Marcos Melo citado pela petista no post é funcionário da Secretaria
Nacional da Juventude, órgão ligado à Presidência da República. Os
manifestantes dizem que ele "apenas estava lá" e que não foi atrás do
ministro.
Apesar de dizer que não viu o vídeo, a secretária nacional da juventude,
Severine Macedo, afirma que não concorda com esse tipo de postura e que
o órgão não incentiva atos como o feito contra o ministro. Ela prometeu
averiguar a participação de João Marcos no episódio.
Então fica assim: o país todo mergulha em
uma celeuma sobre estupro por conta de uma estranha pesquisa do Ipea,
Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada, até a presidente Dilma se mete no assunto, e agora era tudo simplesmente um erro?
O Instituto
de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea), órgão do governo federal,
informou nesta sexta-feira (4) que errou ao divulgar na semana passada pesquisa segundo
a qual 65,1% dos brasileiros concordam inteiramente ou parcialmente com
a frase “Mulheres que usam roupas que mostram o corpo merecem ser
atacadas”. De acordo com o instituto, o percentual correto é 26%.
O diretor de
Estudos e Políticas Sociais do Ipea, Rafael Guerreiro Osório, pediu
exoneração assim que o erro foi constatado, informou o instituto.
[...]
Em nota
divulgada nesta sexta, o instituto pede desculpas e informa que “o erro
relevante” foi motivado por uma troca de gráficos que inverteu
resultados de duas das questões – “Mulher que é agredida e continua com o
parceiro gosta de apanhar” e “Mulheres que usam roupas que mostram o
corpo merecem ser atacadas”.
“Com a
inversão de resultados entre as duas questões, relatamos
equivocadamente, na semana passada, resultados extremos para a
concordância com a segunda frase, que, justamente por seu valor
inesperado, recebeu maior destaque nos meios de comunicação e motivou
amplas manifestações e debates na sociedade ao longo dos últimos dias”,
diz o texto da nota.
Apesar do
erro, a nota do Ipea afirma que as conclusões gerais da pesquisa
“continuam válidas”. “Pedimos desculpas novamente pelos transtornos
causados e registramos nossa solidariedade a todos os que se
sensibilizaram contra a violência e o preconceito e em defesa da
liberdade e da segurança das mulheres”, afirmou o instituto.
Como assim, continuam válidas? Um
“pequeno” erro que multiplicou por quase três a quantidade de
brasileiros que acham que o estupro pode ser “merecido”! São esses os
competentes pesquisadores do Ipea? A responsabilidade ficará apenas no
segundo escalão? E o presidente, não merece ser exonerado também?
Marcelo Neri, não custa lembrar, é aquele
que “criou” uma imensa classe média quase da noite para o dia, classe
média esta que ainda vive em favelas e ganha uma miséria.
Eu achava que ninguém seria capaz de
prejudicar mais a imagem do Ipea do que o petista Márcio Pochmann. Ledo
engano! Tudo isso é muito embaraçoso, suspeito e patético. Um simples
pedido de desculpas com uma demissão não vai resolver nada. A
credibilidade do Ipea está claramente em xeque. Mais uma instituição que
o PT consegue aparelhar e destruir…
PS: Quando escrevi meu comentário
sobre a pesquisa, acrescentei justamente minha suspeita: “por que
diabos um instituto de ‘pesquisa econômica aplicada’ precisa fazer este
tipo de pesquisa social, altamente subjetiva, cuja resposta pode variar
muito dependendo da forma com a qual é feita a pergunta? Parece algo
indutor de conflito social, típico do governo do PT mesmo, que adota a
máxima ‘dividir para conquistar’.”
Conforme já se sabe, a pesquisa do IPEA afirmando que 65% das pessoas
diziam que mulheres com o corpo à mostra mereciam ser atacadas não
apenas se baseou em uma fraude intelectual, como também inclui um suposto erro. Eu digo “suposto” pois existe também a tese de mais uma fraude.
Pois bem. Na verdade, apenas 26% das pessoas disseram achar que
“mulheres com o corpo à mostra mereciam ser atacadas”. A desculpinha é
que a planilha do IPEA teria sido trocada por engano. Então tá.
Depois vimos que as planilhas foram “trocadas”, e o número não era
65%, mas 26%. A turma do IPEA diz que é erro, mas também pode ser um
caso de fraude intelectual.
Diante do reconhecimento dessa vergonha, o presidente do IPEA lançou
um discurso com mais duas fraudes intelectuais tentando justificar o
injustificável. Leia, conforme texto do Brasil247:
Marcelo Neri, presidente do Ipea, sai em defesa da
instituição após erro de polêmica pesquisa que relaciona roupas que
mulheres usam com casos de estupro.
Um levantamento que chocou o País ao mostrar que 65,1% dos
brasileiros apoiavam que mulheres que usam roupa curta sejam violentadas
foi corrigido posteriormente pelo Ipea. Em nota, o instituto esclareceu
que o apoio vem, na verdade, de 26% dos brasileiros, enquanto 70%
discordam total ou parcialmente e 3,4% se dizem neutros.
Neri justifica dizendo que foram erros de planilha e não de
processamento. Segundo ele, a troca não muda as conclusões sobre o
assunto. Ele ressalta que havia uma questão especifica sobre estupro
(”Se as mulheres soubessem como se comportar, haveria menos estupro”)
que teve 58,5% de concordância total ou parcial. “Há pessoas tentando
jogar essa instituição no lixo”, disse em entrevista ao Globo.
“Estamos no auge da turbulência, mas não acho que houve erro permanente”, acrescenta.
Como pode Marcelo Neri dizer que a troca não muda as “conclusões
sobre o assunto”? Para endossar sua tese, ele pratica a seguinte fraude
intelectual: fingir que a afirmação “se as mulheres soubessem como se
comportar, haveria menos estupro” significa um endosso ao estupro. Nada
mais falso.
Se alguém escrevesse que “se as crianças não aceitassem balas de
estranhos, haveria menos risco delas usarem drogas indevidamente”,
então, na lógica desse infeliz, estaria endossando o uso de drogas. Pelo
mesmo raciocínio, se alguém dizer que “se as pessoas não clicarem em
e-mails de phishing, reduz-se o risco de contaminação de seu computador
com spywares e malwares”, estaria endossando a invasão do computador.
Enfim, é claro que apontar um risco causado pelo comportamento não
implica em endosso à materialização do risco, e, portanto, a tentativa
de usar a expressão “se as mulheres soubessem como se comportar, haveria
menos estupro” como um endosso ao estupro é uma fraude intelectual das
mais patéticas.
Na minha conta, então, já temos três fraudes intelectuais. Epa, esperem… são quatro.
Isso por que ele diz que sua fraude tomando a expressão “se as
mulheres soubessem como se comportar, haveria menos estupro” como um
endosso ao estupro serve para manter a pesquisa errada/fraudulenta como
válida. Assim, na ótica de Neri, “a troca não muda as conclusões sobre o
assunto”.
Fico imaginando um auditor de TI divulgando um relatório de
incidentes dizendo que 65% dos incidentes foram atendidos fora do SLA.
Em seguida, após o lançamento de multas em fornecedores, o auditor pede
desculpas e diz “que foram só 26%”. Você consegue realizar o que
aconteceria com um auditor dizendo que “a troca não muda as conclusões
sobre o assunto” diante de um erro tão grotesco? Demissão ou
cancelamento de contrato de auditoria na certa.
É fato que Neri toma a fraude intelectual como um método. Ele
simplesmente não pára de fazer isso. Se lhe apresentarem essas
refutações, esperem novas fraudes surgirem, em um continuum.
É esse tipo de caráter que ajudou a jogar o IPEA no lixo. O problema
não são apenas os erros e fraudes do instituto na famosa “pesquisa do
estupro”, como também as declarações de seu presidente, cometendo novas
fraudes para defender o indefensável.
Diz-se que cada organização é a cara de seu presidente. Assim, fica
claro que podemos confiar tanto no IPEA como no seu presidente. Ou seja,
qualquer camelô paraguaio é mais confiável, com certeza.
Este é o IPEA hoje em dia. Mais uma instituição que perdeu toda sua credibilidade por causa do aparelhamento petista.
Única representação internacional do órgão não trata de temas econômicos
País sofre com alta taxa de inflação e problemas cambiais; coordenador critica publicamente oposição a Maduro
FABIANO MAISONNAVEna Folha
Única representação internacional do Ipea (Instituto de Pesquisa
Econômica Aplicada), a filial do órgão na Venezuela prioriza análises
favoráveis ao chavismo e projetos de integração com o Brasil ao estudo
dos graves problemas macroeconômicos do país.
Desde a criação da filial venezuelana, em 2010, nenhum estudo sobre a
economia venezuelana, que apresenta alta inflação e disparidade cambial
crescente, foi feito.
A ausência desses temas contradiz a justificativa oficial dada pelo
próprio instituto para a missão no seu início, pela qual "os grandes
temas" seriam "macroeconomia e financiamento de investimento,
acompanhamento e monitoramento de políticas públicas".
Nestes quatro anos, a Venezuela tem sofrido uma deterioração contínua de
sua economia. A inflação fechou o ano passado em 56%, há
desabastecimento de produtos básicos e um mercado de câmbio
descontrolado.
Apesar da conjuntura, nos estudos produzidos sobre a Venezuela no período e enviados pelo Ipea à Folha
via Lei de Acesso à Informação, os assuntos predominantes são
cooperação da Venezuela com o norte do Brasil e o modelo político
venezuelano.
Os tom varia entre neutro e elogioso ao chavismo. Nos estudos sobre
cooperação, problemas como insegurança jurídica ficam praticamente de
fora, apesar do recente histórico de nacionalizações e do relativamente
baixo investimento estrangeiro.
Há também relatórios mais políticos, como o "Federalismo, Democratização
e Construção Institucional no Governo Hugo Chávez", de três autores,
onde se lê:
"O modelo bolivariano afasta-se, sem dúvidas, da democracia
representativa despolitizadora que predomina ainda hoje no mundo. Supera
o modelo idealizado pelos pais fundadores da república
norte-americana".
A missão é chefiada pelo economista brasileiro Pedro Silva Barros, autor
de textos no qual defende os governos de Chávez e o de seu sucessor,
Nicolás Maduro, e critica a oposição venezuelana.
Segundo o Ipea, os gastos com estrutura são baixos. Barros tem salário
de US$ 12.291 e ocupa uma sala na representação da Caixa Econômica
Federal em Caracas. Trabalha com pesquisadores e bolsistas que
permanecem curtos períodos no país.
Colaborador da publicação de esquerda "Carta Maior", ele escreveu, na
visita recente a Brasília da deputada oposicionista radical cassada,
María Corina Machado:
"[O senador tucano] Aécio Neves a saudou como representante da voz das
barricadas, legitimando a violência que levou a morte de quase 40
venezuelanos."
A filial do instituto em Caracas foi criada por um acordo entre Lula e Chávez.
Na época, o Ipea era chefiado pelo petista Marcio Pochmann, criticado por ter politizado o instituto.
"Ele [Barros] está lá pra chancelar um governo estrangeiro, pra dar um
ar de democracia, de legitimidade a um governo ditatorial", disse à Folha o economista Adolfo Sachsida, desde 1996 no Ipea.
Ele ressalva que a responsabilidade por isso é de Pochmann, e não do atual presidente, Marcelo Neri.
O Ipea
(Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada), que já chegou a ser um
centro de excelência no Brasil, não demonstra hoje a sua vagabundice
teórica e prática apenas produzindo pesquisas imprestáveis e erradas.
Vai muito além disso. Dedica-se também ao proselitismo esquerdopata mais
asqueroso, à defesa da ditadura, ao achincalhamento da democracia e,
acreditem!, a ataques às oposições da Venezuela e do Brasil. Sim, eu
estou me referindo àquele instituto que acusou, na prática, os
brasileiros — inclusive as mulheres — de simpatizantes do estupro ou,
quem sabe?, de potenciais estupradores. Depois veio a público para dizer
que seus números estavam errados, mas que suas conclusões estavam
certas. De chorar!
Poderia
ter havido um lado positivo até: teve início um movimento das peladas,
que resolveram escrever no corpo “Eu não mereço ser estuprada”. Muita
pelada por nada! Os números reais evidenciavam, ao contrário do que se
disse, que a esmagadora maioria dos brasileiros rejeitava frases
machistas e sexistas sobre agressões às mulheres. Felizmente! Quanto ao
peladismo, dizer o quê? Nesse caso, não foi diferente — sempre é assim
quando se fica nu por razões políticas: quem vale a pena não tira a
roupa, quem tira não vale a pena… Ainda está para surgir o casamento
perfeito entre a causa de quem se despe e a causa de quem só olha. Em
suma: o Ipea nos acusou de um bando de potenciais estupradores, e a
gente, felizmente, não era. Que bom! Mas por que isso agora?
Na Folha de hoje, há uma reportagem de
Fabiano Maisonnave com informações verdadeiramente estarrecedoras. O
Ipea tem uma filial na Venezuela desde 2010 — vocês sabem: um acordo
entre Luiz Inácio Apedeuta da Silva e Hugo Chávez. É a única
representação internacional do instituto. Como se sabe, o país está
mergulhado numa crise econômica e política sem precedentes; a economia
está quebrada; a violência literalmente corrói o tecido social. Falta de
tudo: de comida a papel higiênico. O chavismo inferniza a vida dos
venezuelanos em toda a sua, digamos, cadeia existencial… O Ipea, cuja
vocação é fazer estudos macroeconômicos, deve estar cuidando disso,
certo? Errado. Leiam o que informa a Folha:
“Nestes quatro anos, a
Venezuela tem sofrido uma deterioração contínua de sua economia. A
inflação fechou o ano passado em 56%, há desabastecimento de produtos
básicos e um mercado de câmbio descontrolado. Apesar da conjuntura, nos
estudos produzidos sobre a Venezuela no período e enviados pelo Ipea à
Folha via Lei de Acesso à Informação, os assuntos predominantes são
cooperação da Venezuela com o norte do Brasil e o modelo político
venezuelano. Os tom varia entre neutro e elogioso ao chavismo. Nos
estudos sobre cooperação, problemas como insegurança jurídica ficam
praticamente de fora, apesar do recente histórico de nacionalizações e
do relativamente baixo investimento estrangeiro.”
Informa ainda a reportagem: “A
missão é chefiada pelo economista brasileiro Pedro Silva Barros, autor
de textos no qual defende os governos de Chávez e o de seu sucessor,
Nicolás Maduro, e critica a oposição venezuelana.” O tal
Barros é um colaborador do site esquerdista “Carta Maior”. Vale dizer:
não é um economista, mas um militante do PT. Vive bem por lá: tem um
salário de US$ 12.291, superior ao de qualquer professor universitário
no Brasil.
O Ipea da Venezuela é capaz de escrever coisas como esta:
“O modelo bolivariano afasta-se,
sem dúvidas, da democracia representativa despolitizadora que predomina
ainda hoje no mundo. Supera o modelo idealizado pelos pais fundadores da
república norte-americana”.
Entenderam?
Temos no Ipea da Venezuela gente que odeia a “democracia
despolitizadora”. O instituto gosta mesmo é do bolivarianismo
politizador, que persegue a imprensa, que confere ao governo o monopólio
do acesso à radiodifusão, que põe milícias armadas nas ruas para
enfrentar os opositores a bala, que frauda eleições.
Em suma, o
que se tem lá é um pouco do lixo mental brasileiro. Na sexta,
conversava com amigos aqui em casa. Um deles me disse que discordava de
certa abordagem que eu fazia porque, às vezes, ficava parecendo que os
petistas eram Pol Pot. Ponderei que não são, claro! Mas não porque não
queiram ou não quisessem, mas porque não podem. E quem não permite que
sejam somos nós.
O Ipea da
Venezuela é a prova disso. Onde eles podem defender um governo de força,
que elimina os adversários na base da bala e da porrada, eles o fazem
sem pestanejar.
Sobre a recente visita da deputada oposicionista María Corina Machado ao Brasil, escreveu o tal Barros: “[O
senador tucano] Aécio Neves a saudou como representante da voz das
barricadas, legitimando a violência que levou a morte de quase 40
venezuelanos.”Trata-se
de mais uma delinquência política. A esmagadora maioria dos mortos é
constituída de opositores, assassinados pelas milícias chavistas
armadas, defendidas pelo Ipea.
Quem botou
o rapaz lá foi Márcio Pochmann, o petista que transformou o instituto
no braço mais burro do partido — sim, há profissionais competentes que
ainda estão no instituto. O atual presidente é Marcelo Neri. Ainda não
acabou com aquela sem-vergonhice por quê? Das duas uma: ou concorda ou,
não concordando, não tem poder para fechar aquela porcaria ou substituir
os quadros. Nesse caso, se não pede a conta, então é conivente.
PRIMEIRO ANDAR
A conversa da presidente Dilma Rousseff com João Roberto Marinho,
vice-presidente das Organizações Globo, anteontem, em Brasília, teve
como um dos temas centrais o leilão de 4G (telefonia celular de quarta
geração). O ministro Paulo Bernardo, das Comunicações, também participou
do encontro.
RUÍDO
As emissoras estão preocupadas porque a frequência que será cedida à exploração do 4G pode interferir na transmissão das TVs.
RUÍDO 2
Na conversa, teria ficado claro também que o governo Dilma tem a
"percepção" de que a TV Globo tem carregado nas tintas do noticiário
contrário ao governo, com cerca de dez minutos, em média, de informações
negativas para a presidente e o PT. Anteontem, reportagens de obras
inacabadas da Copa, baixo crescimento e escândalo da Petrobras ocuparam
cerca de 16 minutos do "Jornal Nacional" -ou quase a metade do
telejornal, de 37 minutos com intervalos.
SILÊNCIO
O governo não comenta.
-
A Globo afirma que a conversa com Dilma se limitou a assuntos técnicos.