Estudantes reclamam que, caso o cronograma para a realização
do exame de proficiência fosse cumprido, eles teriam condições de passar
Estudantes que fazem parte do grupo de bolsistas do Ciência sem Fronteiras que foram excluídos do programa estão
preparando uma manifestação no Canadá. O grupo quer se reunir na
quinta-feira, dia 10, ao meio dia em frente ao City Hall, em Toronto.
Conforme o Estado de S. Paulo revelou nesta quarta-feira, dia 9, o governo começou a convocar de volta ao Brasil bolsistas que nem sequer começaram a exercer atividade na universidade estrangeira. Pelo
menos 110 bolsistas terão de retornar do Canadá e da Austrália - onde já
estão desde setembro de 2013 - por não terem conseguido proficiência em
inglês. Desse total, 80 está no Canadá. O número pode aumentar uma vez
que outros alunos ainda devem passar pelo exame de fluência no inglês.
Os estudantes que foram avisados para voltar ao Brasil reclamam que,
caso o cronograma oficial para a realização do exame de proficiência
fosse cumprido, eles teriam condições de passar. Documento encaminhado
aos estudantes no dia 27 de setembro de 2013 pela coordenação do
programa no Canadá, por exemplo, diz expressamente que os exames de
língua seriam realizados em março e abril, mas vários estudantes tiveram
que fazer em janeiro. "Tive que fazer em janeiro o exame. Agora estamos
preparados para fazê-lo", disse um bolsista que está no Canadá e pediu
para não ser identificado.
Ontem, a Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior
(Capes), órgão ligado ao Ministério da Educação (MEC) que faz a gestão
das bolsas, informou que as provas começaram a ser realizadas em
fevereiro.
Relembre as falhas no Programa Ciência sem Fronteiras
Atrasos no pagamento de bolsas, problemas com a qualidade das universidades conveniadas a dificuldades de candidatos com idioma marcaram programa de internacionalização do MEC
Com o objetivo de mandar 101 mil estudantes e pesquisadores para
universidades do exterior até 2015, o programa Ciência sem Fronteiras
foi umas das principais aposta do governo federal para incentivar a
internacionalização da educação brasileira. O programa, entretanto,
passou por uma série de tropeços, desde atrasos no pagamento de bolsas,
problemas com a qualidade das universidades conveniadas a dificuldades
de candidatos com idioma.
Conforme o Estado de S. Paulo revelou nesta quarta-feira, dia 9, o
governo começou a convocar de volta ao Brasil bolsistas que nem sequer
começaram a exercer atividade na universidade estrangeira.
Veja algumas notícias sobre o programa, lançado em 2011:
- Ciência sem Fronteiras atrasa repasse de bolsa a todos os pesquisadores
- Ciência Sem Fronteiras suspende bolsa de 25 alunos
- Dilma cobra explicações sobre a não renovação de bolsas
- Programa é criticado em encontro da SBPC
- Ciência sem Fronteiras exclui pelo menos 24 cursos de novo edital
- Governo reduz exigência de idiomas
- Bolsistas fazem curso pior em Portugal
- Capes oferece a alunos transferência de país
- Portugal é suspenso do Ciência sem Fronteiras
- 'Não é verdade que estudantes brasileiros tenham dificuldade com língua estrangeira', diz Mercadante