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terça-feira, abril 08, 2014

A Luz sem o Véu - Bianca Gismonti ao Vivo com Jane Duboc

Para elevar o nível e o astral, bem melhor é ouvir "A Luz sem o Véu", música de Bianca Gismonti, que aqui é acompanhada da voz maravilhosa de Jane Duboc.

MARXISMO CULTURAL: Viva a Valesca Popozuda e a cultura do lixo!


Do G1, em 18/04/2013
 

Aluna passa em 2º lugar em mestrado com projeto sobre Valesca Popozuda

Mariana Gomes agora é aluna de Cultura e Territorialidades da UFF, no RJ. Projeto discute ideia de que funk seria o último grito do feminismo.

Mariana Gomes, de 24 anos, passou em segundo lugar na Pós-graduação em Cultura e Territorialidades da Universidade Federal Fluminense (UFF), em Niterói, com o projeto “My pussy é poder – A representação feminina através do funk no Rio de Janeiro: Identidade, feminismo e indústria cultural". Entre os objetivos do projeto está a desconstrução da ideia de que o funk seria o último grito do feminismo através das músicas de Valesca Popozuda, Tati Quebra Barraco, entre outras. Recentemente, Valesca foi escolhida como patronesse de uma turma de calouros de Mariana.

A ideia do projeto começou a surgir em agosto de 2008, quando a estudante ainda cursava a graduação em Estudos de Mídia, na mesma universidade. Ao estudar o funk e a sociabilidade da classe trabalhadora no município do Rio, ela visitou bailes funks em lugares como a Rocinha, na Zona Sul, em Santa Cruz, na Zona Oeste, e na Ladeira dos Tabajaras, também na Zona Sul.

“Eu fui observando que havia poucas mulheres cantando e que este papel ficava com os homens. As mulheres só estavam presentes dançando e quando havia erotismo. Parecia que não tinha espaço para a participação feminina em outros assuntos. E o público do baile é em sua maioria feminino”, explica a mestranda. A pesquisa deu origem ao seu projeto de conclusão de curso intitulado "Melancia, Moranguinho e melão: frutas estão na feira - A representação feminina do funk em jornais populares do Rio de Janeiro."

Ao longo do curso, a aluna pretende discutir se as letras de funk cantadas por Valesca Popozuda e outras intérpretes do gênero são um caso de libertação feminina ou apenas um atendimento da demanda do mercado erótico.

A MC Dandara, que escreveu “Funk de sainha”, sucesso gravado pela Valesca, escreve músicas de protesto, como o rap “Nossa banheira”. É uma música muito politizada. Mas ela precisa escrever músicas para vender. Então é possível que o erotismo nas letras de funk seja um fator mercadológico. A questão do corpo é o que mais me interessa. A relação entre feminismo e erotismo é perigosa, inclusive para a Valesca. Ela se diz feminista, mas será que é mesmo?”, questiona Mariana, reiterando que em uma das músicas, a cantora de funk diz Mulher burra fica pobre/ Mas eu vou te dizer/ Se for inteligente pode até enriquecer/ Por ela o homem chora/ Por ela o homem gasta/ Por ela o homem mata / Por ela o homem enlouquece / Dá carro, apartamento, joias, roupas e mansão / Coloca silicone / E faz lipoaspiração / Implante no cabelo com rostinho de atriz / Aumenta a sua bunda pra você ficar feliz.

Segundo Mariana, as letras trazem o valor da mulher interesseira. “A cantora afirma o corpo como espaço de liberdade, mas ele pode ser uma prisão, neste caso, porque o objetivo é conseguir bens materiais. Não chega a ser uma prostituição, mas é um jogo perigoso”.

Abertura na universidade 

A aprovação da aluna em segundo lugar no curso com o tema e escolha de Valesca Popozuda para patronesse de uma turma de Estudos de Mídia indicam uma abertura na Universidade Federal Fluminense para um assunto que nem sempre foi acolhido pelo mundo acadêmico.


"Aquela turma ter escolhido a Valesca foi uma atitude ideológica. Estamos aqui para dizer que não existe baixa cultura. A minha turma escolheu o Saramago [José Saramago, escritor português morto em 2010]. Colocaram os dois em pé de igualdade, talvez para mostrar que a hierarquização da cultura só é prejudicial para a discussão", considera a estudante.
 
Pronto falei
Reforçando a discussão da hierarquização da cultura, a jovem lembra das expressões "pronto falei" e "vou confessar que" utilizadas pelas pessoas que dizem que gostam de funk. "É comum você ouvir: vou confessar que gosto da Valesca. As pessoas já sabem que serão julgadas, ou elas mesmas se julgam. É importante quebrar este paradigma de séculos. Fazer isso vir à academia é muito importante", encerra Mariana.

Fonte: G1

 

REINALDO AZEVEDO: Valesca Popozuda numa prova de filosofia e o fim da escola

Valesca Popozuda numa prova de filosofia e o fim da escola. Ou: Popozuda é a nossa Schopenhauer



 Valesca, cuja música virou tema de uma prova de filosofia: ela dá o que pensar
 
A escola brasileira acabou, morreu, foi para o ralo. Virou lixo. Foi vítima de “progressiste” aguda. A “progressiste” é uma infecção provocada por um vírus cuja letalidade se deve à mente torta de Paulo Freire, que muita gente considera um santo. Não é que ele tenha criado o bichinho original. Mas foi quem o espalhou. A “progressiste” — que é o progressismo na sua fase terminal — inverte a lógica da educação: em vez de o professor ter algo a ensinar ao aluno, é o aluno que deve levar a sua experiência ao professor. Ou, então, ter-se-ia uma “relação autoritária” e “não dialógica”, compreendem? No domingo, eu assistia ao Fantástico e fui até o ponto em que uma reportagem cantava as glórias de professores “criativos”, sabem?, que resolvem entrar no universo do “educando”. Era a apologia da morte do conteúdo e do currículo. Cada um brinca do que quiser em sala de aula. Confesso que não aguentei a conversa torta até o fim. Tinha mais o que fazer. Não sei se vi, mas é possível, uma senhora, professora talvez, gingando em ritmo de funk ao algo assim. Ok. Não é aprendendo oboé que os pobres vão parar no “Esquenta” da Regina Casé, tá certo?

Vejo agora que um professor de filosofia do Centro de Ensino Médio 3 de Taguatinga, no Distrito Federal, aplicou uma prova de filosofia — teste!!! — a seus alunos e resolveu, como direi?, “incorporar” Valesca Popozuda, que virou uma questão. Pois é… Até Dilma Rousseff estava dando “beijinho no ombro” no Twiiter outro dia. A Dilma Popozuda é a Dilma Bolada em ritmo de funk. A questão é esta:



Dá preguiça debater o mérito da escolha, entrar nas “paulo-freirices” sobre o universo do educando. O que acho mais espantoso, se querem saber, é a formulação. Não sei se a prova trazia a letra, a saber:

Desejo a todas inimigas vida longa Pra que elas vejam cada dia mais nossa vitória Bateu de frente é só tiro, porrada e bomba Aqui dois papos não se cria e nem faz história

Como se vê, a resposta não demanda nem mesmo interpretação de texto. Se a letra, no entanto, não estava disponível, muito pior porque, para “acertar”, seria preciso tê-la na memória. O que o professor, Antônio Kubitschek é nome dele (não sei se parente do ex-presidente), queria testar? Não sei.

No dia 27 de setembro de 2011, escrevi aqui um post texto intitulado “O Brasil precisa de menos sociólogos e filósofos e de mais engenheiros que se expressem com clareza”. Notem que escrevi “precisa DE menos” e não “precisa MENOS”. São coisas distintas. 

Como há por aí filósofos e sociólogos que precisam DE MAIS LEITURA, muita gente não entendeu o que leu. Fazer o quê? Eu nunca neguei que escrevo para pessoas alfabetizadas. O texto me rende ataques bucéfalos até hoje.

Eu criticava, então, uma proposta estúpida que alguém fez à Secretaria de Educação de São Paulo, sugerindo que o ensino médio desse menos aulas de matemática e língua portuguesa em benefício da filosofia e da sociologia. Felizmente, o governador Geraldo Alckmin repudiou a ideia e pôs um fim à conversa mole.

Qual é o busílis? Seja na escola pública, seja na escola privada, os currículos de filosofia e de sociologia ainda não estão definidos. Cada um “ensina” o que quiser. Não raro, as aulas se transformam em meros pretextos para o proselitismo ideológico — na esmagadora maioria das vezes, de esquerda. “SE FOSSE DE DIREITA, VOCÊ IRIA GOSTAR, REINALDO AZEVEDO?” Não também! Professor não é pregador; não é líder partidário; não é pastor; não é sacerdote.

Hoje, são poucos os alunos que não levam na ponta da língua o discurso — e não mais do que o discurso — da igualdade e da justiça, mas não sabem fazer conta; não dominam o instrumental básico da língua para se expressar com clareza fora de suas “tribos”. Não por acaso, o país fica sempre nos últimos lugares nas provas do PISA, com um desempenho incompatível com o tamanho de sua economia.

A escola brasileira é o reino do vale-tudo.
E estamos piorando. Vou reproduzir um trecho de uma entrevista que o poeta Bruno Tolentino, meu querido amigo, concedeu à VEJA na edição nº 1436, de 20 de março de 1996 — HÁ LONGOS 18 ANOS, PORTANTO. Bruno morreu no dia 27 de junho de 2007 sem ver o fundo do poço. Leiam. Volto para encerrar

VEJA — Por que tantas brigas ao mesmo tempo?
TOLENTINO — Para ver se o pessoal cai em si e muda de mentalidade. O Brasil é um país vital que está caindo aos pedaços. Não quero sair outra vez da minha terra, mas não posso ficar aqui sem minha família, que está na França. Não posso educar filho em escola daqui.

VEJA — Por que não?
TOLENTINO — Foi minha mulher quem disse não. Educar um filho ao lado de Olavo Bilac, última flor do Lácio inculta e bela, que aconteceu e sobreviveu, ao lado de um violeiro qualquer que ela nem sabe quem é, este Velosô, causou-lhe espanto. A escola que ela procurou para fazer a matrícula tem uma Cartilha Comentada com nomes como Camões, Fernando Pessoa, Drummond, Manuel Bandeira e Caetano. O menino seria levado a acreditar que é tudo a mesma coisa. Ele nasceu em Oxford, viveu na França e poderá morar no Rio de Janeiro. Ele diz que seu cérebro tem três partes. Mas não aceitamos que uma dessas partes seja ocupada pelo show business.

VEJA — Qual o problema?
TOLENTINO — Minha mulher já havia se conformado com os seqüestros e balas perdidas do Rio, mas ficou indignada e espantada pelo fato de se seqüestrar o miolo de uma criança na sala de aula. Se fosse estudar no Liceu Condorcet, em Paris, jamais seria confundido sobre os valores do poeta Paul Valéry e do roqueiro Johnny Hallyday, por exemplo. Uma vez entortado o pepino, não se desentorta mais. Jamais educaria um filho meu numa escola ou universidade brasileira.

VEJA — Não é levar Caetano Veloso a sério demais? Ele não é só um tema de currículo, entre tantos outros?
TOLENTINO — Não. Ele está também virando tese de professores universitários. Tenho aqui um livro, Esse Cara, sobre Caetano, uma espécie de guia para mongolóides, e a mesma editora desse livro me pede para escrever um outro, sob o título Caetano Se Engana. É preciso botar os pingos nos is. Cada macaco no seu galho, e o galho de Caetano é o show biz. Por mais poético que seja, é entretenimento. E entretenimento não é cultura.

VEJA — O que você tem contra a música popular?
TOLENTINO — Se fizerem um show com todas as músicas de Noel Rosa, Tom Jobim ou Ary Barroso, eu vou e assisto dez vezes. Mas saio de lá sem achar que passei a tarde numa biblioteca. Não se trata de cultura e muito menos de alta cultura. Gosto da música popular brasileira e também da de outros países, mas a música popular não se confunde com a erudita. Então, como é que letra de música vai se confundir com poesia? (…)

Retomo Caetano em sala de aula? Pois é… Já lá se vão quase 20 anos. Poderia valer por um Kant, não é mesmo? Não duvidem: a vaca foi para o brejo. Todas as tentativas feitas, em qualquer esfera, de botar alguma ordem na educação brasileira, dando-lhe, quando menos, um currículo esbarram no gigantismo da estrutura, nas corporações sindicais e da ideologia rombuda.

A escola brasileira é o reino em que tudo é possível. Por lá, “todas as experiências são válidas”. Há 18 anos, como aponta Bruno, as coisas já estavam tortas. Depois pioraram. O que se manifestava como um “trabalho de resistência” virou ideologia oficial.

Ao comentar a sua prova, o professor ainda empresta um certo sotaque feminista à coisa, entendem? Leiam o que disse ao Estadão: “A prova foi uma provocação. Recebemos várias críticas, e muitas pessoas nem sabem o conteúdo da prova. Colocaram (a Valesca) como um ser que não é pensante, só porque é mulher e funkeira. Se fosse o Mano Brown ou o Gabriel, o Pensador, não teria dado esta polêmica”.

É, talvez não tivesse dado essa polêmica… Notem que, no seu discurso, Mano Brown e “Gabriel, o Pensador” já se tornaram, como posso dizer?, referências “conservadoras”.
A escola brasileira morreu. Teremos de recomeçar do zero.
 
Por Reinaldo Azevedo

Rolezinho de DIREITA no restaurante da comunista Jandira Feghali. Aquela que quer censurar Rachel Sheherazade!



 A ideia é convidarmos liberais, libertários, conservadores, socialistas e até mesmo quem não se interessa por política para um jantar no restaurante da grande comunista Jandira! Além de convidarmos moradores de rua para jantar conosco! Convide todos os seus amigos! Convidem a Raquel e o Paulo Eduardo Martins!
Restaurante libanês · Restaurante Fast-food
Avenida Nossa Senhora de Copacabana 581 SLJ 218, 22050-000 Rio de Janeiro

 O evento é sério: Compareçam e convidem todos os seus amigos (TODOS), se possível levem alguém que não tem condições para comer neste restaurante; é apenas uma confraternização pacífica em um estabelecimento. Apesar da dona ser comunista, respeitamos a propriedade privada... Porém vale lembrar que nenhuma pessoa pode ser discriminada por conta de sua classe, forma de se vestir ou a forma pela qual se expressa.

Traje: Se possível o MAIS informal possível.

Obs: Lembrando que Jandira defende o direito do rolezinho, se indivíduos tem o direito de se unir para caminhar em um shopping sem consumir nada. O mesmo vale para restaurantes. E não se esqueçam que todo estabelecimento é obrigado a dar uma jarra d'água.

 Fonte: Facebook


A deputada Jandira Feghali, do Partido comunista, pelo Rio de Janeiro, que quase foi cassada há apenas alguns meses, voltou a ser destaque nacional nas últimas semanas. Mas isso não foi por Jandira ter apresentado algum projeto útil à sociedade. O que ela fez, que lhe trouxe tanta notoriedade, foi ter proposto uma punição para o SBT por conta da apresentadora Rachel Sheherazade ter declarado que compreende a atitude dos cariocas que surraram um assaltante.
 
A última “grande proposta” de Jandira foi um projeto para anulação da lei de anistia exclusivamente para agentes públicos que tenham cometido crimes no período em que os militares governaram o Brasil.
 
Pois é, parece que as redes sociais da “não – esquerda” encontraram Jandira, descobriram que ela é dona de um restaurante no Rio de Janeiro, em plena Avenida Nossa Senhora de Copacabana, algo que em nada combina com seu discurso comunista. Alguns grupos marcaram um rolezinho no local e propõem que as pessoas compareçam com roupas bem humildes e que leve-se o cartão bolsa-família para que Jandira possa SOCIALIZAR um pouco de seus bens com os rolezeiros da direita.

Já há mais de 1400 confirmações de comparecimentos. Parece que todos os amigos cariocas da Sheherazade vão comer uma esfiha em Copacabana. O evento inicialmente foi marcado para outubro, mas ja ha um outro, marcado para o próximo dia 30.

A chamada é: "A ideia é convidarmos liberais, libertários, conservadores, socialistas e até mesmo quem não se interessa por política para um jantar no restaurante da grande comunista Jandira! Além de convidarmos moradores de rua para jantar conosco! Convide todos os seus amigos! Convidem a Raquel e o Paulo Eduardo Martins!...
 
O evento está aqui.

Os organizadores já avisaram que não haverá baderna e que o direito de propriedade não pode ser desrespeitado.

Jandira já disse que é a favor dos rolezinhos, e deu a entender que vai encarar a situação com bom humor, pois acredita que verdadeiros rolezeiros não tem intenção de dar prejuízo.

UCHO.INFO: André Vargas manda duros recados ao PT e ameaça contar o que sabe sobre Gleisi e Paulo Bernardo





Soltando a voz
Deputado federal pelo Paraná e vice-presidente licenciado da Câmara dos Deputados, o petista André Vargas não está disposto a seguir o caminho que leva ao matadouro sem luta. Depois de muitos serviços prestados ao Partido dos Trabalhadores, Vargas está revoltado com a forma como vem sendo tratado pelos companheiros de legenda. Aos amigos o parlamentar tem dito que exigirá que lideranças do partido demonstrem solidariedade publicamente.
 
“Estou sendo tratado como se fosse o único pecador em meio a uma legenda angelical de querubins e serafins”, desabafou o deputado a um amigo. André Vargas, que já foi secretário nacional de Comunicação do PT e, nessa posição, prestou muitos serviços (sujos) a deputados, senadores e cartolas do partido, que hoje o apedrejam, tem muita munição e já dá sinais que não deixará a sua degola avançar de forma impune: “Me aguardem”, tem declarado o petista.

A indignação maior de André Vargas é com a incompetente senadora Gleisi Hoffmann, de quem é o coordenador da campanha ao governo do Paraná, e Paulo Bernardo da Silva, atual ministro das Comunicações e marido da ex-chefe da Casa Civil. O ainda deputado petista foi coordenador da campanha de Paulo Bernardo à Câmara Federal.

O que mais revolta Vargas é que por comandar a campanha de Paulo Bernardo, em 1998, acabou como alvo de conturbado processo judicial por lavagem de dinheiro. Coincidência ou não, o dono da lavanderia financeira da época era Alberto Youssef, doleiro preso recentemente pela Polícia Federal na esteira da Operação Lava-Jato. “Agora esses dois (Bernardo e Gleisi) estão fingindo que não me conhecem. Se for preciso vou refrescar a memória deles”, afirmou.

Não é só a falta de solidariedade que tem deixado André Vargas indignado. Ele identificou inúmeros sinais de que seu calvário político resultou do chamado “fogo amigo”. Identificado com o “volta Lula”, Vargas teria se tornado um alvo para setores do PT leais à presidente Dilma Rousseff. A ideia dos palacianos era detoná-lo como um exemplo do que os demais filiados ao partido não deveriam fazer. O que os autores da operação não contavam era com a dimensão do escândalo, que acabou se voltando contra todo o PT e a própria Dilma.

Também não contavam com a reação de André Vargas. Encurralado e sem nada a perder, transformado em pária político e vendo-se obrigado a mandar pelos ares a carreira política, o deputado petista é uma ode ao perigo. Correndo o risco de ser condenado por corrupção e acabar no Complexo Penitenciário da Papuda, com direito a erguer o punho cerrado, Vargas não descarta a possibilidade de se transformar em mais um homem-bomba dentro do PT. Ele sabe demais e tem pouca estrutura psicológica para suportar silenciosamente a pressão decorrente de rumoroso escândalo de corrupção.

UCHO HADDAD: Beijinho no ombro, massa cinzenta na bunda e o desmonte da nação

Artigo de Ucho Haddad


Com a devida licença daquele famoso e gazeteiro comunista de botequim, “nunca antes na história deste país” a população foi tão achincalhada em seus direitos mais básicos, como é o caso do acesso à educação de qualidade. Levando-se em conta que a única especialidade da esquerda é socializar o caos, os esquerdopatas tupiniquins estão a cumprir fielmente a cartilha burra e retrógrada de Havana. Apostam em uma luta de classes para instalar no País um regime totalitarista, mas enquanto isso não acontece preferem emprenhar o cotidiano com polêmicas descabidas, que servem para esconder as infindáveis roubalheiras oficiais.

A polêmica do momento, à qual os palacianos em breve cunharão a própria marca, envolve a funkeira Valesca Popozuda, que em prova de Filosofia aplicada a alunos do ensino médio de Taquatinga, no Distrito Federal, foi incensada à condição de pensadora contemporânea. O responsável – na verdade é um irresponsável – que criou a questão alegou depois da repercussão do caso que tudo foi pensado para provocar polêmica. Não contente com a dimensão do seu desvario, o tal professor confirmou que Valesca Popozuda é, sim, uma pensadora contemporânea. E justificou a sandice do próprio raciocínio com a tese de que a funkeira conseguiu criar uma polêmica nacional com a música “Beijinho no Ombro”.

A considerar como válida (sic) a tese esdrúxula do professor, nessa barafunda chamada Brasil um pensador é aquele que consegue provocar polêmica, não importando a capacidade de raciocínio e muito menos a lógica do pensamento. Isso significa que um jumento qualquer – refiro-me aos quadrúpedes, pois a zootecnia mostra que há jumentos bípedes também – que decidir tirar uma soneca na rampa do Palácio do Planalto certamente será elevado à categoria de pensador contemporâneo. Até porque, a imprensa há de entender que o jumento provocou uma enorme polêmica ao impedir o acesso de seus iguais ao centro do poder.

Alguém que consegue enxergar Valesca Popozuda como pensadora contemporânea por certo levou um coice no cérebro e perdeu a capacidade cognitiva do raciocínio. Como o próprio nome artístico da pensadora do momento sugere, toda popozuda tem a massa cinzenta instalada na bunda, parte do corpo feminino que há séculos é preferência nacional. No momento em que mulheres aceitam que a inteligência seja auferida no quadril – sendo que quanto maior o derrière, mais impressionante e cobiçada é a qualidade do tutano – não devem reclamar as representantes do sexo feminino que têm a bunda na alça de mira da cobiça do universo masculino. Até porque, o machismo tropical já demonstrou ao longo do tempo sua obsessão pela inteligência bunda do sexo oposto.

O mais impressionante nesse imbróglio educacional não é postura burra do professor ao defender a sua criação, possivelmente a única a ser comentada nacionalmente em toda a carreira, mas a reação da funkeira popozuda, que alega ter o direito de ser uma pensadora. Valesca foi mais longe e nas redes sociais escreveu que trabalhará muito para fazer jus ao título de pensadora. Ou seja, a bunda da popozuda tende a crescer ainda mais, até porque nessa louca Terra de Macunaíma o QI de uma mulher está diretamente relacionado ao tamanho do quadril. Não era assim, mas de uns tempos para cá a coisa mudou de figura. E de lugar também.

Sou do tempo em que a inteligência não frequentava lugares tão baixos como a bunda, mas reconheço que a situação atual aponta para o futuro nada sombrio de um país que é refém da ignorância do povo, algo que só interessa aos políticos profissionais e totalitaristas. Como toda pessoa desprovida de inteligência e conhecimento, Valesca Popozuda tenta minimizar a polêmica abusando do populismo. A “pensadora” afirma que é preciso se preocupar com temas mais importantes, como a defesa de um salário digno para os professores.

Fico pensando se prospera essa ideia absurda da pensadora contemporânea e a funkeira, acreditando no inacreditável, decide concorrer a uma vaga na Academia Brasileira de Letras. Lá, na sisuda ABL, Popozuda será obrigada a fazer do fardão acadêmico uma espécie de burka da própria bunda, quer dizer, dos neurônios, não podendo dessa forma exibir aos colegas da “intelligentsia” nacional os seus dotes intelectuais.

Por isso, caríssimas e diletas leitoras, com derrière pequeno ou grande, mole ou duro, caído ou em pé, não levem a ferro e fogo se alguém passar a mão na sua bunda, porque num país em que a degradação corre à solta, o que seria abuso sexual agora não passa de afago na massa cinzenta. Só não aceite um pé na bunda do namorado, marido ou companheiro, pois essa atitude violenta e nada inteligente pode provocar traumatismo cerebral. E viva a bunda, porque os neurônios caíram em desgraça!

(*) Ucho Haddad é jornalista político e investigativo, analista e comentarista político, cronista esportivo, escritor e poeta.

MARCO CIVIL: O Congresso matou a Internet



Por Thiago Cortês

O Marco Civil da Internet vai encarecer os serviços de internet no Brasil, que já estão entre os mais caros do mundo. E a liberdade de expressão estará sob permanente ameaça. 

Agradeça ao Congresso Nacional.

A Câmara dos Deputados aprovou quase por unanimidade na noite de ontem (25) o projeto do Marco Civil da Internet, mesmo com todas as evidências de que o projeto de lei concede ao governo super poderes de controle do tráfego na rede.

É pertinente lembrar: se antes eram necessários hackers para derrubar perfis nas redes sociais e sites de dissidentes como Julio Severo e Olavo de Carvalho, daqui em diante a censura poderá ser feita oficialmente, via regulação.

Diz o parágrafo único do artigo 9º:

Na provisão de conexão à Internet, onerosa ou gratuita, é vedado monitorar, filtrar, analisar ou fiscalizar o conteúdo dos pacotes de dados, ressalvadas as hipóteses admitidas em lei”.

Aqui está o pulo do gato: “ressalvadas as hipóteses admitidas em lei”. Ou seja, é proibido monitorar ou fiscalizar os dados, com exceção dos casos nos quais o governo tiver interesse ou resolver que deve se meter – com amparo da lei.

Li e ouvi muitas bobagens – inclusive de congressistas evangélicos – sobre o quão complexo e delicado é o tema do Marco Civil da Internet.

Ora, qualquer criança em pleno uso das suas faculdades mentais sabe que perde a privacidade se o papai ou a mamãe tiverem acesso aos seus dados pessoais.
A conta é simples: mais governo interferindo é igual a menos liberdade.

Mais cara e mais controlada
A internet brasileira caminha para se tornar a mais cara do mundo. Nós pagaremos muito mais para que o governo possa nos monitorar, fiscalizar e controlar.

Diz o texto do Marco Civil:

Art. 14. Na provisão de conexão à Internet, cabe ao administrador de sistema autônomo respectivo o dever de manter os registros de conexão, sob sigilo…

Aqui as coisas são explícitas. O Marco Civil entende que todo usuário de internet é um criminoso em potencial e, por isso, deve ter seus dados armazenados por precaução – caso seja necessário, no futuro, que o governo lhe encontre.

O governo obrigará os provedores de conexão a armazenar nossos dados “em ambiente controlado e de segurança”. É claro que tudo isso tem um custo elevado.

E, claro, os provedores de conexão não ficarão no prejuízo!

Os custos serão repassados aos usuários de internet, que já arcam com valores absurdos. Nós pagaremos mais para que o governo possa nos monitorar.

A verdade é que – como acontece com freqüência, com outros projetos governistas – na votação do Marco Civil da Internet os deputados se dividiram em dois grandes grupos: os mentirosos e os ingênuos.

Alguém acredita no zelo dos comissários petistas pela privacidade alheia?

O que será que o caseiro Francenildo, que teve dados bancários divulgados à mando do então ministro Antônio Palocci, nos diria sobre o compromisso dos companheiros com a privacidade dos outros?

A linguagem técnica e salpicada de belos sentimentos do projeto de lei não é capaz de esconder a verdade inconveniente: o Marco Civil viabiliza a monitoração e filtragem dos dados transmitidos pela internet. É poder demais para qualquer um.

PS.: Falo, sim, em Congresso Nacional. Até meu labrador de apenas dois anos de idade sabe que, depois da aprovação na Câmara, já está tudo acertado para o projeto passar no Senado.

‘Os gigolôs da memória’, um artigo de Marco Antonio Villa

MARCO ANTONIO VILLA

A lembrança dos 50 anos da queda de João Goulart ocupou amplo espaço na imprensa. Nenhum outro acontecimento da história do Brasil foi tão debatido meio século depois do ocorrido. Para um otimista, isto poderia representar um bom sinal. Afinal, o nosso país tem uma estranha característica de esquecer o que ocorreu ontem. Porém, a reflexão e o debate sobre 1964 e o regime militar acabaram sendo dominados justamente por aqueles que conduziram o país à crise da república populista e que negaram os valores democráticos nos anos 1960-1970.

A tendência à hagiografia mais uma vez esteve presente. João Goulart foi transformado em um presidente reformista, defensor dos valores democráticos e administrador capaz. Curiosamente, quando esta narrativa é cotejada com relatos de assessores, como o ministro Celso Furtado, ou de um amigo, como o jornalista Samuel Wainer, cai por terra. Furtado, em entrevista à revista Playboy (abril, 1999) disse que Jango “era um primitivo, um pobre de caráter”. Wainer relatou que “uma vez por mês, ou a cada dois meses, eu visitava os empreiteiros e recolhia suas doações, juntando montes de cédulas que encaminhava às mãos de João Goulart. (…) Eu poderia ter ficado multimilionário entre 1962 e 1964. Não fiquei.” (Minha razão de viver, p. 238).

Não é possível ignorar o caos instalado no país em março de 1964. A quebra da hierarquia militar incentivada pelo presidente da República é sabidamente conhecida. A gravidade da crise econômica e a inépcia governamental em encontrar um caminho que retomasse o crescimento eram mais que evidentes. O desinteresse de Jango de buscar uma solução negociada para o impasse não pode ser contestado: é fato. O apego às vazias palavras de ordem como um meio de ocultar a incompetência político-administrativa era conhecido. Conta o senador Amaral Peixoto, presidente do Partido Social Democrático, que em conversa com Doutel de Andrade, um janguista de carteirinha, este, quando perguntado sobre o projeto de reforma agrária, riu e respondeu: “Mas o senhor acredita na reforma agrária do Jango? No dia em que ele fizer a reforma agrária, o que vai fazer depois?” (Artes da política, p.455)

Também causa estranheza a mea culpa de alguns órgãos de imprensa sobre a posição tomada em 1964. A queda de Jango deve ser entendida como mais um momento na história de um país com tradição (infeliz) de intervenções militares para solucionar crises políticas. Nos 40 anos anteriores, o Brasil tinha passado por diversas movimentações e golpes civis-militares. Basta recordar 1922, 1924, Coluna Prestes, 1930, 1932, 1935, 1937, 1938, 1945, 1954, 1955 ─ tivemos três presidentes da República e dois golpes no mês de novembro ─ e 1961.

Jogar a cartada militar fazia parte da política. E nunca tinha ocorrido uma intervenção militar de longa duração. Esperava-se um governo de transição que garantisse as eleições de 3 de outubro de 1965 e a posse do eleito em 31 de janeiro de 1966. Esta leitura foi feita por JK ─ e também por Carlos Lacerda. Os dois principais antagonistas da eleição que não houve imaginavam que Castello Branco cumpriria o compromisso assumido quando de sua posse: terminar o mandato presidencial iniciado a 31 de janeiro de 1961.

JK imaginou que Castello Branco era o marechal Lott e que 1964 era a repetição ─ um pouco mais agudizada ─ da crise de 1955. Errou feio. Mas não foi o único. Daí a necessidade de separar 1964 do restante do regime militar. Muitos que foram favoráveis à substituição de Jango logo se afastaram quando ficou patente a violação do acordado com a cúpula militar. Associar o apoio ao que se imaginava como um breve interregno militar com os desmandos do regime que durou duas décadas é pura hipocrisia.

Ainda no terreno das falácias, a rememoração da luta armada como instrumento de combate e vitória contra o regime foi patética. Nada mais falso. Nenhum daqueles grupos ─ alguns com duas dúzias de militantes ─ defendeu em momento algum o regime democrático. Todos ─ sem exceção ─ eram adeptos da ditadura do proletariado. A única divergência é se o Brasil seguiria o modelo cubano ou chinês. Não há qualquer referência às liberdades democráticas ─ isto, evidentemente, não justifica o terrorismo de Estado.

A ação destes grupos os aproximaram dos militares. Ambos entendiam a política como guerra ─ portanto, não era política. O convencimento, o respeito à diversidade, a alternância no governo eram considerados meras bijuterias. O poder era produto do fuzil e não das urnas. O que valia era a ação, a força, a violência, e não o discurso, o debate. Garrastazu Médici era, politicamente falando, irmão xifópago de Carlos Marighella. Os extremos tinham o mesmo desprezo pelo voto popular. Quando ouviam falar em democracia, tinham vontade de sacar os revólveres ou acionar os aparelhos de tortura.

Em mais de um mês não li ou ouvi qualquer pedido de desculpas públicas por parte de ex-militantes da luta armada. Pelo contrário, se autoproclamaram os responsáveis pelo fim do regime militar. Ou seja, foram derrotados e acabaram vencedores. Os policiais da verdade querem a todo custo apagar o papel heroico da resistência democrática. Ignoraram os valorosos parlamentares do MDB. Alguém falou em Lysâneas Maciel? Foi ao menos citado o senador Paulo Brossard? E a Igreja Católica? E os intelectuais, jornalistas e artistas? E o movimento estudantil? E os sindicatos?

Em um país com uma terrível herança autoritária, perdemos mais uma vez a oportunidade de discutir a importância dos valores democráticos.

Investidores da Petrobrás Movem Ação e STF Pode Decretar Impeachment da Presidenta Dilma Rousseff




Do Blog do Cleuber Carlos

Dilma Rousseff (Presidenta da República) e Guido Mantega (Ministro da Fazenda) terão dificuldades de se livrar de uma investigação rigorosa, com grandes chances de condenação, na ação coletiva de responsabilidade civil que pede a reparação de danos estimados em US$ 1,18 bilhão aos acionistas da Petrobras e à própria empresa, apenas no surreal processo de compra da velha refinaria Pasadena (no Texas, EUA) – negócio armado entre 2006 e 2009. O Palácio do Planalto está mais preocupado agora em abafar tal ação contra o “Pasadenagate” – que pode tornar a quase certa CPI da Petrobras ainda mais infernal para o governo.

Fabricar uma impunidade para o escândalo será uma jogada quase impossível. Investidores que representam contra Dilma e Mantega listaram pelo menos nove atos ilícitos bem evidentes contra os presidentes do Conselho de Administração da Petrobras. Na tensa véspera da campanha à reeleição, o Procurador-Geral da República, Rodrigo Janot, tem evidências de sobra para processar Dilma e Mantega no foro privilegiado do Supremo Tribunal Federal. Será mais uma bomba de pepino a ser política e juridicamente descascada pelos 11 ministros do STF. Se o Supremo aceita uma ação contra Dilma, o impeachment é automático.

Investidores apontaram, claramente, como os presidentes do Conselho de Administração da Petrobras falharam no dever de cuidado e descumpriram o dever de diligência previsto para os gestores de companhias abertas no artigo 153 da Lei das Sociedades Anônimas (número 4.604, de 1976). Pela legislação, a diligência consiste em “atenção, cautela, perícia e legalidade de conduta”. Na filosofia escrita da lei, “o administrador da companhia deve empregar, no exercício de suas funções, o cuidado e diligência que todo homem ativo e probo costuma empregar na administração de seus próprios negócios”.





Os nove atos falhos apontados pelos investidores:
  1. Aprovação, pelo Conselho de Administração, em apenas três dias, da compra da refinaria Pasadena;
  2. Aprovação com base em informações insuficientes;
  3. Aprovação de conteúdo contratual desvantajoso, também com base em informações sabidamente insuficientes;
  4. Avaliação superestimada da segunda metade das ações da refinaria de Pasadena;
  5. Decisão do Conselho de exonerar Nestor Cerveró, dando-lhe outro emprego, sem investigar sua responsabilidade na compra de Pasadena;
  6. Aprovação pelo Conselho da nomeação de pessoa sem competência para gerir a Petrobras América em momento de crise;
  7. Aprovação para descumprir cláusula contratual expressa de “put option”;
  8. Aprovação de não pagar a dívida com a belga Astra, apesar da determinação em sentença arbitral;
  9. Decisão do Conselho de descumprir decisões judiciais contra parecer jurídico da própria empresa.
Será impossível que o Procurador-Geral consiga preservar Dilma do enrosco Pasadena. Até porque a Presidência da República soltou uma nota oficial, no final do mês passado, confirmando que Dilma, quando presidia o conselhão da empresa, aprovou a compra da refinaria, com a questionável ressalva de ter sido mal assessorada sobre o assunto. A pretensa tese das “informações incompletas” é derrubada pelo diretor afastado da Petrobras, Nestor Cerveró, responsável pelo relatório que recomendava a compra da refinaria Pasadena. O advogado dele, Edson Ribeiro, sustentou a versão de que os membros do Conselho de Administração da Petrobras receberam, com antecedência de 15 dias, a documentação completa referente à compra da refinaria.



Baseando-se na Lei das Sociedades Anônimas, o Procurador Geral da República, Rodrigo Janot, pode estender a mesma ação a outros conselheiros e membros da diretoria da empresa, especificamente na compra temerária da refinaria Pasadena, nos EUA: José Sergio Gabrielli, presidente da estatal na época, Antonio Palocci Filho, Fábio Barbosa, Gleuber Vieira, Jaques Wagner, Arthur Sendas (já falecido), Cláudio Luiz da Silva Haddad e Jorge Gerdau. Como membros do Conselhão da estatal, todos ficam enquadrados no artigo 158 da Lei das SAs, que prevê dois casos de responsabilização pessoal: quando agir com dolo ou culpa ou quando agir em violação à lei e ao estatuto da companhia, independentemente de culpa ou dolo.




A ação de investidores contra Dilma e Mantega – que o Palácio do Planalto agora tenta abafar nos bastidores jurídicos – foi movida no dia 31 de março. No dia 2 de abril, tal representação foi anunciada pelo investidor Romano Allegro na Assembleia Geral da Companhia, que foi presidida pelo diretor financeiro da empresa, Almir Barbassa. O documento foi protocolado no Conselho de Administração da Petrobras para fazer parte da ata da AGO. A ação conta com o apoio da Associação de Engenheiros da Petrobras – o que aumenta o impacto interno na companhia.




A situação de Dilma fica complicadíssima se o MPF aceitar a representação e pedir ao STF que processe a ex-presidente-conselheira Dilma e o atual-presidente-conselheiro Mantega. No caso de processo, o impechment de Dilma é automático. Não dependerá de consulta ao Congresso nacional. Uma Presidenta processada não pode continuar no cargo. Por isso, o esforço governista, além de impedir a instauração da CPMI da Petrobras no Congresso, vai se concentrar na missão quase impossível de impedir que tal ação de investidores contra Dilma vá adiante.





Leia o restante da matéria no Blog do Cleuber Carlos

EDITORIAL O GLOBO: É preciso evitar a destruição da Embrapa

O aparelhamento partidário em setores estratégicos ameaça padrão de qualidade técnica que sempre prevaleceu na estatal

EDITORIAL O GLOBO, Publicado: 8/04/14

A Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa) é reconhecida, no setor estatal do país, pela seriedade, qualidade e relevância de seu trabalho. É um órgão de ponta, considerado um dos grandes responsáveis pelo salto da produção agropecuária devido ao pioneirismo das pesquisas para aumento da produtividade e adaptação de espécies a diferentes regiões brasileiras. Além dos trabalhos com pesquisas na área da genética, responsáveis pelo primeiro clone brasileiro.

É uma empresa estatal diferenciada em que, num universo de 9.870 empregados, apenas dez são comissionados sem integrar o quadro efetivo. Um quarto dos servidores é de pesquisadores, dos quais 74% têm doutorado e 7%, pós-doutorado. Há uma tradição de nomear funcionários de carreira que se destacam para os cargos de direção, uma forma de manter livres de influências políticas externas, tanto quanto possível, as metas traçadas.

Surgem, todavia, nuvens carregadas no horizonte da Embrapa. Há indícios de aparelhamento e apadrinhamento partidário em setores estratégicos da empresa, de afrouxamento de critérios para escolha de diretores, com predominância do critério de indicação política. Esses indícios são uma ameaça ao padrão de qualidade e relevância mantidos pela Embrapa, mas não chegam a surpreender, pois tem sido rotina governamental em relação ao setor estatal brasileiro.

Neste momento, em que espoucam escândalos envolvendo a direção da maior e mais importante estatal — a Petrobras— durante os governos do PT, é desanimadora a perspectiva de a Embrapa — a “joia da coroa”, como uma vez a chamou o ex-presidente Lula — ser afetada no que tem de mais valioso: os critérios do mérito profissional na indicação de seus principais dirigentes.

A atual diretoria foi escolhida, em abril de 2011, dentro dos critérios que prevaleciam na empresa — processo de seleção interno, com análise de currículos e classificação das melhores posições, para posterior indicação dos nomes pelo Conselho de Administração e Ministério da Agricultura. Mas os mandatos terminam este mês e, na nova composição, deve ganhar força a indicação política. Lamentável.

Maurício Antônio Lopes, atual presidente e pesquisador de carreira, chegou à função, em outubro de 2012, por nomeação do Planalto, sem seleção interna. Em entrevista ao GLOBO, negou que haja aparelhamento da Embrapa por partidos políticos, admitindo apenas “preferência política” por parte de alguns diretores e chefes de área.

A Embrapa não precisa de politicagem, mas de profissionalismo, orçamento seguro e parcerias privadas para ter condições de manter sua atuação de ponta num setor tão estratégico para o Brasil somo a agropecuária. É preciso evitar a sua destruição. 

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