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terça-feira, abril 08, 2014
MARXISMO CULTURAL: Viva a Valesca Popozuda e a cultura do lixo!
Aluna passa em 2º lugar em mestrado com projeto sobre Valesca Popozuda
Mariana Gomes agora é aluna de Cultura e Territorialidades da UFF, no RJ. Projeto discute ideia de que funk seria o último grito do feminismo.
Mariana Gomes, de 24 anos, passou em segundo lugar na Pós-graduação em
Cultura e Territorialidades da Universidade Federal Fluminense (UFF), em
Niterói, com o projeto “My pussy é poder – A representação feminina
através do funk no Rio de Janeiro: Identidade, feminismo e indústria
cultural". Entre os objetivos do projeto está a desconstrução da ideia de
que o funk seria o último grito do feminismo através das músicas de
Valesca Popozuda, Tati Quebra Barraco, entre outras. Recentemente, Valesca foi escolhida como patronesse de uma turma de calouros de Mariana.
A ideia do projeto começou a surgir em agosto de 2008, quando a
estudante ainda cursava a graduação em Estudos de Mídia, na mesma
universidade. Ao estudar o funk e a sociabilidade da classe trabalhadora
no município do Rio, ela visitou bailes funks em lugares como a
Rocinha, na Zona Sul, em Santa Cruz, na Zona Oeste, e na Ladeira dos
Tabajaras, também na Zona Sul.
“Eu fui observando que havia poucas mulheres cantando e que este papel
ficava com os homens. As mulheres só estavam presentes dançando e quando
havia erotismo. Parecia que não tinha espaço para a participação
feminina em outros assuntos. E o público do baile é em sua maioria
feminino”, explica a mestranda. A pesquisa deu origem ao seu projeto de
conclusão de curso intitulado "Melancia, Moranguinho e melão: frutas
estão na feira - A representação feminina do funk em jornais populares
do Rio de Janeiro."
Ao longo do curso, a aluna pretende discutir se as letras de funk cantadas por Valesca Popozuda e outras intérpretes do gênero são um caso de libertação feminina ou apenas um atendimento da demanda do mercado erótico.
A MC Dandara, que escreveu “Funk de sainha”, sucesso gravado pela Valesca, escreve músicas de protesto, como o rap “Nossa banheira”. É uma música muito politizada. Mas ela precisa escrever músicas para vender. Então é possível que o erotismo nas letras de funk seja um fator mercadológico. A questão do corpo é o que mais me interessa. A relação entre feminismo e erotismo é perigosa, inclusive para a Valesca. Ela se diz feminista, mas será que é mesmo?”, questiona Mariana, reiterando que em uma das músicas, a cantora de funk diz Mulher burra fica pobre/ Mas eu vou te dizer/ Se for inteligente pode até enriquecer/ Por ela o homem chora/ Por ela o homem gasta/ Por ela o homem mata / Por ela o homem enlouquece / Dá carro, apartamento, joias, roupas e mansão / Coloca silicone / E faz lipoaspiração / Implante no cabelo com rostinho de atriz / Aumenta a sua bunda pra você ficar feliz.
Segundo Mariana, as letras trazem o valor da mulher interesseira. “A cantora afirma o corpo como espaço de liberdade, mas ele pode ser uma prisão, neste caso, porque o objetivo é conseguir bens materiais. Não chega a ser uma prostituição, mas é um jogo perigoso”.
Ao longo do curso, a aluna pretende discutir se as letras de funk cantadas por Valesca Popozuda e outras intérpretes do gênero são um caso de libertação feminina ou apenas um atendimento da demanda do mercado erótico.
A MC Dandara, que escreveu “Funk de sainha”, sucesso gravado pela Valesca, escreve músicas de protesto, como o rap “Nossa banheira”. É uma música muito politizada. Mas ela precisa escrever músicas para vender. Então é possível que o erotismo nas letras de funk seja um fator mercadológico. A questão do corpo é o que mais me interessa. A relação entre feminismo e erotismo é perigosa, inclusive para a Valesca. Ela se diz feminista, mas será que é mesmo?”, questiona Mariana, reiterando que em uma das músicas, a cantora de funk diz Mulher burra fica pobre/ Mas eu vou te dizer/ Se for inteligente pode até enriquecer/ Por ela o homem chora/ Por ela o homem gasta/ Por ela o homem mata / Por ela o homem enlouquece / Dá carro, apartamento, joias, roupas e mansão / Coloca silicone / E faz lipoaspiração / Implante no cabelo com rostinho de atriz / Aumenta a sua bunda pra você ficar feliz.
Segundo Mariana, as letras trazem o valor da mulher interesseira. “A cantora afirma o corpo como espaço de liberdade, mas ele pode ser uma prisão, neste caso, porque o objetivo é conseguir bens materiais. Não chega a ser uma prostituição, mas é um jogo perigoso”.
Abertura na universidade
A aprovação da aluna em segundo lugar no curso com o tema e escolha de Valesca Popozuda para patronesse de uma turma de Estudos de Mídia indicam uma abertura na Universidade Federal Fluminense para um assunto que nem sempre foi acolhido pelo mundo acadêmico.
"Aquela turma ter escolhido a Valesca foi uma atitude ideológica. Estamos aqui para dizer que não existe baixa cultura. A minha turma escolheu o Saramago [José Saramago, escritor português morto em 2010]. Colocaram os dois em pé de igualdade, talvez para mostrar que a hierarquização da cultura só é prejudicial para a discussão", considera a estudante.
Pronto falei
Reforçando a discussão da hierarquização da cultura, a jovem lembra das expressões "pronto falei" e "vou confessar que" utilizadas pelas pessoas que dizem que gostam de funk. "É comum você ouvir: vou confessar que gosto da Valesca. As pessoas já sabem que serão julgadas, ou elas mesmas se julgam. É importante quebrar este paradigma de séculos. Fazer isso vir à academia é muito importante", encerra Mariana.
Reforçando a discussão da hierarquização da cultura, a jovem lembra das expressões "pronto falei" e "vou confessar que" utilizadas pelas pessoas que dizem que gostam de funk. "É comum você ouvir: vou confessar que gosto da Valesca. As pessoas já sabem que serão julgadas, ou elas mesmas se julgam. É importante quebrar este paradigma de séculos. Fazer isso vir à academia é muito importante", encerra Mariana.
Fonte: G1
REINALDO AZEVEDO: Valesca Popozuda numa prova de filosofia e o fim da escola
Valesca Popozuda numa prova de filosofia e o fim da escola. Ou: Popozuda é a nossa Schopenhauer
Valesca, cuja música virou tema de uma prova de filosofia: ela dá o que pensar
A escola
brasileira acabou, morreu, foi para o ralo. Virou lixo. Foi vítima de
“progressiste” aguda. A “progressiste” é uma infecção provocada por um
vírus cuja letalidade se deve à mente torta de Paulo Freire, que muita
gente considera um santo. Não é que ele tenha criado o bichinho
original. Mas foi quem o espalhou. A “progressiste” — que é o
progressismo na sua fase terminal — inverte a lógica da educação: em vez
de o professor ter algo a ensinar ao aluno, é o aluno que deve levar a
sua experiência ao professor. Ou, então, ter-se-ia uma “relação
autoritária” e “não dialógica”, compreendem? No domingo, eu assistia ao
Fantástico e fui até o ponto em que uma reportagem cantava as glórias de
professores “criativos”, sabem?, que resolvem entrar no universo do
“educando”. Era a apologia da morte do conteúdo e do currículo. Cada um
brinca do que quiser em sala de aula. Confesso que não aguentei a
conversa torta até o fim. Tinha mais o que fazer. Não sei se vi, mas é
possível, uma senhora, professora talvez, gingando em ritmo de funk ao
algo assim. Ok. Não é aprendendo oboé que os pobres vão parar no
“Esquenta” da Regina Casé, tá certo?
Vejo agora
que um professor de filosofia do Centro de Ensino Médio 3 de
Taguatinga, no Distrito Federal, aplicou uma prova de filosofia —
teste!!! — a seus alunos e resolveu, como direi?, “incorporar” Valesca
Popozuda, que virou uma questão. Pois é… Até Dilma Rousseff estava dando
“beijinho no ombro” no Twiiter outro dia. A Dilma Popozuda é a Dilma
Bolada em ritmo de funk. A questão é esta:
Dá
preguiça debater o mérito da escolha, entrar nas “paulo-freirices” sobre
o universo do educando. O que acho mais espantoso, se querem saber, é a
formulação. Não sei se a prova trazia a letra, a saber:
Desejo a todas inimigas vida longa Pra que elas vejam cada dia mais nossa vitória Bateu de frente é só tiro, porrada e bomba Aqui dois papos não se cria e nem faz história
Como se
vê, a resposta não demanda nem mesmo interpretação de texto. Se a letra,
no entanto, não estava disponível, muito pior porque, para “acertar”,
seria preciso tê-la na memória. O que o professor, Antônio Kubitschek é
nome dele (não sei se parente do ex-presidente), queria testar? Não sei.
No dia 27 de setembro de 2011, escrevi aqui um post texto intitulado “O Brasil precisa de menos sociólogos e filósofos e de mais engenheiros que se expressem com clareza”. Notem que escrevi “precisa DE menos” e não “precisa MENOS”.
São coisas distintas.
Como há por aí filósofos e sociólogos que
precisam DE MAIS LEITURA, muita gente não entendeu o que leu. Fazer o
quê? Eu nunca neguei que escrevo para pessoas alfabetizadas. O texto me
rende ataques bucéfalos até hoje.
Eu
criticava, então, uma proposta estúpida que alguém fez à Secretaria de
Educação de São Paulo, sugerindo que o ensino médio desse menos aulas de
matemática e língua portuguesa em benefício da filosofia e da
sociologia. Felizmente, o governador Geraldo Alckmin repudiou a ideia e
pôs um fim à conversa mole.
Qual é o
busílis? Seja na escola pública, seja na escola privada, os currículos
de filosofia e de sociologia ainda não estão definidos. Cada um “ensina”
o que quiser. Não raro, as aulas se transformam em meros pretextos para
o proselitismo ideológico — na esmagadora maioria das vezes, de
esquerda. “SE FOSSE DE DIREITA, VOCÊ IRIA GOSTAR, REINALDO AZEVEDO?” Não
também! Professor não é pregador; não é líder partidário; não é pastor;
não é sacerdote.
Hoje, são
poucos os alunos que não levam na ponta da língua o discurso — e não
mais do que o discurso — da igualdade e da justiça, mas não sabem fazer
conta; não dominam o instrumental básico da língua para se expressar com
clareza fora de suas “tribos”. Não por acaso, o país fica sempre nos
últimos lugares nas provas do PISA, com um desempenho incompatível com o
tamanho de sua economia.
A escola brasileira é o reino do vale-tudo.
E estamos piorando. Vou reproduzir um trecho de uma entrevista que o poeta Bruno Tolentino, meu querido amigo, concedeu à VEJA na edição nº 1436, de 20 de março de 1996 — HÁ LONGOS 18 ANOS, PORTANTO. Bruno morreu no dia 27 de junho de 2007 sem ver o fundo do poço. Leiam. Volto para encerrar
E estamos piorando. Vou reproduzir um trecho de uma entrevista que o poeta Bruno Tolentino, meu querido amigo, concedeu à VEJA na edição nº 1436, de 20 de março de 1996 — HÁ LONGOS 18 ANOS, PORTANTO. Bruno morreu no dia 27 de junho de 2007 sem ver o fundo do poço. Leiam. Volto para encerrar
VEJA — Por que tantas brigas ao mesmo tempo?
TOLENTINO —
Para ver se o pessoal cai em si e muda de mentalidade. O Brasil é um
país vital que está caindo aos pedaços. Não quero sair outra vez da
minha terra, mas não posso ficar aqui sem minha família, que está na
França. Não posso educar filho em escola daqui.
VEJA — Por que não?
TOLENTINO —
Foi minha mulher quem disse não. Educar um filho ao lado de Olavo
Bilac, última flor do Lácio inculta e bela, que aconteceu e sobreviveu,
ao lado de um violeiro qualquer que ela nem sabe quem é, este Velosô,
causou-lhe espanto. A escola que ela procurou para fazer a matrícula tem
uma Cartilha Comentada com nomes como Camões, Fernando Pessoa,
Drummond, Manuel Bandeira e Caetano. O menino seria levado a acreditar
que é tudo a mesma coisa. Ele nasceu em Oxford, viveu na França e poderá
morar no Rio de Janeiro. Ele diz que seu cérebro tem três partes. Mas
não aceitamos que uma dessas partes seja ocupada pelo show business.
VEJA — Qual o problema?
TOLENTINO —
Minha mulher já havia se conformado com os seqüestros e balas perdidas
do Rio, mas ficou indignada e espantada pelo fato de se seqüestrar o
miolo de uma criança na sala de aula. Se fosse estudar no Liceu
Condorcet, em Paris, jamais seria confundido sobre os valores do poeta
Paul Valéry e do roqueiro Johnny Hallyday, por exemplo. Uma vez
entortado o pepino, não se desentorta mais. Jamais educaria um filho meu
numa escola ou universidade brasileira.
VEJA — Não é levar Caetano Veloso a sério demais? Ele não é só um tema de currículo, entre tantos outros?
TOLENTINO —
Não. Ele está também virando tese de professores universitários. Tenho
aqui um livro, Esse Cara, sobre Caetano, uma espécie de guia para
mongolóides, e a mesma editora desse livro me pede para escrever um
outro, sob o título Caetano Se Engana. É preciso botar os pingos nos is.
Cada macaco no seu galho, e o galho de Caetano é o show biz. Por mais
poético que seja, é entretenimento. E entretenimento não é cultura.
VEJA — O que você tem contra a música popular?
TOLENTINO —
Se fizerem um show com todas as músicas de Noel Rosa, Tom Jobim ou Ary
Barroso, eu vou e assisto dez vezes. Mas saio de lá sem achar que passei
a tarde numa biblioteca. Não se trata de cultura e muito menos de alta
cultura. Gosto da música popular brasileira e também da de outros
países, mas a música popular não se confunde com a erudita. Então, como é
que letra de música vai se confundir com poesia?
(…)
Retomo
Caetano em sala de aula? Pois é… Já lá se
vão quase 20 anos. Poderia valer por um Kant, não é mesmo? Não duvidem: a
vaca foi para o brejo. Todas as tentativas feitas, em qualquer esfera,
de botar alguma ordem na educação brasileira, dando-lhe, quando menos,
um currículo esbarram no gigantismo da estrutura, nas corporações
sindicais e da ideologia rombuda.
A escola
brasileira é o reino em que tudo é possível. Por lá, “todas as
experiências são válidas”. Há 18 anos, como aponta Bruno, as coisas já
estavam tortas. Depois pioraram. O que se manifestava como um “trabalho
de resistência” virou ideologia oficial.
Ao comentar a sua prova, o professor ainda empresta um certo sotaque feminista à coisa, entendem? Leiam o que disse ao Estadão: “A
prova foi uma provocação. Recebemos várias críticas, e muitas pessoas
nem sabem o conteúdo da prova. Colocaram (a Valesca) como um ser que não
é pensante, só porque é mulher e funkeira. Se fosse o Mano Brown ou o
Gabriel, o Pensador, não teria dado esta polêmica”.
É, talvez
não tivesse dado essa polêmica… Notem que, no seu discurso, Mano Brown e
“Gabriel, o Pensador” já se tornaram, como posso dizer?, referências
“conservadoras”.
A escola brasileira morreu. Teremos de recomeçar do zero.
Por Reinaldo Azevedo
Rolezinho de DIREITA no restaurante da comunista Jandira Feghali. Aquela que quer censurar Rachel Sheherazade!
A ideia é convidarmos liberais, libertários,
conservadores, socialistas e até mesmo quem não se interessa por
política para um jantar no restaurante da grande comunista Jandira! Além
de convidarmos moradores de rua para jantar conosco! Convide todos os
seus amigos! Convidem a Raquel e o Paulo Eduardo Martins!
Restaurante libanês · Restaurante Fast-food
Avenida Nossa Senhora de Copacabana 581 SLJ 218, 22050-000 Rio de Janeiro
Restaurante libanês · Restaurante Fast-food
Avenida Nossa Senhora de Copacabana 581 SLJ 218, 22050-000 Rio de Janeiro
O evento é sério: Compareçam e convidem todos os seus amigos (TODOS), se
possível levem alguém que não tem condições para comer neste
restaurante; é apenas uma confraternização pacífica em um
estabelecimento. Apesar da dona ser comunista, respeitamos a propriedade
privada... Porém vale lembrar que nenhuma pessoa pode ser discriminada
por conta de sua classe, forma de se vestir ou a forma pela qual se
expressa.
Traje: Se possível o MAIS informal possível.
Obs: Lembrando que Jandira defende o direito do rolezinho, se indivíduos tem o direito de se unir para caminhar em um shopping sem consumir nada. O mesmo vale para restaurantes. E não se esqueçam que todo estabelecimento é obrigado a dar uma jarra d'água.
Fonte: Facebook
A deputada Jandira Feghali, do Partido
comunista, pelo Rio de Janeiro, que quase foi cassada há apenas alguns
meses, voltou a ser destaque nacional nas últimas semanas. Mas isso não
foi por Jandira ter apresentado algum projeto útil à sociedade. O que
ela fez, que lhe trouxe tanta notoriedade, foi ter proposto uma punição
para o SBT por conta da apresentadora Rachel Sheherazade ter declarado
que compreende a atitude dos cariocas que surraram um assaltante.
A última “grande proposta” de Jandira foi
um projeto para anulação da lei de anistia exclusivamente para agentes
públicos que tenham cometido crimes no período em que os militares
governaram o Brasil.
Pois é, parece que as redes sociais da
“não – esquerda” encontraram Jandira, descobriram que ela é dona de um
restaurante no Rio de Janeiro, em plena Avenida Nossa Senhora de
Copacabana, algo que em nada combina com seu discurso comunista. Alguns
grupos marcaram um rolezinho no local e propõem que as pessoas
compareçam com roupas bem humildes e que leve-se o cartão bolsa-família
para que Jandira possa SOCIALIZAR um pouco de seus bens com os
rolezeiros da direita.
Já
há mais de 1400 confirmações de comparecimentos. Parece que todos os
amigos cariocas da Sheherazade vão comer uma esfiha em Copacabana. O
evento inicialmente foi marcado para outubro, mas ja ha um outro,
marcado para o próximo dia 30.
A chamada é: "A
ideia é convidarmos liberais, libertários, conservadores, socialistas e
até mesmo quem não se interessa por política para um jantar no
restaurante da grande comunista Jandira! Além de convidarmos moradores
de rua para jantar conosco! Convide todos os seus amigos! Convidem a
Raquel e o Paulo Eduardo Martins!...
O evento está aqui.
Os organizadores já avisaram que não haverá baderna e que o direito de propriedade não pode ser desrespeitado.
Jandira já disse que é a favor dos
rolezinhos, e deu a entender que vai encarar a situação com bom humor,
pois acredita que verdadeiros rolezeiros não tem intenção de dar
prejuízo.
UCHO.INFO: André Vargas manda duros recados ao PT e ameaça contar o que sabe sobre Gleisi e Paulo Bernardo
Do Ucho.info
Soltando a voz
Deputado federal pelo Paraná e vice-presidente licenciado da Câmara dos Deputados, o petista André Vargas
não está disposto a seguir o caminho que leva ao matadouro sem luta.
Depois de muitos serviços prestados ao Partido dos Trabalhadores, Vargas
está revoltado com a forma como vem sendo tratado pelos companheiros de
legenda. Aos amigos o parlamentar tem dito que exigirá que lideranças
do partido demonstrem solidariedade publicamente.
“Estou sendo tratado como se fosse o único pecador em meio a uma
legenda angelical de querubins e serafins”, desabafou o deputado a um
amigo. André Vargas, que já foi secretário nacional de Comunicação do PT
e, nessa posição, prestou muitos serviços (sujos) a deputados,
senadores e cartolas do partido, que hoje o apedrejam, tem muita munição
e já dá sinais que não deixará a sua degola avançar de forma impune:
“Me aguardem”, tem declarado o petista.
A indignação maior de André Vargas é com a incompetente senadora Gleisi Hoffmann,
de quem é o coordenador da campanha ao governo do Paraná, e Paulo
Bernardo da Silva, atual ministro das Comunicações e marido da ex-chefe
da Casa Civil. O ainda deputado petista foi coordenador da campanha de
Paulo Bernardo à Câmara Federal.
O que mais revolta Vargas é que por comandar a campanha de Paulo
Bernardo, em 1998, acabou como alvo de conturbado processo judicial por
lavagem de dinheiro. Coincidência ou não, o dono da lavanderia
financeira da época era Alberto Youssef, doleiro preso recentemente pela
Polícia Federal na esteira da Operação Lava-Jato. “Agora esses dois
(Bernardo e Gleisi) estão fingindo que não me conhecem. Se for preciso
vou refrescar a memória deles”, afirmou.
Não é só a falta de solidariedade que tem deixado André Vargas
indignado. Ele identificou inúmeros sinais de que seu calvário político
resultou do chamado “fogo amigo”. Identificado com o “volta Lula”,
Vargas teria se tornado um alvo para setores do PT leais à presidente
Dilma Rousseff. A ideia dos palacianos era detoná-lo como um exemplo do
que os demais filiados ao partido não deveriam fazer. O que os autores
da operação não contavam era com a dimensão do escândalo, que acabou se
voltando contra todo o PT e a própria Dilma.
Também não contavam com a reação de André Vargas. Encurralado e sem
nada a perder, transformado em pária político e vendo-se obrigado a
mandar pelos ares a carreira política, o deputado petista é uma ode ao
perigo. Correndo o risco de ser condenado por corrupção e acabar no
Complexo Penitenciário da Papuda, com direito a erguer o punho cerrado,
Vargas não descarta a possibilidade de se transformar em mais um
homem-bomba dentro do PT. Ele sabe demais e tem pouca estrutura
psicológica para suportar silenciosamente a pressão decorrente de
rumoroso escândalo de corrupção.
UCHO HADDAD: Beijinho no ombro, massa cinzenta na bunda e o desmonte da nação
Artigo de Ucho Haddad
(*) Ucho Haddad é jornalista político e investigativo, analista e comentarista político, cronista esportivo, escritor e poeta.
Com a devida licença daquele famoso e gazeteiro comunista de
botequim, “nunca antes na história deste país” a população foi tão
achincalhada em seus direitos mais básicos, como é o caso do acesso à
educação de qualidade. Levando-se em conta que a única especialidade da
esquerda é socializar o caos, os esquerdopatas tupiniquins estão a
cumprir fielmente a cartilha burra e retrógrada de Havana. Apostam em
uma luta de classes para instalar no País um regime totalitarista, mas
enquanto isso não acontece preferem emprenhar o cotidiano com polêmicas
descabidas, que servem para esconder as infindáveis roubalheiras
oficiais.
A polêmica do momento, à qual os palacianos em breve cunharão a
própria marca, envolve a funkeira Valesca Popozuda, que em prova de
Filosofia aplicada a alunos do ensino médio de Taquatinga, no Distrito
Federal, foi incensada à condição de pensadora contemporânea. O
responsável – na verdade é um irresponsável – que criou a questão alegou
depois da repercussão do caso que tudo foi pensado para provocar
polêmica. Não contente com a dimensão do seu desvario, o tal professor
confirmou que Valesca Popozuda é, sim, uma pensadora contemporânea. E
justificou a sandice do próprio raciocínio com a tese de que a funkeira
conseguiu criar uma polêmica nacional com a música “Beijinho no Ombro”.
A considerar como válida (sic) a tese esdrúxula do professor, nessa
barafunda chamada Brasil um pensador é aquele que consegue provocar
polêmica, não importando a capacidade de raciocínio e muito menos a
lógica do pensamento. Isso significa que um jumento qualquer – refiro-me
aos quadrúpedes, pois a zootecnia mostra que há jumentos bípedes também
– que decidir tirar uma soneca na rampa do Palácio do Planalto
certamente será elevado à categoria de pensador contemporâneo. Até
porque, a imprensa há de entender que o jumento provocou uma enorme
polêmica ao impedir o acesso de seus iguais ao centro do poder.
Alguém que consegue enxergar Valesca Popozuda como pensadora
contemporânea por certo levou um coice no cérebro e perdeu a capacidade
cognitiva do raciocínio. Como o próprio nome artístico da pensadora do
momento sugere, toda popozuda tem a massa cinzenta instalada na bunda,
parte do corpo feminino que há séculos é preferência nacional. No
momento em que mulheres aceitam que a inteligência seja auferida no
quadril – sendo que quanto maior o derrière, mais impressionante e
cobiçada é a qualidade do tutano – não devem reclamar as representantes
do sexo feminino que têm a bunda na alça de mira da cobiça do universo
masculino. Até porque, o machismo tropical já demonstrou ao longo do
tempo sua obsessão pela inteligência bunda do sexo oposto.
O mais impressionante nesse imbróglio educacional não é postura burra
do professor ao defender a sua criação, possivelmente a única a ser
comentada nacionalmente em toda a carreira, mas a reação da funkeira
popozuda, que alega ter o direito de ser uma pensadora. Valesca foi mais
longe e nas redes sociais escreveu que trabalhará muito para fazer jus
ao título de pensadora. Ou seja, a bunda da popozuda tende a crescer
ainda mais, até porque nessa louca Terra de Macunaíma o QI de uma mulher
está diretamente relacionado ao tamanho do quadril. Não era assim, mas
de uns tempos para cá a coisa mudou de figura. E de lugar também.
Sou do tempo em que a inteligência não frequentava lugares tão baixos
como a bunda, mas reconheço que a situação atual aponta para o futuro
nada sombrio de um país que é refém da ignorância do povo, algo que só
interessa aos políticos profissionais e totalitaristas. Como toda pessoa
desprovida de inteligência e conhecimento, Valesca Popozuda tenta
minimizar a polêmica abusando do populismo. A “pensadora” afirma que é
preciso se preocupar com temas mais importantes, como a defesa de um
salário digno para os professores.
Fico pensando se prospera essa ideia absurda da pensadora
contemporânea e a funkeira, acreditando no inacreditável, decide
concorrer a uma vaga na Academia Brasileira de Letras. Lá, na sisuda
ABL, Popozuda será obrigada a fazer do fardão acadêmico uma espécie de
burka da própria bunda, quer dizer, dos neurônios, não podendo dessa
forma exibir aos colegas da “intelligentsia” nacional os seus dotes
intelectuais.
Por isso, caríssimas e diletas leitoras, com derrière pequeno ou
grande, mole ou duro, caído ou em pé, não levem a ferro e fogo se alguém
passar a mão na sua bunda, porque num país em que a degradação corre à
solta, o que seria abuso sexual agora não passa de afago na massa
cinzenta. Só não aceite um pé na bunda do namorado, marido ou
companheiro, pois essa atitude violenta e nada inteligente pode provocar
traumatismo cerebral. E viva a bunda, porque os neurônios caíram em
desgraça!
(*) Ucho Haddad é jornalista político e investigativo, analista e comentarista político, cronista esportivo, escritor e poeta.
MARCO CIVIL: O Congresso matou a Internet
Por Thiago Cortês
O Marco Civil da Internet vai encarecer os serviços de internet no
Brasil, que já estão entre os mais caros do mundo. E a liberdade de
expressão estará sob permanente ameaça.
Agradeça ao Congresso Nacional.
A Câmara dos Deputados aprovou quase por unanimidade na noite de ontem (25) o projeto do Marco Civil da Internet, mesmo com todas as evidências de que o projeto de lei concede ao governo super poderes de controle do tráfego na rede.
É pertinente lembrar: se antes eram necessários hackers para derrubar perfis nas redes sociais e sites de dissidentes como Julio Severo e Olavo de Carvalho, daqui em diante a censura poderá ser feita oficialmente, via regulação.
Diz o parágrafo único do artigo 9º:
“Na provisão de conexão à Internet, onerosa ou gratuita, é vedado
monitorar, filtrar, analisar ou fiscalizar o conteúdo dos pacotes de
dados, ressalvadas as hipóteses admitidas em lei”.
Aqui está o pulo do gato: “ressalvadas as hipóteses admitidas em
lei”. Ou seja, é proibido monitorar ou fiscalizar os dados, com exceção
dos casos nos quais o governo tiver interesse ou resolver que deve se
meter – com amparo da lei.
Li e ouvi muitas bobagens – inclusive de congressistas evangélicos –
sobre o quão complexo e delicado é o tema do Marco Civil da Internet.
Ora, qualquer criança em pleno uso das suas faculdades mentais sabe
que perde a privacidade se o papai ou a mamãe tiverem acesso aos seus
dados pessoais.
A conta é simples: mais governo interferindo é igual a menos liberdade.
Mais cara e mais controlada
A internet brasileira caminha para se tornar a mais cara do mundo.
Nós pagaremos muito mais para que o governo possa nos monitorar,
fiscalizar e controlar.
Diz o texto do Marco Civil:
“Art. 14. Na provisão de conexão à Internet, cabe ao
administrador de sistema autônomo respectivo o dever de manter os
registros de conexão, sob sigilo…”
Aqui as coisas são explícitas. O Marco Civil entende que todo usuário
de internet é um criminoso em potencial e, por isso, deve ter seus
dados armazenados por precaução – caso seja necessário, no futuro, que o
governo lhe encontre.
O governo obrigará os provedores de conexão a armazenar nossos dados
“em ambiente controlado e de segurança”. É claro que tudo isso tem um
custo elevado.
E, claro, os provedores de conexão não ficarão no prejuízo!
Os custos serão repassados aos usuários de internet, que já arcam com
valores absurdos. Nós pagaremos mais para que o governo possa nos
monitorar.
A verdade é que – como acontece com freqüência, com outros projetos
governistas – na votação do Marco Civil da Internet os deputados se
dividiram em dois grandes grupos: os mentirosos e os ingênuos.
Alguém acredita no zelo dos comissários petistas pela privacidade alheia?
O que será que o caseiro Francenildo,
que teve dados bancários divulgados à mando do então ministro Antônio
Palocci, nos diria sobre o compromisso dos companheiros com a
privacidade dos outros?
A linguagem técnica e salpicada de belos sentimentos do projeto de
lei não é capaz de esconder a verdade inconveniente: o Marco Civil
viabiliza a monitoração e filtragem dos dados transmitidos pela
internet. É poder demais para qualquer um.
PS.: Falo, sim, em Congresso Nacional. Até meu labrador de apenas
dois anos de idade sabe que, depois da aprovação na Câmara, já está tudo
acertado para o projeto passar no Senado.
‘Os gigolôs da memória’, um artigo de Marco Antonio Villa
MARCO ANTONIO VILLA
A lembrança dos 50 anos da queda de João Goulart ocupou amplo espaço
na imprensa. Nenhum outro acontecimento da história do Brasil foi tão
debatido meio século depois do ocorrido. Para um otimista, isto poderia
representar um bom sinal. Afinal, o nosso país tem uma estranha
característica de esquecer o que ocorreu ontem. Porém, a reflexão e o
debate sobre 1964 e o regime militar acabaram sendo dominados justamente
por aqueles que conduziram o país à crise da república populista e que
negaram os valores democráticos nos anos 1960-1970.
A tendência à hagiografia mais uma vez esteve presente. João Goulart
foi transformado em um presidente reformista, defensor dos valores
democráticos e administrador capaz. Curiosamente, quando esta narrativa é
cotejada com relatos de assessores, como o ministro Celso Furtado, ou
de um amigo, como o jornalista Samuel Wainer, cai por terra. Furtado, em
entrevista à revista Playboy (abril, 1999) disse que Jango
“era um primitivo, um pobre de caráter”. Wainer relatou que “uma vez por
mês, ou a cada dois meses, eu visitava os empreiteiros e recolhia suas
doações, juntando montes de cédulas que encaminhava às mãos de João
Goulart. (…) Eu poderia ter ficado multimilionário entre 1962 e 1964.
Não fiquei.” (Minha razão de viver, p. 238).
Não é possível ignorar o caos instalado no país em março de 1964. A
quebra da hierarquia militar incentivada pelo presidente da República é
sabidamente conhecida. A gravidade da crise econômica e a inépcia
governamental em encontrar um caminho que retomasse o crescimento eram
mais que evidentes. O desinteresse de Jango de buscar uma solução
negociada para o impasse não pode ser contestado: é fato. O apego às
vazias palavras de ordem como um meio de ocultar a incompetência
político-administrativa era conhecido. Conta o senador Amaral Peixoto,
presidente do Partido Social Democrático, que em conversa com Doutel de
Andrade, um janguista de carteirinha, este, quando perguntado sobre o
projeto de reforma agrária, riu e respondeu: “Mas o senhor acredita na
reforma agrária do Jango? No dia em que ele fizer a reforma agrária, o
que vai fazer depois?” (Artes da política, p.455)
Também causa estranheza a mea culpa de alguns órgãos de imprensa
sobre a posição tomada em 1964. A queda de Jango deve ser entendida como
mais um momento na história de um país com tradição (infeliz) de
intervenções militares para solucionar crises políticas. Nos 40 anos
anteriores, o Brasil tinha passado por diversas movimentações e golpes
civis-militares. Basta recordar 1922, 1924, Coluna Prestes, 1930, 1932,
1935, 1937, 1938, 1945, 1954, 1955 ─ tivemos três presidentes da
República e dois golpes no mês de novembro ─ e 1961.
Jogar a cartada militar fazia parte da política. E nunca tinha
ocorrido uma intervenção militar de longa duração. Esperava-se um
governo de transição que garantisse as eleições de 3 de outubro de 1965 e
a posse do eleito em 31 de janeiro de 1966. Esta leitura foi feita por
JK ─ e também por Carlos Lacerda. Os dois principais antagonistas da
eleição que não houve imaginavam que Castello Branco cumpriria o
compromisso assumido quando de sua posse: terminar o mandato
presidencial iniciado a 31 de janeiro de 1961.
JK imaginou que Castello Branco era o marechal Lott e que 1964 era a
repetição ─ um pouco mais agudizada ─ da crise de 1955. Errou feio. Mas
não foi o único. Daí a necessidade de separar 1964 do restante do regime
militar. Muitos que foram favoráveis à substituição de Jango logo se
afastaram quando ficou patente a violação do acordado com a cúpula
militar. Associar o apoio ao que se imaginava como um breve interregno
militar com os desmandos do regime que durou duas décadas é pura
hipocrisia.
Ainda no terreno das falácias, a rememoração da luta armada como
instrumento de combate e vitória contra o regime foi patética. Nada mais
falso. Nenhum daqueles grupos ─ alguns com duas dúzias de militantes ─
defendeu em momento algum o regime democrático. Todos ─ sem exceção ─
eram adeptos da ditadura do proletariado. A única divergência é se o
Brasil seguiria o modelo cubano ou chinês. Não há qualquer referência às
liberdades democráticas ─ isto, evidentemente, não justifica o
terrorismo de Estado.
A ação destes grupos os aproximaram dos militares. Ambos entendiam a
política como guerra ─ portanto, não era política. O convencimento, o
respeito à diversidade, a alternância no governo eram considerados meras
bijuterias. O poder era produto do fuzil e não das urnas. O que valia
era a ação, a força, a violência, e não o discurso, o debate. Garrastazu
Médici era, politicamente falando, irmão xifópago de Carlos Marighella.
Os extremos tinham o mesmo desprezo pelo voto popular. Quando ouviam
falar em democracia, tinham vontade de sacar os revólveres ou acionar os
aparelhos de tortura.
Em mais de um mês não li ou ouvi qualquer pedido de desculpas
públicas por parte de ex-militantes da luta armada. Pelo contrário, se
autoproclamaram os responsáveis pelo fim do regime militar. Ou seja,
foram derrotados e acabaram vencedores. Os policiais da verdade querem a
todo custo apagar o papel heroico da resistência democrática. Ignoraram
os valorosos parlamentares do MDB. Alguém falou em Lysâneas Maciel? Foi
ao menos citado o senador Paulo Brossard? E a Igreja Católica? E os
intelectuais, jornalistas e artistas? E o movimento estudantil? E os
sindicatos?
Em um país com uma terrível herança autoritária, perdemos mais uma
vez a oportunidade de discutir a importância dos valores democráticos.
Investidores da Petrobrás Movem Ação e STF Pode Decretar Impeachment da Presidenta Dilma Rousseff
Do Blog do Cleuber Carlos
Dilma Rousseff (Presidenta da República) e Guido Mantega (Ministro da Fazenda) terão dificuldades de se livrar de uma investigação rigorosa, com grandes chances de condenação, na ação coletiva de responsabilidade civil que pede a reparação de danos estimados em US$ 1,18 bilhão aos acionistas da Petrobras e à própria empresa, apenas no surreal processo de compra da velha refinaria Pasadena (no Texas, EUA) – negócio armado entre 2006 e 2009. O Palácio do Planalto está mais preocupado agora em abafar tal ação contra o “Pasadenagate” – que pode tornar a quase certa CPI da Petrobras ainda mais infernal para o governo.
Fabricar uma
impunidade para o escândalo será uma jogada quase impossível.
Investidores que representam contra Dilma e Mantega listaram pelo menos
nove atos ilícitos bem evidentes contra os presidentes do Conselho de
Administração da Petrobras. Na tensa véspera da campanha à reeleição, o
Procurador-Geral da República, Rodrigo Janot, tem evidências de sobra
para processar Dilma e Mantega no foro privilegiado do Supremo Tribunal
Federal. Será mais uma bomba de pepino a ser política e juridicamente
descascada pelos 11 ministros do STF. Se o Supremo aceita uma ação
contra Dilma, o impeachment é automático.
Investidores
apontaram, claramente, como os presidentes do Conselho de Administração
da Petrobras falharam no dever de cuidado e descumpriram o dever de
diligência previsto para os gestores de companhias abertas no artigo 153
da Lei das Sociedades Anônimas (número 4.604, de 1976). Pela
legislação, a diligência consiste em “atenção, cautela, perícia e
legalidade de conduta”. Na filosofia escrita da lei, “o administrador da
companhia deve empregar, no exercício de suas funções, o cuidado e
diligência que todo homem ativo e probo costuma empregar na
administração de seus próprios negócios”.
Os nove atos
falhos apontados pelos investidores:
- Aprovação, pelo Conselho de Administração, em apenas três dias, da compra da refinaria Pasadena;
- Aprovação com base em informações insuficientes;
- Aprovação de conteúdo contratual desvantajoso, também com base em informações sabidamente insuficientes;
- Avaliação superestimada da segunda metade das ações da refinaria de Pasadena;
- Decisão do Conselho de exonerar Nestor Cerveró, dando-lhe outro emprego, sem investigar sua responsabilidade na compra de Pasadena;
- Aprovação pelo Conselho da nomeação de pessoa sem competência para gerir a Petrobras América em momento de crise;
- Aprovação para descumprir cláusula contratual expressa de “put option”;
- Aprovação de não pagar a dívida com a belga Astra, apesar da determinação em sentença arbitral;
- Decisão do Conselho de descumprir decisões judiciais contra parecer jurídico da própria empresa.
Será
impossível que o Procurador-Geral consiga preservar Dilma do enrosco
Pasadena. Até porque a Presidência da República soltou uma nota oficial,
no final do mês passado, confirmando que Dilma, quando presidia o
conselhão da empresa, aprovou a compra da refinaria, com a questionável
ressalva de ter sido mal assessorada sobre o assunto. A pretensa tese
das “informações incompletas” é derrubada pelo diretor afastado da
Petrobras, Nestor Cerveró, responsável pelo relatório que recomendava a
compra da refinaria Pasadena. O advogado dele, Edson Ribeiro, sustentou a
versão de que os membros do Conselho de Administração da Petrobras
receberam, com antecedência de 15 dias, a documentação completa
referente à compra da refinaria.
Baseando-se na
Lei das Sociedades Anônimas, o Procurador Geral da República, Rodrigo
Janot, pode estender a mesma ação a outros conselheiros e membros da
diretoria da empresa, especificamente na compra temerária da refinaria
Pasadena, nos EUA: José Sergio Gabrielli, presidente da estatal na
época, Antonio Palocci Filho, Fábio Barbosa, Gleuber Vieira, Jaques
Wagner, Arthur Sendas (já falecido), Cláudio Luiz da Silva Haddad e
Jorge Gerdau. Como membros do Conselhão da estatal, todos ficam
enquadrados no artigo 158 da Lei das SAs, que prevê dois casos de
responsabilização pessoal: quando agir com dolo ou culpa ou quando agir
em violação à lei e ao estatuto da companhia, independentemente de culpa
ou dolo.
A ação de
investidores contra Dilma e Mantega – que o Palácio do Planalto agora
tenta abafar nos bastidores jurídicos – foi movida no dia 31 de março.
No dia 2 de abril, tal representação foi anunciada pelo investidor
Romano Allegro na Assembleia Geral da Companhia, que foi presidida pelo
diretor financeiro da empresa, Almir Barbassa. O documento foi
protocolado no Conselho de Administração da Petrobras para fazer parte
da ata da AGO. A ação conta com o apoio da Associação de Engenheiros da
Petrobras – o que aumenta o impacto interno na companhia.
A situação de
Dilma fica complicadíssima se o MPF aceitar a representação e pedir ao
STF que processe a ex-presidente-conselheira Dilma e o
atual-presidente-conselheiro Mantega. No caso de processo, o impechment
de Dilma é automático. Não dependerá de consulta ao Congresso nacional.
Uma Presidenta processada não pode continuar no cargo. Por isso, o
esforço governista, além de impedir a instauração da CPMI da Petrobras
no Congresso, vai se concentrar na missão quase impossível de impedir
que tal ação de investidores contra Dilma vá adiante.
EDITORIAL O GLOBO: É preciso evitar a destruição da Embrapa
O aparelhamento partidário em setores estratégicos ameaça padrão de qualidade técnica que sempre prevaleceu na estatal
EDITORIAL O GLOBO, Publicado:
8/04/14
A Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa) é
reconhecida, no setor estatal do país, pela seriedade, qualidade e
relevância de seu trabalho. É um órgão de ponta, considerado um dos
grandes responsáveis pelo salto da produção agropecuária devido ao
pioneirismo das pesquisas para aumento da produtividade e adaptação de
espécies a diferentes regiões brasileiras. Além dos trabalhos com
pesquisas na área da genética, responsáveis pelo primeiro clone
brasileiro.
É uma empresa estatal diferenciada em que, num
universo de 9.870 empregados, apenas dez são comissionados sem integrar o
quadro efetivo. Um quarto dos servidores é de pesquisadores, dos quais
74% têm doutorado e 7%, pós-doutorado. Há uma tradição de nomear
funcionários de carreira que se destacam para os cargos de direção, uma
forma de manter livres de influências políticas externas, tanto quanto
possível, as metas traçadas.
Surgem, todavia, nuvens carregadas no
horizonte da Embrapa. Há indícios de aparelhamento e apadrinhamento
partidário em setores estratégicos da empresa, de afrouxamento de
critérios para escolha de diretores, com predominância do critério de
indicação política. Esses indícios são uma ameaça ao padrão de qualidade
e relevância mantidos pela Embrapa, mas não chegam a surpreender, pois
tem sido rotina governamental em relação ao setor estatal brasileiro.
Neste
momento, em que espoucam escândalos envolvendo a direção da maior e
mais importante estatal — a Petrobras— durante os governos do PT, é
desanimadora a perspectiva de a Embrapa — a “joia da coroa”, como uma
vez a chamou o ex-presidente Lula — ser afetada no que tem de mais
valioso: os critérios do mérito profissional na indicação de seus
principais dirigentes.
A atual diretoria foi escolhida, em abril
de 2011, dentro dos critérios que prevaleciam na empresa — processo de
seleção interno, com análise de currículos e classificação das melhores
posições, para posterior indicação dos nomes pelo Conselho de
Administração e Ministério da Agricultura. Mas os mandatos terminam este
mês e, na nova composição, deve ganhar força a indicação política.
Lamentável.
Maurício Antônio Lopes, atual presidente e pesquisador
de carreira, chegou à função, em outubro de 2012, por nomeação do
Planalto, sem seleção interna. Em entrevista ao GLOBO, negou que haja
aparelhamento da Embrapa por partidos políticos, admitindo apenas
“preferência política” por parte de alguns diretores e chefes de área.
A
Embrapa não precisa de politicagem, mas de profissionalismo, orçamento
seguro e parcerias privadas para ter condições de manter sua atuação de
ponta num setor tão estratégico para o Brasil somo a agropecuária. É
preciso evitar a sua destruição.
URL: http://glo.bo/R0aWh7
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