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segunda-feira, abril 07, 2014

RODRIGO CONSTANTINO: O PT parece ter o “toque de Mierdas”, tudo que ele coloca a mão apodrece! Agora é a Embrapa que vem sendo aparelhada pelo PT!

Embrapa: e não é que o PT vai conseguir estragar mais uma instituição decente?

Uma das coisas mais raras que existem é uma estatal eficiente. O BNDES já foi assim no passado, mas isso está lá, enterrado no passado. O Ipea teve sua credibilidade, mas isso é coisa do passado também. Se há ainda uma empresa estatal que goza de respeito (não pensem que vou falar da Fiocruz, aquele antro de marxista), essa é a Embrapa.

Suas pesquisas agropecuárias são apontadas como importantes para o salto de produtividade que o país deu no setor. A revista britânica The Economist chegou a reconhecer publicamente isso. É claro que um liberal sempre poderá questionar o custo de oportunidade, ou seja, como estaria o setor sem esses recursos tirados da iniciativa privada e destinados a essas pesquisas da estatal. Mas, ainda assim, trata-se de uma empresa séria e com um quadro de pesquisadores de ótimo nível.

Tratava-se, seria melhor dizer. Uma reportagem de hoje no GLOBO mostra como a Embrapa vem sendo aparelhada pelo PT também, com critérios mais flexíveis na escolha de pessoal. Na mitologia, existe o toque de Midas, onde tudo que o rei colocava a mão virava ouro. O PT parece ter o “toque de Mierdas”: tudo que ele coloca a mão apodrece! Vejam:

A Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa) sempre foi considerada uma ilha de excelência técnica, tanto na condução de pesquisas decisivas para o setor quanto na escolha dos profissionais de carreira que ocupam os cargos de chefia da estatal. O atual momento do órgão vem redesenhando essa impressão. A empresa vive uma fase de aparelhamento e apadrinhamento partidário num de seus setores mais estratégicos, afrouxamento das regras para a escolha dos diretores executivos — com a predominância do critério de indicação política — desmantelamento da capacitação internacional, e forte disputa interna. Além disso, uma investigação em curso apura supostas irregularidades cometidas por sete servidores na criação da Embrapa Internacional, com sede nos EUA.

Documentos obtidos pelo GLOBO mostram que já está definida a extinção da Embrapa Estudos e Capacitação, também chamada de Centro de Estudos Estratégicos e Capacitação em Agricultura Tropical (Cecat), um projeto pessoal do então presidente Lula, inaugurado em maio de 2010. Lula pediu a criação da unidade para capacitar profissionais de outros países que atuam no campo da agropecuária, principalmente nações da África e da América Latina. Um bloco de quatro andares foi construído ao lado da sede da Embrapa em Brasília — os dois prédios estão conectados por um corredor — e os gastos somaram R$ 9,4 milhões.

Militantes do PT viraram chefes de departamentos importantes dentro da empresa. É a politização da Embrapa. O PT parece agir como os cupins, tomando conta do pedaço e estragando sua estrutura. É muito triste ver todo o estrago que o PT tem causado ao Brasil. Como disse Graça Foster sobre a investigação que faria na Petrobras, mas usando agora em contexto verdadeiro: não vai ficar pedra sobre pedra!
Rodrigo Constantino

CLIMA ATRAPALHA SAFRA MAS PLANTIO DIRETO AJUDA RESULTADOS

A constatação é baseada nos resultados do Rally da Safra 2014, apresentados em 01/04/2014, na sede da FIESP. A expedição, que percorreu 65 mil quilômetros nos principais polos de soja e milho no país e ainda percorrerá outros pontos de produção de milho até junho, coletou até agora 950 amostras, em uma avaliação "in loco" pelas equipes.

A safra não será recorde: a previsão é de que chegue a 188,1 milhões de toneladas de grãos (soja, milho verão e milho safrinha) em 2014, contra 189,5 milhões no período anterior.
 
Como observou André Pessôa, diretor da Agroconsult, responsável pela coleta e análise de dados, as lavouras sob plantio direto sofreram menos prejuizo que as demais devido ao menor ressecamento do solo protegido por uma boa cobertura. Ele destaca a importância do plantio direto nos anos de pouca chuva.
 
A Fundação Agrisus apoia pesquisa sobre o Estado da Arte do Plantio Direto nos projetos Rally da Safra desde 2006 e traz notícia em seu site (www.agrisus.org.br) sobre as conclusões iniciais do estudo deste ano comparadas com períodos anteriores.
 
Antonio Roque Dechen
presidente

REINALDO AZEVEDO: No Brasil dos companheiros, todo santinho é do pau oco

No Brasil estatista dos companheiros, até o santinho é do pau oco!

Que coisa, né? Estou aqui estarrecido. Até os santinhos, coitados!, quando próximos da Petrobras, acabam ficando com o pau oco. Nada escapa da sanha companheira, nem o território do sagrado. Segundo informa Aguirre Talento, na Folha Online, uma verba doada pela Petrobras para a restauração de uma igreja, na Bahia — terra natal do então presidente da empresa, José Sérgio Gabrielli —, resultou em um dano de R$ 4,2 milhões aos cofres da estatal. Pior ainda: a restauração não terminou, ficou pelo caminho.

É isto mesmo: a estatal liberou a bolada de R$ 7,6 milhões para que a ONG Grupo Ecológico Humanista Papamel restaurasse a igreja Santo Antônio de Cariu, na cidade de Cairu, que fica a 294 km de Salvador. A tal entidade foi escolhida a dedo, sem nenhum processo de seleção. Como se sabe, a Petrobras não se preocupa com essas bobagens. Entre 2011 e 2013, a maior empresa brasileira executou obras no valor de R$ 90 bilhões sem fazer licitação.

Qual a experiência do tal “Papamel” em restauração? Nenhuma! Nunca chegou a colar a cabeça ao corpo de um santinho de barro nem com Super Bonder. Trata-se de um grupo de militância… ambiental, entendem? Por isso, a ONG subcontratou uma empresa chamada Patrimoni para realizar a tarefa. Aí pensará o leitor: “Essa, sim, sabia tudo de restauração, né?”. Engano! Também não sabia nada. Embora nos relatórios da Petrobras haja a informação de que 100% da obra foi concluída, isso é… mentira!

A grana foi repassada à tal Papamel entre 2005 e 2009. Segundo a Controladoria-Gral da União, além de ter havido direcionamento na escolha da ONG, houve um prejuízo de R$ 1,7 milhão em decorrência de serviços previstos e não prestados, e há nada menos de R$ 2,5 milhões de gastos sem origem conhecida — não se sabe em que o dinheiro foi empregado: nada menos do que 33% do total de recursos.

Segundo o relatório da CGU, um certo Manuel Telles, engenheiro, que responde pela Patrimoni, teria tido acesso a informações privilegiadas dentro da Petrobras. Pois é… Telles e o então responsável pela Papamel na época, José Renato Santana Souza, dizem que a obra ficou inacabada porque imprevistos aumentaram o orçamento inicial e que seriam necessários aditivos. Claro, claro! O “aditivo” num contrato em razão de “imprevistos”, como sabemos, é o sal da terra para essa gente.

E pensar que estamos há quase 12 anos submetidos à ditadura vagabunda dos valores estatistas. Venham cá: vocês acham que uma empresa privada faria certas coisas que faz a Petrobras? Vocês acham que uma empresa privada doaria quase R$ 8 milhões para uma ONG restaurar uma igreja sem que ela fosse especializada no assunto? Vocês acham que uma empresa privada pagaria US$ 1,3 bilhão por uma refinaria que custara US$ 42,5 milhões dois anos antes? Vocês acham que uma empresa seguraria a onda de um diretor que, num processo de aquisição, omitisse informações essenciais ao Conselho de Administração?

Sempre que alguém começar a defender as glórias do estado empresário na sua frente, leitor, das duas uma: ou é um bobalhão desinformado, com os platinados já colados pela ideologia estatista, ou é um potencial ladrão de dinheiro público.

No Brasil dos companheiros, todo santinho é do pau oco.

Por Reinaldo Azevedo

O petista Agnelo Queiroz, Governador do DF, vai desalojar pesquisas da Embrapa para criar o novo empreendimento habitacional do programa "Minha Casa, Minha Vida/Morar Bem"



Minha Casa, Minha Vida vai desalojar pesquisas da Embrapa no DF
Pesquisadores usam a área para melhorar o bioma, a acidez do solo e a carne bovina brasileira


O GDF (Governo do Distrito Federal) reservou no mês de fevereiro uma área de 90 hectares (900 mil metros quadrados, ou o equivalente a 130 campos de futebol) em Planaltina (DF), às margens da BR-020, para criar o novo empreendimento habitacional do programa "Minha Casa, Minha Vida/Morar Bem".

O anúncio, feito no dia 24, preocupa 430 servidores da Embrapa Cerrados, que mantém pesquisas agropecuárias no local há 30 anos. Insatisfeitos com a possível ocupação, eles assinaram um manifesto lamentando a mudança da destinação da área porque acreditam que a construção do residencial poderá acabar com as pesquisas com o argumento de que “dificilmente os experimentos de campo resistirão à pressão causada por uma vizinhança estimada em 20 mil pessoas”.

De acordo com a proposta do governo, o residencial Planaltina Parque terá 4.896 apartamentos de dois e três quartos e será uma das medidas adotadas pelo Estado para alcançar a meta de construir 100 mil moradias de interesse social até 2015. O secretário de Habitação, Geraldo Magela, explicou que 80% dos apartamentos serão destinados a famílias que recebem até R$ 1,6 mil mensais e 20% aos que têm renda entre R$ 1,6 mil e R$ 3.275.

— As famílias que fazem parte da faixa 1 do programa (que recebem até R$ 1,6 mil por mês) só poderão comprometer 5% da renda mensal. A menor prestação será de R$ 25. Já para as famílias faixa 2 (que recebem de R$ 1,6 mil a R$ 3.275), a prestação será de até 30% da renda mensal.

O projeto do novo habitacional inclui rua asfaltada, água encanada, luz e escritura. Apesar de a construção ainda não ter começado, o diretor de Produção Habitacional da Codhab (Companhia de Desenvolvimento Habitacional), Carlos Viana, disse que a empresa responsável pelas obras já foi contratada.

— Para começar a construir, é necessário antes obter o licenciamento ambiental e a aprovação do projeto urbanístico, ambos já em andamento. A previsão é que a contratação com o agente financeiro e o início das obras ocorram no segundo semestre de 2014.


No entanto, os pesquisadores da Embrapa Cerrados, que atualmente ocupam a área para criar projetos para melhorar o bioma, a acidez do solo e até mesmo a carne bovina que é vendida no Brasil e no exterior, dizem que o governo poderia ter escolhido outro local, mas não aceitaram nenhuma das sugestões enviadas pelo órgão.

Os presidentes da SBPC (Sociedade Brasileira para o Progresso da Ciência) e da ABC (Academia Brasileira de Ciências), Helena Nader e Jacob Palis, respectivamente, fizeram uma carta pública que foi enviada ao governador do Distrito Federal, Agnelo Queiroz, com cópia para a Casa Civil e ministérios da Agricultura, do Meio Ambiente, Ciências e Tecnologia, Cidades, além da presidência da Embrapa e lideranças parlamentares. 

No documento, eles dizem que a "ruptura de anos de pesquisa neste campo experimental da Embrapa Cerrados causará enormes prejuízos ao avanço da ciência brasileira e, em consequência, para a economia nacional" e fecham a carta pedindo ao governador que reconsidere a escolha e veja outras possibilidades, inclusive apresentadas pela própria Embrapa, para que as pesquisas continuem acontecendo no local.
 
Outro lado
O GDF explicou que desde 2009 a área já estava incluída na região urbana, definida pelo PDOT (Plano Diretor de Ordenamento Territorial). A Embrapa já foi notificada da necessidade de desocupação e o GDF negocia com a diretoria da empresa um novo local para a realização de pesquisas.

Pecuária Brasileira: Pequenas atitutes, grandes resultados



Sergio Raposo de Medeiros (Pesquisador Nutrição Animal – Embrapa Gado de Corte)

Há cada 10 segundos, cerca de três toneladas de carne bovina são produzidas no Brasil, o que dá uma boa ideia como ela é grande em nosso país. Somos o maior exportado de carne bovina, atendendo a quase 150 países. Para 2014, a Associação Brasileira das Indústrias Exportadoras de Carne (ABIEC) projeta como meta faturar oito bilhões de dólares em exportações com a carne bovina.

Apesar do seu gigantismo, nossos índices produtivos médios estão muito aquém do potencial. Há vários motivos para isso, mas o super-pastejo, ou seja, o uso de mais animais do que a pastagem suporta, surge em destaque. O resultado é pasto degradado, sem condições de sustentar uma produção bovina com retorno econômico. Hoje, considera-se que mais da metade das nossas pastagens tenham algum grau de degradação.

Para um problema tão complexo, eis que um equipamento extremamente simples e de fácil uso pode contribuir grandemente para sua solução. É a régua de manejo que serve como referência para as alturas máximas e mínimas indicadas para pastejo dos principais capins utilizados no Brasil. Maiores informações sobre ela e em que altura os capins devem ser manejados podem ser obtidas em http://www.cnpgc.embrapa.br/publicacoes/folderusodaregua.pdf. A disseminação do seu uso pode ser um bom antídoto contra o super-pastejo, que é o primeiro passo para uma pecuária de sucesso no Brasil.

Outra característica marcante da pecuária brasileira é o fornecimento à vontade de misturas minerais nas pastagens, da qual poucos produtores tem dúvida dos benefícios. Com relação à ela, a maior preocupação deve ser quanto ao consumo dos suplementos. Valores médios de consumo, nem que sejam apenas do cálculo decorrente da divisão da diferença de estoque (Estoque Inicial – estoque atual) pelo número de animais e pelos dias que este estoque serviu a eles, são de grande valia. Se o valor obtido desta conta for menor que a recomendação de uso, é preciso estimular o consumo. No caso de ser superior, mas a diferença for pequena, menos mal, pois o maior prejuízo é quando ocorre deficiência dos minerais. É melhor sobrar do que faltar, pois a deficiência limita o desempenho do animal e reduz o retorno do investimento na suplementação. Se o consumo estiver muito superior, pode-se limitar o fornecimento.

Nossa produção quase exclusiva em pastagem nos dá uma grande vantagem, mas, como em grande parte onde se concentra o rebanho brasileiro há uma época seca bem definida, manter apenas com pasto e sal mineral é sinônimo de perda de peso na seca e avançada idade de abate. Felizmente, as técnicas de suplementação na seca estão bem evoluídas e há opções para variadas intensidades de investimento. O sal com ureia é a porta de entrada, com menor desembolso e, consequentemente, com resultado mais modesto: manutenção de peso. Os proteinados, que são misturas múltiplas contendo os minerais, ureia e ingredientes concentrados em proteína e energia, são de maior investimento (Consumo: 1 a 2 gramas/ kg peso), mas que resultam em ganhos de cerca de 300 g/cabeça, com ótima relação de benefício:custo. Por fim, para aqueles que pretendem maiores ganhos, temos o semi-confinamento, quando 10 g/kg peso ou mais é usado, para ganhos próximos a 1 kg/cabeça.dia, geralmente usado para terminação.

Ajuste de lotação das pastagens, mineralização nas águas e suplementação estratégica na seca são atitudes sem grandes complicações, mas que podem trazer grande benefício para o pecuarista. Antes de pensar em quaqluer outra tecnologia e investimento, vale à pena dar uma revisada a quantas andam esses fundamentos na propriedade.




Café: estudo encomendado pelo CNC prevê safra 2014 de 40,1 a 43,3 milhões de sacas



BALANÇO SEMANAL — 31/03 a 04/04/2014

Estudo encomendado pelo CNC prevê safra de café de 40,1 a 43,3 milhões de sacas em 2014 
– Levantamento encomendado pelo CNC junto à Fundação Procafé aponta perdas significativas, ocasionadas pela estiagem, sobre as safras 2014 e 2015 de café

O Conselho Nacional do Café (CNC), frente à inusitada situação climática vivenciada no cinturão produtor do Brasil, no começo deste ano, com falta de chuvas especialmente em janeiro e fevereiro, encomendou, junto à Fundação Procafé, uma pesquisa para apurar os danos causados às lavouras cafeeiras e as consequentes perdas que ocorrerão nas safras 2014 e 2015 do País, o maior produtor mundial.
A avaliação foi realizada pela equipe de técnicos especializados em cafeicultura da entidade, visando estimar, de forma objetiva, os reflexos da estiagem e da falta de chuvas quanto aos aspectos vegetativos e produtivos das lavouras, o que gerou “chochamento” dos grãos e redução do tamanho e do peso dos frutos.

O trabalho, em nível de campo, ocorreu ao longo do mês de março, após a retomada de precipitações suficientes para o retorno do processo fisiológico normal dos cafeeiros, cessando, portanto, a maior parte dos efeitos do veranico.

De acordo com os estudos, tomando como base a primeira estimativa da Companhia Nacional de Abastecimento (Conab) – 46,5 milhões a 50,1 milhões de sacas de 60 kg – para a safra 2014, dos quais 35,0 a 37,4 milhões de sacas correspondem ao café arábica, foram observadas perdas de aproximadamente 18% sobre a produção desse tipo de café, com o volume total a ser colhido (arábica+conillon) recuando para um intervalo entre 40,09 milhões e 43,30 milhões de sacas.

Os pesquisadores da Fundação Procafé explicaram que o efeito da seca e das altas temperaturas foram mais acentuados nos cafezais com menor nível tecnológico, nos quais o produtor utilizou poucos insumos, principalmente os fertilizantes, devido aos preços aviltados do mercado antes da seca.

Mas essa situação de carência nutricional se agravou também nos cafeeiros com melhor nível, onde os produtores usaram mais fertilizantes. Premidos pela falta de chuvas, esses cafeicultores conseguiram fazer apenas uma ou duas adubações, quando normalmente são feitas de três a quatro. “Agora, em março, alguns estão tentando suprir com adubações, estimulados pelos melhores preços. No entanto, para a presente safra, isso pouco adianta”, relatam os pesquisadores.

SAFRA 2015
– Para 2015, a expectativa inicial, com o reflexo residual da seca e em função da observação dos ciclos produtivos das distintas regiões, espera-se que o Brasil colha de 38,7 milhões a 43,6 milhões de sacas, caracterizando nível baixo, semelhante ao que se espera na safra atual após os efeitos do veranico.
Para a definição de qual das pontas desse intervalo será alcançada na temporada seguinte, pesará a recuperação hídrica na pós-estiagem, através de chuvas normais em março, abril e maio, de forma a favorecer a recomposição da folhagem, em final de ciclo de crescimento, e o sistema radicular danificado.

Por outro lado, os pesquisadores da Fundação Procafé informaram que, em março, algumas áreas ainda não voltaram ao regime pluviométrico normal, verificando-se chuvas totais na faixa de 70-100 mm, volumes insuficientes para a recomposição de água armazenada em maior profundidade no solo, fato que poderá afetar diretamente a indução floral, já em curso, e, indiretamente, o “pegamento” da florada, via desfolha das plantas.

PERCENTUAL DE PERDAS
– A equipe da Procafé utilizou-se de metodologia realista e analisou lavouras nas diversas regiões produtoras de Minas Gerais, Espírito Santo e São Paulo, onde o impacto do veranico e das altas temperaturas foi mais significativo na safra a ser colhida. Abaixo, resumimos os percentuais e volumes de perdas prognosticados pela Fundação em relação à primeira estimativa da Conab.
MINAS GERAIS
– Sul e Oeste de MG: perda média de aproximadamente 30%, ou 4,0 a 4,2 milhões de sacas a menos.– Zona da Mata de MG: perda média de 19,2% (1,014 milhão de sacas) da safra esperada antes da seca.– Triângulo, Alto Paranaíba e Noroeste de MG: com o regime de chuvas, em janeiro e fevereiro, melhor em relação a outras áreas do Estado, e com muitas lavouras irrigadas, a perda média percentual estimada foi de 10 pontos - 630 mil sacas -, com a ocorrência sendo mais observada nas áreas de sequeiro e nas sub-regiões mais quentes.– Jequitinhonha, Mucuri e Norte de MG: na média, chegou-se a uma perda estimada de 12%, equivalente a um intervalo entre 70 e 80 mil sacas.
Com base nos cálculos acima, o principal Estado produtor de café do Brasil registrou perda média levemente superior a 22% em relação ao primeiro levantamento da Conab, com sua produção sendo prevista, agora, entre 19,77 milhões e 20,97 milhões de sacas.

ESPÍRITO SANTO
Os especialistas da Procafé relataram que as regiões cafeeiras capixabas tiveram condições climáticas um pouco mais favoráveis do que as demais analisadas. Primeiramente, em dezembro de 2013, quando houve excesso de chuvas (mais de 500 mm), causando graves enchentes, em especial nas partes central e norte do Estado. Seguiram-se precipitações regulares na região mais baixa e mais ao norte, onde se cultiva o café robusta, que, portanto, não sofreu perdas consideráveis, por isso a variedade não foi objeto de avaliação. No que diz respeito ao café arábica, foi registrada uma quebra média de 11%, representando cerca de 300 mil sacas, o que reduziu a produção total para valores entre 2,47 milhões e 2,73 milhões de sacas.
SÃO PAULO
As principais perdas ocorridas nos cafezais paulistas foram registradas na região da Mogiana, o que conduziu a redução no Estado para um percentual de 10 pontos, ou entre 250 mil e 300 mil sacas a menos a serem colhidas. Dessa forma, a nova projeção passou a ser de 3,95 milhões a 4,40 milhões de sacas.

O LEVANTAMENTO
Para a realização desse trabalho, a Fundação Procafé levou a campo 12 pesquisadores e uma equipe de suporte com mais 13 profissionais, que visitaram 11 regiões produtoras de café no Brasil. Essas zonas foram estratificadas em sub-regiões, de acordo com suas condições climáticas semelhantes, conforme tipo de vegetação e solo, altitude, etc. Dentro de cada sub-região, foram eleitos os municípios de maior representatividade para, de forma aleatória, serem realizadas visitas às propriedades, onde o técnico verificou os impactos em cinco tipos de lavouras: até segunda safra; adultas com carga alta; adultas com carga baixa; recepadas; e esqueletadas do ano de safra.
Nessas lavouras, foram observados o enchimento e o tamanho dos frutos e a incidência de cercosporiose e da broca-do-café. A determinação foi efetuada colhendo grãos do ramo inteiro, colocando-os em água para aferir o percentual de “boias” e, naqueles que boiaram, foram feitos cortes transversais para a determinação das características da fava internamente – se preta ou parcialmente afetada –, objetivando estimar a perda de peso. Na coleta, observou-se uma amostra média entre o lado que mais recebeu sol e o lado de sombra da planta, em suas três alturas: na saia, no terço médio e no ponteiro. Por fim, na verificação da folhagem, determinou-se o nível de escaldadura, o tamanho das folhas e o número médio de nós do crescimento para a safra seguinte.

SOBRE A FUNDAÇÃO PROCAFÉ
A Fundação Procafé, localizada em Varginha, no Sul do Estado de Minas Gerais, tem como objetivo principal a realização de pesquisas nas áreas de produção, preparo e qualidade do café, gerenciamento agrícola, diagnósticos e estudos socioeconômicos, entre outros. Também promove e apoia treinamento de pessoal vinculado à cafeicultura e realiza eventos técnico-científicos e de transferência de tecnologias diretamente ou em parceria com órgãos públicos e privados.
Atenciosamente,
Silas Brasileiro
Presidente Executivo do CNC


Conselho Nacional do Café — Assessoria de Comunicação
Jorn. Resp.: Paulo André Colucci Kawasaki (Mtb. 43.776 / SP)


AÉCIO NEVES: O Brasil do PT

Artigo de Aécio Neves publicado na Folha em


Na última semana, o Brasil viu a Petrobras continuar afundando num poço de lama. E, enquanto o governo mobilizava todas as forças e artifícios para impedir que as irregularidades fossem investigadas, fomos confrontados com mais um dano provocado pelo aparelhamento das nossas instituições. Desta vez, a vítima é o Ipea, importante referência da vida nacional.

Com "criatividade" de mais e ética de menos, o governo faz com que o brasileiro não conheça mais a realidade do país em que vive. Três exemplos:

1) O PAC 1 até hoje não entregou inúmeras obras prometidas. Outras, muito atrasadas, foram incorporadas de forma disfarçada à prestação de contas do PAC 2, que sofre com a ausência de resultados para chamar de seus. A realidade, que geraria constrangimentos em muitos governos, não impede o atual de preparar, novamente, para a véspera das eleições, o lançamento do PAC 3.

A propaganda maciça enterrou de vez a chance da população perceber uma das maiores farsas construídas no país, que vende como novidade e resultado do governo federal o que não é uma coisa nem outra.

No Brasil, tudo o que antes era rotina de governos virou PAC. Investimentos realizados por empresas privadas, por empresas estaduais e até a prestação paga pelas famílias pela casa própria inflam os números anunciados.

2) Há pouco tempo, o governo lançou milionária campanha publicitária: "o fim da miséria é apenas o começo", dizia a propaganda. Meses depois, no programa partidário do PT, veiculado em outubro de 2013, a presidente, em pessoa, candidamente afirmou: "e como já dissemos antes, o fim da miséria é apenas o começo".

Como assim? Quem disse antes foi o governo federal, com recursos do contribuinte, e não o PT. Ou seja, o governo federal gasta milhões de recursos públicos para repertoriar um slogan a ser utilizado pelo partido da presidente?

3) O acordo Metas do Milênio da ONU fixou em US$ 1,25 por dia a renda per capita mínima para retirar uma pessoa da extrema pobreza. Foi esse o critério utilizado pelo governo federal para anunciar que o país estava acabando com a pobreza absoluta. Pois bem, por esse mesmo critério, o governo federal deveria estar pagando hoje ao beneficiário do Bolsa Família um mínimo per capita de aproximadamente R$ 85. Quando o governo convocará rede de TV para informar aos brasileiros que, lamentavelmente, 16 milhões de pessoas voltaram para a extrema pobreza?

No país do PT, a Petrobras vai muito bem, o PAC impulsiona o desenvolvimento nacional, o governo respeita os limites entre o interesse público e o partidário. E, o mais importante, acabou com a pobreza absoluta no Brasil.

"Criatividade" tem limite. E desrespeito também.

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