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sexta-feira, fevereiro 21, 2014

CNC participa de definição do orçamento do Funcafé e repactuação de CPR's



BALANÇO SEMANAL — 17 a 21/02/2014

- Orçamento do Funcafé em 2014 será de R$ 3,825 bilhões. CNC negocia com Governo Federal a repactuação do passivo referente às CPR’s.

FUNCAFÉ 2014 — Na segunda-feira, 17 de fevereiro, participamos de reunião extraordinária do Conselho Deliberativo da Política do Café (CDPC), na sede do Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa). Na oportunidade, foi debatido o montante de recursos do Fundo de Defesa da Economia Cafeeira (Funcafé) a ser empregado na safra 2014, bem como a distribuição por linhas de financiamento. Os titulares do colegiado aprovaram, preliminarmente, um orçamento total de R$ 3,825 bilhões, conforme planilha abaixo.


Para este ano, a novidade foi a aprovação da criação de uma linha de financiamento para capital de giro voltado aos exportadores, que terão R$ 250 milhões à disposição para a compra obrigatória de café dos produtores brasileiros, seguindo, provavelmente – ainda não foram definidas as condições –, os prazos e taxas das linhas de capital de giro existentes para indústrias de torrefação e de solúvel e para as cooperativas de produção.

O Conselho Nacional do Café entende que a criação desta linha, aliada às demais existentes de capital de giro, é importante para toda a cadeia café, haja vista que deverá aumentar a liquidez no setor.

RECURSOS PARA COLHEITA — Antes mesmo da liberação dos recursos para a safra 2014, o Conselho Nacional do Café recorda que já estão à disposição dos produtores R$ 300 milhões para o financiamento da colheita do café, recursos oriundos de 2013 e que foram remanejados para essa linha de financiamento este ano devido ao atraso na aplicação dos valores no ano passado. O empréstimo é para as despesas de pré-colheita, colheita e processamento do café na safra em curso. O prazo para pagamento do financiamento vai até 30/12/2014 e, caso o cafeicultor decida converter em linha de estocagem, o prazo final da operação passará para até 30/10/2015.

CPR — Também nesta semana, o presidente executivo do CNC, deputado federal Silas Brasileiro, em trabalho conjunto com o Secretário Adjunto de Política Agrícola e Meio Ambiente do Ministério da Fazenda, João Rabelo Júnior, e o Secretário de Produção e Agroenergia do Ministério da Agricultura, João Alberto Paixão Lages, acertaram com o Banco do Brasil a prorrogação do passivo referente às Cédulas de Produto Rural (CPR’s). O acordo permitirá o refinanciamento de aproximadamente R$ 200 milhões ao longo de cinco anos. O BB fará análise de caso a caso, concederá um ano de carência para o início do pagamento e taxas de 10% ao ano.

O Conselho Nacional do Café agradece, mais uma vez, o empenho da área econômica do Governo Federal na tramitação para mais essa conquista e, em especial, ao Banco do Brasil por sua sensibilidade, a qual permite que os produtores de café do País tenham condições justas para honrarem seus compromissos e permanecerem na atividade buscando rentabilidade e sustentabilidade.

ESTIAGEM — Nos contatos que estamos mantendo com nossos parceiros e associados, já podemos prognosticar que, tanto a safra 2014, quanto a 2015, terão quebras no volume a ser produzido. Entretanto, por essa estiagem nos meses de janeiro e fevereiro ser inédita, ainda não podemos estimar com precisão as perdas. A única certeza é que o Brasil colherá menos café em ambos os ciclos, mas quantificar o volume será possível somente quando analisarmos qual será o efeito do retorno das chuvas em nossos cafezais.

MERCADO — As precipitações que atingiram as regiões produtoras brasileiras no final da semana passada foram insuficientes para recuperar a umidade do solo, o que aumentou a preocupação entre os agentes de mercado quanto às perdas quantitativas e qualitativas nas safras 2014/15 e 2015/16. As áreas em situação mais crítica de déficit hídrico são Zona da Mata, Norte e Sul de Minas Gerais, Oeste da Bahia e Norte do Espírito Santo.

Os técnicos de campo ainda não arriscam previsões sobre os números das perdas, já que vivenciam uma situação climática excepcional para a época do ano. Tal cenário aumenta o nervosismo do mercado, resultando em forte volatilidade nas cotações da variedade arábica. Nesta semana, a alta registrada no Contrato C da Bolsa de Nova York foi expressiva e surpreendente, sendo que o café destacou-se pelos maiores ganhos entre as commodities negociadas no mercado futuro (gráfico abaixo).


Apenas na terça e quarta-feira os preços futuros do arábica acumularam os maiores ganhos já registrados em dois dias em mais de 11 anos e retornaram aos níveis negociados em outubro de 2012. O vencimento maio, após movimento de realização de lucros, encerrou a quinta-feira a US$ 1,695 por libra-peso, refletindo valorização de 2.715 pontos na semana. Desde o início do ano, a média dos dois primeiros vencimentos do Contrato C já acumula alta de 30%.

Os fundos de investimento, em seu movimento de cobertura das posições vendidas, têm contribuído para impulsionar as cotações. O saldo líquido dos fundos no mercado futuro e de opções de café arábica da Bolsa de Nova York passou de vendido em 15.668 lotes, no dia 28 de janeiro, para saldo líquido comprado de 7.499 lotes, em 11 de fevereiro.

Os cafeicultores da América Central e da Colômbia também têm se beneficiado com as condições climáticas adversas no Brasil, que reflete no aumento dos prêmios pagos aos cafés especiais. Para alguns tipos de cafés colombianos, o prêmio em relação às cotações do arábica na bolsa nova-iorquina quase dobrou desde o final do ano passado, para cerca de US$ 0,14 por libra-peso.

Ainda impulsionados pela valorização do arábica, os preços da variedade robusta apresentaram significativa alta na Bolsa de Londres. Na quinta-feira, o fechamento do vencimento maio do contrato 409 foi de US$ 1.959 por tonelada, representando alta de US$ 153 na semana. A perspectiva de redução da oferta de café da Indonésia também tem favorecido a valorização das cotações. Estimativas da Agência Bloomberg apontam para uma redução de 17% nos embarques indonésios neste ano, para 375 mil toneladas, ante as 450 mil toneladas exportadas em 2013. Além da redução dos volumes colhidos em função do excesso de chuvas, o consumo doméstico deverá crescer 7,5% em 2014, impulsionado pelas eleições e Copa do Mundo, segundo a Associação dos Exportadores de Café deste país.

Analistas consideram que, diante da perspectiva de redução da oferta mundial de café arábica, a arbitragem entre as Bolsas de Londres e Nova York tende a alargar-se. Esses diferenciais, que já atingiram mínima de US$ 0,36 neste ano, saltaram para cerca de US$ 0,84 na última quarta-feira.

Os preços praticados no mercado doméstico brasileiro seguiram a tendência internacional, registrando alta expressiva e refletindo no aumento da liquidez do mercado. Até o fechamento de ontem, os indicadores do Centro de Estudos Avançados em Economia Aplicada (Cepea) para o arábica e conilon valorizaram-se, respectivamente, 11,9% e 5,1%, sendo cotados a R$ 386,19/sc e R$ 248,58/sc. Na quarta-feira, o indicador do arábica atingiu o maior valor desde 3 de outubro de 2012, encerrando o dia em R$ 387,99/sc.

Por sua vez, o dólar comercial encerrou a quinta-feira em tendência de queda, com o mercado reagindo positivamente ao anúncio das metas fiscais do governo brasileiro para 2014. A moeda norte-americana atingiu ontem a menor cotação desde 22 de janeiro, de R$ 2,374, acumulando desvalorização de 0,6% na semana.


Conselho Nacional do Café — Assessoria de Comunicação
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Golpe à brasileira

Marco Antonio Villa - O Estado de S.Paulo
 
Às vésperas dos 50 anos do golpe militar torna-se necessário um resgate da História para entendermos o presente. Em 1964 o Brasil era um país politicamente repartido. Dividido e paralisado. Crise econômica, greves, ameaça de golpe militar, marasmo administrativo. O clima de radicalização era agravado por velhos adversários da democracia. A direita brasileira tinha uma relação de incompatibilidade com as urnas. Não conseguia conviver com uma democracia de massas num momento de profundas transformações. Temerosa do novo, buscava um antigo recurso: arrastar as Forças Armadas para o centro da luta política, dentro da velha tradição inaugurada pela República, que já havia nascido com um golpe de Estado.
A esquerda comunista não ficava atrás. Sempre estivera nas vizinhanças dos quartéis, como em 1935, quando tentou depor Getúlio Vargas por meio de uma quartelada. Depois de 1945, buscou incessantemente o apoio dos militares, alcunhando alguns de "generais e almirantes do povo". Ser "do povo" era comungar com a política do Partido Comunista Brasileiro (PCB) e estar pronto para atender ao chamado do partido numa eventual aventura golpista. As células clandestinas do PCB nas Forças Armadas eram apresentadas como uma demonstração de força política.
À esquerda do PCB havia os adeptos da guerrilha. O Partido Comunista do Brasil (PCdoB) era um deles. Queria iniciar a luta armada e enviou, em março de 1964, o primeiro grupo de guerrilheiros para treinar na Academia Militar de Pequim. As Ligas Camponesas, que desejavam a reforma agrária "na lei ou na marra", organizaram campos de treinamento no País em 1962 - com militantes presos foram encontrados documentos que vinculavam a guerrilha a Cuba. Já os adeptos de Leonel Brizola julgavam que tinham ampla base militar entre soldados, marinheiros, cabos e sargentos.
Assim, numa conjuntura radicalizada, esperava-se do presidente um ponto de equilíbrio político. Ledo engano. João Goulart articulava sua permanência na Presidência e necessitava emendar a Constituição. Sinalizava que tinha apoio nos quartéis para, se necessário, impor pela força a reeleição (que era proibida). Organizou um "dispositivo militar" que "cortaria a cabeça" da direita. Insistia em que não podia governar com um Congresso Nacional conservador, apesar de o seu partido, o PTB, ter a maior bancada na Câmara dos Deputados após o retorno do presidencialismo e não ter encaminhado à Casa os projetos de lei para tornar viáveis as reformas de base.
Veio 1964. E de novo foram construídas interpretações para uso político, mas distantes da História. A associação do regime militar brasileiro com as ditaduras do Cone Sul (Argentina, Uruguai, Chile e Paraguai) foi a principal delas. Nada mais falso. O autoritarismo aqui faz parte de uma tradição antidemocrática solidamente enraizada e que nasceu com o Positivismo, no final do Império. O desprezo pela democracia rondou o nosso país durante cem anos de República. Tanto os setores conservadores como os chamados progressistas transformaram a democracia num obstáculo à solução dos graves problemas nacionais, especialmente nos momentos de crise política. Como se a ampla discussão dos problemas fosse um entrave à ação.
O regime militar brasileiro não foi uma ditadura de 21 anos. Não é possível chamar de ditadura o período 1964-1968 - até o Ato Institucional n.º 5 (AI-5) -, com toda a movimentação político-cultural que havia no País. Muito menos os anos 1979-1985, com a aprovação da Lei de Anistia e as eleições diretas para os governos estaduais em 1982. Que ditadura no mundo foi assim?
Nos últimos anos se consolidou a versão de que os militantes da luta armada combateram a ditadura em defesa da liberdade. E que os militares teriam voltado para os quartéis graças às suas heroicas ações. Num país sem memória, é muito fácil reescrever a História.
A luta armada não passou de ações isoladas de assaltos a bancos, sequestros, ataques a instalações militares e só. Apoio popular? Nenhum. Argumenta-se que não havia outro meio de resistir à ditadura a não ser pela força. Mais um grave equívoco: muitos desses grupos existiam antes de 1964 e outros foram criados pouco depois, quando ainda havia espaço democrático. Ou seja, a opção pela luta armada, o desprezo pela luta política e pela participação no sistema político, e a simpatia pelo foquismo guevarista antecederam o AI-5, quando, de fato, houve o fechamento do regime. O terrorismo desses pequenos grupos deu munição (sem trocadilho) para o terrorismo de Estado e acabou sendo usado pela extrema direita como pretexto para justificar o injustificável: a barbárie repressiva.
A luta pela democracia foi travada politicamente pelos movimentos populares, pela defesa da anistia, no movimento estudantil e nos sindicatos. Teve em setores da Igreja Católica importantes aliados, assim como entre os intelectuais, que protestavam contra a censura. E o MDB, este nada fez? E os seus militantes e parlamentares que foram perseguidos? E os cassados?
Os militantes da luta armada construíram um discurso eficaz. Quem os questiona é tachado de adepto da ditadura. Assim, ficam protegidos de qualquer crítica e evitam o que tanto temem: o debate, a divergência, a pluralidade, enfim, a democracia. Mais: transformam a discussão política em questão pessoal, como se a discordância fosse uma espécie de desqualificação dos sofrimentos da prisão. Não há relação entre uma coisa e outra: criticar a luta armada não legitima o terrorismo de Estado. Temos de refutar as versões falaciosas. Romper o círculo de ferro construído, ainda em 1964, pelos adversários da democracia, tanto à esquerda como à direita. Não podemos ser reféns, historicamente falando, daqueles que transformaram o antagonista em inimigo; o espaço da política, em espaço de guerra.

*Marco Antonio Villa é historiador, autor do livro 'Ditadura à Brasileira' (Ed. Leya).

Finalmente a Imprensa Internacional Fala sobre a Venezuela: Washington Post Detona a Canalha Brasileira

Parece que o silêncio sobre a implosão da ditadura comunista da Venezuela imposto pelos jornalistas de esquerda que infestam, dominam e manipulam as redações da mídia internacional está chegando ao fim. O Washington Post, por exemplo, bota os pingos nos iis. Acusa o governo Maduro da violência, revela que os Cubanos comandam as milícias e dá um tabefe bem merecido na cara do governo brasileiro pelo seu apoio irrestrito ao regime:
 
 Mr. Maduro and government media are trying to portray Mr. Lopez as an extremist, calling him “the face of facism” and alleging he was plotting a coup. In fact, the 42-year-old former mayor is a left-leaning, Harvard-educated moderate who has proven over a decade that he is committed to peaceful and democratic change.Government officials concede that Mr. Lopez was not present when shots were fired last Wednesday following a protest march. Videos and photographs compiled by Ultimas Noticias, a newspaper usually supportive of the government, showed the gunfire came from “individuals identified with uniforms, plates and vehicles of the [state] Intelligence Service accompanied by others dressed as civilians.”As long ago became clear, the extremists in Venezuela are not the opposition leaders or students, but Mr. Maduro and his regime. As the economic crisis they created worsens, they are strangling what remain of free media and the private sector by denying them hard currency needed for imports, including newsprint. They are attempting to terrorize a burgeoning, student-led protest movement into standing down. Scores of activists have been arrested in the last week and some have allegedly been tortured. The foreign meddlers are not at the U.S. Embassy but from Cuba, which has hundreds of operatives across the government helping to direct the repression.Venezuela’s unraveling should be a frightening sight to neighbors such as Brazil, which has stubbornly supported Mr. Maduro and his predecessor Hugo Chavez even as they wrecked what was once Latin America’s richest country.
 
Leia no  Washington Post
 

CUBANADAS A TODO VAPOR - CRIANÇA DE 10 ANOS COM RISCO DE PERDER A VISÃO POR TRATAMENTO INADEQUADO DE INTERCAMBISTA

"Em terra de cego quem tem um olho é paciente do maus-médicos. 
Criança de 10 anos brincando-brigando com o irmão machuca o olho direito e vai ao posto saúde do SUS da cidade. Durante 12 dias o intercambista cubano prescreveu colírio e mais nada. Após 12 dias e 2 idas ao posto de saúde para se consultar com o "dr cubano", a criança foi encaminhada ao oftalmologista (meu amigo) que diagnosticou o que até mesmo um leigo diagnosticaria: o olho direito da criança estava "furado" devido àquele acidente com seu irmãozinho. 
E O CUBANO TRATANDO UM OLHO FURADO COM COLÍRIO???????????? AGORA A CRIANÇA ESTÁ AQUI NO HOSPITAL DAS CLÍNICAS DA USP DE RIBEIRÃO PRETO NA OFTALMOLOGIA PARA CONSERTARMOS A CAGADA DO MÉDICO CUBANO. OBSERVAÇÃO: NO LUGAR DO CUBANO, ANTES, QUEM ATENDIA A POPULAÇÃO NO POSTINHO DO SUS DE SANTA ROSA DE VITERBO ERA UM MÉDICO BRASILEIRO QUE NUNCA FEZ NENHUMA CAGADA DO TIPO, MAS QUE FOI DEMITIDO PELA PREFEITURA DE SANTA ROSA DE VITERBO PARA DAR SEU LUGAR AO CUBANO QUE SAIRIA MAIS BARATO PARA A PREFEITURA." 
Denunciante - R.M. Médico
Fonte: FaceBook - DIGNIDADE MÉDICA

‘Nêumanne: Para onde íamos e aonde chegamos’, um artigo de Deonísio da Silva

DEONÍSIO DA SILVA

A demissão do jornalista e escritor José Nêumanne Pinto do SBT convoca-nos a um momento de reflexão muito pertinente.
Talvez tenha sido um passo decisivo no rumo de uma aliança que tem tudo para dar errado: a submissão ao poder de uma fatia relevante da mídia.
Quem trabalha na mídia ou a ela comparece eventualmente com artigos esporádicos, pode atestar o que digo: semana, sim, semana também, vinham telefonemas, mensagens, dossiês, recortes, excertos de áudios e vídeos, enfim um catatau convidando os destinatários a ajudar os remetentes de tão graves denúncias, repercutindo-as.
Mas pouco a pouco as coisas começaram a mudar. Iniciava-se a construção de um mundo estranho entre os intelectuais, que começava por indulgências plenárias a figuras referenciais que tinham, depois de anos de oposição, chegado ao poder!
Aqueles jornalistas e outros intelectuais que antes eram procurados para receber, não apenas denúncias, mas também calúnias, que pouco a pouco começaram a detectar, passaram a sofrer execrável clivagem. Se não repercutissem, estavam traindo os destinatários, mas muito pior ainda se escrevessem contra os interesses dos remetentes!
Aos poucos, como se combatessem um perigoso vírus, passaram a isolar os recalcitrantes, os indiferentes e principalmente aqueles que, por sua altivez e independência, jamais se tinham curvado a governo algum, nem sequer nos tempos ditatoriais!
Os detalhes me fascinam. Gosto de apreciar o que eles revelam e escondem. Profissionais de Letras, muitos deles habitualmente engajados nessas absolvições a Lula, criticaram asperamente FHC porque ele errou a pronúncia, não a escrita, de UMA palavra! Um ex-senador e ex-ministro dos tempos da ditadura foi atacado furiosamente porque errou a concordância verbal de um sujeito da oração, daqueles que são eles mesmos uma armadilha, coisa que não são em outras línguas. Exemplo: no Português “o povo” requer o verbo no singular, mas o  Inglês “the people” requer o verbo no plural. Dali a dizer ao distinto público e a vender ao governo milhares de exemplares de um livro que absolvia a falta de concordância nominal e a sua companheira inseparável, a concordância verbal, foi um pulinho. Logo “nóis pega o peixe” constituía-se em paradigma emblemático da novilíngua.
Aonde chegamos? Se você é um intelectual capaz de ler os fatos à luz da História, e não ao pálido lume das lamparinas do tempo que dura um mandato, já é de per si um suspeito. (Para melhor definição de “suspeito” e “suposto”, em outros sentidos, ver artigos postados recentemente no blog do audaz jornalista e talentoso romancista Moacir Japiassu).
Ainda que você reconheça figuras admiráveis tentando sinceramente acertar no poder federal, se não deixar de criticar as safadezas de outros, já é, mais do que “suspeito”, culpado! E alguém a ser evitado!
Penso que a demissão de José Nêumanne Pinto do SBT é um sinal dos tempos muito preocupante. Ela se dá por motivos inconfessáveis e por enquanto ele apenas trocou de emissora. Mas quando estiver “tudo dominado”, daí, sim, os ovos da serpente terão descascado, e os filhotes logo saberão o que fazer. O que? O que as cobras criadas vêm tentando fazer há mais tempo!
Só uma penúltima coisinha a mais: em outros tempos, uma demissão assim gerava um caudal de protestos. Agora, não. Porque estão caladinhos aqueles que ontem vociferavam. Eles agora só vociferam a favor! E nisto também se enganam, pois “o silêncio é aquilo que se diz naquilo que se cala”, lição que aprendi de um querido professor.
Portanto, é forçoso reconhecer neles uma vitória parcial que, se for total, colocará o Brasil no rumo aonde já chegaram Argentina e Venezuela. O Brasil dá indícios de caminhar naquela direção. Dependerá de nós que esta via seja interrompida, alterada ou excluída da rota, pois sabemos que isso termina em tragédias! As democracias se apoiam em liberdades, sendo a da imprensa fundamental. E a liberdade é o direito que os outros têm  de serem contra nós, sem que sofram punição alguma por isso, respeitadas as leis.
E a última coisa a ponderar é: quem censura, tem medo. E no caso é bom perguntar: tem medo de quê? Aqueles que se comportam como Nêumanne inspiram medo ao poder. Mas se inspiram medo verdadeiramente, é porque é fraco esse poder. Ou se considera fraco. Em democracias como a dos EUA, falar mal do governo é tão trivial que no decorrer de séculos soubemos mais dos EUA por seus nacionais do que por seus críticos estrangeiros.
Mas no Brasil, onde tudo parece ao contrário, um partido que se jacta de a próxima eleição estar ganha ainda no primeiro turno, dá indícios que deflagrou alianças que têm o fim de evitar o pior!
E o que é “o pior”? É deixar o poder. Daí, sim, o medo passa a pânico. Mesmo por hipótese, convém indagar os motivos deste pânico.


Fonte: http://veja.abril.com.br/blog/augusto-nunes/opiniao-2/neumanne-para-onde-iamos-e-aonde-chegamos-um-artigo-de-deonisio-da-silva/#more-821874

A Árvore Boa


Artigo no Alerta Total – www.alertatotal.net
Por Rômulo Bini Pereira
A Revolução Democrática de 31 de Março completa 50 anos este ano e já se observa elevado número de reportagens e artigos sobre esse fato histórico. Nesse diapasão, nas esferas federal, estaduais e até municipais avultam as diversas Comissões da Verdade criadas no País, a levantarem fatos que vão repercutir na opinião pública com uma visão num só sentido. Seu escopo maior é denegrir o fato histórico, cujo combustível veio do coração nacionalista do povo brasileiro no limiar do outono de 1964. Ao passo que os crimes cometidos pelas esquerdas radicais são nefanda e irresponsavelmente acobertados por essas comissões.
A atual "presidenta" da República, que participou ativamente da luta armada, em recente visita à paradisíaca Ilha de Cuba demonstrou ao mundo sua prestimosa submissão ao líder comunista Fidel Castro. Esse seu ato mostra que, se a revolução não fosse vitoriosa, estaríamos sob a vigência de uma "democracia sanguinária", semelhante à que ainda escraviza e aterroriza o povo cubano.
Após 30 anos da Nova República e de cinco governos civis, notam-se análises negativas quanto ao presente e ao futuro do Brasil. Os três Poderes da República, base de todo regime democrático, vivem hoje momentos sensíveis e preocupantes - corrupção e mordomias em todos os seus níveis.
O Legislativo é a instituição mais desacreditada, segundo pesquisas confiáveis. Legisla quase sempre em favor dos direitos, mas nem sempre se lembra dos deveres. O interesse nacional é secundário e, em consequência, temas de capital importância para o Brasil são postergados, só pelo simples fato de que podem trazer reflexos indesejados nas urnas.
O Judiciário passou a ser a esperança dos brasileiros por ter-se sobressaído sobremaneira no processo conhecido como mensalão, conduzido pela Suprema Corte. Esta, em seus debates, demonstrou, entretanto, que há áreas de atritos de cunho ideológico e partidário entre seus membros. Não fossem a morosidade no julgar e os longos trâmites nos processos jurídicos, seu conceito seria mais positivo.
O Executivo passa por sérias dificuldades, pois a "presidenta" demonstra ser incapaz de governar com seriedade, equilíbrio e competência. Diante de qualquer obstáculo, convoca especialistas em propaganda e marqueteiros para que façam diminuir ou mascarar os pontos negativos que poderão surgir, pois só o que ela e seu partido querem é conseguir a reeleição. Em relação à política externa, o anseio do governo é fazer o Brasil ter uma cadeira permanente no Conselho de Segurança da ONU. e isso está afastado. Nosso país está sendo ridicularizado em todo o mundo por tantos escândalos. País assim não pode postular distinção de tamanha expressão mundial.
Nos dias atuais o País vive momentos conturbados, que se vêm agravando desde os surpreendentes movimentos populares de junho de 2013. A Copa do Mundo traz efetivas preocupações ao povo brasileiro.
Manifestações ininterruptas conduzidas por vândalos transformaram algumas cidades, principalmente as capitais, em verdadeiras praças de guerra. Os "rolezinhos", já bastante disseminados, trazem em seu bojo indícios de luta de classes. A criminalidade já é endêmica entre nós e isso faz com que não mais sejamos vistos como um povo pacífico e cordato. Nossos índices de crimes anuais já atingem a cifra de 50 mil mortos/ano, próximos aos de países onde há guerra civil.
As autoridades constituídas pouco fazem para reverter essa situação. Propalam promessas vãs, são incompetentes, demonstram desinteresse e má-fé. Seu aparato policial está sempre pressionado, pois suas ações são consideradas agressivas. As soluções não surgem e o País vive uma situação de descalabro político e moral, com manifestos sinais de incipiente desobediência civil. É essa a democracia que desejamos?
Finalmente, um enorme paradoxo. As Forças Armadas continuam sendo a instituição de maior credibilidade no País, e isso é se deve não apenas à eficiência, à noção de responsabilidade, ao trato da coisa pública, mas, sobretudo, aos valores morais que são cultivados em todos os seus escalões. A honestidade, a probidade, a disciplina e o empenho no cumprimento da missão são algumas virtudes que norteiam as Forças Armadas e que deveriam também ser exercidas pelos diversos mandatários dos governos de nosso país. O que, infelizmente, não ocorre.
Na área militar nota-se ainda repulsa aos atos das citadas comissões. Ela é flagrante, crescente e de silenciosa revolta. Pensam que os integrantes das Forças Armadas - quietos, calados e parecendo subservientes - assistem passivamente aos acontecimentos atuais com sua consciência adormecida. Não é bem isso que está acontecendo!
As esquerdas sempre alardeiam que os "militares de hoje" não são como "os de 1964". Sem dúvida! Aqueles, mais preparados cultural e profissionalmente e mais informados que estes, mantêm, contudo, bem viva a mesma chama que seus predecessores possuíam e lhes legaram: o amor à liberdade, aos princípios democráticos, à instituição e ao Brasil. Também não aceitarão e, se necessário, confrontarão regimes que ideólogos gramscistas queiram impor à sociedade brasileira, preconizados pelo Foro de São Paulo, órgão orientador do partido que nos governa e de alguns países da América do Sul que se dizem democratas.
Mesmo sendo vilipendiada, devemos saudar a Revolução Democrática. É voz geral entre os esquerdistas que 64 jamais será esquecido. Ótimo, nós, civis e militares que a apoiamos, também não a esqueceremos. A Revolução de 1964 será sempre uma "árvore boa"!
Lei do Silêncio
(Em 12 de maio de 2012, no Estadão)
Em 1979, após muitos debates em amplos segmentos de nossa sociedade, a Lei da Anistia foi aprovada e promulgada no País. Ela veio pôr um ponto final no ciclo de beligerância que se instalou na vida brasileira e criou um pacto de reciprocidade para a reconstrução democrática no Brasil.

Nestes anos de sua vigência, as Forças Armadas cumpriram um papel impecável. Voltaram-se para suas missões constitucionais, sem a mínima interferência no processo político que aqui se desenvolvia. Mantiveram-se em silêncio, acompanhando os fatos políticos, alguns bastante perturbadores, sem nenhuma atitude que pudesse ser analisada como intervenção no processo democrático.

Adotaram uma verdadeira lei do silêncio. Um ajuste entre seus chefes, em busca da concórdia e do entendimento.

No corrente ano, entretanto, dois fatos vieram de encontro à atitude das Forças Armadas. O primeiro foi a criação da Comissão da Verdade. De modo unânime, militares da ativa e da reserva consideraram tal comissão um passo efetivo para atos de revanchismo. Os seus defensores - alguns deles membros da alta esfera governamental e do Poder Judiciário - já falam em rever a Lei da Anistia, mesmo após o Supremo Tribunal Federal ter confirmado a sua validade.

No escopo de se obter a verdade, essa comissão, para ser imparcial, deveria estudar e analisar não só o ideário político-ideológico, mas também os métodos de atuação de quem optou pela luta armada em todo o mundo. Que pesquise os manuais das organizações internacionais para constatar a semelhança dos objetivos e métodos das inúmeras e variadas organizações nacionais, inclusive o Manual do Guerrilheiro Urbano, de Carlos Marighella, a cartilha do terrorismo brasileiro.
Os diversos delitos cometidos - assassinatos, atentados, roubos e sequestros - também tiveram, tal como as citadas internacionais, um objetivo único, ou seja, a "derrubada do governo central e a instauração de uma ditadura do proletariado", e não uma democracia, como apregoam seus defensores. Com tal comissão só existirá uma verdade unilateral.

O segundo fato se refere aos incidentes ocorridos na sede do Clube Militar, no Rio de Janeiro, tão chocantes e tão esclarecedores para todos os militares. Chocantes porque velhos soldados, ilustres chefes, instrutores, professores e outros de carreira e vida exemplares foram insultados e agredidos por uma turba de radicais com atitudes e impropérios usados pelos grupos extremistas das décadas de 60 e 70. E esclarecedores porquanto demonstraram que o ódio ideológico e o fanatismo estão novamente presentes em nosso país.
Tanto que disse um dos seus líderes: "Somos marxistas radicais". Seu ideário, seus métodos de atuação e seus ídolos são os mesmos das organizações extremistas do passado. Fazem uso até mesmo de ações de intimidação radicais, como o "escracho", de modo idêntico aos trotskistas e aos nazistas nas décadas de 20 e 30. Segundo seus integrantes, suas ações visam a defender a "honra" do nosso país perante a comunidade internacional. Definitivamente, não são aptos para tal defesa. A continuar dessa forma, a citada turba poderá vir a ser um celeiro para novos Araguaias.

Esses dois fatos atingiram frontalmente os objetivos da Lei da Anistia. A concórdia e o entendimento foram atitudes adotadas somente pelas Forças Armadas. Em oposição, um segmento sectário e minoritário demonstrou intransigência e intolerância totalitária para com os militares.

Eles não assumiram seus atos e erros. Talvez para criar uma nova História, na qual seus integrantes sejam os grandes heróis. Talvez para justificar as ações de seus líderes no emprego de jovens em aventuras quixotescas de tomada do poder pela via armada, ou, então, a legitimação das 20 mil indenizações pagas por seus ideais revolucionários.

Não será possível mais aceitar que os "anos de chumbo", expressão de origem italiana tão decantada por esses segmentos minoritários, sejam debitados somente aos atos das nossas Forças Armadas. Na Itália não houve anistia e terroristas estiveram presos por muitos anos. O caso Cesare Battisti, de rumorosa repercussão mundial, exemplifica o desiderato do governo italiano em punir os que optaram pela luta armada. As organizações extremistas brasileiras estavam sossegadas na selva do Araguaia ou nos aparelhos urbanos, algumas nos conventos dominicanos. E assistiram a tudo pacificamente, com uma única exceção: as vítimas de sua autoria, algumas assassinadas barbaramente e outras justiçadas covardemente. Que regime teria sido imposto ao nosso país caso vingasse o ideário radical dessa minoria?

Neste contexto, a palavra dos chefes militares está se fazendo necessária e será um contraponto a possíveis atitudes e ações deletérias, como as agressões no Clube Militar. O que nós, militares, defendemos não é indisciplina ou qualquer conluio, nem quebra dos princípios democráticos. Uma palavra que não signifique um "mea culpa" ou um pedido de perdão. Estivemos, no período da guerra fria, em combate bipolarizado, no qual os extremistas foram banidos em todo o mundo em razão de seu objetivo totalitário e único: a ditadura do proletariado. Correremos riscos, mas eles são inerentes ao processo democrático e à nossa profissão.

Não se admite mais este silêncio reinante. Nas redes virtuais, pela simples leitura de manifestos e artigos oriundos da reserva de nossas Forças Singulares se percebe que estamos num ponto crítico. A nossa autoestima está em visível declínio, agravada por outros fatores, entre eles os baixos salários de nossos subordinados. Dissensões poderão surgir, pois a reserva expressa em muito o pensamento dos soldados da ativa. Possíveis perturbações ou rupturas em nossas Forças trarão repercussões indesejáveis para o nosso país. Não é possível mais calar. A lei do silêncio deve ser quebrada!
O Outro Lado
(em 7 de junho de 2012, na Folha de São Paulo)

Com a instauração da Comissão da Verdade, o ciclo de beligerância e de turbulência política do passado recente voltou a ser um tema discutido em nosso país.

É um tema preocupante, que estará presente em debates e artigos nos próximos dois anos, tempo de vigência dos trabalhos da comissão. No período, os principais fraseados das esquerdas brasileiras estarão em evidência, sempre acompanhados de justificativas emocionais.

Agora é possível acrescentar no debate a Lei da Anistia, já chamada de lei injusta, primeiro passo para a sua revogação. Esquecem os críticos que foi essa lei que permitiu quase 33 anos de relativa paz no processo de crescimento democrático do país. Sem ela, o período seria controverso e perturbador.

Na comissão, as Forças Armadas serão o foco principal. Disciplinadas como são, estarão em silêncio obsequioso e sem poder político para interferir nos processos que serão abertos. O seu desgaste será evidente, um objetivo permanente de segmentos minoritários e radicais da esquerda brasileira.

Surge, agora, em artigo publicado neste jornal, de autoria do frade dominicano Libânio, o Frei Betto ("Os dois lados da Comissão da Verdade", em 20 de maio), uma nova designação para a Comissão da Verdade. O novo nome seria Comissão da Vaidade, uma alusão à posição adotada por um dos juristas que integra a comissão, considerada vaidosa pelo frade.

O jurista teria se posicionado, em corte internacional, contra interesses de familiares de vítimas na guerrilha do Araguaia. Em seu artigo, o autor questiona se o jurista teria condições de atuar com imparcialidade.

É surpreendente a posição do frade. Ele considera o jurista parcial por ele ter sido contrário ao posicionamento dos citados familiares. Então sejamos claros: os sete indicados serão imparciais quando analisarem um só lado, de preferência o do frade Libânio. Se analisarem o "outro lado", serão parciais.

Como deverão se sentir os juristas da comissão, indicados com base no seu "notável saber", diante desse claro patrulhamento? Como serão suas "imparcialidades" ao analisarem só um lado, ferindo o contraditório, princípio básico do direito?
Meu professor de história geral, um saudoso frei franciscano, ensinava que a "história tem sempre dois lados". O "outro lado" também tem inúmeras perguntas não respondidas nem esclarecidas.

Também choramos nossa centena de mortos e o mesmo tanto de feridos, muitos inocentes e que nada tinham com os confrontos. Assassinatos a sangue frio, a pauladas, a coronhadas -até esquartejamento houve. Atentados e sequestros com mortes. Sequestro é tortura infame, e alguns sequestradores estão bem vivos.

Há famílias enlutadas que, em sua totalidade, não receberam qualquer apoio indenizatório. Não existia naquela época nenhuma benesse como a atual e generosa "bolsa ditadura". Enumerar outros fatos a esclarecer ultrapassaria nosso espaço jornalístico. Entretanto seria bom se uma pergunta, talvez a mais importante, fosse respondida: que democracia eles lutavam para resgatar?

O ideário das organizações terroristas e os depoimentos insuspeitos de seus ex-integrantes permitem inferir que o objetivo maior, caso vencessem, seria a implantação de uma "ditadura do proletariado" e não uma democracia, como assegura o citado articulista.

Dependendo da organização, seria uma ditadura soviética, maoísta, albanesa ou cubana. Para mim, sem receio de errar, seria a cubana e o seu famigerado "paredón".

Por sinal, os covardes justiçamentos em nosso país, por ordens de tribunais relâmpagos, comprovam a escolha. Caso vingassem tais doutrinas, não poderíamos, hoje, escrever livremente neste ou em outro jornal.

Ao menos eu. Já o frade Libânio escreveria no jornal do partido único. À semelhança de Cuba, no Brasil haveria um só lado. Não existiria o "outro lado".

Não tenho profundos conhecimentos da mitologia grega nem das literaturas portuguesa e espanhola para citações brilhantes como as do eclesiástico. Todavia, fruto da formação franciscana que recebi, encerro com uma citação bíblica, que creio ser válida para o momento sensível pelo qual passa a nação brasileira: "Não julgueis para não serdes julgados, pois com o julgamento com que julgais sereis julgados e com a medida com que medis sereis medidos." (Mt 7,1-2).


Rômulo Bini Pereira é General de Exército e foi chefe do Estado Maior de Defesa.

Alto Comando do Exército faz reunião extra para avaliar texto polêmico de General e alta tensão na Venezuela

Edição do Alerta Total – www.alertatotal.net
Por Jorge Serrão - serrao@alertatotal.net
O Alto Comando do Exército fez ontem, uma reunião extraordinária, em Brasília, dentre outros assuntos explosivos, para avaliar o impacto do artigo “Árvore Boa”, escrito pelo General de Exército na reserva Rômulo Bini Pereira. Publicado no Estadão de terça-feira (19), o texto exalta o direito de os militares celebrarem a “Revolução Democrática de 31 de março de 1964”. Outro tema em discussão pelos Generais de quatro estrelas da ativa foi a explosiva crise na Venezuela e os reflexos que pode ter no Brasil.
No texto que teria sido um dos motivadores da reunião extra no Forte Apache, o General Bini faz filosofia sobre o permanente papel das Forças Armadas, comparando-a a uma planta forte, verde oliva: "Quando cortam uma árvore boa e não arrancam suas raízes, brotos teimosos vão nascer sempre no que sobrou do tronco a dizerem que ela pode ressurgir e ficar mais alta, porque a sua seiva não se extinguiu e nem se extinguirá!"
Um trecho do artigo do General deixou em polvorosa a turma do Palhaço do Planalto: “Na área militar nota-se ainda repulsa aos atos das citadas comissões. Ela é flagrante, crescente e de silenciosa revolta. Pensam que os integrantes das Forças Armadas - quietos, calados e parecendo subservientes - assistem passivamente aos acontecimentos atuais com sua consciência adormecida. Não é bem isso que está acontecendo!”
O General Bini já tinha balançado o ganho da petralhada em outros dois artigos: “O Outro lado”, publicado em 7 de junho de 2012, na Folha de São Paulo, e “Lei do Silêncio”, veiculado pelo Estadão em 12 de maio de 2012. O Alerta Total republica, abaixo, os três artigos, fundidos em um, para ampla reflexão.
Até porque a Comandanta em Chefe das Forças Armadas, Dilma Rousseff, vai impedir, por ordem direta aos comandantes de força, que o Exército celebre, em qualquer evento oficial, os 50 anos do movimento civil-militar de 1964. Provavelmente, nos quartéis, o assunto só entrará na ordem do dia daquela forma discreta, dos últimos anos, desde que Luiz Inácio Lula da Silva assumiu a Presidência da República (e lá continua, segundo a recente gafe da ministra Miriam Belchior...).

CNA divulga nota oficial sobre a proposta de mediação de conflitos do Ministério da Justiça

É com perplexidade que a Confederação da Agricultura e Pecuária do Brasil (CNA) toma conhecimento, pela imprensa, das manifestações de um ministro de Estado e de um alto funcionário do Ministério da Justiça, desmerecendo o Poder Judiciário brasileiro.
Ao participarem da apresentação de pesquisa sobre conflitos de terra, realizada por uma ONG notória opositora do agronegócio do país, o ministro chefe da Secretaria Geral da Presidência da República, Gilberto Carvalho, e o Secretário de Reforma do Judiciário do Ministério da Justiça, Flávio Caetano, defenderam a mediação como medida mais eficiente para resolver os problemas fundiários, relegando a um segundo plano o papel da Justiça.
Preocupa especialmente a CNA a defesa, por autoridades, da submissão de conflitos de enorme complexidade a mediadores ideologicamente comprometidos, em substituição a magistrados imparciais, protegidos por garantias constitucionais e selecionados com impessoalidade, por meio de rigorosos concursos públicos. O ministro defende a criação de uma escola de mediadores sem esclarecer qual será o currículo e quem serão os professores destes futuros substitutos de juízes.
Por outro lado, a afirmação, presa a dogmas ultrapassados, de que “a velha figura do latifúndio contra o pequeno proprietário continua existindo no país” mostra desconhecimento da realidade do campo. Baseia-se na noção do latifúndio improdutivo, quando é sobremaneira sabido que a propriedade rural brasileira é altamente produtiva e a principal responsável pelo crescimento econômico.
Estas declarações  ganham especial relevância neste momento em que o Ministério da Justiça insiste em não dar cumprimento a decisões judiciais de reintegração de posse,  em favor de produtores do sul da Bahia que tiveram suas terras invadidas por índios. As liminares concedidas pela Justiça Federal e confirmadas pelo Tribunal Regional Federal da Primeira Região garantem o direito de propriedade. Nestes casos, a crítica do ministro Gilberto Carvalho quanto à inexistência “de posição neutra no aparelho do Estado brasileiro” é contrária à efetividade da Justiça e ao Estado de Direito.
A Confederação da Agricultura e Pecuária do Brasil (CNA) repele firmemente tais aleivosias e contra elas lutará, em defesa da Constituição e da ordem jurídica.
 
 
Fonte: CNA

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