A Petrobras vive momento difícil com inúmeros fatos que estão sendo denunciados pelo judiciário brasileiro e pelo órgão de regulação dos EUA. Para completar a notícia ruim para a Companhia, o preço internacional de petróleo vem caindo em níveis que inviabilizam a exploração do pré-sal.
A notícia que vem dos EUA diz que o escritório de advocacia americano Wolf Popper entrou com ação coletiva contra a Petrobras em um tribunal de Nova York, em nome de todos que compraram ADR - American Depositary Receipt entre maio de 2010 e 21 de novembro de 2014. Segundo o escritório a ação se baseia na informação falsa sobre "esquema interno multibilionário de corrupção e lavagem de dinheiro" que afeta a Companhia desde 2006.
A ação movido pelos advogados americanos foi protocolado no SEC - Security and Exchange Commission para ressarcimento de prejuízos causados aos investidores minoritários americanos. A ação que corre no SEC é de natureza civil, portanto busca apenas recuperar os prejuízos financeiros amargados com a compra das ações da Petrobras. Se a ação movido pelos investidores americanos prosperar a Petrobras teria que arcar com o prejuízo de cerca de 60% do valor originariamente pagos pelo ADR da Companhia para quem comprou em ADRs em 2010.
O valor da indenização máxima que o SEC poderá vir a arbitrar será maior do que o próprio valor do mercado da Petrobras negociado ontem no BMFBovespa. A cotação das ações da Petrobras correspondia, ontem, cerca de 40% da cotação praticada no mercado em maio de 2010.
A ação promovido pelos advogados americanos no SEC não vale para os acionistas minoritários brasileiros. A ação só valerá para os portadores do ADRs, não valendo a repercussão para os acionistas minoritários brasileiros que negociaram as ações no mesmo período proposto pelos advogados americanos na BMFBovespa. Azar dos minoritários brasileiros! Quem mandou confiar na nossa CVM.
Para completar as notícias ruins, além do caso de corrupção apontado pela Operação Lava Jato, que já tem conexão com a primeira notícia, a que vem dos EUA, o preço internacional do petróleo vem despencando. Ontem, o tipo WTI, o óleo pesado, igual aquele do pré-sal brasileiro estava sendo cotado próximo de US$ 60. E, a notícia ruim é que a OPEP vai manter a produção em níveis atuais, 30 milhões de barris dia, no intuito de manter o preço nos atuais níveis e tentar quebrar as empresas que exploram o óleo ou equivalente em gás, que estão despontando como concorrentes aos membros da OPEP.
Explico. A Petrobras tem reserva de 5 bilhões de barris de petróleo pré-sal do campo Tupi, recebido da União como integralização do capital social. A Petrobras participa também da exploração do pré-sal do campo de Libra, leiloado no final de 2012 junto com a Shell, Total e CNOOC. Estas reservas, mantido o preço do petróleo no patamar de US$ 60, a exploração do pré-sal vai ser um fiasco para a Petrobras, pois que o custo do pré-sal brasileiro varia entre US$ 45 a US$ 70, segundo Institutos independentes. Na melhor das hipóteses o pré-sal vai empatar.
A Petrobras encontra-se na situação curiosa, com relação ao pré-sal. Quanto mais ênfase der à exploração do pré-sal o risco de prejuízo será maior para a Companhia. Certamente os parceiros do campo de Libra vão postergar os investimentos até que o preço do petróleo volta aos níveis viáveis, comercialmente. Há ainda muitas alternativas mais baratas e de risco quase nulo, nos campos em terra como do golfo pérsico ou ainda alternativa de gás em terra como na Rússia e países geopoliticamente dependentes dela.
Esqueçam da Petrobras como investimento promissor! Esqueçam a União, estados e municípios que esperam royalties do pré-sal para investimentos em educação e saúde pública. Tão logo, os royalties do pré-sal não pingarão nos cofres da União e nem nos cofres dos entes federados.
Petrobras virou mico!
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