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terça-feira, dezembro 09, 2014

IMPEACHMENT DE DILMA: Campanha de Dilma Rousseff pagou R$ 24 milhões para empresa que tem um ex-motorista como sócio



PT pagou R$ 24 mi a empresa que tem motorista como sócio


POR ANDRÉIA SADI, RANIER BRAGON & GUSTAVO URIBE, 09/12/2014, NA FOLHA


A segunda maior fornecedora da campanha de Dilma Rousseff tem como um dos sócios administradores uma pessoa que, até o ano passado, declarava o ofício de motorista como profissão.

Localizada em São Bernardo do Campo, na Grande São Paulo, a Focal Confecção e Comunicação Visual recebeu R$ 24 milhões da campanha, só ficando atrás da empresa do marqueteiro João Santana, destinatária de R$ 70 milhões.



Gustavo Uribe/Folhapress 

Casa de sócio da empresa em São Bernardo do Campo (SP)


A firma, que declarou serviços na área de montagem de eventos, teve notas fiscais apontadas como irregulares por técnicos do TSE (Tribunal Superior Eleitoral) que analisam as contas da petista.



Segundo a Folha apurou, o salário registrado de Elias Silva de Mattos, um dos sócios administradores da Focal, era de cerca de R$ 2.000 até o ano passado, como motorista.

Ele foi admitido no quadro societário da empresa em 29 de novembro de 2013, com valor de participação de R$ 3 mil. Carla Regina Cortegoso é a outra sócia, com cota de R$ 27 mil. Ambos são sócios e administradores da Focal, segundo documentos da Junta Comercial de São Paulo.

"Eu sabia que ia virar transtorno na minha vida", afirmou Elias de Mattos ao ser abordado pela Folha para falar sobre a firma.

Sem querer dar detalhes sobre sua atuação, afirmou ser um dos donos da Focal, mas deu a entender não poder falar pela empresa.

"Eu não posso dar entrevista, não estou preparado para falar", disse. "Eu não sou nada, vai lá conversar com eles [empresa]", afirmou.

Apesar de não figurar na lista de sócios, Carlos Cortegoso, pai de Carla Regina, falou com a Folha em nome da empresa. "Todo mundo tem o direito de ascender na escala social mediante o trabalho e competência", disse.

Em 2005, a empresa foi apontada pelo operador do mensalão, Marcos Valério Fernandes de Souza, como uma das destinatárias de recursos do esquema, por indicação do PT.

À época, ele disse que a firma recebeu pela venda de camisetas para o partido.

Os nomes de Cortegoso e da Focal integravam a lista entregue por Valério à CPI dos Correios, ao Ministério Público Federal e à Polícia Federal.

Segundo a lista, Cortegoso e sua empresa receberam R$ 400 mil a partir de indicação de Delúbio Soares, ex-tesoureiro do PT condenado pelo STF (Supremo Tribunal Federal) no julgamento do mensalão, a exemplo de Valério.



A coordenação financeira do comitê eleitoral de Dilma informou ser "impossível a campanha conhecer a firmação societária dos seus fornecedores". A Focal afirmou que está absolutamente dentro da lei e que obedece todos os critérios jurídicos.


Do Portal Vox, em 9 de dezembro de 2014:

Gleisi Hoffmann também contratou serviços de empresa ligada ao Mensalão

Senadora é a única cliente localizada fora de São Paulo.





A senadora petista Gleisi Hoffmann também contratou serviços da Focal Confecção e Comunicação Visual, empresa ligada ao escândalo do Mensalão e à reprovação das contas da campanha presidencial de Dilma Rousseff.


A apuração do Portal Vox no sistema de consultas do TSE constatou o pagamento de 15 notas fiscais entre os dias 22 de julho e 9 de agosto. A soma dos débitos totalizou R$ 156.250,00.


Candidatos de PV (José Luiz de França Penna) e PTB (Arnaldo Faria de Sá) também contrataram serviços da Focal, mas, a exemplo de outros nomes do PT inseridos na lista de clientes, ambos concorreram a cargos em São Paulo, estado onde está localizada a sede da empresa. Apenas Gleisi, derrotada na eleição para o governo do Paraná, destoa desse padrão.


Em geral, para poupar custos, quem solicita serviços como “publicidade por materiais impressos” ou “publicidade por faixas, placas e estandartes” evita a contratação de fornecedores externos, para diminuir gastos com logística e realizar adequadamente a “prova” dos materiais – a impressão que serve para teste.


O ministro Gilmar Mendes deve apresentar ainda nesta semana um parecer sobre o relatório do TSE que reprovou as contas da campanha de Dilma Rousseff. Não há, por enquanto, reclamação formal contra Hoffmann.



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