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quarta-feira, dezembro 24, 2014

ALERTA TOTAL: PT mantém postos políticos e Dilma escala ministros com perfil de fácil negociação com o Congresso



Edição do Alerta Total – www.alertatotal.net
Por Jorge Serrão - serrao@alertatotal.net

A marketagem numerológica com o número 13 surpreendeu tão pouco quanto o anúncio de treze novos ministros do velho novo desgoverno Dilma Rousseff. A única novidade digna de nota entre os anunciados é que Dilma tirou o ministério dos Esportes do velho aliado PC do B e entregou para o PRB - partido da Igreja Universal do Reino de Deus, do Bispo Edir Macedo. O novo ministro é George Hilton o "teólogo, pastor, animador, deputado federal e apresentador de programas na TV Record MG desde 1994. Foi um presentão natalino na véspera das olimpíadas de 2016 no Rio de Janeiro.

Avaliado como um dos melhores ministros de Dilma, Aldo Rebelo vai para o Ministério da Ciência e Tecnologia - onde integrantes do PC do B já ocupam áreas estratégicas desde o governo Lula. Surpresa nada agradável para a área militar foi a escalação do ex-governador baiano Jaques Wagner para o Ministério da Defesa, no lugar de Celso Amorim. A indicação dele tem uma explicação bélica. Foi ele o primeiro a impor uma grande derrota ao Carlismo na Bahia. Na verdade, Wagner vai cuidar mesmo da "Defesa do PT", fazendo articulações fora de seu ministério.

Importante mesmo no novo time de Dilma é o ex-prefeito paulistano Gilberto Kassab (PSD), que ganha o Ministério das Cidades, mas terá a missão espinhosa de gerenciar, nos bastidores, a relação entre o governo e o resto da base aliada, pelo Brasil afora. Atuará junto ou baterá cabeça com o deputado federal petista Pepe Vargas, que vai para a pasta das Relações Institucionais, no lugar de Ricardo Berzoini (que deve pegar outro ministério mais importante: o das Comunicações, para cuidar da "regulação econômica da mídia").

No mais, as indicações atenderam ao critério de politicagem. O afilhado de Renan Calheiros, Vinicius Lages, continua no Ministério do Turismo. Jader Barbalho emplacou seu filho Hélder Barbalho no Ministério da Aquicultura e Pesca. O irmão de Ciro Gomes, o ex governador cearense Cid (PROS), foi parar no Ministério da Educação. Dilma conseguiu tirar Moreira Franco do Ministério da Aviação, colocando no lugar dele o experiente Eliseu Padilha, que tem o mesmo dom de excelentes articulações com as maiores empreiteiras (que hoje andam meio em desgraça pela Lava Jato).

Na cota pessoal, Dilma indicou Valdir Simão para a Controladoria Geral da União e emplacou Nilma Lino Gomes na Secretaria de Políticas de Promoção da Igualdade Racial. Dilma também impôs ao PMDB a escalação de Kátia Abreu no Ministério da Agricultura. Mas permitiu que seu vice Michel Temer indicasse Edinho Araújo para a estratégica Secretaria dos Portos. Nas Minas e Energia, o consenso era substituir o desgastado Edson Lobão por alguém que não atrapalhasse a vovozinha e seu netinho. Por isso foi indicado o atual líder do PMDB no Senado, o amazonense Eduardo Braga, que é Engenheiro Elétrico por formação.



Na prática, o PT conseguiu manter seus ministérios políticos. Aloísio Mercadante deve permanecer onde está, na Casa Civil. Miguel Rossetto assume a Secretaria Geral da Presidência da República, no lugar de Gilberto Carvalho, a quem Dilma não mais aturava há muito tempo. Rossetto cuidará da estratégica relação com os movimentos sociais - fundamentais para darem sustentação ao governo Dilma, em caso de previsíveis instabilidades que de desenham no futuro próximo.

Resumidamente, a nova escalação ministerial de Dilma tentará corrigir o que ficou falho no primeiro mandato: uma relação mais pacífica com o Congresso.


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