Tiro no pé – A situação política de Dilma Vana Rousseff, a presidente reeleita, não é das mais confortáveis, até porque há uma crise institucional crescente no Palácio do Planalto. Desde que venceu a corrida presidencial, Dilma vem colecionando derrotas fragorosas no Congresso Nacional. A primeira delas foi a derrubada do decreto que cria os conselhos populares, projeto eu tropeçou na Câmara dos Deputados e deve seguir o mesmo caminho no Senado Federal. A segunda derrota, que atingiu muito mais o PT do que a presidente, foi a aprovação da quebra dos sigilos bancário e telefônico de João Vaccari Neto, tesoureiro do Partido dos Trabalhadores, acusado de envolvimento no escândalo do “Petrolão”.
A terceira derrota aconteceu nesta quarta-feira (19), no momento em que o presidente do Congresso Nacional, senador Renan Calheiros (PMDB-AL), anulou a sessão da Comissão Mista de Orçamento realizada na noite anterior e que aprovou o PLN 36/2014, que derruba a meta de superávit fiscal estipulada na Lei de Diretrizes Orçamentárias. Os partidos de oposição alegaram violação do regimento interno do Congresso e prometeram recorrer ao Supremo Tribunal Federal, mas Calheiros foi mais rápido e evitou uma nova e enorme crise.
A matéria voltou para votação na Comissão Mista de Orçamento na tarde desta quarta-feira, mas o governo não conseguiu mobilizar suas bancadas, mesmo que de aluguel sejam. De tal modo, o PLN 36 não foi incluso não pode ser incluso na pauta de votação da CMO. Ou seja, Dilma tentou comprar, sem sucesso, a aprovação de um projeto que joga no lixo a legalidade do País e inocenta um governo corrupto e paralisado.
Líder do Democratas na Câmara dos Deputados, Mendonça Filho (PE) afirmou que o governo está desarticulado e que a oposição continuará se posicionado contra o mérito do projeto que representa um atestado de incompetência da política econômica.
“A oposição cumpriu rigorosamente o acordo para retomarmos a votação hoje na Comissão de Orçamento. Apenas, não podemos ir para uma sessão da comissão para tomar conta do governo. O governo cochilou vergonhosamente. Isso é básico do regimento. Precisaria de maioria absoluta dos membros da Câmara e do Senado para incluir a matéria. Não vamos fazer o dever de casa da oposição e do governo ao mesmo tempo”, opinou o líder do Democratas.
Com o fracasso de hoje, a proposta será apreciada na próxima terça-feira (25/11) na Comissão de Orçamento, devendo ser votada em sessão do Congresso Nacional após o destrancamento da pauta, com a deliberação de 38 vetos presidenciais. “A disposição da oposição é derrotar o governo no que se refere ao mérito da proposta porque é o descompromisso com o equilíbrio das contas públicas que significa mais inflação, menos crescimento econômico, mais desemprego. É falta de compromisso com a estabilidade econômica”, completou Mendonça Filho.
Fonte: Ucho.info
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