Publicado em 20 de Novembro de 2014 na Revista da Sociedade Militar
Sábado de manhã, ia descansar hoje. Mas como soubemos que ontem fomos mencionados na conversa de lideranças do movimento anti-Dilma, especificamente por termos comentado sobre as diferanças entre os discursos dos principais cérebros do movimento no texto < INTERVENÇÃO ou IMPEACHMENT? Cuidado, direita pode rachar na Gênese>, assistimos a gravação e vamos discorrer rapidamente sobre esse assunto, que é importante por sua implicações no andamento das ações da próxima semana.
Perdoem a falta de revisão.
O HangOut de Olavo e Lobão, realizado na noite dessa quarta-feira, 19 de novembro, foi bastante interessante.
Lobão batizou a conversa de "juizo final". Como já esperávamos, o assunto principal foi intervenção militar. A reunião iniciou com uma menção de Lobão ao texto publicado aqui em Sociedade Militar antes da manifestação da Paulista ocorrida em 15 de novembro. Nosso texto tentava analisar o início do movimento, divergências internas, imunidade aos ataques externos e tendências. Ao mesmo tempo se trata de advertência para que se tome precauções para não isolar grupos que já estão em atividade há muito tempo e que foram essenciais para a recente mobilização da oposição.
Num momento de construção como esse não pode-se entender todas as analises e opiniões divergentes como criticas destrutivas, isso seria "cretinice". O material, publicado (AQUI) em 14 de novembro, advertia também sobre a possibilidade de eventos desagradáveis no movimento, principalmente por estar-se demonizando aqueles que acreditam que os militares podem ser a solução para o país. Infelizmente o aviso não adiantou muito. Desentendimentos e mau estar ocorreram, fornecendo combustível para a mídia esquerdista.
Lobão disse no HangOut, sobre nós: Esse jornal da sociedade militar faz algumas reclamações sobre uma suposta mudança de opinião sobre essa coisa de intervenção militar, o que não é uma verdade.
O trecho de nosso artigo é esse. Contudo, fala sobre uma mudança de discurso, não de opinião.
“Lobão, que estava no caminhão se som no dia da manifestação na Paulista, se apressou em publicar texto dizendo que abominava qualquer tipo de Golpe Militar, e que quem desejava ditadura era um cretino. Realmente, apesar de já ter declarado que a ação dos militares foi providencial para impedir a implantação de um regime comunista no Brasil, o cantor nunca disse que apóia nenhum tipo de golpe. Quanto a Olavo de Carvalho, que pedia abertamente a ação dos militares, este logo mudou o discurso. Afinal de contas, o filósofo não podiapermanecer entre os cretinos citados por Lobão. O restante dos chamados “organizadores” fez a mesma coisa que Olavo.”
Como pode-se observar, ninguém por aqui disse que Olavo de Carvalho mudou de opinião. O que dissemos no artigo criticado é que houve MUDANÇA DE DISCURSO. Olavo agora tem procurado adequar suas falas ao posicionamento de Lobão, e com isso diminuiu as menções à intervenção por parte das Forças Armadas.
Vejam aí: Quanto a Olavo de Carvalho, que pedia abertamente a ação dos militares, este logo mudou o discurso. Afinal de contas, o filósofo não podia permanecer entre os cretinos citados por Lobão. O restante dos chamados “organizadores” fez a mesma coisa que Olavo.”
Ora, não podemos ser hipócritas, é impossível não perceber que Olavo de Carvalho mudou seu modus operandi nas redes sociais. Até antes de 15 de novembro ele solicitava a seus seguidores que enviassem e-mails para militares com solicitações para que intervenham de alguma maneira. Veja outro excerto de texto seu: “Se um único general tomasse a dianteira e prendesse os corruptos que a massa revoltada quer ver na cadeia, ganharia instantaneamente o apoio de toda a população, inclusive de grande parte dos agitadores de rua, e teria então autoridade para cavar mais fundo e quebrar a espinha do Foro de São Paulo. Viraria a mesa num estalar de dedos...”
Mas a nova postura de Olavo não é nociva, apenas revela que compreendeu que agora opera em conjunto, cada um precisa ceder um pouco até que tudo se encaixe. E isso parece ser algo novo para ele. Aliás, talvez isso seja algo novo para toda a sociedade que agora milita nessa luta pela moralização do Brasil. Ficávamos em casa, como expectadores, calados. Agora saimos para as ruas, e nos manifestamos contra o que de ruim tem ocorrido em nosso país.
Nas últimas semanas Olavo algumas vezes se mostrou surpreso com a mobilização e menções ao seu nome. Muitas das pessoas que comparecem às manifestações o fazem por ter sido por ele esclarecidas acerca do que realmente acontece no Brasil. O grupo agora é mesmo absurdamente maior, e demanda também mais responsabilidade e prudência, principalmente da liderança.
De maneira bastante sensata e responsável, Lobão diz que não acha justo que se terceirize a responsabilidade de agir nesse momento, suas palavras foram: “Coisa meia passiva... Depositar responsabilidades nos ombros de outros...”. Essa declaração para nós foi uma das mais relevantes desse hangout. Não se pode negar que os militares tem como exemplo trágico a experiência que seus antepassados recentes vivem até hoje, assombrados pelas inúmeras propostas de “revisões da lei de anistia”, possibilidade de perda de postos, soldos e até da liberdade. Tudo isso por terem respondido aos anseios da sociedade que foi para as ruas em 1964, livrando nosso país de se tornar um satélite de Cuba.
Sabemos que o Brasil vive um momento novo. A sociedade tem a oportunidade de ser o protagonista. O jogo pode ser virado nas ruas. Instituições como Polícia Federal e Ministério Público têm feito a sua parte. Citamos como exemplo o que aconteceu na Tailândia ainda esse ano. A sociedade se mobilizou de tal forma que o estado foi obrigado a processar a primeira-ministra. Ela foi julgada e demitida de seu cargo com base nas condenações. Depois de tudo ocorrido dentro do que a lei prescreve, o exército entrou em ação apenas para garantir a normalidade Na Tailândia o partido do governo (deposto) também tem grupos organizados com alto potencial de violência, como os camisas vermelhas.
Por aqui, como era de se esperar, os principais cérebros do movimento já falam em unificação das reivindicações. E, independente de suas decisões, isso iria mesmo acontecer, é uma tendência de todos os grande agrupamentos, algo quase físico. Quando se trata de movimentos coletivos isso é inevitável. Na medida em que ocorre o crescimento também ocorre a unificação de objetivos, de demandas. E o movimento ganha mais força.
Já dissemos antes: Em uma democracia ninguém pode ser desprezado. A direita tem como característica valorizar a liberdade de expressão e o individualismo. Apologia à uniformidade é coisa de esquerdista. Se a liderança que agora surge for realmente perspicaz, digna de permanecer a frente de tão grande grupo, saberá valorizar cada opinião como parte importante do movimento. Como foi dito acima, a voz que ecoará mais forte será a do conjunto, a soma das individualidades.
Bom. Como todos puderam ver. A revista Sociedade Militar não disse nenhuma inverdade, apenas trouxemos à discussão algo que realmente está ocorrendo. Isso é o que nos propomos fazer aqui, discutir o quotidiano. Cremos que uma sociedade esclarecida realmente é muito mais ativa e ciente dos próximos passos na caminhada que empreendemos rumo à vitória.
Uma das principais mensagens do texto citado, aparentemente tão polêmico é: A oposição não pode vestir carapuças colocadas pela esquerda.
Seria importante que acabasse as discussões internas em torno de golpe e intervenção. Já deu pra perceber que essa demanda, pelo menos por ora, tende a se extinguir. Ataques de fora, insinuações por meio da mídia, vão continuar. A guerra psicológica sempre existiu. Todo exército sofre panfletagem.
Lobão se mostra bastante preocupado com a visão que a sociedade brasileira e comunidade internacional podem ter do movimento se a voz dos intervencionistas sobressair. Chega a comentar sobre isso com Olavo no HangOut. Olavo o tranqüiliza e diz que, independente do que for pedido, a esquerda vai mentir e taxar o movimento de golpista.
Quando os pracinhas brasileiros se preparavam para combater, aviões alemães atiravam sobre eles vários panfletos escritos em português. Os papeis diziam que todos iam morrer, que estavam errados, que os verdadeiros inimigos eram os americanos etc. O que ocorre hoje se trata da mesma coisa, só que realizado por outros meios. A panfletagem midiática tenta convencer a sociedade, que já enxerga o Partido dos Trabalhadores como o maior vilão do país, de que os verdadeiros vilãos são aqueles que estão nas ruas pedindo apuração da corrupção. Tentam também fazer parecer que a maioria é contra as manifestações, e que elas são politicamente incorretas, reprováveis etc. Não se pode confundir opinião da mídia com opinião pública.
Olavo de Carvalho fez mais algumas colocações interessantes: "Perdeu-se a fé num paraíso celeste. Criar ilusão de um paraíso terrestre. Se apegam a isso desesperadamente... Não crêem em Deus... “Deus não quer que façamos um paraíso”.
Infelizmente a inteligentsia esquerdista não parece crer no sobrenatural. Acreditam mesmo que podem criar um paraiso terrestre, nem que seja só pra eles. Os idiotas úteis ficam na periferia desse paraíso, comendo as migalhas. A panfletagem tentando desestimular o movimento pró moralidade vai aumentar, e muito. Mas um exercito bem esclarecido não perde o foco.
Como já dissemos, a estanqueidade é fundamental. Já há manifestações marcadas para o dia 29 de novembro. Com toda certeza vai haver muito mais gente nas ruas rechaçando o governo atual. Essas pessoas estarão muito mais imunes aos ataques, ofensas e eventuais sabotagens.
Robson A.D Silva – Revista Sociedade Militar. http://sociedademilitar.com.br - socmilitar@gmail.com.
Nenhum comentário:
Postar um comentário