Luiz Inácio Lula da Silva cumpriu a sua promessa: “Nunca antes na história ‘destepaiz’”.
O PT cumpriu a sua promessa: “Nunca antes na história ‘destepaiz’”.
Os mistificadores cumpriram a sua promessa: “Nunca antes na história ‘destepaiz’”.
Nunca antes na história deste país, com efeito, se produziu tamanho desastre numa única estatal, com graves repercussões, ainda a serem devidamente apuradas, nas contas públicas.
Segundo cálculos preliminares do banco americano Morgan Stanley, as perdas na Petrobras, em razão da quadrilha que assaltou a empresa, podem chegar a R$ 21 bilhões. A perspectiva mais otimista, o número mais magrinho e improvável, pasmem!, é R$ 5 bilhões.
Nunca antes um outro governo foi capaz de produzir esse resultado. Nunca antes uma outra gestão chegou tão longe. Nunca antes um outro grupo foi tão ousado. Nunca antes uma outra quadrilha foi tão imodesta.
A questão é saber: tudo isso se deu sob as barbas de Lula? Tudo isso se deu nas sinuosidades robustas dos tailleurs vermelhos de Dilma Rouseff? Segundo Alberto Youssef, eles sabiam de tudo. E, se sabiam, cometeram crime de responsabilidade, além de outros crimes. E, se isso ficar comprovado, Dilma vai cair não porque será vítima de um golpe, mas porque será colhida pela lei. Golpismo seria o país continuar com uma presidente da República que permite o assalto aos cofres públicos.
A Petrobras está em palpos de aranha. Realizando ou não imediatamente o prejuízo monstruoso causado pela quadrilha, a empresa terá dificuldades de se financiar no mercado. Os empréstimos para ela serão mais caros; os investidores vão se distanciar da empresa; os pesados investimentos que lhe foram impostos pelas regras — de resto, estúpidas — de exploração do pré-sal acarretarão encargos com os quais ela não poderá arcar.
E pensar que o PT ganhou as eleições de 2002, 2006 e 2010 mentindo que os tucanos pretendiam privatizar a Petrobras. Nunca pretenderam! Mas o que fez o petismo? A privatização, ao menos, acarreta a entrada de dinheiro nos cofres do Tesouro. Privatizar uma estatal significa trocar um ativo por dinheiro. O que aconteceu com a maior empresa brasileira foi, de fato, algo diferente: um pedaço do seu patrimônio lhe foi roubado, lhe foi arrancado, lhe foi amputado em benefício de vagabundos, de pilantras, de bandidos.
E há, reitero, um enigma nessa história toda: quem é Pedro Barusco, o engenheirozinho de meia-tigela que aceita devolver R$ 252 milhões aos cofres públicos — ou US$ 97 milhões? Como é que um mero estafeta de Renato Duque, o petista que era o chefão da Diretoria de Serviços, tinha todo esse dinheiro disponível em contas secretas, pronto para ser movimentado? Por que não o pulverizou como costumam fazer os bandidos comuns? Por que não o transformou em patrimônio? Por que não pôs em nome de terceiros?
Eu me dou o direito de desconfiar: será que esse dinheiro era mesmo seu? Não estaria este senhor a serviço da máquina verdadeiramente criminosa que se esconde por trás da roubalheira na Petrobras? Não seria ele mero laranja de uma organização muito maior e muito mais poderosa?
Sim, uma penca de crimes comuns e financeiros foi cometida no assalto organizado à Petrobras. Mas o maior de todos os crimes foi mesmo o político.
O regime petista prometeu conduzir a Petrobras à glória. O regime petista quebrou a Petrobras. E tem de pagar por isso nos tribunais e nas urnas.
Por Reinaldo Azevedo
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