A Operação “Curinga”, deflagrada nesta terça-feira (18), pela Polícia Federal e Ministério Público Federal no Norte de Minas, identificou que aposentadorias rurais eram concedidas irregularmente mediante pagamentos para os facilitadores da fraude e com o objetivo de captação de votos. O grupo criminoso atuava em Espinosa, Monte Azul e Montes Claros.
O delegado Thiago Amorim afirmou durante uma coletiva de imprensa que o esquema fraudulento foi detectado por meio de uma auditoria em benefícios concedidos a partir de 2009. As investigações começaram há cerca de oito meses. Inicialmente, 24 aposentadorias apresentaram irregularidades, o prejuízo estimado é de R$ 200 mil. Segundo o MPF e a PF, esses números devem aumentar.Ainda de acordo com a Polícia Federal, 39 mandados foram expedidos. Além de busca e apreensão e sequestro de bens, foram cumpridas ordens de condução coercitiva, que obriga os investigados a comparecerem na delegacia para prestarem esclarecimentos.
Das 19 pessoas que deveriam ser conduzidas, 17 já haviam sido levadas para a sede da PF até o final da manhã. Entre elas o vice-prefeito de Monte Azul, Antônio Teixeira (PT), os vereadores Geraldo Moreira (PT) e Marineide Freitas (PT), que também é presidente da Câmara, Antônio Fernandes, presidente do Sindicato dos Produtores Rurais do município, e o secretário Milton Rodrigues e Ronaldo de Medeiros, funcionário do INSS em Espinosa. Em Montes Claros, apenas um advogado foi alvo de condução coercitiva.
O procurador do Ministério Público Federal, Marcelo Malheiros, explica que o Sindicato dos Produtores Rurais de Monte Azul teve um papel decisivo, já que cabia ao órgão a falsificação de documentos, como o registro de produtor rural, que está entre as exigências da Previdência Social para conceder a aposentadoria.
Apesar de a Operação Curinga ter foco em benefícios previdenciários, o MPF e a PF disseram que as provas colhidas provavelmente darão novos desdobramentos à investigação, já que o processo para conseguir os benefícios estava vinculado à garantia de apoio político para candidatos das eleições de 2014. Materiais de construção, canos, combustível e até dentaduras também eram fornecidos em troca de votos.
Fonte: Jornal WebMinas
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