Quando falei aqui e aqui da diferença de cobertura da imprensa em relação a protestos petistas e protestos anti-PT, critiquei O Globo, a Folha, o Estadão e o UOL pelas manchetes e matérias que distorciam a pauta do movimento, além do Jornal Nacional por ignorá-lo por completo. É uma vergonha para o jornalismo brasileiro que a CNN faça uma cobertura melhor - mais informativa e com o devido senso das proporções - que a nossa imprensa, mas lamentavelmente foi isto que aconteceu. A repórter Shasta Darlington saiu às ruas de São Paulo, entrevistou os manifestantes (inclusive o deputado federal eleito Eduardo Bolsonaro), mostrou os motivos dos protestos e apontou o pedido isolado de “intervenção militar” como algo que apenas “alguns até” pediam, sendo que, neste momento, a câmera mostra, com um cartaz intervencionista em mãos, um sujeito solitário que mais parece plantado ali pela militância petista.
Eu sou crítico da CNN em relação à cobertura para lá de esquerdista da política americana e dos conflitos Israel-Hamas, como bem sabem os leitores deste blog. Mas Darlington, assim como outros repórteres de assuntos latino-americanos, elevam a média da emissora – o que raramente ocorre com a imprensa brasileira na cobertura internacional. Assista ao vídeo abaixo, legendado pelos Tradutores da Direita, e entenda por que os manifestantes fazem muito bem em pedir SOS aos jornalistas estrangeiros.
PS: Sim, a repórter na rua fala em mais de 3 mil pessoas apenas, mas é o número de que dispunha em tempo real. Depois, em número ainda modesto, a PM estimou cerca de 10 mil manifestantes presentes.
Felipe Moura Brasil
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