As novas pesquisas revelam que a distância entre Aécio Neves e Marina Silva encurtou bastante recentemente, levando a um quadro de acirramento na disputa para ver quem vai ao segundo turno disputar com Dilma a presidência. Apenas 5 pontos percentuais separam o tucano da socialista hoje, o que é quase um empate técnico.
A pancadaria do PT de forma pérfida em Marina surtiu efeito, assim como a desconstrução feita com mais fundamento pelo PSDB, mostrando o fato de que Marina não seria tão diferente assim do PT, pois passou sua vida toda naquele partido – ou ajuntamento mafioso, dependendo do ponto de vista.
Meus leitores sabem e não escondo de ninguém duas coisas: 1) as minhas três prioridades hoje são tirar o PT do poder, tirar o PT do poder e, acertou!, tirar o PT do poder; 2) Aécio Neves é, de longe, o melhor candidato nessa corrida eleitoral, com a melhor equipe técnica e a melhor opção de mudança na direção correta que o país tanto necessita.
Dito isso, há um claro dilema posto: para atender as minhas “três” prioridades, talvez Marina Silva fosse a melhor alternativa, tanto que o próprio PT não esconde preferir disputar com Aécio o pleito. Sei de muita gente boa que tem feito exatamente esse raciocínio e até já declarou mudança de voto logo no primeiro turno, apoiando Marina com o único intuito de derrotar o PT. Mas não posso endossar isso. Não consigo votar em Marina tendo Aécio como opção.
Primeiro, pois me recuso a abandonar prematuramente a possibilidade de derrotar o PT com a melhor alternativa, com aquela claramente mais adequada para enfrentar os enormes desafios que se avizinham, em boa parte pelas trapalhadas feitas pelo governo Dilma. Segundo, pois as pesquisas mostram que ambos, Aécio e Marina, estariam no mesmo patamar no eventual segundo turno contra Dilma, com 41%. E o segundo turno é uma outra eleição!
Mesmo tempo de TV, para começo de conversa, e mais clareza para o eleitor médio sobre o que está em jogo. Aécio Neves tem repetido que está seguro de que ganha de Dilma quem for para o segundo turno, e usa como argumento o enorme grau de rejeição do atual governo e o amplo desejo de mudança da sociedade. Não resta dúvida também de que Aécio representa mais mudança do que Marina. O desafio será comunicar isso aos eleitores indecisos, e capturar os votos anti-petistas.
Aqui entra em cena a postura da própria Marina. Muitos cobram de Aécio apoio a ela se não estiver na disputa, o que seria o lógico a se fazer uma vez que a prioridade é combater o modelo petista. O natural também seria os votos do tucano migrarem para Marina. Muitos temem que o contrário não seja verdadeiro, que os votos de Marina não migrem para o tucano, e que a própria não declare apoio formal, como fez em 2010, mantendo-se neutra.
Entendo a preocupação. Mas como cobrar de Aécio um sacrifício tão grande, tendo ele chances concretas, enquanto o mesmo não se dá com Marina? Se Marina realmente leva a sério seu novo discurso de oposição, então caberia a ela declarar apoio ao tucano no segundo turno, caso fique em terceiro lugar no primeiro. É o que se espera de quem efetivamente pretende derrotar o atual modelo fracassado e autoritário, do qual ela mesma acabou sendo vítima nas campanhas difamatórias.
Tenho críticas a Aécio, acho que foi um senador apagado, que não soube conquistar para si a liderança de oposição ao PT. Também acho que faltou firmeza em muitos momentos, que a simpatia é importante, mas que o embate duro contra essa quadrilha incrustada no poder deveria ter começado antes. Ainda assim, não resta dúvida de que é o candidato óbvio de quem repudia o lulopetismo bolivariano e deseja uma mudança para mais liberdade e prosperidade.
Queremos ou não Arminio Fraga no ministério da Fazenda, tocando a agenda de reformas econômicas? Arminio, não custa lembrar, goza do respeito da própria Marina, como ela declarou, mas não estaria em seu eventual governo, como ele declarou. Queremos Arminio? Então precisamos de Aécio.
Sei que muitos estão até com raiva do PSDB, afirmando que uma vez mais os tucanos poderão entregar a reeleição de mão beijada ao PT. Entendo, mas não concordo. É cruel exigir um sacrifício precoce do melhor candidato que, agora se sabe, tem chances de disputar o segundo turno e em condições de igualdade em relação a Marina. Seria inclusive um ato de covardia desistir da disputa ou deixar de apontar as contradições da concorrente. É preciso ousar na vida para mudar de verdade os rumos.
Será que a onda da razão chegou, após murchar a onda da emoção? Em poucos dias saberemos. Até lá, faço coro com aqueles que têm espalhado pelas redes sociais a seguinte mensagem: pra cima delas, Aécio!
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