O socialismo foi derrotado na Guerra Fria. A utopia se mostrou, na prática, uma desgraça em escala colossal, levando milhões de inocentes à inanição, escravidão e morte. Não obstante, muitos se negaram a abandonar o sonho. Na América Latina, em especial, as viúvas de Lênin encontraram terreno fértil para plantar suas sementes da discórdia, para fomentar a luta de classes.
Em 1990, foi fundado o Foro de São Paulo por aqueles que desejavam resgatar na região o que havia se perdido no Leste Europeu. Lá estavam Fidel Castro, as Farc, o PT e tantos outros que ainda acreditavam no igualitarismo imposto pelo estado, na revolução socialista. A ilha caribenha era um dos poucos redutos sobreviventes do modelo pregado por eles.
Havia um problema: Cuba, que já era bastante pobre por conta das medidas socializantes, mergulhou na completa miséria quando a mesada soviética cessou. A União Soviética mandava mais de US$ 5 bilhões por ano para a ilha. Como manter sequer um simulacro de “conquistas sociais” sem essa ajuda financeira?
Ocorre que os aliados do Foro conseguiram chegar ao poder em vários países, usando a própria democracia contra ela mesmo. São seus membros que reconhecem isso, como fez o ex-presidente Lula, atestando que vários países da região já são resultado do legado do Foro:
Aqui, em mensagem mais recente, Lula reforça os planos do Foro:
A “integração” da América Latina é o grande objetivo deles. Uma união socialista, política, e basta ver o que foi feito do Mercosul para se ter uma ideia do que isso significa. Os países ditos bolivarianos foram ampliando seus acordos e sua integração, enquanto a Aliança do Pacífico resistia com regimes mais livres e independentes.
Para financiar esse resgate do socialismo na América Latina é preciso dinheiro, muito dinheiro. Se a verba soviética desapareceu, surgiu em seu lugar o petrodólar venezuelano. Hugo Chávez foi o líder socialista que despontou nessa primeira fase de avanço do socialismo na região, e calhou de pegar uma janela de preço de petróleo muito elevado, o que lhe rendeu uma fonte quase inesgotável de recursos.
A revolução bolivariana tinha agora financiamento. Chávez passou a injetar grandes quantias em grupos revolucionários e em partidos aliados, usou o dinheiro da PDVSA, a estatal venezuelana de petróleo, não só para comprar apoio interno via populismo, como para comprar apoio de seguidores em outros países, como na Argentina.
Mas a Venezuela mergulhou em grave crise econômica, a inflação disparou para 60% ao ano, os índices de violência explodiram, e o país vive praticamente um quadro iminente de guerra civil. O socialismo cobra um alto preço, mesmo com recursos abundantes no começo.
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Após se manter por longo período em torno de US$ 100 por barril, o petróleo despencou para perto de US$ 80. O orçamento do governo venezuelano, totalmente dependente do produto, conta com um petróleo de no mínimo US$ 120 para fechar as contas. O agravamento da crise venezuelana será intenso, com efeitos imprevisíveis.
Mas como o país já vinha em uma grave crise, era preciso arrumar um substituto para financiar a revolução socialista no continente. E o Brasil petista foi a resposta encontrada. Um porto novo de US$ 1 bilhão em Cuba foi construído com recursos do BNDES. O programa Mais Médicos transfere mais de US$ 1 bilhão por ano aos cofres da ditadura cubana. E por aí vai.
O Foro de São Paulo encontrou no Brasil do PT seu grande banco. Para desespero dos socialistas, porém, Dilma corre sérios riscos de perder as eleições. Aécio Neves, que não tem ligação alguma com o Foro ou com o regime cubano, lidera com margem apertada as pesquisas. Tem tudo para vencer, apesar de o PT “fazer o diabo” na campanha, comprar votos, apelar para o terrorismo eleitoral com o Bolsa Família, etc.
Se o tucano realmente vencer, isso poderá significar bem mais do que a libertação do Brasil das garras do PT. Como podemos ver, a vitória de Aécio Neves poderá ser a pá de cal no projeto bolivariano na América Latina. Sem os petrodólares da Venezuela e sem o apoio financeiro do maior país da região, os herdeiros de Stalin terão grande dificuldade em seguir seu avanço rumo ao que se perdeu no Leste Europeu.
A América Latina poderá respirar ares mais livres. A turma da Aliança do Pacífico – Chile, Colômbia, Peru e México – poderá contar com mais um aliado de peso: o Brasil. Enquanto isso, a Venezuela, a Argentina e mesmo a Bolívia e o Equador, países menos significantes, estarão afundados na miséria socialista, sem os recursos jorrando dos poços de petróleo na mesma magnitude abundante.
Até mesmo Cuba, a ditadura mais velha e cruel do continente, poderá ter seus dias contados. A América Latina poderá virar essa página sombria de sua história. A derrota do PT no Brasil é um passo fundamental nessa direção.
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