Por JORGE OLIVEIRA no Diário do Poder
Brasília – A Dilma agora vai ter que explicar a 51 milhões de pessoas que votaram contra ela nas eleições quem são os gatunos que roubaram a Petrobrás e que estão na lista do doleiro Youssef. Esse negócio de união nacional é pura balela. A quem interessa essa conciliação senão aos petistas acusados de depenar a Petrobrás e outras estatais brasileiras? Se a situação econômica do país já era preocupante, agora é que a coisa vai descambar de vez. Com o país estagnado, a indústria desacelerada e a inflação em curva ascendente, o desemprego certamente vai bater à porta dos trabalhadores. E aí, vai ser um Deus nos acuda! É o salve-se quem puder.
Dilma já deu demonstrações inequívocas de que é má gestora. Manteve na sua principal Pasta um ministro que destroçou a economia do país. Para melhorar a imagem do governo e enfrentar a reeleição o demitiu no meio da campanha, quando só então descobriu quanto Guido Mantega é incompetente e nocivo ao futuro do Brasil. Participou de uma campanha suja, odienta. Se tinha algum pudor em depreciar seus adversários, mostrou-se mais cruel do que o militante número 1, o ex-presidente Lula, pelas mentiras e ofensas assacadas contra seu adversário. Ao agradecer publicamente Lula no discurso de vitória, assinou embaixo toda baixaria do seu companheiro contra Aécio Neves. Arrancou a máscara da boa mocinha que se apresentava nos programas eleitorais.
Os tucanos sabem que não haverá união em torno da governabilidade petista, apesar do discurso mineiríssimo de Aécio Neves depois da derrota. Os mais de 50 milhões de eleitores do país vão cobrar muito caro essa dívida. É inevitável que isso aconteça diante dos ânimos acirrados que vão contaminar as ruas e o parlamento. O PT vai ser cobrado pelos escândalos do doleiro e do diretor Paulo Roberto Costa, da Petrobrás, quando eles dissecarem tudo que sabe da roubalheira na estatal diante de seus interrogadores. Nos depoimentos preliminares, sabe-se já que o Youssef promete revelar as contas do caixa dois do PT no exterior. Acusa o tesoureiro da campanha da Dilma, o conselheiro da Itaipu Binacional, João Vaccari Neto, de ser o principal intermediário entre ele e o diretor chefe da quadrilha na Petrobrás.
O discurso de reconciliação da Dilma nada mais é do que uma retórica falida de quem ganhou uma eleição envergonhada. Não houve comemoração. As poucas bandeiras do PT, desfraldadas durante a apuração do pleito, foram rapidamente recolhidas. Os militantes comissionados e os sindicalistas que vivem a soldo do dinheiro público não quiseram ir às ruas festejar a vitória. Temiam represálias de uma eleição que manchou reputações e deixou um mar de lamas pelas denúncias e as ofensas feitas aos adversários pela candidata do PT.
Os 51 milhões de eleitores na oposição ainda vão se surpreender com os depoimentos do doleiro e do diretor da Petrobrás. Quando a caixa preta for aberta, aí sim, o Brasil vai ter a dimensão de como a quadrilha petista agia dentro da estatal.
Por enquanto, ganha a democracia com mais uma eleição que consolida e legitima as nossas instituições. Mas, infelizmente, o Brasil perde na moralidade com a conveniência de mais outros 54 milhões de eleitores com os desmandos de um partido que vive dentro da lama da corrupção há doze anos.
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