Caro amigo,
Todas as pesquisas de opinião revelam que o acesso a um sistema de saúde qualificado é a prioridade dos brasileiros. Tanto na saúde pública quanto na saúde complementar, o Brasil avançou muito desde a década de 90. Mas, com certeza, há muito a fazer.
Assegurar os direitos de cidadania na saúde previstos na Constituição brasileira é tarefa complexa e trabalhosa. Exige liderança, experiência e clareza estratégica, e demanda capacidade de diálogo para a construção das parcerias necessárias, principalmente com os médicos brasileiros que são e serão protagonistas insubstituíveis na construção, no Brasil, do sistema de saúde dos nossos sonhos. Desafio como esse não comporta amadorismo, não demanda aventuras, requer liderança política e capacidade de gestão.
Como presidente da República, irei aumentar os investimentos do Governo Federal, apoiando o projeto de lei de iniciativa popular endossado por entidades da sociedade civil que arrecadou mais de 3 milhões de assinaturas em defesa da aplicação de 10% da Receita Corrente Bruta da União exclusivamente para a saúde. Vamos profissionalizar a gestão do Ministério da Saúde, da ANS, da ANVISA e de todos os órgãos ligados ao sistema, qualificar a atenção primária e ampliar o acesso aos serviços ambulatoriais e hospitalares.
O atual governo, na discussão e implantação do programa que ganhou o nome de MAIS MÉDICOS, atropelou o diálogo, mistificou a discussão, desrespeitou os profissionais brasileiros e tentou jogar a população brasileira contra nossos médicos.
Ninguém pode ser contra mais médicos para atender a nossa população. Mas dizer, como o fez a candidata à reeleição, que o grande legado dos médicos cubanos será ensinar como se trata a população de forma humanizada é desrespeitar os médicos brasileiros, construindo no imaginário popular uma caricatura injusta.
Ora, por que juízes e promotores vão para o interior e os médicos não? Porque não há carreira, retaguarda, segurança e parceria estratégica.
Como presidente, vou viabilizar a Carreira Médica Nacional do SUS, assim como para os demais profissionais de saúde, e manter um diálogo permanente com as categorias, assegurar agências regulatórias regidas pela meritocracia e pela eficiência para garantir o bom convívio entre operadoras, prestadores e profissionais da saúde complementar. Também vamos criar um programa de financiamento pelo BNDES para que jovens profissionais de saúde tenham acesso a consultórios.
O atual governo rompeu com os médicos brasileiros, expondo-os a uma tentativa de execração diante da opinião pública brasileira, como se bastasse importar médicos cubanos para encontrar as respostas que há 26 anos o SUS procura. Sabemos todos que isso é mentira e uma fuga da busca de soluções sólidas e duradouras.
É preciso dar um basta nessa situação! O Brasil e o nosso sistema de saúde exigem mudanças profundas. Introduzimos avanços importantes em Minas e conheço os caminhos para a mudança necessária.
Por isso, venho pedir o seu apoio, o de seus colegas de trabalho, familiares e pacientes.
O atual governo faz mal à saúde. Vamos juntos, com diálogo e parceria, avançar na construção do sistema de saúde que os brasileiros desejam e merecem.
Um abraço fraterno,
Aécio Neves
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