Vergonha das bandeiras vermelhas, vergonha da estrelinha comunista, vergonha do número 13, que se transformou em símbolo da corrupção no Brasil. Sim, nenhuma dessas marcas que identificaram o petismo apareceu na carreata promovida por Lula e Dilma no berço da seita, São Bernardo do Campo. O fato é que agora os petistas querem enganar o eleitor escondendo sua identidade:
O ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva atacou a principal adversária do PT à Presidência, Marina Silva (PSB), ao afirmar não existir "duas escolhas nem uma e meia" nestas eleições, em ato político realizado ontem em São Bernardo do Campo (SP).
Ao lado da candidata à reeleição Dilma Roussef (PT), Lula omitiu o nome da ex-senadora, mas fez clara menção à presidenciável do PSB. "Se quisermos o bem desse país, (...), que continue sendo produtivo, gerador de emprego, gerador de riqueza e não um país subordinado ao sistema financeiro, nós não temos duas escolhas nem uma e meia. Só temos como escolha votar na presidente Dilma para a reeleição".
Lula reiterou crítica à mídia e disse que a imprensa não quer "que o PT continue governando este país". "Parece que eles não gostam que o pobre melhore de vida, que tenha ascensão social". O ex-presidente enfatizou que suas gestões e a de Dilma geraram 11 milhões de empregos com carteira, "enquanto a Europa (...) mandou embora 62 milhões de trabalhadores".
Ao lado de Lula, em palanque improvisado na praça da matriz, a presidente também desferiu ataque à candidata do PSB, dizendo que seus adversários na disputa presidencial querem arrochar o salário dos trabalhadores e deverão aumentar o desemprego no país. Dilma afirmou que está em jogo o "projeto de desenvolvimento do Brasil" e que os governos do PT "nunca ficaram do lado dos mais ricos".
"O que nos distingue dos nossos adversários, tanto da Marina quanto dos demais, é que colocamos no centro das nossas preocupações as pessoas", disse Dilma. "Eles preferem medidas de arrocho salarial e que vão levar necessariamente ao desemprego", afirmou a plateia de sindicalistas, petistas e cabos eleitorais pagos.
Em seguida, a presidente disse que seu governo é contrário a "aumentar o preço da gasolina" e "aumentar impostos". "Lutaremos com unhas e dentes para impedir que façam do desemprego e da diminuição dos salários arma para combater a crise [econômica internacional]", disse.
Antes do evento, Dilma também criticou as propostas econômicas defendidas por Marina. Em entrevista coletiva na sede do Sindicato dos Metalúrgicos do ABC, a presidente disse que sua adversária quer reduzir "a política industrial a pó" e sinalizou que a presidenciável do PSB pretende "acabar com o papel do BNDES".
"Fiquei muito preocupada com o programa da candidata Marina, porque reduz a pó a política industrial. [Ela] tira o poder dos bancos públicos de participar do financiamento da indústria e da agricultura", declarou.
Em outro ataque, Dilma disse que a criminalização da homofobia não está relacionada à crença religiosa, nem a partido político. Segundo a mandatária, não existe democracia sem respeito aos direitos humanos. A declaração da presidente se deu em meio à polêmica envolvendo o programa de governo de Marina, que recuou nas propostas voltadas à comunidade LGBT. "Não tem nada a ver com questão religiosa, com o Estado brasileiro estar interferindo onde não pode. É reprimir, criminalizar qualquer ato que signifique ferir uma pessoa baseado em critérios não civilizados", afirmou.
No palanque ao lado de Lula e Dilma, o coordenador da campanha presidencial em São Paulo e prefeito de São Bernardo do Campo, Luiz Marinho (SP), também criticou Marina por ter "mudado de lado": "Sabemos que a adversária vem com fala mansa, dizendo que é a nova política. Qual é a nova política, dona Marina?", questionou, referindo-se à ex-petista. "Você mudou de lado. Deu seu programa de governo para os banqueiros. Quem escreveu foi o Setubal, do Itaú", disse Marinho, referindo-se à coordenadora do programa de governo de Marina, Maria Alice Setubal, a Neca, herdeira do banco Itau.
Antes do discurso, Dilma, Lula e Marinho participaram de carreata em São Bernardo, berço político do ex-presidente. A presidente recebeu flores vermelhas, tirou fotos, mandou beijos e apertou mãos. Mas quem roubou a cena foi o ex-presidente, que ouviu gritos de "Volta Lula". No carro, orientou a candidata sobre o essencial no discurso.
No programa de Dilma no horário eleitoral gratuito da TV, a governabilidade de eventual gestão do PSB foi colocada em dúvida. "Será que ela quer? Será que ela tem jeito para isso"?, questionou a propaganda sobre a capacidade da ex-senadora em negociar com outras legendas para formar uma maioria no Congresso para aprovar projetos de lei.
Foram usadas cenas do debate de segunda-feira no SBT. A campanha exibiu trechos em que Dilma expôs o que considera contradições da ex-senadora. Um apresentador afirmou que ninguém governa sem o apoio de outros partidos e que a base de Marina está restrita a 33 parlamentares. (Valor Econômico).
Fonte: Blog do Orlando Tambosi
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