Por Jorge Oliveira no Diário do Poder
Ainda é difícil dimensionar o tamanho da rachadura no prestígio da Petrobrás lá fora, uma das maiores empresas brasileiras e a primeira da América Latina. Como aves de rapina, a petezada levou a sério “o petróleo é nosso” e aparelhou a empresa. O Partido dos Trabalhadores indicou diretores para gerenciar a Petrobrás que se mostraram danosos ao patrimônio da empresa. Os escândalos – que agora aparecem na imprensa – começaram com a compra da refinaria Pasadena, no Texas, quando Dilma era presidente do Conselho da Petrobrás, e se acentuou com a construção da refinaria Abreu e Lima, em Pernambuco.
Agora, com a delação do diretor Paulo Roberto Costa, é que se percebe como a Petrobrás foi administrada com irresponsabilidade pelos últimos presidentes que por lá passaram. Bilhões de reais saíram dos cofres da empresa para irrigar o propinoduto de políticos. Não adianta a presidente Dilma dizer que nada sabia sobre o desvio bilionário porque o delator entregou, entre outras pessoas, João Vaccari Neto, o chefe das finanças da campanha dela na primeira eleição e agora na reeleição.
Quando tentou se defender das acusações da compra superfaturada de Pasadena, Dilma disse que errou ao assinar o documento que fecharia o negócio danoso a Petrobrás. Teria sido iludida pelo diretor Paulo Roberto Costa a quem coube fechar o negócio. Ora, não se concebe que alguém aprove a compra de uma refinaria por mais de um bilhão de dólares sem saber o que está assinando. Como os brasileiros pode ser chefiado por uma pessoa que confessa tamanha irresponsabilidade com o dinheiro público?
Além disso, por pouco não teve seus bens bloqueados pelo Tribunal de Contas da União que foi leviano ao não enquadrar os verdadeiros responsáveis pelo rombo na Petrobrás. Condenou alguns diretores, mas deixou de fora a presidente Maria das Graças Foster e a Dilma, à época presidente do conselho. Volta-se a se perguntar: como a Petrobrás ainda continua a ser presidida por alguém que por pouco não teve os bens bloqueados pelo TCU?
A verdade nua e crua é que a corrupção está no cardápio dos petistas há doze anos. Começou quando um assessor especial do José Dirceu tentou achacar um bicheiro. Depois, com o derrame de dinheiro nas contas dos políticos adeptos do governo, no escândalo que se chamou mensalão, e levou para a cadeia a cúpula do partido. De lá pra cá, não parou mais. Vire e mexe, a roubalheira ocupa as principais páginas dos jornais. E a Dilma faz cara de paisagem, finge que nada é com ela, como se a corrupção fizesse parte da moldura que contorna os presidentes petistas que ocuparam ou ocupam o Palácio do Planalto.
Ao entrar no governo, Dilma ensaiou uma faxina ética. Tirou dos cargos seis ministros acusados de corrupção. Meses depois, cedeu às pressões do próprio PT para reintegrar representantes dos partidos nos mesmos ministérios. Afinal de contas, o PT precisava manter uma base sólida no Congresso Nacional e a Dilma também iria precisar de mais alguns minutinhos na TV para os seus programas políticos.
É assim que a coisa funciona no Brasil. E é assim que continuará a funcionar se o eleitor não acordar em outubro deste ano.
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