“Tinham três coisas que a gente fazia quando era garoto que a gente mais se amarrava: andar de skate, ouvir Rock n’Roll e falar mal do governo”, anunciou Dinho Ouro Preto, vocalista do Capital Inicial, durante a apresentação do grupo no Rock in Rio 2011.
“Na verdade, os anos foram passando e a gente descobriu que gostava de falar mal de qualquer governo. Fosse ele de esquerda ou de direita. Todos são iguais. Essa aqui é para as oligarquias que ainda parecem dominar o Brasil. Essa aqui é para o Congresso brasileiro, em especial para o José Sarney”.
“Na verdade, os anos foram passando e a gente descobriu que gostava de falar mal de qualquer governo. Fosse ele de esquerda ou de direita. Todos são iguais. Essa aqui é para as oligarquias que ainda parecem dominar o Brasil. Essa aqui é para o Congresso brasileiro, em especial para o José Sarney”.
A fala que precedeu a música Que país é esse? não foi apenas o estopim para o grito contido na garganta de milhões de brasileiros. Ela marcou também o despertar de artistas e intelectuais diante daquela que é, segundo definiu Adélia Prado no programa Roda Viva, uma das épocas mais cinzentas da história brasileira.
“Nós vivemos uma ditadura disfarçada”, lamentou a poeta. “Os poderes da República estão como comida envenenada”.
“Nós vivemos uma ditadura disfarçada”, lamentou a poeta. “Os poderes da República estão como comida envenenada”.
Em 2013 foi a vez de Lobão, massacrado pela esquerda depois do lançamento do livro Manifesto do Nada na Terra do Nunca.
“Temos uma presidenta que é uma anta, que fala mal, que pensa mal”, desabafou o cantor na entrevista a esta coluna. “Nós temos que sair desse atoleiro”.
“Temos uma presidenta que é uma anta, que fala mal, que pensa mal”, desabafou o cantor na entrevista a esta coluna. “Nós temos que sair desse atoleiro”.
A mesma raiva despejada sobre Lobão foi desferida na última semana contra Roger, vocalista do Ultraje a Rigor, e Ney Matogrosso. Ney entrou no rol dos inimigos da pátria depois de fazer, durante uma entrevista à emissora portuguesa RTP, a pergunta que se fazem todos os brasileiros decentes:
“Se existia tanto dinheiro disponível para gastar na Copa, por que não resolver os problemas do nosso país?”.
“Se existia tanto dinheiro disponível para gastar na Copa, por que não resolver os problemas do nosso país?”.
Criticado pelo twitter, Roger contra-atacou ao vivo, durante um show no último dia 10:
“Fui atacado porque, segundo a lógica distorcida desses cretinos, eu estaria aceitando dinheiro de um governo que não apoio para tocar hoje aqui, e que isso não seria coerente. Pois bem, quem está me pagando hoje não é um partido que se considera dono do Brasil”.E terminou com a constatação que tanto os cidadãos quanto o governo — um por ignorância, outro por esperteza — parecem esquecer:
“Quem está me pagando é o povo, do qual eu faço parte”.
Lobão:
Roger:
Ney Matogrosso:
Adélia Prado:
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