Desfaçatez oficial – Dilma Rousseff foi a
Pernambuco, na segunda-feira (14), levando na frasqueira presidencial
doses extras de populismo barato e de mitomania oficial. Foi com esses
ingredientes, vestindo um jaleco laranja da Petrobras, que a presidente
da República discursou de forma pífia e falou da petroleira nacional,
transformada pelo Partido dos Trabalhadores em poço de escândalos de
corrupção e de má gestão.
No olho do furacão por causa da aquisição da bilionária, porém
obsoleta, refinaria de Pasadena, no Texas, Dilma tenta agora evitar que a
roubalheira que se instalou na Petrobras atinja o seu desgoverno e
principalmente o seu plano abusado de reeleição. A presidente disse que
apurará “com o máximo de rigor” eventuais crimes envolvendo a estatal.
“Não hesitarei em combater o malfeito, a ação criminosa, corrupção ou
ilícito de qualquer espécie. Mas também não ouvirei calada a campanha
negativa, por proveito político, em ferir a imagem dessa empresa que o
povo construiu com suor e lágrimas”, disse Dilma.
A petista pode fazer o discurso embusteiro que quiser, pois não há no
País nenhuma campanha objetivando destruir a Petrobras. Aliás, quem se
incumbiu dessa tarefa foi o próprio PT, que conseguiu colocar a estatal
em situação de extrema dificuldade, a ponto de estar em estudo eventual
redução da participação da empresa na partilha do pré-sal. Por lei, a
Petrobras tem participação assegurada de 30% em qualquer consórcio para
explorar petróleo e gás nas profundezas do oceano.
Os brasileiros não podem aceitar a insinuação de que a proposta de se
criar uma CPI para investigar a Petrobras é política. E se de fato é,
nada demais existe na proposta apresentada pelos partidos de oposição,
que têm a obrigação de defender o patrimônio do povo brasileiro, que na
última década foi vítima do jeito bandoleiro de governo do PT.
Com um palavrório esculpido por seus marqueteiros e dirigido à massa
ignara que lhe rende votos, Dilma mais uma vez abusou do proselitismo
barato e disparou: “Nada, nem ninguém, vai conseguir destruir esta que é
a maior empresa brasileira. A de mais sucesso, a que mais orgulha o
povo brasileiro. No passado tentaram reduzi-la e privatizá-la. Mas não
vamos aceitar isso. A Petrobras é maior que cada um de nós. Ela é do
tamanho do Brasil”.
O Brasil ainda é uma democracia, mesmo que teórica, e por isso Dilma
Rousseff pode sair por aí falando o que quiser, da mesma forma que os
brasileiros não podem se furtar do direito de interpretar as declarações
presidenciais da forma mais realista possível. O PT transformou a
Petrobras em uma usina de corrupção e não há como negar a realidade,
pois contra fatos não há argumentos.
A afirmação de que a Petrobras foi construída com “suor e lágrimas”
cabe em qualquer enredo rocambolesco de novela mexicana, mas não
convence a massa pensante brasileira, que sabe muito bem o que se passou
e ainda passa na estatal, que hoje deve mais de R$ 300 bilhões e nos
últimos três anos, sob a batuta de Dilma, perdeu 60% do seu valor de
mercado.
No momento em que a Petrobras passou a comercializar ações na Bolsa
de Valores, aceitou de chofre as regras do mercado e a legislação
respectiva. Por isso, a compra da refinaria de Pasadena e outros
negócios inexplicáveis são suficientes para mandar os membros do
conselho de administração da empresa para a cadeia. Em qualquer país
minimamente sério, respeitador das próprias leis e com autoridades
responsáveis, Dilma e seus parceiros no conselho de administração da
Petrobras já estariam contemplando o nascer do astro-rei de forma
geometricamente distinta, não importando o status de cada um.
Como nada disso aconteceu ou acontecerá nessa louca Terra de
Macunaíma, Dilma deve erguer as mãos para o céu e agradecer por ainda
estar em liberdade. É bom lembrar, que por muito menos executivos de
grandes empresas norte-americanas foram presos e algemados em Wall
Street.
Nenhum comentário:
Postar um comentário