Guerra entre petistas, com Lula e Dilma em lados opostos, está apenas começando, mas promete
A crise institucional que se instalou no País e que vem
chacoalhando as estruturas do Palácio do Planalto é muito mais grave do
que imaginam os brasileiros. Quem acompanha a política nacional e
interpreta a crise em suas entrelinhas não demora a perceber que é
perigosa e intensa a queda de braços que tem lugar nos bastidores do
poder.
O primeiro recado do Palácio do Planalto aos defensores do “Volta
Lula” se materializou no calvário imposto ao deputado petista André
Vargas (PR), que por conta de seu envolvimento com o doleiro Alberto
Youssef licenciou-se do mandato parlamentar e da vice-presidência da
Câmara. Não que Vargas seja um monge tibetano, até porque seu telhado de
vidro é extenso, mas o tiroteio foi um recado de Dilma a Lula.
Dilma enfrenta uma grave crise, como afirmamos, e vê as consequências
alcançarem seu projeto de reeleição. Vaidosa o suficiente para não
aceitar uma derrota nas urnas, Dilma começa a perder o controle em
relação à atuação de Lula nos bastidores. O ex-metalúrgico nega a
possibilidade de novamente disputar a presidência, mas não desautoriza
os entusiastas da causa. E um desses entusiastas é André Vargas, a
primeira peça do tabuleiro petista a cair.
Acontece que, em 1998, o petista André Vargas foi coordenador da
campanha de Paulo Bernardo da Silva, atual ministro das Comunicações, à
Câmara dos Deputados. Na ocasião, Vargas usou o doleiro Alberto Youssef
para lavar R$ 120 mil da campanha de Paulo Bernardo. E por conta disso
foi denunciado, juntamente com Youssef, por lavagem de dinheiro. Fosse
pouco, Vargas foi escolhido para coordenar a campanha de Gleisi Hoffmann
ao governo do Paraná. André Vargas surgiu em cena depois que o pedófilo
Eduardo Gaievski, então braço direito de Gleisi, foi preso. Gleisi
Hoffmann é muito ligada a Dilma Rousseff e pode ter seus segredos
políticos revelados pro Vargas, que está enfurecido por ter sido
abandonado pela ex-chefe da Casa Civil.
Chegar a essa conclusão é algo simples e não exige informações
exclusivas do Palácio do Planalto, apesar de o ucho.info tê-las com
frequência. A Polícia Federal há muito tinha em mãos as informações
sobre o envolvimento de André Vargas com o doleiro Alberto Youssef,
preso na Operação Lava-Jato. Na Polícia Federal quem dá a última palavra
é o ministro da Justiça. José Eduardo Martins Cardozo, apesar de
garantir que a PF independente, mesmo depois de ter sido transformada em
polícia de governo. Quem manda em Cardozo é ninguém menos que Dilma
Rousseff, que cansada das estripulias da tropa de choque de Lula pode
ter ordenado o vazamento das informações sobre o escândalo envolvendo
André Vargas.
O próximo dessa lista de peças a serem derrubadas no tabuleiro
petista é o deputado federal Vicente Cândido (SP), homem de confiança de
Luiz Inácio da Silva. Cândido é outro defensor ferrenho do “Volta Lula”
e por isso já teve o nome vinculado ao doleiro Youssef. É uma questão
que apareçam denúncias contra Vicente Cândido, que em passado não muito
distante assumiu a campanha para que o malandro Lula tivesse direito a
um terceiro mandato.
Para quem acredita que esse tipo de situação é mera conjectura deste
site, o ex-presidente da Petrobras, José Sérgio Gabrielli, adoçou seu
discurso em relação à bisonha compra da refinaria texana de Pasadena. EM
depoimento no Congresso nesta terça-feira (8), Gabrielli disse que a
compra da refinaria norte-americana foi um excelente negócio e que Dilma
decidiu com base em dados que retratavam a realidade econômica global
da época. Por mais diversa e ácida que tenha ficado o cenário econômico
mundial, comprar por US$ 1,18 bilhão uma empresa obsoleta que meses
antes foi adquirida por US$ 42 milhões jamais será um bom negócio. A não
ser que debaixo da refinaria de Pasadena existe uma descomunal jazida
de ouro e diamante.
Quando pela segunda vez estourou o escândalo de Pasadena, a reboque
de uma nota atabalhoada do Palácio do Planalto ao jornal “O Estado de S.
Paulo”, o petista José Sérgio Gabrielli disse que Dilma sabia das
cláusulas contratuais do negócio, classificadas como normais e usuais em
transações desse naipe. Para quem adotou um discurso agressivo semanas
atrás, Gabrielli se mostrou, nesta terça-feira, um obediente e adestrado
cordeiro comunista.
Ao longo dos últimos onze anos, o PT mostrou ao País a sua inconteste
vocação para o banditismo político. O que se vê no momento resulta de
uma briga intestina do partido, porque não afirmar que se trata de um
confronto de gangues que não querem perder o domínio sobe setores do
governo, transformados em verdadeiras cornucópias criminosas. Essa queda
de braços entre os sicários que se instalaram no poder está apenas
começando. Quem frequenta as coxias da política verde-loura sabe que
isso é verdade.
Fonte: Ucho.info
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