Com a devida licença daquele famoso e gazeteiro comunista de
botequim, “nunca antes na história deste país” a população foi tão
achincalhada em seus direitos mais básicos, como é o caso do acesso à
educação de qualidade. Levando-se em conta que a única especialidade da
esquerda é socializar o caos, os esquerdopatas tupiniquins estão a
cumprir fielmente a cartilha burra e retrógrada de Havana. Apostam em
uma luta de classes para instalar no País um regime totalitarista, mas
enquanto isso não acontece preferem emprenhar o cotidiano com polêmicas
descabidas, que servem para esconder as infindáveis roubalheiras
oficiais.
A polêmica do momento, à qual os palacianos em breve cunharão a
própria marca, envolve a funkeira Valesca Popozuda, que em prova de
Filosofia aplicada a alunos do ensino médio de Taquatinga, no Distrito
Federal, foi incensada à condição de pensadora contemporânea. O
responsável – na verdade é um irresponsável – que criou a questão alegou
depois da repercussão do caso que tudo foi pensado para provocar
polêmica. Não contente com a dimensão do seu desvario, o tal professor
confirmou que Valesca Popozuda é, sim, uma pensadora contemporânea. E
justificou a sandice do próprio raciocínio com a tese de que a funkeira
conseguiu criar uma polêmica nacional com a música “Beijinho no Ombro”.
A considerar como válida (sic) a tese esdrúxula do professor, nessa
barafunda chamada Brasil um pensador é aquele que consegue provocar
polêmica, não importando a capacidade de raciocínio e muito menos a
lógica do pensamento. Isso significa que um jumento qualquer – refiro-me
aos quadrúpedes, pois a zootecnia mostra que há jumentos bípedes também
– que decidir tirar uma soneca na rampa do Palácio do Planalto
certamente será elevado à categoria de pensador contemporâneo. Até
porque, a imprensa há de entender que o jumento provocou uma enorme
polêmica ao impedir o acesso de seus iguais ao centro do poder.
Alguém que consegue enxergar Valesca Popozuda como pensadora
contemporânea por certo levou um coice no cérebro e perdeu a capacidade
cognitiva do raciocínio. Como o próprio nome artístico da pensadora do
momento sugere, toda popozuda tem a massa cinzenta instalada na bunda,
parte do corpo feminino que há séculos é preferência nacional. No
momento em que mulheres aceitam que a inteligência seja auferida no
quadril – sendo que quanto maior o derrière, mais impressionante e
cobiçada é a qualidade do tutano – não devem reclamar as representantes
do sexo feminino que têm a bunda na alça de mira da cobiça do universo
masculino. Até porque, o machismo tropical já demonstrou ao longo do
tempo sua obsessão pela inteligência bunda do sexo oposto.
O mais impressionante nesse imbróglio educacional não é postura burra
do professor ao defender a sua criação, possivelmente a única a ser
comentada nacionalmente em toda a carreira, mas a reação da funkeira
popozuda, que alega ter o direito de ser uma pensadora. Valesca foi mais
longe e nas redes sociais escreveu que trabalhará muito para fazer jus
ao título de pensadora. Ou seja, a bunda da popozuda tende a crescer
ainda mais, até porque nessa louca Terra de Macunaíma o QI de uma mulher
está diretamente relacionado ao tamanho do quadril. Não era assim, mas
de uns tempos para cá a coisa mudou de figura. E de lugar também.
Sou do tempo em que a inteligência não frequentava lugares tão baixos
como a bunda, mas reconheço que a situação atual aponta para o futuro
nada sombrio de um país que é refém da ignorância do povo, algo que só
interessa aos políticos profissionais e totalitaristas. Como toda pessoa
desprovida de inteligência e conhecimento, Valesca Popozuda tenta
minimizar a polêmica abusando do populismo. A “pensadora” afirma que é
preciso se preocupar com temas mais importantes, como a defesa de um
salário digno para os professores.
Fico pensando se prospera essa ideia absurda da pensadora
contemporânea e a funkeira, acreditando no inacreditável, decide
concorrer a uma vaga na Academia Brasileira de Letras. Lá, na sisuda
ABL, Popozuda será obrigada a fazer do fardão acadêmico uma espécie de
burka da própria bunda, quer dizer, dos neurônios, não podendo dessa
forma exibir aos colegas da “intelligentsia” nacional os seus dotes
intelectuais.
Por isso, caríssimas e diletas leitoras, com derrière pequeno ou
grande, mole ou duro, caído ou em pé, não levem a ferro e fogo se alguém
passar a mão na sua bunda, porque num país em que a degradação corre à
solta, o que seria abuso sexual agora não passa de afago na massa
cinzenta. Só não aceite um pé na bunda do namorado, marido ou
companheiro, pois essa atitude violenta e nada inteligente pode provocar
traumatismo cerebral. E viva a bunda, porque os neurônios caíram em
desgraça!
(*) Ucho Haddad é jornalista político e investigativo, analista e comentarista político, cronista esportivo, escritor e poeta.