Mais uma brilhante análise do Rodrigo Constantino
O que estamos acompanhando dia a dia na
Venezuela é uma importante batalha entre democracia e ditadura, entre
liberdade e socialismo. A cada novo dia, o governo bolivariano de
Nicolás Maduro avança em direção a Cuba, reprimindo o povo, caçando
opositores, asfixiando a imprensa, usando milícias para intimidar a
população.
Com a nítida visão de que se trata de um
governo ditatorial que pretende destruir de vez o resquício de
democracia no país, mais e mais gente se rebela e sai da toca, critica e
condena os abusos aos direitos humanos, a falta de democracia.
Dessa vez foi a Igreja. A Conferência Episcopal Venezuelana acusou
nesta quarta-feira o partido no poder e o presidente Nicolás Maduro de
tentar impor um governo totalitário na Venezuela, o que alimentou os
protestos opositores que já duram quase dois meses, com um saldo de 39
mortos:
— O que está acontecendo na Venezuela é
extremamente grave tanto por sua magnitude como por sua duração,
violência e consequências desastrosas para o nosso presente e futuro —
disse o monsenhor Diego Padrón, presidente da Conferência. Ele denunciou
“criminalização do protesto público” e a violação dos direitos humanos:
— Denunciamos a abusiva e excessiva
repressão contra eles (os manifestantes), a tortura a que foram
submetidos muitos dos detidos e a perseguição judicial aos prefeitos e
deputados contrários ao oficialismo. O governo erra ao querer resolver a
crise pela força. A repressão não é o caminho.
Já a deputada María Corina Machado, que está no Brasil para expor as atrocidades do governo apoiado pelo PT, foi impedida
de entrar no Congresso, e o governo jogou gás lacrimogêneo nos
protestantes que apoiavam a deputada eleita. Para a deputada, seu país
já vive sob uma ditadura:
— Na Venezuela há uma censura atroz.
Graças a vocês o mundo viu a crueldade de uma repressão massiva e
sistemática por parte do regime de Maduro e começa a chamar as coisas
por seu nome. Na Venezuela não há democracia, há um regime que atua como
uma ditadura.
Ela garante que não vai esmorecer, pois
toda vez que se encontra em perigo, lembra da quantidade de compatriotas
corajosos que sofrem sob a tirania bolivariana. Infelizmente, Corina
Machado não tem, na presidente Dilma, uma aliada. Ao contrário: nosso
governo é cúmplice do próprio tirano que assola seu país e a trata como
criminosa!
A batalha entre democracia e socialismo
na Venezuela é uma das mais importantes do momento. Pode definir o
futuro do continente, ou boa parte dele. Os socialistas sabem disso, e
justamente por esta razão investem tão pesado contra a liberdade. Seu
poder está em jogo, e essa turma faz qualquer coisa pelo poder. Qualquer
coisa.
Se a Venezuela mostrar ser mais forte que
a ditadura, se a liberdade derrotar a tirania, se a democracia
conseguir se impor frente ao socialismo, então o bolivarianismo pode
ruir feito um castelo de cartas. Por outro lado, se Maduro tiver êxito
em se transformar no novo Fidel Castro, e matar de vez qualquer
esperança de democracia por lá, então os socialistas estarão mais
confiantes e ousados, com mais recursos também, para decretar guerra de
vez à democracia na América Latina.
O que está em jogo é importante demais, e
todos aqueles que têm apreço pela liberdade deveriam acompanhar com
muita atenção e, se possível, ajudar os venezuelanos a vencer essa
batalha contra o socialismo. Revoltante, claro, é saber que o próprio
governo brasileiro joga do lado contrário, dando seu aval e sua ajuda
aos algozes dos pobres venezuelanos.
Rodrigo Constantino