Embrapa: e não é que o PT vai conseguir estragar mais uma instituição decente?
Uma das coisas mais raras que existem é
uma estatal eficiente. O BNDES já foi assim no passado, mas isso está
lá, enterrado no passado. O Ipea teve sua credibilidade, mas isso é
coisa do passado também. Se há ainda uma empresa estatal que goza de
respeito (não pensem que vou falar da Fiocruz, aquele antro de
marxista), essa é a Embrapa.
Suas pesquisas agropecuárias são
apontadas como importantes para o salto de produtividade que o país deu
no setor. A revista britânica The Economist chegou a reconhecer
publicamente isso. É claro que um liberal sempre poderá questionar o
custo de oportunidade, ou seja, como estaria o setor sem esses recursos
tirados da iniciativa privada e destinados a essas pesquisas da estatal.
Mas, ainda assim, trata-se de uma empresa séria e com um quadro de
pesquisadores de ótimo nível.
Tratava-se, seria melhor dizer. Uma reportagem
de hoje no GLOBO mostra como a Embrapa vem sendo aparelhada pelo PT
também, com critérios mais flexíveis na escolha de pessoal. Na
mitologia, existe o toque de Midas, onde tudo que o rei colocava a mão
virava ouro. O PT parece ter o “toque de Mierdas”: tudo que ele coloca a
mão apodrece! Vejam:
A Empresa
Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa) sempre foi considerada uma
ilha de excelência técnica, tanto na condução de pesquisas decisivas
para o setor quanto na escolha dos profissionais de carreira que ocupam
os cargos de chefia da estatal. O atual momento do órgão vem
redesenhando essa impressão. A empresa vive uma fase de
aparelhamento e apadrinhamento partidário num de seus setores mais
estratégicos, afrouxamento das regras para a escolha dos diretores
executivos — com a predominância do critério de indicação política —
desmantelamento da capacitação internacional, e forte disputa interna.
Além disso, uma investigação em curso apura supostas irregularidades
cometidas por sete servidores na criação da Embrapa Internacional, com
sede nos EUA.
Documentos
obtidos pelo GLOBO mostram que já está definida a extinção da Embrapa
Estudos e Capacitação, também chamada de Centro de Estudos Estratégicos e
Capacitação em Agricultura Tropical (Cecat), um projeto pessoal do
então presidente Lula, inaugurado em maio de 2010. Lula pediu a
criação da unidade para capacitar profissionais de outros países que
atuam no campo da agropecuária, principalmente nações da África e da
América Latina. Um bloco de quatro andares foi construído ao
lado da sede da Embrapa em Brasília — os dois prédios estão conectados
por um corredor — e os gastos somaram R$ 9,4 milhões.
Militantes do PT viraram chefes de
departamentos importantes dentro da empresa. É a politização da Embrapa.
O PT parece agir como os cupins, tomando conta do pedaço e estragando
sua estrutura. É muito triste ver todo o estrago que o PT tem causado ao
Brasil. Como disse Graça Foster sobre a investigação que faria na
Petrobras, mas usando agora em contexto verdadeiro: não vai ficar pedra
sobre pedra!
Rodrigo Constantino