Como
vocês sabem, o governo do PT já tem uma grande obra portuária, certo?
Em Cuba! Aliás, o PAC que verdadeiramente funciona é este: “Plano de
Apoio a Cuba” — ou, mais precisamente, à ditadura cubana, já que aquele
pobre país continua vítima de uma tirania asquerosa — um dos poucos das
Américas que ainda prendem pessoas por delitos de opinião. Os outros são
Venezuela, Bolívia e Equador, todos eles “companheiros dos
companheiros”, todos eles apoiados incondicionalmente pelo governo
brasileiro.
Eis aí: o
BNDES enfiou US$ 682 milhões no porto de Mariel, em Cuba — inaugurado
por Dilma Rousseff em janeiro deste ano —, e o tirano Raúl Castro usou
aquela estrutura para tentar vender armas à Coreia do Norte. Não!
Mude-se o verbo: o certo não é “vendeu”. O anãozinho comprovadamente
assassino, que tiraniza a ilha, usou uma obra financiada pelo BNDES para
fazer tráfico internacional de armas.
É um
vexame internacional! O Conselho de Segurança da ONU tem tudo
documentado. Havia a clara orientação, como informa a reportagem de
Gabriel Castro (abaixo) para esconder a operação. Não
fosse o flagrante dado pelo governo do Panamá quando o navio atracou no
porto de Manzanillo, no lado atlântico do canal, a ditadura do outro
anãozinho tarado, Kim Jong-un, teria recebido a carga, contrariando leis
internacionais. O que isso significa? Ao financiar um porto em Cuba,
contribuindo para romper o relativo isolamento do regime ditatorial, o
Brasil se torna uma espécie de sócio de suas bandalheiras.
Estamos
diante de mais uma evidência de desastre da política externa brasileira.
E não adianta vir com a história de que o Brasil não pode se
responsabilizar pelas porcarias feitas pelo governo cubano. Quem mete a
mão em cumbuca sabe que está correndo risco. O pretexto supostamente
meritório para financiar o porto de Mariel é humanitário. Vejam lá o que
Raúl Castro está fazendo com a generosidade brasileira.
O chato é
que a tramoia está devidamente documentada no Conselho de Segurança da
ONU, aquele mesmo órgão em que o Brasil anseia um assento permanente. Dá
para entender por que ele não vai chegar tão cedo?
Reinaldo Azevedo
Cuba usou Porto de Mariel, financiado pelo Brasil, para vender armas à Coreia do Norte
Por Gabriel Castro, na VEJA.com
A construção do Porto de Mariel, em Cuba,
ganhou o noticiário nos últimos meses porque o governo brasileiro
concedeu, via BNDES, um empréstimo de 682 milhões de dólares à ditadura
cubana para assegurar a obra – dois terços do valor total estimado para o
porto. Além disso, os detalhes da transação foram estranhamente
mantidos em sigilo. Em janeiro deste ano, a presidente Dilma Rousseff
esteve na ilha dos irmãos Castro para a inauguração oficial do terminal
portuário.
Mas a
história não acaba aí: um relatório elaborado por um painel de
especialistas do Conselho de Segurança da Organização das Nações Unidas
(ONU) mostra que Cuba utilizou o Porto de Mariel para abastecer com 240
toneladas de armamento um navio norte-coreano, em descumprimento a
sanções internacionais contra o regime autoritário da Coreia do Norte. A
operação, realizada há menos de um ano, fracassou porque a carga
secreta foi descoberta por autoridades do Panamá, já no caminho de volta
à Ásia.
Por causa
do flagrante, foi possível encontrar os registros de navegação e
reconstituir a rota do navio: em 4 de junho, o cargueiro Chong Chon Gang
parou em Havana, onde descarregou rodas automotivas e outros produtos
industriais. Em 20 de junho, o navio aportou secretamente em Mariel. Lá,
o material bélico foi embarcado. Em 22 de junho, o Chong Chon Gang
chegou a Puerto Padre, onde recebeu a carga de açúcar que seria usada na
tentativa de esconder o armamento.
A maior
parte da carga era formada por componentes que seriam usados em mísseis
terra-ar, dos modelos C-75 Volga e C-125 Pechora. Dois caças MiG-21,
desmontados, estavam no carregamento. Muita munição foi encontrada.
Também havia lançadores de mísseis, peças de radares, antenas,
transmissores e geradores de energia. Para diminuir os riscos, parte do
material enviado recebeu uma nova mão de tinta: os containers perderam a
cor verde, indicativa da carga militar, e foram pintados de azul.
Entre os
fatos que chamaram a atenção dos investigadores, aparece justamente a
escolha pelo Porto de Mariel: o relatório cita que a opção, em
detrimento de Havana e Puerto Padre, é mais uma prova das más intenções
de cubanos e norte-coreanos. “A carga foi aceita pelo navio sem os
documentos básicos de envio, recibos de carregamento, relatórios de
carregamento e relatórios de inspeção de carga”, diz o texto da ONU. O
navio Chon Chong Gang trazia uma declaração falsa de que carregava
apenas açúcar-mascavo. E, na lista de portos pelos quais a embarcação
passou, não há referência a Mariel.
Os dois
governos admitem que Cuba estava enviando as armas para a Coreia do
Norte, mas alegam que o material passaria por reparos e seria devolvido à
ilha dos irmãos Castro. O painel da ONU não se convenceu: o fato de a
carga estar escondida se soma a orientações por escrito, encontradas a
bordo, orientando a tripulação a preparar uma declaração falsa e enganar
as autoridades do Panamá. O relatório fala em “clara e consciente
intenção de burlar as resoluções”.
As sanções
que proíbem a venda de armas para a Coreia do Norte são consequência da
insistência do regime comunista em manter seu projeto nuclear,
inclusive para fins militares.
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