Minha Casa, Minha Vida vai desalojar pesquisas da Embrapa no DF
Pesquisadores usam a área para melhorar o bioma, a acidez do solo e a carne bovina brasileira
O GDF (Governo do Distrito Federal) reservou no mês de fevereiro uma
área de 90 hectares (900 mil metros quadrados, ou o equivalente a 130
campos de futebol) em Planaltina (DF), às margens da BR-020, para criar o
novo empreendimento habitacional do programa "Minha Casa, Minha
Vida/Morar Bem".
O anúncio, feito no dia 24, preocupa 430 servidores da Embrapa Cerrados, que mantém pesquisas agropecuárias no local há 30 anos. Insatisfeitos com a possível ocupação, eles assinaram um manifesto lamentando a mudança da destinação da área porque acreditam que a construção do residencial poderá acabar com as pesquisas com o argumento de que “dificilmente os experimentos de campo resistirão à pressão causada por uma vizinhança estimada em 20 mil pessoas”.
O anúncio, feito no dia 24, preocupa 430 servidores da Embrapa Cerrados, que mantém pesquisas agropecuárias no local há 30 anos. Insatisfeitos com a possível ocupação, eles assinaram um manifesto lamentando a mudança da destinação da área porque acreditam que a construção do residencial poderá acabar com as pesquisas com o argumento de que “dificilmente os experimentos de campo resistirão à pressão causada por uma vizinhança estimada em 20 mil pessoas”.
De acordo com a proposta do governo, o residencial Planaltina Parque
terá 4.896 apartamentos de dois e três quartos e será uma das medidas
adotadas pelo Estado para alcançar a meta de construir 100 mil moradias
de interesse social até 2015. O secretário de Habitação, Geraldo Magela,
explicou que 80% dos apartamentos serão destinados a famílias que
recebem até R$ 1,6 mil mensais e 20% aos que têm renda entre R$ 1,6 mil e
R$ 3.275.
— As famílias que fazem parte da faixa 1 do programa (que recebem até R$ 1,6 mil por mês) só poderão comprometer 5% da renda mensal. A menor prestação será de R$ 25. Já para as famílias faixa 2 (que recebem de R$ 1,6 mil a R$ 3.275), a prestação será de até 30% da renda mensal.
O projeto do novo habitacional inclui rua asfaltada, água encanada, luz e escritura. Apesar de a construção ainda não ter começado, o diretor de Produção Habitacional da Codhab (Companhia de Desenvolvimento Habitacional), Carlos Viana, disse que a empresa responsável pelas obras já foi contratada.
— Para começar a construir, é necessário antes obter o licenciamento ambiental e a aprovação do projeto urbanístico, ambos já em andamento. A previsão é que a contratação com o agente financeiro e o início das obras ocorram no segundo semestre de 2014.
— As famílias que fazem parte da faixa 1 do programa (que recebem até R$ 1,6 mil por mês) só poderão comprometer 5% da renda mensal. A menor prestação será de R$ 25. Já para as famílias faixa 2 (que recebem de R$ 1,6 mil a R$ 3.275), a prestação será de até 30% da renda mensal.
O projeto do novo habitacional inclui rua asfaltada, água encanada, luz e escritura. Apesar de a construção ainda não ter começado, o diretor de Produção Habitacional da Codhab (Companhia de Desenvolvimento Habitacional), Carlos Viana, disse que a empresa responsável pelas obras já foi contratada.
— Para começar a construir, é necessário antes obter o licenciamento ambiental e a aprovação do projeto urbanístico, ambos já em andamento. A previsão é que a contratação com o agente financeiro e o início das obras ocorram no segundo semestre de 2014.
No entanto, os pesquisadores da Embrapa Cerrados, que atualmente
ocupam a área para criar projetos para melhorar o bioma, a acidez do
solo e até mesmo a carne bovina que é vendida no Brasil e no exterior,
dizem que o governo poderia ter escolhido outro local, mas não aceitaram
nenhuma das sugestões enviadas pelo órgão.
Os presidentes da SBPC (Sociedade Brasileira para o Progresso da Ciência) e da ABC (Academia Brasileira de Ciências), Helena Nader e Jacob Palis, respectivamente, fizeram uma carta pública que foi enviada ao governador do Distrito Federal, Agnelo Queiroz, com cópia para a Casa Civil e ministérios da Agricultura, do Meio Ambiente, Ciências e Tecnologia, Cidades, além da presidência da Embrapa e lideranças parlamentares.
No documento, eles dizem que a "ruptura de anos de pesquisa neste campo experimental da Embrapa Cerrados causará enormes prejuízos ao avanço da ciência brasileira e, em consequência, para a economia nacional" e fecham a carta pedindo ao governador que reconsidere a escolha e veja outras possibilidades, inclusive apresentadas pela própria Embrapa, para que as pesquisas continuem acontecendo no local.
Os presidentes da SBPC (Sociedade Brasileira para o Progresso da Ciência) e da ABC (Academia Brasileira de Ciências), Helena Nader e Jacob Palis, respectivamente, fizeram uma carta pública que foi enviada ao governador do Distrito Federal, Agnelo Queiroz, com cópia para a Casa Civil e ministérios da Agricultura, do Meio Ambiente, Ciências e Tecnologia, Cidades, além da presidência da Embrapa e lideranças parlamentares.
No documento, eles dizem que a "ruptura de anos de pesquisa neste campo experimental da Embrapa Cerrados causará enormes prejuízos ao avanço da ciência brasileira e, em consequência, para a economia nacional" e fecham a carta pedindo ao governador que reconsidere a escolha e veja outras possibilidades, inclusive apresentadas pela própria Embrapa, para que as pesquisas continuem acontecendo no local.
Outro lado
O GDF explicou que desde 2009 a área já estava incluída na região urbana, definida pelo PDOT (Plano Diretor de Ordenamento Territorial). A Embrapa já foi notificada da necessidade de desocupação e o GDF negocia com a diretoria da empresa um novo local para a realização de pesquisas.
O GDF explicou que desde 2009 a área já estava incluída na região urbana, definida pelo PDOT (Plano Diretor de Ordenamento Territorial). A Embrapa já foi notificada da necessidade de desocupação e o GDF negocia com a diretoria da empresa um novo local para a realização de pesquisas.
Fonte: Gustavo Frasão, do R7