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dos 16 ‘xerifes do PIB’ têm alta proximidade com o governo
As 16 grandes
empresas convidadas para almoço com o ministro da Fazenda, Guido
Mantega, nesta 4ª feira (12.mar.2014) em Brasília, doaram R$ 88 milhões para
candidatos do PT, partido da presidente Dilma Rousseff, na campanha de 2012. No
total, elas repassaram R$ 265 milhões para políticos de todas as
legendas.
À mesa com o ministro
estarão representadas as companhias que mais doaram a partidos políticos nas
últimas eleições: Andrade Gutierrez (1ª no ranking), OAS (3ª), Camargo Correa
(4ª), Vale (5ª), JBS (9ª) e Odebrecht (10ª). Acompanhe na tabela
abaixo:
Doações para campanha
política de 2012 ( x R$ 1mil)
O volume de doações
para campanhas é só a face mais visível do entrelaçamento desses “xerifes do
PIB” com o poder político central. Segundo levantamento do Blog, 11 dessas 16
companhias têm um alto grau de proximidade com o governo, que em alguns casos se
assemelha à dependência.
Além de estarem entre
os maiores doadores a políticos, essas empresas têm alto percentual de capital
votante sob influência do Palácio do Planalto –via BNDES e fundos de pensão de
estatais– ou são lideradas por diretores filiados a partidos da base
governista.
A fluidez entre o
grande capital e o poder central não é nova no Brasil: os governos de Getúlio
Vargas e da ditadura militar investiram muita verba pública nos setores-chave da
economia e os fundos de pensão estatais participaram em peso das privatizações
dos anos 90.
Mas há um fator
contemporâneo a aprofundar esse cenário: os governos de Luiz Inácio Lula da
Silva e Dilma Rousseff abriram a torneira de recursos para salvar empresas com
risco de quebra após a crise financeira de 2008 e incentivar a criação dos
chamados “campeões nacionais” do setor privado.
As pequenas e médias
empresas sentem-se excluídas do tratamento privilegiado. Na segunda-feira
(10.mar.2014), representantes dessa parcela do setor produtivo reclamaram de falta de abertura . “Esse é um governo que não ouve a pequena e
média empresa”, disse à “Folha” José Velloso, presidente-executivo da Abimaq,
que reúne os fabricantes de máquinas e equipamentos.
Conheça alguns sinais
da proximidade com o governo de 11 empresas convidadas para o almoço com
Mantega:
1)
Coteminas (Josué Gomes)
- Presidente da
companhia, Josué filiou-se ao PMDB sob as bênçãos do ex-presidente Lula e cogita
lançar-se a algum cargo eletivo neste ano. Seu pai, José Alencar, era
vice-presidente da República.
- BNDES tem 18% das ações preferencias da companhia, sem direito a voto.
- BNDES tem 18% das ações preferencias da companhia, sem direito a voto.
2)
J&F / JBS (Joesley Batista)
- Grupo foi agraciado
com verbas bilionárias do BNDES durante as gestões Lula e Dilma. Levantamento do
jornal “O Globo” de 2012 mostrava que o banco público havia investido R$ 13,3 bilhões no grupo até então.
- Júnior da Friboi, irmão de Joesley e ex-controlador do grupo, filiou-se ao PMDB, também com o apoio de Lula, e será candidato a governador de Goiás com uma campanha milionária.
- BNDES e Caixa Econômica Federal têm 34,6% do capital votante da empresa.
- Grupo doou R$ 27 milhões a campanhas políticas em 2012 (9° maior doador).
- Júnior da Friboi, irmão de Joesley e ex-controlador do grupo, filiou-se ao PMDB, também com o apoio de Lula, e será candidato a governador de Goiás com uma campanha milionária.
- BNDES e Caixa Econômica Federal têm 34,6% do capital votante da empresa.
- Grupo doou R$ 27 milhões a campanhas políticas em 2012 (9° maior doador).
3)
Vale (Murilo Ferreira)
- 44% do capital
votante da empresa estão nas mãos do BNDES, Previ (fundo de previdência dos
funcionários do Banco do Brasil) ou do próprio governo.
- Doou R$ 30,5 milhões a campanhas políticas em 2012 (5° maior doador).
- Doou R$ 30,5 milhões a campanhas políticas em 2012 (5° maior doador).
4)
Andrade Gutierrez (Sérgio Lins Andrade)
- Recebeu R$ 99
milhões do governo federal em 2012.
- Foi o maior doador de campanhas em 2012. Destinou R$ 81 milhões a diversos candidatos e partidos, sendo R$ 21 milhões a nomes do PT.
- Foi o maior doador de campanhas em 2012. Destinou R$ 81 milhões a diversos candidatos e partidos, sendo R$ 21 milhões a nomes do PT.
5)
Camargo Corrêa (Luiz Ortiz Nascimento)
- Recebeu R$ 251
milhões do governo federal em 2012.
- Doou R$ 33 milhões a campanhas políticas em 2012 (4° maior doador).
- Doou R$ 33 milhões a campanhas políticas em 2012 (4° maior doador).
6)
OAS (Leo Pinheiro)
- Doou R$ 45 milhões a
campanhas políticas em 2012 (3° maior doador).
7)
Odebrecht (Marcelo Odebrecht)
- Pessoa jurídica que
mais recebeu pagamentos do governo federal em 2012: R$ 1,1 bilhão.
- Doou R$ 19 milhões a campanhas políticas em 2012 (10° maior doador).
- Doou R$ 19 milhões a campanhas políticas em 2012 (10° maior doador).
8)
Embraer (Frederico Curado)
- Recebeu R$ 1,2
bilhão do governo federal de janeiro a outubro de 2013 para desenvolver o avião militar KC-390 .
- BNDES tem 5,3% do capital votante e Previ, 7,8%
- BNDES tem 5,3% do capital votante e Previ, 7,8%
9)
Gerdau (Jorge Gerdau)
- É presidente da
Câmara de Gestão de Políticas Públicas da Presidência da República.
- Ocupa assento no Conselho de Administração da Petrobras.
- Recebeu R$ 21 milhões do governo federal em 2012.
- Doou R$ 5 milhões a campanhas políticas em 2012.
- Ocupa assento no Conselho de Administração da Petrobras.
- Recebeu R$ 21 milhões do governo federal em 2012.
- Doou R$ 5 milhões a campanhas políticas em 2012.
10)
Votorantim (Raul Calfat)
- Em 2009, o Banco do
Brasil comprou 50% do Banco Votorantim por R$ 4,2 bilhões e salvou a instituição
do risco de quebra.
- BNDES é o maior acionista da Fibria Celulose, resultado da fusão da Votorantim Celulose e da Aracruz. O banco público tem 30,4% do capital votante. É mais do que a própria Votorantim, com 29,4%.
- Doou R$ 5,7 milhões a campanhas políticas em 2012.
- BNDES é o maior acionista da Fibria Celulose, resultado da fusão da Votorantim Celulose e da Aracruz. O banco público tem 30,4% do capital votante. É mais do que a própria Votorantim, com 29,4%.
- Doou R$ 5,7 milhões a campanhas políticas em 2012.
11)
BRF (Marcos Jank)
- Governo tem
influência sobre os 2 maiores acionistas da companhia: a Previ tem 12% do
capital votante e a Petros (fundo de previdência dos funcionários da Petrobras),
outros 12%.
- Doou R$ 3,1 milhões a campanhas políticas em 2012.
- Doou R$ 3,1 milhões a campanhas políticas em 2012.
Os outros 5
empresários convidados para a reunião comandam empresas geridas sem grande
influência do governo. São elas: Ambev (João de Castro Neves), CSN (Benjamin
Steinbruch), Marcopolo (Antonio Martins), Natura (Pedro Passos) e Suzano (David
Feffer).