Por Gabriel Castro, na VEJA.com:
A oposição
entregou na manhã desta quinta-feira o pedido de instalação da Comissão
Parlamentar de Inquérito (CPI) da Petrobras no Senado. O requerimento
tem 28 assinaturas, uma a mais do que o mínimo exigido pelo regimento da
Casa.
Agora, a
instalação da CPI depende da leitura do requerimento em plenário. Nada
impede que isso ocorra já nesta quinta-feira, mas a decisão é do
presidente do Senado, Renan Calheiros (PMDB-AL). Depois disso, os
parlamentares que apoiarem o pedido têm até meia-noite para retirar as
assinaturas.
O governo,
que é contra a criação da CPI porque teme os efeitos políticos da
investigação na Petrobras, deve pressionar os parlamentares para impedir
a instalação da comissão. Se a retirada de assinaturas não for viável,
uma opção é retardar a indicação dos integrantes para o colegiado, o que
prejudicaria os trabalhos. Mas a tentativa de obstrução deve ser mais
complexa do que nos três primeiros anos do governo Dilma, já que o PSB,
do presidenciável Eduardo Campos, rompeu com o Planalto e decidiu apoiar
a investigação sobre a Petrobras.
O foco da
CPI deve ser a compra da refinaria de Pasadena, nos Estados Unidos, que
provocou perdas de 1,18 bilhão de reais à Petrobras. A denúncia de que
funcionários da companhia receberam propina para favorecer a empresa
holandesa SMB Offshore também é citada no requerimento de criação da
CPI.
Na Câmara
dos Deputados, a oposição também já tem mais do que as 171 assinaturas
necessárias para a criação da CPI da Petrobras. Dessa forma, torna-se
mais viável a instalação de uma Comissão Parlamentar Mista de Inquérito
(CPMI), reunindo representantes das duas Casas. Os oposicionistas
preferem a CPMI porque não precisariam aguardar a “fila” de comissões
que aguardam instalação na Câmara.