Sol quadrado
É grande a movimentação nos bastidores do desgoverno de Dilma Vana Rousseff
para barrar a criação da CPI da Petrobras, cujo objetivo é investigar a
bisonha aquisição da refinaria de Pasadena (Texas) e os muitos
escândalos que emolduram a petroleira nacional. O desespero que tomou
conta dos palacianos é tamanho, que por ordem de Dilma a Petrobras
decidiu criar, na última segunda-feira (24), uma comissão interna para
investigar a compra superfaturada da obsoleta refinaria norte-americana.
Isso se dá oito anos após a concretização do negócio, o que mostra que
há muita coisa errada por trás da transação.
A decisão de criar a tal comissão foi tomada pela presidente da
estatal, Maria das Graças Foster, que errou ao não adotar medidas contra
um inexplicável descalabro. “Ontem (segunda-feira), tomamos a decisão
de abrir uma comissão de apuração interna. Isso é extremamente
importante. Temos até 45 dias para nos manifestar sobre uma série de
processos que já estavam em avaliação de forma administrativa. Essa
comissão não foi aberta para saber se a cláusula devia ou não estar no
resumo executivo. Não é preciso fazer uma comissão para se chegar à
conclusão sobre a importância de tê-las no resumo executivo”, disse
Foster ao jornal “O Globo”.
O caso da refinaria de Pasadena é um escândalo sem precedentes, que
confirma a ousadia da quadrilha que se instalou no poder central, mas é a
ponta de um iceberg formado por água fétida e lamacenta. Há na seara da
Petrobras um sem fim de imbróglios, como, por exemplo, a construção da
refinaria Abreu e Lima, em Pernambuco, cuja previsão inicial de gatos
era de US$ 2,5 bilhões, mas já chegou em US$ 18 bilhões e podendo
avançar ainda mais. Especialistas nos setor afirmam que a refinaria
pernambucana, que deveria ser erguida em parceria com a Venezuela, pode
custar ao povo brasileiro a bagatela de R$ 50 bilhões (US$ 20 bilhões).
Um grupo de parlamentares acionou, na terça-feira (25), a
Procuradoria-Geral da República para que a presidente Dilma seja
investigada no vácuo do escândalo, assunto que caiu como bomba no
Palácio do Planalto. A decisão sobre processar ou não cabe ao procurador
Rodrigo Janot, que tem nesse caso a oportunidade de mostrar a que veio e
confirmar a independência do Ministério Público Federal.
Em qualquer país minimamente sério, Dilma e seus pares no Conselho de
Administração da Petrobras, que endossaram a compra da refinaria de
Pasadena, já estariam presos. Não custa lembrar que nos casos de fraudes
fiscais patrocinados por empresas norte-americanas, muitos executivos
deixaram os prédios das companhias algemados e ladeados por agentes do
FBI, com direito a divulgação das imagens na imprensa e na rede mundial
de computadores.
No Brasil, fossem as autoridades cumpridoras do dever e imbuídas de
coragem, Dilma Rousseff já estaria respondendo na Justiça pelo crime de
prevaricação (artigo 319 do Código Penal Brasileiro)