Novamente Tatiana Farah escreve sobre a
marcha que vai ocorrer no dia 22. Como nada de negativo pode se dizer
sobre o movimento do próximo final de semana, surgido nas redes sociais
de forma espontanea e democratica, a maior parte de suas palavras se
dirigem ao movimento do passado, que motivou os militares a intervir
para impedir o avanço comunista. São também dentro do que se considera
como politicamente correto. Afinal, é uma jornalista jovem, e trabalha
para a Globo.
Já era de se esperar que não se
arriscaria. Apenas cumpre, ao que parece, a função de minimizar um
evento que não pode mais ficar fora dos jornais, assumiu proporções
grandes demais
No artigo do GLOBO ela diz que por traz
da marcha de 1964 estava a CIA. Mas, não explica o que a agência
americana fez e nem como mobilizou centenas de milhares de brasileiros
em várias cidades. Os números são colocados de forma interessante. Diz
que “pouco mais de 100 mil” pessoas participaram da Marcha que aconteceu
em 1964. Sabemos que foram mais de 200 mil, mas ainda que fosse a
metade já seria um número magnífico.
A reportagem de Tatiana diz ainda, como
se fosse um demérito, que quem participou da marcha foi a classe média.
Bom que tenha mencionado isso. Se a classe média de hoje participar do
evento de sábado haverá cerca de 110 milhões de pessoas nas ruas, pois
segundo informações da própria Globo esse é o número dos componentes
dessa fatia da população.
Certo militar essa semana disse que a
Intervenção Militar de 1964 foi, para o Brasil, o evento mais importante
do século XX. Ele não está errado.
É de assustar que até reconhecidos
articulistas conservadores essa semana tenham divulgado notas
conflituosas, repletas de “me falaram”, “tenho fontes” etc. Será rancor
por não protagonizar um papel importante no que podemos chamar de reação
da nova direita brasileira?
De resto, aguardar. Faltam apenas dois
dias e a esquerda está cada vez mais sobressaltada com o evento, que
promete levar milhares de pessoas ás ruas das principais capitais do
país.