Diego Escosteguy
@diegoescosteguy
Mestre em Jornalismo Político pela Columbia University. Diretor da sucursal de Brasília de ÉPOCA. Email criptografado: diego@mykolab.com (PGP Key 6620CAAD).
No seu Twitter, o jornalista Diego Escosteguy fez um excelente resumo de como a PETROBRAS está profundamente envolvida no NOVO MENSALÃO. De forma bem didática ele explica que, com o fim do desvio de dinheiro público por meio do ESQUEMA MENSALÃO I, a PETROBRAS passou a ser a fonte de recursos para o novo ESQUEMA MENSALÃO II.
A reportagem chama-se "Quem tem medo da CPI da Petrobras?". Revela quais os políticos podem ser dar muito mal com a CPI.
Em seis páginas, narramos em detalhes as histórias que explicam como a corrupção no governo Lula dividiu-se entre o mensalão e a Petrobras.
A CPI da Petrobras pode terminar o serviço que o Supremo começou,
Vou listar algumas das novidades que a matéria traz. Mas, novamente, esse é o tipo de reportagem que vale a pena ler na íntegra.
Vale a pena porque, se tivermos feito nosso trabalho direito, vocês entenderão a dimensão - e a gravidade - do que fizeram com a Petrobras.
Fizeram e, em larga medida, continuam fazendo.
Mas vamos a algumas das novidades?
1) Paulo Roberto Costa passou na sede do PT em São Paulo, antes de ser nomeado para a Petrobraa. Recebeu o aval de Delúbio e Dirceu.
2) Prometeu fidelidade ao PT e ao PP, portanto. Depois, numa reunião entre Lula e Dirceu no Planalto, Lula topou nomear Paulo Roberto.
3) O presidente da Petrobras, José Eduardo Dutra, estava lá. Protestou. Disse que Paulo Roberto faria miséria na estatal. Lula deu de ombros.
4) Com a queda de Janene e Dirceu, o board da corrupção estatal mudou. Paulo Roberto passou a se reportar ao PMDB, ao PP e ao PT.
5) Mas Paulo Roberto obedecia mesmo era a Lula. Que, segundo um sócio do ex-diretor preso, chama-o de "Paulinho".
6) Paulo Roberto está destruído, segundo familiares, amigos e sócios. Pode topar a delação premiada. Se topar, cai a República.
7) Amostra de Paulo Roberto: deu meio bi de reais em contratos para a desconhecida Jaraguá equipamentos. Que deu grana para deputados do PP.
8) Paulo Roberto saiu em 2012 (contamos os bastidores). Quem entrou em seu lugar? O número 2 dele, José Carlos Cosenza, indicado pelo PMDB.
9) Cosenza era, por óbvio, peça fundamental para os negócios de Paulo Roberto. Assumiu o lugar do chefe e continua lá.
10) A Petrobras é um mundo mais vasto do que vocês imaginam. Na BR Distribuidora e na Transpetro, as duas subsidiárias, a política manda.
11) Na Transpetro, quem manda, e manda desde o começo do governo Lula, é o presidente do Senado, Renan Calheiros. Que trabalha contra a CPI.
12) A BR Distribuidora é um caso especial. Sabe quem manda lá? Um consórcio entre PT, Lobão... e Collor.
13) Por que Collor manda lá? Porque, em 2009, ameaçava contra o governo durante a CPI do Petrobras no Senado - é, houve uma CPI lá...
14) Lula o chamou ao Planalto e lhe deu duas diretorias, além da Presidência, que também recebeu o aval de Lobão.
15) Em setembro de 2009, o Conselho de Administração da Petrobras, numa reunião presidida por Dilma em Brasília, aprovou os nomes de Collor.
16) Uma outra diretoria da BR pertence ao grupo de deputados do PT que chamo de "PMDB do PT". Na revista, vocês saberão quem são...
17) Para operar os negócios entre Collor e PT e os empresários interessados na BR, Collor convocou PP. Os mais velhos conhecem esse nome...
18) PP, ou Pedro Paulo Leoni Ramos, é amigo íntimo de Collor. Foi operador do amigo no governo Collor. Atuava numa banda distinta da de PC.
19) No governo Collor, PP cobrava propina de empresários que faziam negócios... na Petrobras.
20) O grupo de PP, agora, inclui outros dois personagens importantes, que também tiveram influência no governo Collor. Um já foi até preso.
21) Por decisão de Lula, com o voto de Dilma no Conselho da Petrobras, Collor e a República de Alagoas voltaram aos cofres públicos.
Está de bom tamanho, né? Leiam a reportagem. Esses drops vão fazer muito mais sentido. A Petrobras começa onde o mensalão termina.
Como venho frisando há mais de um ano, a situação da Petrobras - o passado e o presente - é gravíssima. Basta se ajoelhar às provas.
Há meses, eu e os repórteres da @RevistaEpoca, assim como de outros veículos, estamos dando o caminho para as investigações oficiais.
Em razão disso, peço paciência. Vou retuitar as matérias que, embora antigas, estão cada vez mais relevantes.
1) A da semana passada revela o papel do lobista Fernando Baiano no esquema de Paulo Roberto: elo para o caixa 2 http://revistaepoca.globo.com/tempo/noticia/2013/03/empresas-da-petrobras-vendidas-pela-metade-do-preco-um-amigo-de-cristina-kirchner.html
A reportagem "O feirão da Petrobras" revelava o acordo secreto da estatal para vender ativos na Argentina a um amigo de Cristina Kirchner.
Na reportagem, trouxemos a público documentos inéditos sobre o caso Pasadena, que envolviam Dilma, então presidente do Conselho da Petrobras
Os documentos da Petrobras mostravam que, em 2009, Dilma ignorou pareceres jurídicos que recomendavam fazer um acordo no caso Pasadena.
Os advogados da Petrobras alertaram que a estatal perderia a briga na Justiça americana, travada com a empresa que vendera a refinaria.
Havia uma proposta de acordo. Com ele, o prejuízo da Petrobras seria menor. Dilma e o Conselho não aceitaram. Resultado: preju de US$ 1 bi.
2) O link para a reportagem "O Feirão da Petrobras" (aberta na íntegra): http://revistaepoca.globo.com/tempo/noticia/2013/03/empresas-da-petrobras-vendidas-pela-metade-do-preco-um-amigo-de-cristina-kirchner.html
3) Sugiro a leitura da reportagem em que narramos, com provas fortes, 3 casos de propina política na Petrobras: http://epoca.globo.com/tempo/noticia/2013/08/denuncias-do-boperador-do-pmdbb-na-petrobras.html
Por fim, a reportagem que contava como o dinheiro da propina na Petrobras era distribuído a políticos em Brasília: http://epoca.globo.com/tempo/noticia/2013/08/lobista-aponta-mais-empreiteiras-com-que-tinha-bnegocios-na-petrobrasb.html
Enfim o cansaço se abate sobre esse pobre repórter. Fazer jornalismo sério - baseado em fatos - dá muito, muito trabalho. Mas vale a pena.
Espero que, ao ler a reportagem, vocês sintam o mesmo.
Se você tiver dicas (não apenas sobre Petrobras), procure-me: descosteguy@edglobo.com.br ou diego@mykolab.com (criptografia PGP 6620CAAD).
Fonte: Twitter do jornalista Diego Escosteguy
A reportagem chama-se "Quem tem medo da CPI da Petrobras?". Revela quais os políticos podem ser dar muito mal com a CPI.
Em seis páginas, narramos em detalhes as histórias que explicam como a corrupção no governo Lula dividiu-se entre o mensalão e a Petrobras.
A CPI da Petrobras pode terminar o serviço que o Supremo começou,
Vou listar algumas das novidades que a matéria traz. Mas, novamente, esse é o tipo de reportagem que vale a pena ler na íntegra.
Vale a pena porque, se tivermos feito nosso trabalho direito, vocês entenderão a dimensão - e a gravidade - do que fizeram com a Petrobras.
Fizeram e, em larga medida, continuam fazendo.
Mas vamos a algumas das novidades?
1) Paulo Roberto Costa passou na sede do PT em São Paulo, antes de ser nomeado para a Petrobraa. Recebeu o aval de Delúbio e Dirceu.
2) Prometeu fidelidade ao PT e ao PP, portanto. Depois, numa reunião entre Lula e Dirceu no Planalto, Lula topou nomear Paulo Roberto.
3) O presidente da Petrobras, José Eduardo Dutra, estava lá. Protestou. Disse que Paulo Roberto faria miséria na estatal. Lula deu de ombros.
4) Com a queda de Janene e Dirceu, o board da corrupção estatal mudou. Paulo Roberto passou a se reportar ao PMDB, ao PP e ao PT.
5) Mas Paulo Roberto obedecia mesmo era a Lula. Que, segundo um sócio do ex-diretor preso, chama-o de "Paulinho".
6) Paulo Roberto está destruído, segundo familiares, amigos e sócios. Pode topar a delação premiada. Se topar, cai a República.
7) Amostra de Paulo Roberto: deu meio bi de reais em contratos para a desconhecida Jaraguá equipamentos. Que deu grana para deputados do PP.
8) Paulo Roberto saiu em 2012 (contamos os bastidores). Quem entrou em seu lugar? O número 2 dele, José Carlos Cosenza, indicado pelo PMDB.
9) Cosenza era, por óbvio, peça fundamental para os negócios de Paulo Roberto. Assumiu o lugar do chefe e continua lá.
10) A Petrobras é um mundo mais vasto do que vocês imaginam. Na BR Distribuidora e na Transpetro, as duas subsidiárias, a política manda.
11) Na Transpetro, quem manda, e manda desde o começo do governo Lula, é o presidente do Senado, Renan Calheiros. Que trabalha contra a CPI.
12) A BR Distribuidora é um caso especial. Sabe quem manda lá? Um consórcio entre PT, Lobão... e Collor.
13) Por que Collor manda lá? Porque, em 2009, ameaçava contra o governo durante a CPI do Petrobras no Senado - é, houve uma CPI lá...
14) Lula o chamou ao Planalto e lhe deu duas diretorias, além da Presidência, que também recebeu o aval de Lobão.
15) Em setembro de 2009, o Conselho de Administração da Petrobras, numa reunião presidida por Dilma em Brasília, aprovou os nomes de Collor.
16) Uma outra diretoria da BR pertence ao grupo de deputados do PT que chamo de "PMDB do PT". Na revista, vocês saberão quem são...
17) Para operar os negócios entre Collor e PT e os empresários interessados na BR, Collor convocou PP. Os mais velhos conhecem esse nome...
18) PP, ou Pedro Paulo Leoni Ramos, é amigo íntimo de Collor. Foi operador do amigo no governo Collor. Atuava numa banda distinta da de PC.
19) No governo Collor, PP cobrava propina de empresários que faziam negócios... na Petrobras.
20) O grupo de PP, agora, inclui outros dois personagens importantes, que também tiveram influência no governo Collor. Um já foi até preso.
21) Por decisão de Lula, com o voto de Dilma no Conselho da Petrobras, Collor e a República de Alagoas voltaram aos cofres públicos.
Está de bom tamanho, né? Leiam a reportagem. Esses drops vão fazer muito mais sentido. A Petrobras começa onde o mensalão termina.
Como venho frisando há mais de um ano, a situação da Petrobras - o passado e o presente - é gravíssima. Basta se ajoelhar às provas.
Há meses, eu e os repórteres da @RevistaEpoca, assim como de outros veículos, estamos dando o caminho para as investigações oficiais.
Em razão disso, peço paciência. Vou retuitar as matérias que, embora antigas, estão cada vez mais relevantes.
1) A da semana passada revela o papel do lobista Fernando Baiano no esquema de Paulo Roberto: elo para o caixa 2 http://revistaepoca.globo.com/tempo/noticia/2013/03/empresas-da-petrobras-vendidas-pela-metade-do-preco-um-amigo-de-cristina-kirchner.html
A reportagem "O feirão da Petrobras" revelava o acordo secreto da estatal para vender ativos na Argentina a um amigo de Cristina Kirchner.
Na reportagem, trouxemos a público documentos inéditos sobre o caso Pasadena, que envolviam Dilma, então presidente do Conselho da Petrobras
Os documentos da Petrobras mostravam que, em 2009, Dilma ignorou pareceres jurídicos que recomendavam fazer um acordo no caso Pasadena.
Os advogados da Petrobras alertaram que a estatal perderia a briga na Justiça americana, travada com a empresa que vendera a refinaria.
Havia uma proposta de acordo. Com ele, o prejuízo da Petrobras seria menor. Dilma e o Conselho não aceitaram. Resultado: preju de US$ 1 bi.
2) O link para a reportagem "O Feirão da Petrobras" (aberta na íntegra): http://revistaepoca.globo.com/tempo/noticia/2013/03/empresas-da-petrobras-vendidas-pela-metade-do-preco-um-amigo-de-cristina-kirchner.html
3) Sugiro a leitura da reportagem em que narramos, com provas fortes, 3 casos de propina política na Petrobras: http://epoca.globo.com/tempo/noticia/2013/08/denuncias-do-boperador-do-pmdbb-na-petrobras.html
Por fim, a reportagem que contava como o dinheiro da propina na Petrobras era distribuído a políticos em Brasília: http://epoca.globo.com/tempo/noticia/2013/08/lobista-aponta-mais-empreiteiras-com-que-tinha-bnegocios-na-petrobrasb.html
Enfim o cansaço se abate sobre esse pobre repórter. Fazer jornalismo sério - baseado em fatos - dá muito, muito trabalho. Mas vale a pena.
Espero que, ao ler a reportagem, vocês sintam o mesmo.
Se você tiver dicas (não apenas sobre Petrobras), procure-me: descosteguy@edglobo.com.br ou diego@mykolab.com (criptografia PGP 6620CAAD).