Os balanços do
conglomerado empresarial da Bélgica que vendeu a refinaria americana de
Pasadena, no Texas, para a Petrobras registram o sucesso financeiro da
operação. Sucesso para os belgas.
No balanço de 2005, disponível no site da Universidade Católica de Leuven, na Bélgica, a CNP (que comanda o grupo Astra Transcor), afirma que a parceria com a Petrobras acabou sendo um "sucesso financeiro além de qualquer expectativa razoável".
No balanço de 2005, disponível no site da Universidade Católica de Leuven, na Bélgica, a CNP (que comanda o grupo Astra Transcor), afirma que a parceria com a Petrobras acabou sendo um "sucesso financeiro além de qualquer expectativa razoável".
No balanço de
2006, ano em que a Petrobras, de fato, pagou por metade da refinaria de
Pasadena, a Transcor Astra teve um lucro recorde.
Reportagem do Jornal Nacional mostra ainda que a imprensa de lá também tratou desse assunto.
“Como Albert Frère se viu inserido no coração da política brasileira" é o título da reportagem de página inteira publicada nesta terça-feira (25) no jornal belga L'Echo.
Frère tem 88 anos e o título de barão. É o homem mais rico do país, com uma fortuna estimada em quase US$ 5 bilhões. Ele é o dono da CNP, que comanda o grupo Astra Transcor. Esse grupo comprou a refinaria de Pasadena, no Texas, em 2005.
“Como Albert Frère se viu inserido no coração da política brasileira" é o título da reportagem de página inteira publicada nesta terça-feira (25) no jornal belga L'Echo.
Frère tem 88 anos e o título de barão. É o homem mais rico do país, com uma fortuna estimada em quase US$ 5 bilhões. Ele é o dono da CNP, que comanda o grupo Astra Transcor. Esse grupo comprou a refinaria de Pasadena, no Texas, em 2005.
A reportagem
ressalta que a refinaria custou a Frère US$ 42 milhões. E que no fim de
2012, ele embolsou mais de US$ 1 bilhão de quem o jornal chama
ironicamente de "grande irmão."
O L'Echo afirma que a estatal brasileira fez um péssimo negócio ao comprar a refinaria em duas partes. E chama a negociação de calamitosa.
Em 2006, a Petrobras pagou US$ 360 milhões. Em 2012, depois de uma longa disputa na justiça americana, pagou mais US$ 820,5 milhões pela segunda metade da refinaria.
De acordo com o jornal belga, em 2004, a refinaria era uma empresa familiar, que não decolou porque os acionistas não tinham capital de giro. “Esta é a história de um golpe de mestre, que o grupo Frère mantém em segredo”, diz o L’Echo.
Balanços da CNP, a empresa que comanda os negócios de Frère, mostram que no mesmo ano em que o grupo comprou a refinaria, já estava em contato com a Petrobras para vendê-la. Os belgas comemoraram o resultado do negócio.
No balanço de 2006, a CNP mencionou a existência da cláusula do put option aos acionistas, explicando que, sob certas circunstâncias, poderia obrigar a Petrobras a comprar a outra metade da refinaria.
Em 2007, antes mesmo de entrar em disputa com a Petrobras, a empresa belga passou a considerar a segunda metade da refinaria de Pasadena como um bem à venda.
Investigações
O L'Echo afirma que a estatal brasileira fez um péssimo negócio ao comprar a refinaria em duas partes. E chama a negociação de calamitosa.
Em 2006, a Petrobras pagou US$ 360 milhões. Em 2012, depois de uma longa disputa na justiça americana, pagou mais US$ 820,5 milhões pela segunda metade da refinaria.
De acordo com o jornal belga, em 2004, a refinaria era uma empresa familiar, que não decolou porque os acionistas não tinham capital de giro. “Esta é a história de um golpe de mestre, que o grupo Frère mantém em segredo”, diz o L’Echo.
Balanços da CNP, a empresa que comanda os negócios de Frère, mostram que no mesmo ano em que o grupo comprou a refinaria, já estava em contato com a Petrobras para vendê-la. Os belgas comemoraram o resultado do negócio.
No balanço de 2006, a CNP mencionou a existência da cláusula do put option aos acionistas, explicando que, sob certas circunstâncias, poderia obrigar a Petrobras a comprar a outra metade da refinaria.
Em 2007, antes mesmo de entrar em disputa com a Petrobras, a empresa belga passou a considerar a segunda metade da refinaria de Pasadena como um bem à venda.
Investigações
A diferença entre a cifra inicial e o montante pago pela Petrobras levou à abertura de investigações no Tribunal de Contas da União (TCU), na Polícia Federal e no Ministério Público por suspeita de superfaturamento e evasão de divisas.
A compra da refinaria de Pasadena foi aprovada pelo Conselho de Administração em 2006. À época, a Petrobras pagou US$ 360 milhões por 50% da usina.
A disputa na Câmara Arbitral e posteriormente na Justiça ocorreu porque a Petrobras não concordava com uma cláusula que a obrigava a comprar os outros 50% da refinaria em caso de desentendimento com a sócia.
A regra, chamada de Put Option, estava no contrato de compra, mas, segundo a Presidência da República, havia sido omitida do resumo executivo apresentado pela Diretoria Internacional da Petrobras ao Conselho de Administração na época da decisão.
Com a derrota na Justiça, a Petrobras teve de pagar mais US$ 820,5 milhões para adquirir a outra metade da refinaria. No total, a empresa gastou quase US$ 1,2 bilhão ou mais de R$ 2,7 bilhões, por uma refinaria que valia, em 2005, US$ 42,5 milhões.
A explicação do governo para o preço pago pela refinaria é a seguinte: em 2005, a Astra, empresa belga, comprou a refinaria por US$ 42 milhões e investiu nela outros US$ 84 milhões (total: US$ 126 milhões).
Em 2006, a Petrobras investiu US$ 190 milhões na compra, e gastou outros US$ 170 milhões na aquisição de metade do estoque de petróleo que a refinaria possuía naquele momento (total: US$ 360 milhões).
Em 2012, depois de uma disputa judicial com a sócia belga, a Petrobras foi obrigada a comprar a outra parte da refinaria por causa de cláusulas contratuais. Foi essa compra que elevou o gasto para quase US$ 1,2 bilhão.
Fonte: G1